Unidos Pelo Acaso escrita por Saori


Capítulo 1
01. Castigo do Destino.


Notas iniciais do capítulo

Olá! Essa é minha primeira longfic de Harry Potter, espero que gostem e que queiram acompanhar! Tenham uma boa leitura. ♥



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Mais um ano letivo, para Rose, significava diversão. Não que não gostasse das férias, na verdade, adorava poder passar os dias com os seus pais e nas casas dos seus tios e primos. A família reunida sempre lhe trazia momentos de diversão e boas risadas, mas ela também amava a sua escola. Aprender novas magias, passeios para Hogsmeade, e Hogwarts. Ela amava aquele castelo, seu dormitório, seus amigos e a empolgação que sentia em cada primeiro dia de aula. Apesar disso, estava nervosa. No fim daquele ano letivo seriam realizados os N.O.M.s e, apesar de sempre ter sido boa aluna, tal como sua mãe, todos insistiam em dizer, não conseguia evitar ficar ansiosa e nervosa.

Olhou ao redor da plataforma movimentada e divertiu-se ao ver os novatos embarcando. Lembrava-se perfeitamente de quando embarcara para Hogwarts pela primeira vez, do nervosismo que sentira, das borboletas no estômago, da companhia de Albus e das memoráveis histórias de James. E é claro, de quando fora sorteada para a grifinória, e Albus para a sonserina. Era uma pena que estivessem em casas diferentes, mas isso não os impedia de serem bons amigos, como sempre foram.

— Rosie, Hugo, divirtam-se bastante nesse novo ano letivo. Divirtam-se, mas como eu sempre digo...

— Não se esqueçam de suas obrigações. — Rose e Hugo responderam em um uníssono. Hermione já dizia aquilo há anos, e se eles não tivessem memorizado ainda, seria uma surpresa.

— Já sabemos, mamãe. — Hugo respondeu, sorridente.

— Vamos sentir falta de vocês. — Hermione abaixou-se e beijou uma bochecha de cada um deles.

— Mandem cartas, crianças. — Ron bagunçou os fios de cabelo de cada um deles de maneira descontraída. — Sentirei saudades. — Ele puxou ambos para um abraço apertado.

— Papai, calma. Nós vamos voltar, sempre voltamos, não precisa nos esmagar! — Rose gargalhou da reação exagerada do pai.

— Vão, é hora de entrar no expresso. Não podem se atrasar. — Hermione falou, dando um último beijo nas bochechas de ambos.

— Tchau, mãe. Tchau, pai. — Rose disse, acenando para ambos enquanto caminhava em direção à entrada do trem. — Tchau, tio Harry e tia Gina. — Ela falou ainda mais alto, acenando agora para os tios, assim como Hugo. — Vem logo, Albus. — Resmungou, puxando o menino pelas vestes. — Precisamos de uma cabine para nós.

Eles correram por meio dos corredores do trem, em busca de uma cabine vazia. Infelizmente, não acharam nenhuma em que os três pudessem entrar. Na última cabine do enorme corredor que levava para perto do fim do vagão, Albus abriu a porta, revelando uma figura que tanto ele, quanto os Weasley conheciam muito bem. Os fios de cabelo loiros caídos sobre o rosto, a pele extremamente branca e pálida e os olhos acinzentados pouco expressivos que os encaravam enquanto os três permaneciam parados, fitando-o. Aquela figura, todos eles conheciam muito bem.

— Ah, mas que ótimo. — Rose resmungou baixinho e revirou os olhos.

— E aí, Scorpius, como foram as férias? — Albus falou, adentrando a cabine e sentando-se ao lado do rapaz.

Rose ainda não conseguia compreender como alguém como Albus podia ter se tornado amigo do Malfoy. O Potter provavelmente tinha um péssimo gosto para amigos que não incluíam sua própria família. Talvez o fato de serem da mesma casa e de compartilharem um dormitório tivesse os aproximado. Rose suspirou, claramente insatisfeita e não fazendo nada para esconder isso. A ruiva adentrou a cabine, levando Hugo consigo e afundou-se no assento do veículo.

— As mesmas coisas de sempre. — Ele respondeu, desanimado.

A menina acomodou-se no banco, colocou a mochila sobre o seu colo e dela retirou um livro enorme, cujo título era: “Hogwarts: Uma História.” Era, no mínimo, a sexta vez que relia aquele livro, o que fez com que Albus olhasse para ela assustado. Não que não gostasse de ler, mas será que Rose não cansava de ler sempre as mesmas histórias? Era assustador e, no mínimo, bizarro para a mente dele. Albus olhou para Scorpius e, em um sussurro nada discreto, proferiu as seguintes palavras: “Ela nunca se cansa desse livro? É a sexta vez que eu a vejo lendo.” Scorpius deu uma risada que se esforçava para não deixar transparecer, simplesmente pelo fato de não querer arrumar confusão no seu primeiro dia de aula.

Rose e Scorpius não se odiavam, mas estavam longe de ser qualquer coisa como amigos ou sequer conhecidos. A presença do Malfoy a incomodava desde que ela entrara na escola. Não só por conta do passado entre a família dele e os seus pais, mas simplesmente porque ele era um babaca e, por isso, ela evitava qualquer contato que fosse desnecessário.

Irritada com os sussurros que persistiam, nos quais Scorpius insistia em dizer o quanto ela era esquisita e citava uma série de motivos para isso, Rose fechou o livro com um estrondo e encarou Albus furiosa. Se ele não fizesse o amigo dele calar a boca, ela com certeza tomaria providências. Albus engoliu seco. Não que tivesse medo de Rose, mas porque ela tinha uma personalidade muito forte, e confrontá-la nunca era uma boa ideia, principalmente em assuntos tão supérfluos.

— O que foi, Rose? Está irritada por termos dito a verdade? Convenhamos, você é um pouco estranha. — O Malfoy disse, com um sorriso de desdenho no rosto.

— Cala a boca, Malfoy. Vai arrumar algo melhor para fazer que não seja falar de mim. Será que você sentiu tanto a minha falta assim? — Seus olhos azuis o encaravam de forma desafiadora.

— Nem brinque com um absurdo desses, Weasley. — Fez uma careta. — Vai que alguém escuta. Não, pior, vai que alguém acredita.

— Ao invés de ficar implicando comigo, você podia estudar um pouco, né? Talvez, desse jeito, você deixe de ser o segundo lugar em tudo e, algum dia, possa conseguir me alcançar. — Ela piscou com um dos olhos e um sorriso um tanto quanto cínico brotou em seus lábios.

Rose levantou-se, pegou sua mochila e ajeitou as vestes. Discretamente, olhou para Malfoy, que balbuciara, tentando dizer alguma coisa, mas nada compreensível saía de sua boca. Mais uma batalha vencida, e seu sorriso vitorioso era a prova disso. Por fim, a ruiva pegou uma das mãos do irmão mais novo e se levantou.

— Vamos, Hugo. Vamos achar um outro vagão. Talvez James, Roxanne ou Lily estejam em um vagão com espaço, podemos checar.

Depois de Rose conseguir dois lugares na cabine em que James e Lily estavam, com a saída de outras duas pessoas, ela finalmente aproveitou o resto da viagem em paz, conversando com os primos e os irmãos. Quando o veículo finalmente parou, chegando na escola em uma noite fria, ela mostrou-se tão empolgada quanto sempre. James até ousou brincar, dizendo que parecia que era a primeira vez que ela estava indo para Hogwarts.

Tradicionalmente, eles foram levados até o castelo, onde ocorreu a seleção dos alunos para suas devidas casas e um grande banquete, em que a ruiva teve tempo de reencontrar e conversar com seus velhos amigos em clima de festa. No fim do dia, quando Dumbledore declarou o fim da festa de início de ano letivo, os alunos se recolherem para seus respectivos dormitórios, afinal, no dia seguinte aconteceriam as primeiras aulas, logo pela manhã.

Rose levantou-se às sete naquela manhã, com os raios de sol adentrando pelas janelas do dormitório. Após acordar, foi até o banheiro, tomou um banho e vestiu o uniforme animadamente. Com uma risadinha boba, porém tentando um silêncio falho, ela aproximou-se de Lily quando retornou para o dormitório e cutucou a sola de seus pés, a fim de acordar a mais nova. A Potter acordou em um pulo, com um susto que não saberia descrever. Os cabelos ruivos bagunçados deram ainda mais graça à cena que Rose acabara de presenciar.

— Bom dia, flor do dia. — A mais velha soltou um risinho divertido. — Já são oito horas, está na hora de acordar.

— Ah, me deixa, Rosie. — Lily afundou sua cabeça no travesseiro novamente, indignada.

— Bom, eu estou indo, tenho aula de Herbologia às oito e meia, não quero me atrasar. — A menina falou, dirigindo-se para a porta. — Depois não reclame que eu não tentei te acordar.

Lily sussurrou algo completamente indecifrável, e Rose apenas gargalhou da reação da mais nova.

A Granger achava Herbologia uma matéria fascinante, e tinha certeza de que ainda havia muito para se descobrir. Naquele dia, a aula de Herbologia seria ao ar livre e, de acordo com ela, ao ar livre aconteciam as melhores aulas, era melhor do que ficar em uma sala de aula lendo livros com nomes complicados de plantas e árvores. Tudo era mais empolgante na prática e talvez fosse por isso que estivesse tão animada logo no primeiro dia de aula. Surpreendeu-se ao deparar-se com poucos alunos da grifinória e da sonserina já no local da aula. Normalmente, ela era a primeira a chegar. Gostava de ser pontual. Ou melhor, mais do que isso, estava sempre adiantada.

— Quase atrasada, Weasley. — Aquela voz irritante em tom de deboche ela conhecia bem.

Rose fechou os olhos e respirou fundo, marchou até uma pequena mesa de madeira próxima, provavelmente a do professor e largou os dois livros que carregava com força, fazendo um grande estrondo.

— Parece que alguém acordou de bom humor hoje. — Comentou, e dois sonserinos que estavam juntos dele gargalharam.

— Acho melhor o senhor ficar quieto, ou o próximo destino desses livros não será a mesa e sim sua cabeça. — Respondeu, irritada.

Os alunos da grifinória que ali estavam riram baixinho, discretamente. De repente, uma figura desajeitada caminhou em direção ao grupo de alunos que se encontravam reunidos naquele local, juntamente com outros estudantes. O rapaz que Rose já conhecia colocou seus pertences também sobre a mesa e abriu um largo sorriso direcionado aos adolescentes.

— Bom dia, fico feliz em ser a primeira aula do dia e, especialmente, do ano letivo. Acredito que a maioria me conheça, mas para os que não sabem, eu sou Neville Longbottom, professor de Herbologia. — O rapaz disse sem parar, parecia sem fôlego. — Bem, na nossa primeira aula...

Rose ouviu um barulho baixo e, em seguida, olhou para o canto curiosa. Tentou segurar a risada quando viu Albus tentando entrar atrasado na aula disfarçadamente. Aquela cena era tão cômica que a fez descobrir um novo limite de segurar a risada que ela anteriormente desconhecia.

— Junte-se a nós, senhor Potter. — O professor disse, olhando para o menino que sorria completamente sem graça. — Hoje é o primeiro dia, não é pecado dormir um pouco além do horário, mas não se acostume com isso.

— Sim, professor. — Ele respondeu, ainda envergonhado.

— Bom, como eu ia dizendo... Esse ano eu decidi adotar uma metodologia diferente. Além das aulas e avaliações habituais, decidi passar um trabalho em dupla no intuito de tentar unir mais as diferentes casas de Hogwarts. — Parte da turma resmungou, outra parte parecia animada. As opiniões estavam extremamente divididas. — Silêncio. — O professor pediu educadamente. — Como alunos, vocês devem aprender a ajudar uns aos outros, por isso estou passando esse trabalho. Eu vou escolher as duplas. No caso de vocês, uma pessoa da sonserina e uma da grifinória. — Pausou, refletindo sobre as próximas coisas que iria falar. — Ah, é claro. Já ia me esquecendo... O trabalho será realizado durante cerca de um mês e meio, em que a dupla cuidará de uma erva da espécie ditamno e, no fim, veremos se eles poderão ser usados para a criação de poções. Dúvidas?

Rose ergueu uma de suas mãos.

— Sim, Rose? — O professor perguntou, olhando-a.

— E quanto às duplas?

— Ah sim, bem lembrado. Eu tomei a liberdade de separá-las. — Neville levou uma de suas mãos aos bolsos, de onde retirou um pedaço de pergaminho, extremamente velho e amaçado. — Estão aqui, vejamos... — Brutus Nott e Maya Patil...

Enquanto o professor falava, tudo o que Rose repetia na sua cabeça era: “Rose e Albus, tem que ser nós dois. Rose e Albus. Rose e Albus.” Talvez se ela mentalizasse aquele mantra e repetisse por volta de umas setecentas vezes, aquilo realmente funcionasse.

— Rose Weasley e... — A ruiva prendeu a respiração naquele momento, isso devido ao tamanho nervosismo que sentia. — Scorpius Malfoy.

Quando ouviu aquele nome, sentiu vontade de gritar. Ficou paralisada encarando o nada por longos segundos, rezando para que o professor voltasse atrás e admitisse ter dito o nome errado. Tinha que ser um mau entendido, um engano. Rose tinha o seu ano letivo milimetricamente planejado e articulado, e, em momento nenhum, seus planos incluíam aguentar Scorpius Malfoy por um mês e meio. Quando finalmente acordou do transe dando-se conta de que aquilo era uma realidade, ela olhou para o loiro sentado na terceira fileira, que também não parecia nada satisfeito. Definitivamente, aquela era a primeira vez que Rose e Scorpius concordavam em algo, e nenhum dos dois pareciam felizes com a situação. O destino com certeza estava brincando com as pessoas erradas. Afinal, mais parecia um castigo do que uma brincadeira.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Me digam o que acharam. Obrigada por terem lido. ♥



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