"Se eu conseguir sair daqui, Anatoly que me aguarde"

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Enquanto o elevador subia eu fui sentindo uma imensa raiva. Ela ia se acumulando dentro de mim fazendo eu pensar mil maneiras de dar um fim ao Gartinnie. O sangue fervente percorria todo o meu corpo e eu estava sentindo uma vontade louca de socar alguém. Comecei bater fortemente na porta do elevado e a gritar. Ok, eu estava como o Hulk, apesar de que minha forma era bem estranha, eu parecia...nem sei o que....

Eu estava sentindo como se eu fosse dois em um, eu queria me controlar e ao mesmo tempo queria quebrar tudo o que visse pela frente. Algo que me fez ficar mais raivoso ainda era um barulhinho irritante que eu estava ouvindo e não conseguia saber de onde vinha.

Enquanto eu tentava me remexer no cubículo, não via nada. Senti que o som estava vindo de dentro de mim. Uma coisa que me surpreendeu foi quando minha pele havia expelido meu celular pela barriga, eu me assombrei ao ver que eu consegui formar uma outra mão que levou o celular para perto do meu rosto. Foi aí que percebi que eu possuía uma pele elástica, que ficava sólida e forte. Não sei explicar direito pois fico embasbacado de pensar sobre tal coisa. Com o outro braço que eu já possuía, e ainda sentindo uma IMENSA raiva, tentei apertar os botões de 'Ligar' e 'Desligar', mas acabei clicando no primeiro.

— Iae, Steve...Só uma perguntinha -- Era uma voz feminina, sim...a da minha irmã. -- Eu estava lembrando de quando você pegou um carinha que roubou um carro e os policiais falaram na reportagem que você deu uns 500 reais para o dono para consertar o vidro que você quebrou...então eu queria te perguntar, de onde você tirou todo esse dinheiro?

Bufei.

 Enquanto eu lutava para responder calmamente, o que me controlava me fez proferir palavras em tom alto, grosso e assombroso.

— EU PEGUEI DO LADRÃO!!! QUANDO EU CHUTEI ELE, ELE DEIXOU A CARTEIRA CAIR NO BANCO DO CARRO E EU PEGUEI!!! -- Gritei fortemente irritado.

— S-S-Steve??!!

— ARGH!!! -- Pelejei para ser o Steve que sempre fui, um ser humano, mas não deu certo.

— Maninho, 'cê' tá bem?!

— CALA A BOCA!!

— Ahn!! Que grosseria! Tchau! Não fala mais comigo!

Apertei a mão deixando meu celular em pedaços com as partes do aparelho caindo por entre meus dedos e a porta do levador se abriu.

— Agora! -- Havia algumas pessoas de preto na porta e começaram a atirar. As balas que me atingiam não me feriam muito mas não deixavam de machucar um pouco.

— SAIAM DA MINHA FRENTE!! ARRRRRGGGHH!!! -- Corri em direção a eles empurrando quem estivesse no caminho.

Eu estava com um certo medo de matar alguém pois percebi que eu não estava mais no controle, 'a coisa' só estava se adaptando ao meu corpo e mente até tomar controle completo de mim. Fiquei com medo de que eu fizesse alguma besteira mas não poderia fazer nada a respeito, eu só era um telespectador.

 Depois de passar por todos aqueles que impediam meu caminho, cheguei em um lugar onde haviam algumas pessoas mexendo em computadores e uma grande tela a frente delas. Se assustaram ao me verem e alguns pegaram algumas armas, enquanto poucas pessoas correram quando alguém ordenou.

— Ora, ora... você estava certo, Agente 15, aquele líquido poderia criar algo terrível! -- Um homem disse estendendo uma arma. Eu estava na porta ofegante, tentando não sair do controle novamente, quando ouvi o disparo. 

 O homem que estava mirando a arma para mim, atirou bem no meu peito. 3 segundos depois tudo estava rodando, meu corpo não aguentou e caiu no chão gélido. Quando caí, minha mão direita ficou perto do meu rosto, me fazendo perceber que eu estava com uma cor mais cinza. Um cinza escuro. 

 A pessoa que havia me feito cair no chão se aproximou com algo que possuía uma forma diferente: Um grande cilindro preto posicionado horizontalmente e uma parte retangular um pouco abaixo para se segurar, como se fosse um revólver. A pessoa se aproximou mais, agachou e colocou o que estava em sua mão no meu braço esquerdo.

Foi aí que tudo ficou preto.