Sua Ruína escrita por Nora Cipriano


Capítulo 1
Sua Ruína


Notas iniciais do capítulo

Yo baby's como vão?
Pois bem, vim eu novamente com mais uma pequena one pra vocês, ela mexeu bastante comigo, me disseram que poderia vir a ser um desabafo e quem sabe não seja mesmo? Eu fui incentivada por uma amiga a escrevê-la, a ideia é ser uma Creepypasta, então não sei se ela atinge esse objetivo ^^

Espero que apreciem a leitura, e me digam, caso queiram, o que acharam da narrativa.
Obrigada por mais uma vez estarem comigo ♥
Bjos baby *m*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/766626/chapter/1

Sua Ruína

 Capítulo Único.

“A virtude, tal como os corvos, aninha-se nas ruínas.”

— Anatole France

A escuridão era tudo o que estava à frente, envolvia-me como sempre com seus braços gélidos e mortíferos, a escuridão como sempre me tratava como eu merecia, afinal, era para isso que eu a usava, para me esconder. Não pense você que eu sou uma coisa qualquer, não, pequena, eu sou aquilo que você mais teme, aquilo que você apenas imagina, aquilo que você não vê… Como enfrentar aquilo que você não espera, que chega sorrateiramente e te envolve num abraço mortal e silencioso?

Todavia, eu te vejo, todo o sempre! Vejo-te quando você vai para o seu trabalho, vejo-te quando está no caminho da academia, vejo quando se prepara para dormir, eu estou sempre ali, espreitando e observando, mas você nunca me vê. Eu espero pacientemente o dia em que eu te levarei comigo, eu sigo seus passos como a névoa que se espalha numa noite fria, eu te vejo.

Eu te abraço de vez em quando e você se agita, incomoda e sempre acorda assustada. Eu espero pacientemente pela próxima noite e a outra e a outra depois dela, porque eu sou seu e nem você pode mudar isso. Eu cuido dos seus problemas, na verdade, eu os planto em sua cabeça, minha pequena, acha que eu não cuido disso? Claro que cuido, afinal, eu sou a sua ruína. Minhas garras a tocam de tempos em tempos, meus braços a envolvem com certa frequência e, ah, minha querida, meus lábios te tocam também e, quando isso acontece, você chora. E como eu amo essa sensação, suas lágrimas exclusivamente minhas. Por minha causa.

Eu sento ao seu lado e quando se deita, eu a envolvo como a maioria das noites, raríssimas são aquelas que você consegue me deixar longe. Raríssimas. Eu, às vezes, deito-me com você; às vezes, fico ao seu lado enquanto te olho, apenas a centímetros do teu rosto. Acho que, por vezes, você consegue me ver na escuridão, quando ofega e se senta procurando qualquer coisa nela. Nunca encontrando. Mas eu estou bem ali, bem na sua frente. Mesmo quando a luz está acesa, sei que você se importa com o escuro. Eu não ligo se está claro ou não, apenas ligo se você está sendo cuidada por mim.

As paranoias, as crises, a raiva… Ah! A raiva, minha favorita de todas elas, pode apostar que amo quando você derrama seu sangue, a preciosidade líquida. Ah, cada corte, cada abertura na carne me deixa em êxtase, porque é isso que eu quero, minha querida: sua ruína, seu choro, sua dor. Quanto mais você me der, mais eu cuidarei de você, mais eu me prenderei a você e mais te levarei para o fundo do poço. Porque você é minha e, em algum momento, eu te arrastarei comigo de forma avassaladora. Eu quero que você fique horas na cama, alimentando-me da melhor maneira. Você sabe. Desejando tua morte, desdenhando de sua capacidade e, ah, a minha favorita, alegando o quão inútil é… Essa com certeza é minha favorita, porque você já é tão minha que não enxerga mais nada.

Você é tão minha que se deixa afundar cada vez mais, eu a envolvo assim mesmo, mesmo quando grita na escuridão da noite, quando chora descontrolada e quando diz minhas palavras favoritas: “Desejo morrer!”. Ah, ali, eu me realizo por completo, mas você me engana e volta atrás. Assim, eu pacientemente a envolvo, eu posso esperar, sempre posso… Você se envolveu por completo agora, a sua ruína já está lhe beirando e você não percebe. Já não tem mais vontade de sair, de levantar da cama e eu estou o tempo todo cuidando de você, dizendo o quão imprestável você é e você agora sei que pode me ouvir, querida, eu te quero e mais ninguém te quer. Consegue acreditar em mim? Você os vê aqui? Seus pais, seus amigos, seu namorado... Eu também não os vejo aqui, minha querida, mas eu estou aqui. Consegue sentir o quão envolvidos estamos? Consegue sentir meu corpo colado no seu? Eles te acham uma inútil, um nada, não faz falta. Se deixe levar por mim.

Ah, querida, eu posso te fazer se sentir melhor, esse fardo pesado demais ficará tão leve, você irá parecer um balão… ah, vai sim. O mais leve dos balões! Vamos, minha querida, não ligue para essa outra voz que começou a surgir de repente, ela não te conhece como eu, ela não te observa como eu, ela não te afunda como eu. Por que viver na esperança? Ah… A esperança só te decepciona, lembra? Eu não vou te magoar, porque eu já sou a mágoa, e a dor, e o choro… O desespero.

Eu sou a sua ruína, ainda se recorda disso? Então, venha para mim, pule em meus braços para que assim possamos juntos ir para o limbo… ah, minha querida, todos que eu já amei estão ali, eu os levo comigo, sabe? Para sofrerem eternamente. Vá na sua varanda, corte a tela de proteção, assim, querida, com o corte mais rápido que você puder, apenas para passar os ombros! O resto apenas vai com o impulso! Se pendure no parapeito com minha mão te apoiando, ah, querida, vá até o fim, jogue-se.

Eu te vi cair, vi seu arrependimento no momento em que se jogou, vi em seus olhos a traição, não achou mesmo que eu fosse com você, achou? Estava enganada, como se enganou com todos, deveria ter dado ouvidos a eles, mas preferiu a mim e, no seu momento final, eu te deixei ir só, porque eu tenho outros a quem encantar, a quem seduzir, a quem arruinar, porque você é apenas mais uma em minhas mãos, apenas mais uma na estatística, apenas mais uma que caiu nos meus encantos… sabe quem eu sou?

Ah, querida, no momento em que seu corpo explodiu no solo, eu lhe gritei meu nome: eu sou a depressão, por mais alguém, tenha certeza que irei viver. Pelo próximo depois dele, o próximo depois desse outro, pois eu sou o câncer que cresce na mente. Eu sou aquele que te faz tirar a vida, sem nenhum esforço e sem sequer sujar as mãos.

Tudo depende de você. [Porque é você que vai] Morrer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada para quem leu.
Bjos baby *m*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sua Ruína" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.