Descoberta escrita por Harine


Capítulo 1
Diferente


Notas iniciais do capítulo

Oi, meninas. To eu aqui, mais uma vez, humildemente, postando a fic que era pra ter sido postada no dia dos pais, mas a pessoa enrolada que só, cagou tudo. No fim, é o que me resta, ainda bem que, pelo menos, estamos em agosto. Boa leitura, amoras ♥



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Um ano e meio desde aquela viagem.

A nova integrante da família preenchia todo o espaço da casa de uma forma imperturbável, dominando como seu próprio território, descobrindo cada novo objeto diferente, avaliando tudo ao seu redor. Um mundo tão grande para uma pequena e curiosíssima Uchiha. 

Sasuke havia acabado de chegar em casa do escritório do Hokage. Naruto havia apontado a premente necessidade de continuidade da missão, aquela missão, de viagem às outras dimensões para buscar mais informações sobre o exército formado por Kaguya e tudo aquilo à ela atinente. Sakura já estava de sobreaviso que, em algum momento, a necessidade falaria mais alto. Naruto havia conversado com ela por algumas horas, mas não em sua presença. Soube disso quando teve de se dirigir ao escritório e a encontrara saindo de lá, dando-lhe um sorriso leve, mas com um semblante de tristeza. Nada muito intenso, no entanto, mas ela estava lá e isso o incomodara.

Soubera depois que Naruto havia conversado com sua esposa sobre a missão e que ele, já tendo ciência do fato futuro, irreversível e imperioso, estava apar e, também, de sobreaviso. Havia, ainda, muito a ser resolvido até que o martelo fosse batido e a data da sua ida, determinada.

Restava-lhe, após conversar intensamente com Sakura sobre a missão e as preocupações advindas da atual situação de sua família, observar e esperar até que Naruto oficialmente repassasse a ele o pergaminho de autorização de saída para que partisse. 

Sakura estava em casa, sentada no chão de tatame colorido, com dois livros no chão abertos e com diversas marcações, enquanto segurava um terceiro, lendo-o com uma concentração invejável a qualquer pessoa que tivesse vontade de sentar a bunda em uma cadeira e estudar por, pelo menos, 5 horas. Estava próxima de Sarada, que, no momento, colocava-se de pé, observando alguns brinquedos mais distantes de sua antiga posição. Caminhava já quase equilibrada, apontando para o brinquedo e resmungando que os queria e que estavam longes demais para seja lá o que ela quisesse fazer.

O timbre de sua voz cortou o semi-silêncio do ambiente, uma vez que Sarada seguia conversando consigo mesma e com seus brinquedos. O grave tadaima surgira preenchendo os ouvidos das duas únicas pessoas ali presentes, tendo, por agora, dois pares de olhos voltados para si: dois tão verdes quanto os campos e um tão negro quanto o céu noturno, ou melhor, quanto o seu

Sakura sorrira para ele e seu okaeri se pôs carregado de muito carinho. Já a pequena observara o que sua mama dissera e tentara pronunciar para seu papa o mesmo dito: okaei, foi o que saiu. A cena gerou mais um momento de silêncio e admiração para com a pequena; o "muito bem" vindo dos dois acalentados e embasbacados pais demonstrou à pequena que havia acertado e que era certo dizer aquilo. Cada dia se sentiam mais admirados com os progressos de sua primogênita. Sarada estava feliz, sentou-se sorridente e logo um shannana foi dito, para, depois, pegar com aquelas pequenas mãozinhas uma kunai de brinquedo que jazia antes, próxima à pequenina. Sakura... bem, como qualquer mãe que se preze, quase derreteu, e foi impossível não soltar uma leve risada de sua tsuma. Já havia tirado a capa e as luvas e estava, agora, também sentado no chão perto de Sarada. 

Sarada era uma menina muito bem desenvolta em seu um ano e meio de vida. Consegue quantificar unidades, fala bem, apesar de, às vezes, se perder nas palavras que carregam o tom do 'r', tem uma ótima memória, é comunicativa e ama animais.

Sakura perguntara a Sasuke se tudo havia ido bem com as atividades, treinamento e com Naruto. Dali, iniciaram uma conversa sobre estas e outras questões, que se revelavam importantes, considerando a conjuntura da situação. Ele iria em breve e deixaria seu mais precioso bem sob a proteção da Vila

Havia um sentimento intenso de incômodo por conta desta necessidade. Era compreensível, mas, ainda sim, quem em sã consciência se sentiria bem em partir e deixar sua família para trás, dessa forma? Tendo ainda tanto a viver com elas, a aprender com sua filha, que cada dia mais se mostrava maravilhada com o mundo ao seu redor?! Dores advindas do sinuoso caminho de perdição no qual entrara antigamente resvalavam no seu presente brilhante. 

Sentiu duas mãozinhas se apoiando em sua perna, para, depois ter sua preciosidade sentada em seu colo, olhando-o com certa curiosidade. Ela sorriu e todo e qualquer pensamento relativo à sua ida e seu passado se desintegraram; sua mente focava, agora, naquele ser mais puro e belo que ali estava.

—- Oh, Sasuke-kun, por favor fique com ela. Vou preparar o café da tarde para nós. 

Sasuke tão somente assentiu e Sarada, por um instante, acompanhou sua mama saindo dali. Ficara de pé, apoiara-se nos ombros de seu papa para não perdê-la de vista. Chamara-a com um breve mama, o qual Sakura respondera ternamente, dizendo que ia preparar o papá e que já voltava

Sarada deitou sua cabeça no ombro de seu papa, ainda olhando na direção de onde sua mama antes estava. Ele preferiu deixar a pequena se movimentar e aninhar do jeito que quisesse, ali. Queria que o tempo parasse.

Sarada se movimentou e, ficando em pé, pegou os cabelos do pai, sem puxá-los, olhou-o, encarando seu único olho a mostra. Seu coração se apertava ao mesmo tempo que se enchia de deslumbramento. Contudo, nada fazia, só observava aquela curiosidade impulsiva de Sarada. 

Ela, então, levantou a mecha de cabelo que ficava caída em seu rosto. Os olhos da Uchiha se surpreenderam com o que havia ali e ela ficou sem reagir por algum momento, tão somente observadora, analista, quase rememorando ao semblante de Sakura, em toda sua concentração

Sakura, tendo terminado o café, resolveu ver como as coisas estavam, já que não ouvia nada. Esse tipo de silêncio, ultimamente, se tornara um sinal de possível perigo, ou seja, a chance de sua filha estar aprontando algo era de alta porcentagem a níveis alarmantes.

 

O que ela viu, no entanto, foi uma cena peculiar. Sua filha havia levantado a mecha de cabelo de Sasuke que cobria seu rinnegan. Ela olhava para os olhos de Sasuke, ora para o que detinha o sharingan, mas que não estava ativado, ora para o rinnegan. Ela estava assustada? Surpresa? Nem Sakura conseguia dizer.

Estranheza se punha neste momento, com essa situação causada por Sarada. Ela não parava de olhar ora para seu olho normal, na medida da normalidade de um Uchiha, ora para seu rinnegan. Ainda com a mecha de cabelo levantada, ela olhou para trás, e ele deduziu que Sakura estava observando a atual situação.

Sarada, então, chamara sua mama, para perto. Ajoelhando-se ao lado de Sasuke, segurando levemente seu riso quando percebeu a expressão estranha que Sasuke estava no rosto, perguntou à pequena Uchiha o que ela queria. Ela, então, levantou mais a mecha que segurava, dizendo um mama, olha!

Sakura observou a reação desconcertada de Sasuke e percebeu que sua filha demonstrou certa insistência para que ela olhasse. Fê-lo, obviamente, não queria uma filha zangada em um momento tão doce.

Ela olhou para o que sua filha havia descoberto a pouco, para o rinnegan. Sakura riu levemente e ele entendeu que estava tudo bem.

A Uchiha olhava, agora, para sua mama. Novamente, seus olhos se tornaram o foco. Logo em seguida, ela olhou para Sasuke, e, novamente, passou a intercalar entre cada um de seus pais. 

Um suspiro perceptível acabou saindo, pois sentia essa situação um tanto quanto estranha. O que sua filha fora logo causar, ein? Isso não passou desapercebido pelas duas moças que estavam na sala. 

Sarada, então, riu e se aproximou para analisar mais de perto o olho de seu papa. Essa reação pegou ambos os pais de surpresa, mas nada que os fizessem recuar. Ela, novamente, riu e soltou um papa em alto e bom som e riu mais uma vez. 

Sasuke estava, mais uma vez, entregue a plenitude daquela paz que só sentia quando estava com sua família. Resolveu perguntar à filha o que achava tão engraçado e ela apenas o olhou e sorriu. Sakura estava observando aquela cena em um deleite impossível de ser descrito.A importância destes pequenos momentos... 

Sarada, então, tirou a pequenina mão que tocava antes abaixo dos olhos de Sasuke para tocar nos seus. Sakura sorriu com essa reação e Sasuke disse à Sarada:

—- Você terá este, na verdade. 

E, então, ativou o sharingan. 

Sarada, com uma expressão de plena surpresa, com sua boquinha aberta em um 'o', olhava para sua mama e para seu papa sem dizer nada. 

Ela se aproximou, como fez outrora com o rinnegan, avaliou-o, comparou com o rinnegan, colocou as duas mãozinhas uma em cada lado do rosto de Sasuke e riu a mais pura risada que uma criança de um ano e meio poderia dar. 

Sasuke acabou tomá-la em um abraço, ainda enquanto ria, e Sakura só poderia reagir, primeiramente surpresa pela reação de seu Sasuke-kun e, depois, por ver esse amor tão intenso e magnífico que estava rodeada. Ela não queria interromper, mas, em algum momento, percebeu que ela deveria estar ali e fazer parte daquilo. 

Sarada, como se lesse sua mama, riu e a chamou com a mãozinha. Sasuke a fitou e ela sorriu, com o rosto levemente avermelhado. Lembrou-se, então, do motivo que fizera com que ela fosse novamente à sala.

—- Oh, o café!

—- Ah... Vamos tomá-lo, então. -- Sasuke disse, levantando-se somente com a força das pernas e segurando sua pequena Uchiha com seu único braço. 

Sarada se assustou quando ele levantou, mas logo riu, quando sentiu a confiança e segurança que seu papa transmitia. Sakura fora ajustar as bebidas, Sasuke colocara a pequena na cadeirinha e ele se acomodara ao lado dela, não sem antes perceber um olhar um tanto quanto incomodado de sua filha. 

—- Papa! -- Chamou com vontade.

—- O que há, Sarada? -- Disse. 

—- 'U' cabelo! -- Disse, gesticulando como se estivesse a tirar algo de sua frente. 

De início não havia compreendido, mas logo percebera a intenção de sua filha. Suspirou novamente. 

—- Ah... 

Então, tirou a mecha que cobria o cabelo e a pequena riu, satisfeita. Ela o olhava, sorrindo, fazendo pequenos barulhinhos por conta dos risos. 

Sakura voltou com as bebidas e se sobressaltou com o pleno rosto de seu marido descoberto, tão evidenciado quanto podia. 

—- Sa-suke-kun? 

Sua filha, então, riu e tão somente disse:

—- Shannana!!

Sakura fitou Sarada e Sasuke por algum tempo, Sasuke perguntou se havia algum problema e ela, prontamente, disse que não. Riu internamente, Sasuke-kun cedendo aos caprichos de Sarada, shannaro...

Ela serviu a todos e se serviu, sentando-se do lado oposto ao de Sasuke.

—- Acho que temos um 1 x 0 para Sarada aqui, ein, Sasuke-kun?!

Sasuke, ao terminar de mastigar, olhou intensamente para Sakura, já que estava com sua visão totalmente ampla. 

—- É, parece que ela é igual a você. 

Sakura, que estava já pronta para pegar o pedaço de outra fruta que havia em um dos pratos, se surpreendeu com o dito. Ele estava sendo tenro. Sim, estava, ah, Sarada... 

Só poderia balançar a cabeça com a reação um tanto quanto boba de sua esposa. Estava com o rosto avermelhado, havia sido quebrada por um elogio. O que há de mais nisso? Era o que questionava em silêncio. Sakura soltou uma leve risadinha, seguida de Sarada que ria com a sua kyoho¹ que girava no prato.

Pacífica, com uma Sarada de fundo rindo, comendo e brincando com as frutas, com Sasuke e Sakura trocando breves olhares entre si e a pequena, foi que aquela tarde se sucedeu.

Nem a escuridão, a viagem, nem o tempo; nada, nem ninguém, desde os pequenos gestos e momentos às mais grandes demonstrações, podem determinar a intensidade de um amor dentro de uma família. Especialmente, no Clã Uchiha. 


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Notas finais do capítulo

¹Kyoho é um tipo de uva que foi cultivada em 1937 no Japão como um cruzamento entre as espécies Ishiharawase e Centennial. A pele do Kyoho é fácil de descascar e é descascado geralmente antes de comer. 

É isso. Não é nada de mais, só pra deixar meu coração mais livre, pois ultimamente to muito família. Coloquei a class como comédia porque não tinha família e nenhum outro se enquadrava no que eu queria colocar. Enfim, eu quero muito poder construir algo como sharingan de novo, mas preciso de espaço e tempo pra vir a vitória da escrita. kkkk ai gente, só riso pq se for pra chorar, vai dar ruim. Obrigada por lerem e por confiarem nesse ser humano aqui. Espero que tenham apreciado e até mais ver ~



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