De repente, pai escrita por Thalia Tsukiyomi


Capítulo 2
Capítulo 2 - Responsabilidades




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Era umas oito horas da noite quando finalmente cheguei na casa dos meus pais. Por incrível que pareça, Sarada dormia tranquilamente em meus braços.

Meus pais ficaram sabendo do falecimento de Sakura, porém, não foram convidados para comparecer. Antes de sair da minha casa, os avisei que passaria a noite na casa deles.

Foi um baita susto quando me viram parado na entrada da casa com um criança em meus braços.

— Sasuke... – Mikoto Uchiha, falou quase em um sussurro, dando-me espaço para passar.

Os seus olhos negros marcados por expressões – denunciava os seus 54 anos de idade –, me seguiam. Procuravam alguma resposta do que eu estava fazendo com o pequeno ser indefeso em meus braços.

Minha mãe me ajudou arrumar um lugar para deixar a Sarada descansar enquanto eu explicava tudo o que tinha acontecido.

Sentei-me de frente para o meu pai, Fugaku Uchiha – um senhor de 60 anos com um rosto tanto quanto carrancudo.

Enquanto meus pais bebiam o chá verde, expliquei tudo.

— Eu não consigo entender o porquê da Sakura esconder isto de mim. – Suspirei, bagunçando os meus cabelos. – Não teria como vocês ficarem com ela por um período?  

Eu tinha que fazer esta pergunta, afinal, tinha que me organizar direito e sem contar que sou um cara solteiro de quase trinta anos, sem nenhuma noção de como cuidar de uma criança.

Aquela coisa toda que aconteceu na residência dos Harunos, foi provavelmente o calor do momento.

— É claro que não! – Disse minha mãe, parecia que iria explodir com tantas informações. – E você tem ideia de como é difícil criar uma criança?! Faz ideia do quanto me sacrifiquei até agora?

Não consegui dizer sequer uma única palavra perante as da minha mãe. A única coisa que consegui fazer foi abaixar a cabeça.

Gostaria de ter essa conversa com o meu irmão mais velho presente, ele sempre sabe o que fazer ou o que dizer. Não importa o problema ou o assunto, ele sempre tem uma solução.

— Mesmo que ela não tenha o seu nome, a criança carrega o seu sangue, ela é responsabilidade sua. – Meu pai disse calmamente após bebericar o seu chá.

— Tem que colocá-la numa escolinha e buscá-la no horário certo! – Minha mãe disse. – Fazer uma boa refeição é muito importante...

Eu tentei absorver toda a informação que a mulher ao meu lado dizia.

E o que eu entendi, é que cuidar de uma criança não é tarefa fácil, e infelizmente, elas não vem com nenhum tipo de manual.

{...}

No dia seguinte, decidi voltar para a minha cidade o mais cedo possível. Eu teria que ir comprar algumas coisas para a Sarada; cobertas para ela dormir e roupas – pois Mebuki só me entregou uma sacola de papel com poucas peças de roupas e o caderno de nascimento. Nessa caderneta estavam escritas, com letras bonitas – que eu conhecia bem, era a letra de Sakura -, informações detalhadas sobre o nascimento de Sarada e suas vacinas.

O café da manhã foi bem silencioso e quieto. E por algum motivo, Sarada evitava olhar o máximo possível para o casal de meia idade.

Depois da refeição, partimos logo em seguida. Deixamos as coisas em minha casa e formos fazer as compras.

— A mão. – Disse ela baixinho, segurando uma das minhas. – Tem que segurar, senão é perigoso.

— Tá bom...

Falando assim, parece até que eu corro perigo...

Rapidamente chegamos no centro. Nunca tinha reparado no grande número de pais e filhos... - Acho que é porque não levo jeito com crianças, costumo tentar não olhar muito para elas.

A pequenina me puxou para a primeira loja de roupas infantis que viu.

— Gostei daquela roupa! – disse a criança ao meu lado, me puxando.

— Esta?

Era uma blusa de mangas longas e bastante colorida com várias flores abstratas – eu acho.

— Sim.

— Certo... E qual é o seu tamanho?

— Eu não sei.

Como eu iria saber se a roupa caberia nela se aqui não tem um provador?

Talvez vestir por cima da roupa que ela está?

Discretamente olhei para os lados, e notei que uma mulher media uma roupa nas costas de uma criança.

Não custa nada tentar...

Pedi para que Sarada ficasse de costas para mim, e eu tentei fazer a mesma coisa.

Ceus, isso é muito difícil!

— Tem que comprar roupa um pouco maior quando é para criança, não é?

— É.

Ela parecia que estava se divertindo na loja, olhando as mais diversas roupas e escolhendo cada peça com cuidado.

E ela parecia bem responsável quanto a isso.

— O que mais você costuma vestir? – Perguntei observando ela escolher mais uma calça. – Você não gosta de saia?

— É que no maternal não pode usar saia. – Ela disse simplesmente, como se fosse a coisa mais óbvia, colocando a calça no carrinho de compras.

— Eu não sabia...

Foi então que me lembrei do que minha mãe tinha dito! Amanhã é segunda-feira e eu nem procurei uma escolinha.

Quando finalmente decidimos voltar para casa, eu estava cheio de sacolas – pelo menos comprei tudo o que Sarada precisava no momento. —, a pequena andava ao meu lado, segurando a barra da minha blusa.

— Estou cansada, Sasuke... – reclamou baixinho.

— Por favor, aguenta só mais um pouco, já estamos perto de casa. – Eu disse, também cansado.

Não me lembro de ter feito tantas compras assim em um único dia. Espero que eu não tenha me esquecido de nada, é muito complicado comprar coisas para crianças e sem contar do quão caro são as coisas!

— Também estou com fome... – Suas bochechas ficaram vermelhas com o barulho do seu estômago.

— Chegamos. – Coloquei as compras no chão, procurei as chaves pelos bolsos da calça.

Assim que consegui abrir a porta, dei espaço para que Sarada entrasse primeiro.

Coloquei as sacolas em um canto da casa e fui fazer o almoço. Nada mais que arroz e peixe com verduras.

Ela realmente estava com muita fome, comeu todo o arroz da tigela.

— Quer mais? – Eu perguntei, ela balançou a cabeça afirmando. – Só tem arroz, acabou a mistura.

— Pode ser só bolinho de arroz.

Coloquei um pouco mais de arroz na tigela dela, fui até a geladeira procurar alguma mistura.

— Tem tomate para rechear o bolinho, quer? – Perguntei olhando para ela. Sarada fez uma careta.

— Quero sal.

Entreguei o que ela pediu, rapidamente correu para a mesinha onde estávamos. Colocou uma pitadinha de sal no arroz branco, molhou a mão no chá gelado de seu copo e depois pegou uma pequena quantia do arroz e modelou entre suas mãos.

— Pra você. – Ela estendeu um bolinho de arroz para mim. – Ah.

Eu repeti o mesmo gesto dela, abri a minha boca e ela me deu a comida.

Logo depois, fui tomar um bom banho e aproveitei para dar um na Sarada também, sem jeito lavei o cabelo dela e penteei. Não demorou muito para que ela fosse tirar um cochilo.

Enquanto ela dormia no seu novo futon, decidi pesquisar sobre escolinhas para ela. Poucas eram as que ficavam perto de onde eu moro.

Tem três lugares onde podemos ir:

Escola maternal A – é perto de casa, mas fecha às 18:30 horas

Escola maternal B – É perto do trabalho e fecha às 19:30 horas. 

Escola maternal C – é ainda mais longe que a empresa, trabalham 24 horas. Mas só posso deixá-la por no máximo dez dias.

Por alguma razão, a escola B parece a melhor... Mas será que consigo sair da empresa antes das 19:30?! – acabei de pegar folga por causa do funeral...

 

{...}

Já perto de irmos dormir, eu finalmente optei pela a escola C que fica mais longe que a empresa, mas tem um horário mais flexível.

E será que vou conseguir matricula-la em outra escola maternal dentro de dez dias?!

Sarada disse que gostaria de dormir ao meu lado, então coloquei o seu futon ao lado do meu, e pela primeira vez, eu a vi sorrir para mim.


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Notas finais do capítulo

Desculpem quaisquer erros.
Qualquer coisa, aceito alguém para dar uma revisada nos próximos capítulos



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