Um Novo Alvorecer escrita por JC Forbes


Capítulo 9
Capítulo Nove — Bênção




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Katara foi a primeira a acordar, o sol ainda estava fraco, pela janela ela viu a bagunça da festa deixada na praia. Saiu do quarto sem fazer barulho e foi até a cozinha, colocou a água para esquentar e começou a preparar umas torradas.

Pouco tempo depois Zuko apareceu, abraçou a dobradora e deu um beijo de bom dia, os olhos estavam inchados e os cabelos bagunçados, porém não se preocupou em se arrumar, não estava no palácio então podia ficar um pouco mais relaxado.

Toph dormia como uma pedra, Muka nem tentou acordar, não queria levar pedrada na cara logo de manhã. A viajante foi para a cozinha e se deparou com a melação do casal, fez cara de nojo e deu meia volta, resolveu ir acordar Sokka, havia até preparado a água para atacar nele, porém a porta estava trancada.

— Sokka. — Muka chamou, mas sem resposta. A menina suspirou entediada, resolveu ir assistir o casal na cozinha.

Quando Zuko e Katara notaram a presença dela, Katara voltou a prestar atenção nas torradas e Zuko se sentou do lado oposto de Muka.

— Bom dia, dormiu bem? — Zuko começou a puxar conversa, a menina revirou os olhos.

— Vocês fizeram muito barulho, suas risadas me irritaram e não consegui dormir direito. — Respondeu debruçando sobre a mesa.

Zuko olhou para Katara tentando segurar o riso, pediu desculpa e resolveu ir a praia arrumar a bagunça que fizeram. Katara se virou para a chaleira escondendo o rosto vermelho.

— A porta do quarto do Sokka está trancada.— Muka disse roubando uma das torradas. — Ele nunca dorme com a porta trancada.

— Ontem a noite Zuko e eu ouvimos ele conversando com alguém.

— Então eles dormiram juntos. — Muka pensou alto.

— Eles quem? — Zuko perguntou entrando na cozinha, carregava um saco de lixo com vários outros dentro, precisariam de muitas sacolas para juntar toda a sujeira.

— Sokka dormiu com uma garota. — Katara falou servindo o chá. — Isso significa que ele já está esquecendo a Suki.

— Não gosto dessa Suki. — Muka falou com a boca cheia.

— Vou chama-los para o café. — Katara disse olhando feio para o mal comportamento de Muka e indo para o quarto onde Toph desmaiou, mas antes de entrar pensou melhor e resolveu deixa lá acordar no tempo dela, conhecia a tempo suficiente para saber o quão irritada ela fica quando é acordada.

— Sokka o café está pronto, traz a sua amiga também. — Bateu na porta do quarto do irmão e o chamou.

Sokka acordou no susto com as batidas de Katara, olhou na direção da cama e Azula o encarava.

— Bom dia. — Falou, sua voz estava rouca e seu pescoço doendo.

— Eu estou com fome. — Azula respondeu se levantando, já estava acordada há um tempo, havia se arrumado e organizado suas coisas.

— Ok. — O rapaz se levantou se despreguiçando. — Já trago algo.

— Obrigada.

Ao chegar na cozinha, Sokka foi bombardeado de perguntas, Katara estava curiosa para saber quem era a garota, porém Sokka disse que ela já estava de saída e não ia ficar para o café.

— Então porque está levanto essas torradas para o quarto? — Muka questionou. — Você não precisa de duas xícaras de chá. — Confrontou.

— Muka pare de fazer perguntas a Sokka, talvez ela seja tímida. — Zuko interferiu e piscou para o futuro cunhado, imaginava que Sokka queria ficar mais tempo a sós com a garota.

Sokka agradeceu mentalmente, seguiu para o quarto, chegando lá trancou a porta novamente. Colocou as xícaras e as torradas em cima da cama e se sentou do lado de Azula.

— Dois copos? — Olhou curvando o cenho.

— Você realmente achou que deixaria você tomar café sozinha? — Sokka perguntou pegando um das torradas. Azula sorriu e negou com a cabeça. — No mínimo seria estranho eu deixar minha "companheira" comer sozinha. — Fez uma longa pausa antes de fazer a próxima pergunta. — Então o que vai fazer? Digo... Depois de pegar os documentos.

— Não sei, não quero fugir como uma covarde, mas também não quero desistir da coroa. — Azula respondeu encarando a torrada.

— Você é uma princesa, pode encontrar algum príncipe com parafuso a menos que te aceite. — Azula riu dando um leve tapa no braço de Sokka.

— Você é um idiota. — O rapaz deu de ombros sorrindo.

Se encararam por um tempo, até que desviaram o olhar constrangidos.

— Quer mais chá? — Sokka perguntou se levanto já virando para a porta.

— Não, obrigada.

— Quando eles saírem eu te aviso. Bem... Tchau.— Sokka saiu do quarto sem jeito.

Na cozinha só se encontrava Muka, pois Katara e Zuko já haviam ido a praia. Sokka passou direto pela menina e foi lavar a louça.

— A Azula ainda está lá no quarto? — Muka perguntou baixo.

— Como você sabe? — Sokka se virou para a viajante.

— Já ouvi essa história muitas vezes, você vai ajudar ela pegar a caixa com os documentos e depois ela vai ir embora. — Muka contou entediada.
— Azula está diferente... E eu nunca ajudaria um inimigo assim tão fácil . — Ele respondeu cruzando os braços.

— Não iria ser a primeira vez. O meu... — A imagem de Muka desapareceu e voltou em um instante. — Vai ficar louco, não tanto quanto o...

— Muka você está bem? — Sokka se aproximou preocupado depois da imagem da menina sumir e aparecer de novo.

— Estou, é normal acontecer isso quando começo falar do futuro, como se o universo me impedisse de mudar o passado, assim como aconteceu quando tentei salvar Aang. — Muka engoliu a própria saliva, olhou para baixo, queria ter salvo Aang.

Sokka pediu para que ela não contasse a ninguém Azula, Muka deu de ombros e perguntou por que estava ajudando a Azula, o rapaz respirou fundo antes de responder.

— Ela vai fazer o que é certo.

— Como você tem tanta certeza?

— Assim como Katara guia Zuko, irei guia-la para o bem.

Sokka deixou a cozinha, as perguntas de Muka o fizeram ficar pensativo, não sabia se concordava com ele mesmo. O rapaz caminhou até o quarto que a garota cega dormia enquanto pensava "Vou ficar com a sala" imitava a voz da amiga "Mentirosa" concluiu o pensamento abrindo a porta do quarto. Toph estava em um sono profundo, babava em cima do travesseiro que abraçava. Sokka jogou alguns pingos de água no rosto de Toph, a garota cega deu um chute no ar e acertou o rapaz, Sokka voltou para a cozinha voando com o golpe. Mas no fim conseguiu acordar a menina, depois de Toph comer Sokka expulsou as duas da casa.

— Pode sair. — Avisou Azula dando leves socos na porta.

Os dois foram até o quarto ao lado, onde Zuko havia guardado a caixa, após alguns minutos de procura encontraram dentro de outra caixa em cima do guarda roupa.

Após Sokka pegar a caixa e entregar a Azula, a princesa pegou um porta retrato com a foto da família real e guardou no bolso do longo casaco que cobria quase todo o corpo.

— Sabe, você não precisa ser rainha para ser amada e respeitada pelo povo, sua mãe além de ter esse título sempre foi uma mulher muito boa e gentil. Nem sempre é melhor ser temido do que amado.

— Obrigada. — Azula agradeceu, se aproximou mais do rapaz e o abraçou, ele retribuiu apertando mais o abraço. Azula beijou Sokka no rosto e depois saiu correndo da casa com a caixa em mãos, tinha que sumir com aqueles documentos o mais rápido possível.

— Espero que tenha feito a coisa certa. — Sokka disse pra si mesmo encarando a porta em que Azula acabará de passar.
"E no fim Muka estava certa." Pensou indo se juntar aos amigos.

***

Já na praia o grupo se despedia do mar e da areia, estavam voltando para o reino. A viagem foi tranquila, Katara e Sokka foram até a casa da avó, enquanto Toph foi para casa dizer aos pais que estava bem, Zuko e Muka foram para o palácio, a garota foi para a biblioteca, nos últimos dias havia estudado tudo o que podia sobre a dobra de ar, precisava voltar mais forte para o seu tempo e parar os ataques da Avatar. Já o rei foi para uma reunião com o seu tio, queria se atualizar dos últimos acontecimentos.

O dia foi corrido para todos. A noite Zuko foi a casa de Kana para pedir a bênção para o casamento, não conseguia esconder o nervosismo, por mais que já conhecesse a senhora e soubesse como ela era gentil, ainda sentia medo de algo dar errado.

Chegando na frente da casa de Katara, Zuko respirou fundo e se preparou, bateu na porta e sorriu ao ver Katara abrir a porta, ela o abraçou e deu um beijo rápido, logo o puxou para dentro da casa, estava mais contente que o normal.

Kana entrou na cozinha e fez referência, mesmo o próprio Zuko já ter tido que não precisava. Se Zuko já estava nervoso e com medo de pedir a avó de Katara, todo esse sentimento de multiplicou ao ver seu futuro sogro encarando com a cara fechada as mãos dadas dele com a filha.

— Pai, esse é o Zuko...

— Prazer em conhecê-lo majestade. — Hakoda se levantou e estendeu a mão.

— O prazer é todo meu Senhor Hakoda, e pode me chamar de Zuko, não precisamos de tanta formalidade. — Zuko disse enquanto apertava a mão do futuro sogro.

— Pode se sentar, o jantar já está quase pronto, vou deixá -los a sós. — Katara sorriu para Zuko ignorando o olhar desesperado dele e foi até a cozinha ajudar a avó.

Os três rapazes sentados a mesa se encaravam, Hakoda esperava que Zuko puxasse alguma conversa, já havia reparado que Katara estava diferente de mais, estava muito feliz para um simples jantar familiar comum. Já Sokka apenas tentava conter o riso da cara de Zuko.

— Bem... É, Senhor Hakoda vim aqui hoje para pedir a bênção do senhor para casar-me com sua filha. — Zuko falou sério, aproveitou o pingo de coragem que teve.

— Vocês têm minha permissão e bênção, mas quero que cuide bem de minha filha, ela pode até ser sua rainha, mas continuará sendo sempre minha princesinha. — Zuko sorriu confuso, estava feliz e aliviado por Hakoda ter aceito, mas não iria ignoram o tom de ameaça das últimas palavras.

— Irei cuidar dela, o senhor tem a minha palavra.

Quando Kana e Katara voltaram para a cozinha carregando algumas tigelas os três rapaz riam descontraídos, Hakoda contava algumas histórias de suas viagens. Katara encarou Zuko para saber se estava tudo bem, ele apenas afirmou, a garota sorriu ainda mais e não esperou a janta para comemorar. Kana não entendia o motivo dos beijos e abraços, mas logo descobriu que tudo aquilo era para anunciar o noivado de Zuko e Katara.

— Quero ver quando for anunciar para o povo, Katara vai ter um ataque. — Sokka falou rindo da felicidade da irmã.

— E você quando irá casar? — A avó perguntou abraçando o neto. — Já tem quase 20 anos. — Foi a vez de Zuko rir da cara de Sokka.

Após Katara se acalmar um pouco a família jantou, Zuko só voltou para o palácio pois não queria passar uma má impressão ao sogro dormindo na casa dele após se conhecerem.

O dia seguinte estava nublado, o rei acordou cedo e se preparou para ir a inauguração da escola dobradores, Katara o acompanhou e até foi convidada para cortar a faixa que trancava a passagem. O casal também visitou os moradores que haviam tido a casa destruída, as obras haviam ficado excelentes. Os hospitais estavam calmo, haviam conseguido controlar os vírus que estava atacando o povo.

— Está tudo em ordem. — Zuko falou contente, Katara observava os quadros dos reis na sala de reunião.

— Eles ainda não te retrataram. — A garota abraçou o noivo.

— Quer ser retratada? — Zuko perguntou, Katara o encarou confusa. — Quero sua imagem aqui e em todos os lugares deste palácio, só para matar a saudade quando não estiver do meu lado.

— Terminou beijando entre os cachinhos da noiva, como de costume.
Katara sorriu, respondeu que não precisava exagerar tanto, mas que ficaria feliz em ser retratada ao lado dele.

Ao final do dia Zuko anunciou o seu casamento com Katara, é aproveitou para informa-los que o reino não se chamava mais "reino de Zuko" e sim Nação do fogo, a partir daquele dia ele seria o Senhor do Fogo Zuko.


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