O Luar dos Nossos Sentimentos escrita por Minamikaze


Capítulo 1
Capítulo Único- O Luar dos Nossos Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!
Boa leitura!



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A Lua brilhava intensamente naquela noite. As estrelas acompanhavam o canto do vento que percorria os grandes e velhos carvalhos cheios de sabedoria. Dois jovens olhavam maravilhados para aquele ser tão longe, mas tão perto ao mesmo tempo. A perfeição daquela grande pérola reluzia nos olhos daqueles adolescentes.

—Hinata, os teus olhos são como a Lua! - o loiro falava calmamente olhando para a grandeza da Lua que os encarava. A rapariga até então dispersa no brilho que de lá parecia sair virou-se e encontrou os olhos azuis perdidos naquele momento celeste. - De todas as coisas mais bonitas criadas, a Lua foi a mais bela! - Naruto desceu o seu olhar para a doce amiga que o fitava, os olhos pérolas estavam radiantes por aquelas palavras. - Mas, existe ainda algo mais belo! Tu! Tu ainda fulges mais que a Lua, tu és algo ainda maior que ela! - as pérolas batiam de frente com as safiras azuis que resplandeciam em brilho. - E é por isso que eu quero que tu sejas a minha Lua! Para todo o sempre a minha preciosa Lua! - Naruto observava atentamente a expressão de Hinata. Os olhos tão abertos ganhavam vida e batiam tresloucados, as orbes peroladas imitam uma luz tão intensa que fazia acelerar o coração de Naruto. A sua boca buscava uma resposta para aquela declaração. O coração rasgava as suas roupas, tinha quase a certeza que Naruto ouvia os batimentos loucos que ecoavam lá dentro.

—Tu queres que eu seja a tua Lua? - finalmente atrevera-se a pronunciar algo. A dúvida corroía-a por dentro, há quanto tempo estava há espera aquele momento? Há quanto tempo aguardava algo assim dele? Guardou durante este tempo todo aqueles sentimentos, por medo de se magoar e agora eles estavam todos ali, batendo freneticamente no seu peito. - Tu queres mesmo que eu seja a tua Lua, Naruto-kun? - agora era Naruto que estava nervoso. Já lhe queria ter dito há tanto tempo o que sentia que agora que dissera era como se voltasse à estaca zero. O medo de ser negado preenchia-o, mas também a coragem de ter chegado ali abraçava-o.

—Sim, Hinata, eu quero que sejas a minha Lua para sempre! - as pedras azuis demonstravam os seus sentimentos, aquilo que sentia transmitia-se tudo a Hinata apenas  num olhar.

As respirações descompassadas aproximavam-se cada vez mais. Os centímetros reduziam-se, as pérolas chocavam com as safiras, o hálito quente de Naruto acariciava o rosto de Hinata, olharam-se uma última vez e encostaram as suas caras, as bocas a uma pequena distância.

—Eu amo-te Hinata! - o loiro libertava o que guardava há tanto tempo, as palavras que ficavam presas na sua garganta quando estava com ela agora soltavam-se.

—Eu também amo-te! - Hinata nem queria crer, aquilo parecia um sonho, um sonho tornado realidade.

Ambos fecharam os olhos e cortaram o espaço que os dividia. Os lábios moviam-se lentamente numa dança calma e apaixonada, a pedido de Naruto, Hinata cedera a sua língua que batalhava contra a do seu amado, era uma sensação nova e incrível.

—Trimmm! Trimmm! - algo atrapalhava o momento mágico! Hinata abriu os olhos e percebeu que nem estava lá Naruto, nem a Lua, nem as árvores, tudo não passara de um sonho. A frustração e a desilusão assolaram a pobre rapariga, ultimamente sonhava muito com o melhor amigo de quem gostava mais do que apenas amigo, mas ele nem percebia! Sentou-se na cama e encarou o quarto, as paredes com fotografias dela, dos amigos, da família e principalmente deles. Suspirou. Porque ele não podia ser como no sonho?

Atirou-se contra a almofada e fechou os olhos, podia sentir o beijo como ele se fosse real, como se tivesse mesmo acontecido. Aquele lugar era lindo e era o mesmo lugar onde o tinha conhecido. As suas famílias por acaso havia escolhido o mesmo lugar para passar as férias de Natal e foi lá que o conheceu, o rapazinho loiro muito simpático e alegre e em pouco tempo já eram melhores amigos, compartilhavam tudo um com o outro. E o que era admiração passou a ser algo mais, e quando deu por si, Hinata estava completamente apaixonada, tal coisa que se mantinha até hoje. Encarou as horas e viu que já se passavam das 10h30m, tinha dormido mais que o costume. Por vezes queria acreditar que Naruto também gostava dela, queria acreditar que de todas as vezes que pensava nele ele também se lembrava dela. Porque se tinha logo apaixonado por ele? Ai o amor como era difícil!

Levantou-se e abriu as cortinas que cobriam o lindo dia de Sol presente em pleno inverno. O frio havia chegado, mas o Sol por vezes escapava à chuva e aparecia em dias como aquele. Estavam em Dezembro, hoje era dia 23, ou seja, amanhã iria festejar o Natal com a sua família e com a de Naruto. Esquecera-se de referir que a família Hyuuga e a Uzumaki-Namikaze eram amigas de longa data e festejavam tudo juntas. Isso só foi mais um fator para que Hinata e Naruto se tornassem amigos.

E agora como ia olhar para a cara dele sem se lembrar do sonho e do beijo? Seria uma missão impossível! Hinata correu à casa de banho e preparou-se devidamente para ir tomar o pequeno-almoço.

Quando desceu toda a gente estranhou o comportamento de Hinata, ela estava a agir de maneira desatenta e desastrada, o que não era normal pois ela era uma rapariga com uma postura de dar inveja e sempre muito atenta.

—Está tudo bem, nee-chan? - Hanabi questionava a azulada curiosa pois a irmã não costumava estar tão aérea.

—S-sim tudo bem! Eu acordei um pouco mal! Nada demais! - Hinata fazia gestos com a mão para dar a entender que tudo estava bem. A sua família sorriu e continuaram a conversar animadamente até que um tema fez Hinata interessar-se pela conversa.

—Os Namikaze convidaram-nos para passarmos o Natal na casa deles, é claro que eu aceitei, somos como família! - Hiashi dizia contente com a proposta feita. - Queres trazer a TenTen, Neji? - a pergunta fizera corar um pouco o rapaz, namoravam há pouco mais de quatro meses, mas para ele parecia ter começado ontem, nunca se tinha sentido tão feliz como estava agora.

—Sim, vou convidá-la, mas acho que ela vem. - Neji sorria com leveza no olhar, a sua armadura de ferro era derretida apenas pela namorada. Hinata ria nos seus pensamentos, fora preciso tanto tempo para que o seu primo percebesse os sentimentos da amiga! Como ele conseguia ser considerado um génio e ainda assim não ver o que estava mesmo à sua frente?

—Hinata, espero que te portes bem com o Naruto! - a rapariga que até então estava relaxada a comer o seu pão, ficara tão vermelha que engasgou-se com a comida. Os pensamentos que passavam pela sua cabeça não eram dos melhores. Portar-se mal com Naruto? Porque pensara logo em coisas que não eram nada a que o seu pai se referia? Antes que pudesse pensar mais, a família toda já a estava a sacudir, até que a tosse enfim cessou.

—O que é que te deu filha? - os olhos verdes analisadores de Hiromi inspecionavam cada detalhe da filha.

—Nada eu entalei-me com uma migalha! - a Hyuuga tentava a todo o custo disfarçar o seu nervosismo e vergonha. Pedira licença e foi até à casa de banho.

Assim que entrou, trancou a porta e correu até ao lavatório. A água que corria bateu-lhe no rosto e ela tentava dispersar os seus pensamentos por mais que fosse impossível. Encarou o espelho e viu o seu reflexo, aquele era o resultado quando estava com Naruto, quando pensava em Naruto. As bochechas branquinhas agora estavam vermelhas, os olhos pérolas pareciam ter ganho mais brilho e o sorriso, esse, queria ficar aberto para sempre, mesmo que Hinata fizesse o possível para fechá-lo. Ouviu o toque na porta, destrancou-a e rodou a fechadura. Do lado de lá estava a sua mãe com um sorriso calmo no rosto.

—Hinata, vai-te preparar! - a mulher mais velha falava para a filha.

—Porquê? Vamos ter visitas? - a moça encarava com curiosidade a mãe.

—Sim! O teu pai não te disse, mas hoje a família Uzumaki-Namikaze vem passar o dia todo connosco! - a mãe sorrira ternamente, mas Hinata não queria acreditar naquilo. O dia todo? Qual era o objetivo? Matá-la? Ele iria passar o dia todo com ela? Meu Deus, Hinata estava preparada para morrer! Como iria encará-lo agora? A Hyuuga acenou com a cabeça à mãe, vendo-a ir de volta para a mesa. Já Hinata estava petrificada ficada no lugar sem querer acreditar no que a mãe dissera.

Estava preparada para morrer, literalmente!

A rapariga correu em direção ao quarto apressada. Apesar de ainda estar em choque havia uma parte dela que não conseguia de deixar de pensar o quanto tinha de estar bonita. Ela sabia era ridículo, mas fazer o quê? Hinata gostava de estar apresentável, ainda mais para Naruto. Abriu as portas do seu armário e explorou cada peça de roupa, achava umas demasiado curtas, outras demasiado largas, até que num canto, o canto mais distante, encontrou a peça que procurava. A roupa perfeita.

Era um lindo vestido cinzento de inverno que Naruto lhe dera pelos seus anos no ano anterior, ainda não tinha tido a oportunidade de o usar e com certeza aquela era a melhor altura. O vestido possuía mangas compridas, uma gola alta, mas não tão grande assim e ficava-lhe pelos joelhos. Encaixava como uma luva, sentia-se elegante dentro dele, agora sim, estava devidamente bonita para recebê-lo. Passou uma sombra simples nos olhos e ajeitou os longos cabelos azulados herdados da mãe. Olhou-se no espelho e sorriu aliviada estava preparada para a chegada dele ou não!

—Eu consigo! Eu consigo! Concentra-te Hinata! - a Hyuuga preparava-se mentalmente para receber Naruto. Eu vou conseguir! Não me vou desconcentrar naqueles lindos olhos azuis mais puros que o céu, naqueles cabelos que brilham mais do que o sol ou naquele sorriso! Ai! Aquele sorriso! Ahn? O que estou para aqui a dizer? - abanou a cabeça para afastar os pensamentos apaixonados que rondavam a sua mente e começou a andar de um lado para o outro.

O quarto de Hinata perdera a conta de quantas voltas a rapariga havia dado. Estava há tanto tempo naquele movimento que apenas parou quando estava cansada e tonta, mas foi sentar-se no cadeirão do seu quarto que rapidamente se levantou. Eles tinham chegado. Os olhos perolados encaravam a porta à espera daquele que entraria por ela.

Vidrou os olhos na porta, a ansiedade corroía-a por dentro, a qualquer momento ele estaria ali, agora tinha de se concentrar. Os passos nas escadas foram ouvidos por Hinata, era ele. Conheceria aquele bater no chão em qualquer lugar no mundo. Estalou os dedos, o nervosismo cercava a pobre moça que não poupava os próprios dedos. O barulho de alguém a bater à porta foi o suficiente para a Hyuuga se sentar na cama, respirava com um pouco de dificuldade.

—Posso entrar, Hina? - a voz rouca do rapaz passou pela madeira e atravessou o quarto de Hinata indo em direção ao ouvido da Hyuuga que se arrepiou completamente.

—P-podes! - levantou-se e andou até à porta e nesse meio tempo entrou o loiro por quem Hinata suspirava dia e noite.

Os cabelos loiros rebeldes estavam presos num gorro, trazia um casaco de inverno branco e umas calças pretas com umas botas castanhas. Estava lindo. Aos olhos de Hinata qualquer coisa que ele vestisse iria arrasar com o seu coração e com os seus pensamentos. Naruto encarava Hinata com os seus olhos azuis, esta ao ser analisada pelo amado corou com força e tratou de baixar o olhar para disfarçar a vergonha.

—Esse foi aquele vestido que eu te dei, não foi? Eu sabia que tu ias ficar uma beleza com ele, era a tua cara! - Naruto sorriu-lhe abertamente transparecendo o seu sorriso brilhante e deixando ainda mais Hinata envergonhada. O rapaz aproximou-se da moça e com a mão ergueu o rosto da melhor amiga, fazendo-a encará-lo. A diferença de alturas era nítida, Hinata tinha de olhar para cima para poder ver as safiras que tanto amava. - Está tudo bem Hina? - os olhos azuis brilhantes e bem abertos focavam nas pérolas que envergonhadas tentavam a todo o custo fugir daqueles olhos que a pareciam desvendar.

—Está Naruto-kun ! - a morena afastou-se do rapaz e tentava acalmar-se.

—OK! Pareces um pouco estranha, já nem me abraças nem nada! Assim vou ficar triste! - o loiro fizera biquinho deixando transparecer o seu lado mais infantil. Quando Hinata se virou para observá-lo arrependeu-se, o amado estava a fazer os olhinhos de cão abandonado e aqueles olhos ela não conseguia resistir. Encarou-o cautelosa, mas o rapaz sem dar tempo de reação, pegou nela ao colo e girou-a, deixando Hinata surpreendida.

—Que saudades Hina! - Naruto pousou-a no chão e abraçou-a fortemente contra si aspirando o cheiro da amiga. Hinata tinha o coração tão acelerado que ficara com medo que Naruto percebesse o barulho que ele fazia ali entre eles os dois.

—Também tive saudades, Naruto-kun! - a Hyuuga aconchegou-se ainda mais nos braços do amigo que tanto amava. Já o rapaz acariciou os cabelos de Hinata e repousou a cabeça sob a da moça depositando um beijo casto lá.

—Naruto, Hinata! - a porta tinha sido abruptamente aberta e os dois amigos separaram-se corados sem saber o que fazer. A linda criatura de cabelos ruivos vermelhos encarava os dois jovens à sua frente com um sorrisinho no rosto. Sabia dos sentimentos que a Hyuuga tinha pelo filho e apoiava imenso os dois juntos, mas também sabia do segredo de Naruto. - Desculpem ter interrompido o momento, mas é para lanchar! Depois acabam de namorar!

—Mãe! - o loiro tinha ganho uns três tons no rosto e sentia-se nu perante a afirmação da mãe. Já Hinata estava completamente corada sem saber o que dizer ou reagir.

—Vais dizer que não querias a Hinata para namorada? Eu sei bem o que escondes! - a ruiva ria com a expressão do filho tão encabulado que nem conseguia responder algo para a mãe. Virou-se para a amiga e encontrou-a tão vermelha que parecia estar a ter um enfarte de vergonha. - Hinata não te preocupes um dia ele conta-te! Mas bem estão à vossa espera lá em baixo. - a ruiva saiu dando costas para Naruto e Hinata que estavam atordoados e sem reação.

—Hina, não ligues ao que a minha mãe disse! - o Uzumaki coçava os cabelos loiros nervoso, não queria que ela descobrisse daquela maneira. - Vamos?

A Hyuuga até então perdida nos pensamentos e nas falas da dona Kushina, ouviu o que Naruto dissera sem deixar de reparar que ele escondia algo. Podia gostar do rapaz, mas não deixavam de ser melhores amigos e sabia que ele estava a esconder alguma coisa, mas decidiu deixar de lado por enquanto.

—Vamos!

Começaram a descer as escadas que levavam à sala de estar. Os dois tentavam falar normalmente, mas não parecia ser possível. Afinal estavam tão envergonhados com o que ocorrera anteriormente que pareciam dois estranhos.

Mas o que nenhum dos dois sabia era que ambos eram dois estranhos apaixonados um pelo outro.

(...)

—Então Minato, como vai ser o Natal? - Hiashi perguntava animado ao velho amigo.

—Não sei ainda, mas acho que não poderá ser na nossa casa, tivemos uma fuga, então a nossa casa está para remodelações. - Minato explicava a situação que se passara na sua casa.

—Já sei! Podem passar aqui não vai ter problema, além disso podem passar aqui a noite! - a animação de Hiashi era de espantar, mas também o patriarca da família Hyuuga bebera um pouco de vinho e isso afetava o seu estado de espírito.

—É claro que sim! Vai ser um prazer! - Kushina aceitara logo de caras e isso era um pouco estranho, toda a gente sabia que ela sempre ia contra as opiniões de Hiashi, eram como cão e gato. - Eu e Minato vamos a casa buscar umas roupas e já viemos.

O almoço assim terminou, os pais de Naruto saíram, Neji por alma de um santo foi sair com TenTen, Hanabi foi para o quarto falar com as amigas pelo computador, os pais de Hinata decidiram ir descansar para o quarto e Naruto e Hinata, bem, eles ficaram na sala de estar em silêncio sem saber o que fazer ou dizer. Apenas se encaravam, tentavam dizer algo, mas nada parecia querer sair. Nada até Hinata se pronunciar.

—Queres vir comigo para o sótão? - a pergunta podia soar estranha para outra pessoa, mas para Naruto era algo muito bom. Tinha ajudado a melhor amiga a transformar o sótão num lugar para relaxar e tinha de admitir aquilo ficara incrível.

—Sim, claro vamos. - o loiro assentiu e os dois subiram as longas escadas até chegarem à porta que levava ao sótão. A porta era um pouco perra, mas nada que a força de Naruto não ajudasse. Rapidamente a porta abriu-se e começaram a subir as escadas de madeira. O sítio estava um pouco empoeirado, não era limpo há muito tempo. Hinata tratou logo de abrir a janela que lá havia e sorriu quando viu que tudo estava no mesmo sítio. Já não vinha ali há dois meses, o tempo que Naruto não a visitava.

—Está tudo igual, não tiraste nada do lugar! - a Hyuuga encarou o Uzumaki que a olhava curioso, sabia que ele procurava um tema para conversar sempre fazia aquela cara de quem não queria a coisa.

—Eu sei, não venho aqui desde da última vez que cá estiveste. Tipo meio que este lugar é o nosso lugar. - Hinata dera ênfase ao nosso, queria dar a entender a Naruto que aquele sítio era apenas deles e de mais ninguém.

—Obrigada por me considerares assim tanto! - o loiro sorrira envergonhado, estava feliz por Hinata vê-lo como alguém especial. - Mas nós precisamos de falar sobre o que aconteceu há bocado! - Boa, esta é que nem Hinata esperava. Não é que não quisesse falar, mas tinha sido tão constrangedor. Mas uma parte dela queria saber a que Kushina se referia e ao que Naruto tentava esconder.

—Certo, também acho. Vamos sentar-nos. - os dois encaminharam-se para o sofá que lá havia, mas Naruto pedira a Hinata para ficar deitada sob as suas pernas, dando a desculpa que queria fazer carícias no seu cabelo. Hinata acabou por aceitar mesmo achando um pouco esquisito. E lá estavam os dois calados apenas a curtir. Hinata apreciava o toque carinhoso de Naruto em si, estava a adorar aquele momento.

—Hinata, eu não sei como hei de explicar o que aconteceu há bocado! - Naruto apertava o cabelo confuso, estavam ali, todos os sentimentos que sentia em relação a Hinata estavam entalados na sua garganta, queriam sair cá para fora. - Eu só não quero que penses coisas. Eu explico-te tudo amanhã, não te preocupes! - o Uzumaki não sabia como explicar que a amava, que gostava dela para além da amizade que tinham, mas que não tinha coragem por medo da sua reação. Não é que ele não fosse bom com as raparigas, afinal era conhecido por aí como um conquistador, mas com Hinata era diferente, não achava que ela fosse como as outras, ela conhecia todos os seus lados e ele conhecia os dela e além disso ela era a rapariga mais bonita que podia existir e não sabia se ela pensava o mesmo dele, o medo da rejeição andava sempre com ele nos momentos que tentava declarar-se e bem, já eram tantos que perdera a conta. Mas pior de tudo foi quando a sua querida mãe descobriu o que ele andava a esconder e ela dera-lhe um prazo, ou contava amanhã ou ela mesma contava e isso era tudo menos o que o loiro queria, sabia que a mãe o iria envergonhar à frente de Hinata e de todos. E quando dizia envergonhar não era envergonhar da maneira normal, a sua mãe não era normal e ele tinha a certeza que ela o iria envergonhar da pior maneira que podia existir.

—Tu andas estranho, Naruto-kun. Começo a achar que me estás a esconder algo! - Hinata olhava Naruto analisando a sua expressão.

—Não é nada disso, amanhã explico-te tudo, eu prometo! - Naruto deu por encerrado aquele assunto e o silêncio cercou-os, mas era um silêncio confortável apenas eram ele e ela a desfrutar do silêncio carinhoso e bom que os mantinha aquecidos, não só fisicamente mas também no coração, adoravam a presença um do outro. Silêncio vai, silêncio vem, acabaram por adormecer abraçados no sofá e esse era o momento perfeito para uma certa ruiva atacar.

(...)

Kushina tinha chegado e reparou que ninguém se encontrava naquele momento, pois Hanabi dissera que Neji saíra, que Hiromi e Hiashi foram descansar um pouco e que Hinata e Naruto estavam no sótão. Sorrira quando ela contou essa parte e dirigiu-se rapidamente ao sótão e qual não foi a sua surpresa de encontrar os dois a dormir, xeque-mate, uma ideia brilhante acabara de passar pela sua cabeça, a melhor sem dúvida. Pegou um tabuleiro cheio de comida e subiu calmamente as escadas até ao sótão, depositando o tabuleiro numa mesa que lá havia. Reparou que alguns dos seus fios ruivos caíram ao seu casaco e retirou alguns deixando em cima do tabuleiro, o seu filho saberia quem havia deixado e assim sabia que o tempo estava a esgotar-se. Saiu e bateu a porta trancando-os lá. Desceu e encontrou o marido a encará-la.

—Que foi? Só estou a dar um empurrãozinho! - deu uma risada malandra e sorriu ainda mais com a cara de Minato.

—Ai Kushina, tu nunca mudas! - o loiro sorrira - Mas eu amo-te!

—Eu sei que sim! - a ruiva passara a mão pelo longo cabelo - Eu também amo-te! - aproximou-se do marido e beijou-o, nunca o deixaria de amar.

(...)

Os olhos perolados despertaram de repente e levaram com eles os olhos azuis a despertarem também. Estava tudo escuro, tinham adormecido.

—São 23h45m. Devem estar todos a dormir, como vamos consegui sair daqui?-o loiro encarava em dúvida Hinata que se mantinha quieta.

—Eu não sei, mas acho que vamos ter de passar aqui a noite.

—Vou tentar abrir a porta! - Naruto tentou, mas ela não abria nem por nada foi quando se virou e deparou-se com um tabuleiro cheio de comida. Pegou nele e levou-o para a beira de Hinata. - Seja lá quem tenha sido podia nos ter acordado! - pôs a comida em cima da pequena mesa que lá havia e viu o que o tabuleiro tinha, mas percebeu logo quem fora. A mãe dele trancara-os ali dentro, ela não ia desistir. Naruto amaldiçoava os Uzumaki por nunca desistirem!

—Vamos lá comer estou cheia de fome! - Hinata começou a comer e Naruto tratou logo de fazer o mesmo. A única conversa que eles estavam a ter naquele momento era o som de mastigar e não iam parar, a fome era tanta que nem queriam saber de conversar. Quando ficaram satisfeitos arrumaram o tabuleiro e ficaram em silêncio.

—O que é que vamos fazer agora?

—Não sei, conversar sei lá. - Hinata dava algumas sugestões.

—Pode ser, mas sobre o quê? - o loiro queria ter algum tema para falarem.

—Não sei, sobre nós! A nossa amizade é estranha. - Hinata olhava Naruto queria falar daquilo e ao mesmo tempo fugir àquela conversa.

—Eu sei é estranha. Mas o que é sentes em relação a mim? - a Hyuuga corara e ficara tímida de repente, o que ela sentia em relação a ele? Bem eram tantas coisas.

—N-não sei! Só posso dizer que gosto muito de ti Naruto-kun. - Hinata desviara o olhar fugindo daqueles olhos que tentavam a todo o custo desvendá-la.

—É sempre isto, quando eu me aproximo de ti, tu ficas toda corada e tímida, porquê? - a lerdice de Naruto começava a dar cabo da sua paciência queria lhe dizer umas poucas e boas.

—Porque será? Não imaginas porque é só contigo que fico assim, porque é só contigo que eu me preocupo toda, que é só contigo que o meu coração acelera, que se forma um nó na minha garganta quando te vejo com outra, que me apetece bater-te por olhares para outra quando me tens a mim, que te observa calada, que vê tudo calada, que gosta de ti em silêncio. Agora pergunta porque será que eu fico tímida e corada? - a ironia no tom de Hinata surpreendera Naruto, ainda mais o que ela disse. Ela gostava dele, ela gostava dele. Tinha ouvido bem? Olhou para a miúda à sua frente e encarava-a com a boca aberta, ela dissera que gostava dele. Estaria a sonhar? - Vou preparar um colchão para me deitar. - a jovem azulada buscara um colchão que estava encostado a um canto e deitou-lhe um cobertor que tinha num armário. Pegou noutro e deitou-se, cobrindo-se. Não acreditava no que tinha dito, a lerdice de Naruto fizera com que se declarasse sem querer, mas também ele fizera uma pergunta tão óbvia que apetecia bater-lhe por se ter apaixonado por ele. Não queria ter dito aquilo, mas já estava farta de guardar tudo dentro do seu peito. Podia dizer que estava até mais leve. Olhou para o alto e viu que Naruto se encontrava na mesma posição, de boca aberta e parado no mesmo lugar. Não ia deixá-lo ao frio.

—Não vens dormir Naruto? - depois do ocorrido não se atreveria a chamar-lhe Naruto-kun, não estava com paciência.

—Já vou. - viu o rapaz aproximar-se e deitar-se a seu lado. O cheiro inebriante percorreu o ar e Hinata inspirou sentindo o cheiro amadeirado do rapaz, podia estar chateada, mas ele não deixava de ser charmoso e lindo. - Hinata, tu gostas mesmo de mim? - a pergunta apanhara-a de surpresa, não queria admitir, mas talvez já estivesse na hora.

—Agora que já sabes, eu gosto de ti Naruto! Mas não quero falar mais nisso, vou dormir. - encerrou a conversa por ali e virou as costas para o rapaz fechando os olhos. Sentiu quando o loiro apagou o candeeiro e se deitou próximo dela. Estava nervosa, nunca dormira tão perto dele e ainda mais naquelas circunstâncias, o coração batia freneticamente e a sua respiração era um pouco irregular. Respirou com calma e adormeceu, mas não sem antes sentir Naruto puxá-la contra o seu corpo e abraçá-la de maneira possessiva contra si. Neste momento estava corada até à ponta do cabelo, tinha a certeza que brilhava de tão vermelha que estava.

—Eu conto-te o que sinto por ti esta noite, eu prometo. - o rapaz sussurrara bem próximo ao ouvido de Hinata causando-lhe arrepios por todo o corpo. - Dorme bem, minha Lua. - por esta é que Hinata não esperava, ouvir aquilo de Naruto foi o suficiente para ficar acordada e vê-lo ainda a adormecer. Estava tão feliz que nem sabia se conseguia dormir, o que ele sentia por ela afinal? Virou-se para encará-lo e analisou cada traço do rosto másculo que Naruto possuía, fazia suspirar cada rapariga, ainda mais ela.

Sentiu a mão de Naruto envolvê-la mais e quando deu por si, estavam em formato de conchinha e o coração de Hinata não parava de bater nem um segundo. A Hyuuga fechou os olhos e lá acabou por adormecer sem saber que o rapaz loiro estivera este tempo todo acordado, afinal depois da declaração que ela lhe fizera como conseguiria dormir? Naruto tinha a certeza que ao seu lado dormia a rapariga mais perfeita que podia existir, a única que mexia com ele de tal forma que apenas o seu coração parecia ganhar vida quando a via ao longe ou quando estava com ela. Sorriu com todos os pensamentos. Benzia para sempre o dia em que aceitou ir de férias com os pais e conheceu-a, um dos melhores dias da sua vida. Adorou a Hyuuga desde a primeira vez que a tinha visto. E de adoração passou a proteção até a um novo sentimento que ainda tentava compreender, mas já achava que sabia qual era...

(...)

O dia 24 de Dezembro amanhecera sorridente. O brilho do sol entrava pela janela do sótão indo de encontro aos olhos de Naruto que abriram por causa da claridade que o tocava. A visão para Naruto não podia ser mais perfeita. Hinata ainda entregue ao sono transparecia a sua beleza com uma delicadeza natural deixando o rapaz completamente babado com tamanha beleza. Os fios azulados caíam pelo rosto branco da Hyuuga, dando-lhe um ar inocente e tranquilo. O loiro podia ouvir a respiração calma mas intensa da rapariga, olhava cada detalhe com uma paixão que não podia ser comparada. Paixão? Não. Aquilo que sentia não era paixão era algo mais, algo tão grande que ele nem sabia como descrever ou sentir, mas por tudo o que já tinha lido e pesquisado, sabia que aquilo tinha um nome, Amor. Sim, não era uma simples paixão era amor e podia perceber isso através da relação dos pais. O amor que eles sentiam um pelo outro era extremamente agradável aos olhos do loiro e Naruto pensava como seria sentir aquele amor, mas agora que tinha a oportunidade não iria perdê-la por nada, ainda mais com a confirmação dos sentimentos da amiga por si. Tinha de explicar o que lhe ia no coração e para isso precisava da melhor declaração alguma vez feita, não queria acreditar mas iria precisar da sua querida mãe ruiva.

—Espero que gostes de logo à noite! - o Uzumaki sussurrara perto da Hyuuga, esta estremecera e abriu os olhos dando de caras com o loiro a fitá-la, corou imediatamente e piscou diversas vezes.

—Bom dia, Naruto. - Hinata virou-se para cima e observava o teto, tudo menos olhar para o amado.

—Bom dia, Hinata. - o rapaz entendia um pouco a maneira de como ela estava a tratá-lo, sabia bem que ela estava nervosa, tudo por causa da noite anterior. – Dormiste bem?

—Sim e tu? - a Hyuuga atrevera-se a olhar para Naruto e deu de caras com as suas safiras a explorar cada parte do seu rosto.

—Nunca tinha dormido tão bem, ainda mais com a companhia! - o loiro respondia naturalmente, mas o que ele não sabia era que aquilo que dizia mexia com Hinata de uma maneira absolutamente perfeita, cada parte da Hyuuga ficava tensa só de ouvir aquelas palavras, Naruto tinha em si um poder tão grande que ela nem sequer conseguia controlar.

—Eu também dormi bem. -Hinata encontrou-se com o amado, sentia a respiração dele bater perto de si, tivera a melhor noite de sono de sempre e tudo porque dormira aconchegada a Naruto. - Acho que nos podemos pôr a pé. - Levantaram-se sem pressa, ambos estavam quietos mas por dentro completamente agitados, os sentimentos apesar de estarem presos nos seus corações pulavam sem dó mostrando que estavam ali vivos e bem acordados. Aproximaram-se da porta e qual não foi o seu espanto ao constatar que ela estava aberta. Mãe! Naruto pensava, ela nunca mudaria. Os olhos azuis safira e os perolados estavam perplexos com o que se encontrava à frente da sua porta. Era um relógio. Um relógio de bolso bem antigo e Naruto reconheceria aquele relógio em qualquer lugar, o relógio da família Uzumaki. Se o abrissem encontrariam lá dentro o símbolo dos Uzumaki, um pequeno redemoinho vermelho que simbolizava a persistência da sua família e a cor vermelha porque todos os membros da família Uzumaki eram ruivos, todos menos ele, graças ao genes do pai nascera loiro, mas também não se importaria de ser ruivo apesar de amar a cor dos cabelos, era um loiro escaldante como o sol. O Uzumaki descodificou bem a mensagem que a mãe queria deixar, o tempo estava a esgotar-se, mas sabia que ia deixá-la contente com a sua ideia. Pegou no relógio, mas Hinata ainda o encarava confusa.

—Naruto-kun, tu sabes de quem é esse relógio? – Naruto sorriu, ela colocara novamente o – kun no seu nome e isso alegrara-o muito.

—Sim, é da minha mãe , melhor dizendo, é da minha família mas agora está na posse da minha mãe. É uma relíquia de família. – Naruto explicava a Hinata com um certo brilho nos olhos tinha orgulho daquele relógio era algo que unia a família Uzumaki por mais que estivessem longe um dos outros.

—Já percebi que é importante! Vamos para baixo? – a Hyuuga olhou-os nos olhos sem qualquer problema e timidez, Hinata estava diferente, constatou Naruto.

—Sim vamos. – desciam calmamente as escadas, mas diferente de ontem entre eles fluía uma conversa natural, ambos sorriam abertamente mostrando o quanto estavam confortáveis, mesmo que Naruto achasse estranho o tão extrovertido comportamento de Hinata.

Chegaram à sala e todos tomavam o pequeno-almoço animadamente. Naruto e Hinata cumprimentaram todos com um bom dia, mas foram recebidos por diferentes tipos de olhar. Hiashi olhava para Naruto com uma cara nada boa, segundo Kushina eles dormiram juntos a noite toda, a sua preciosa filha havia dormido com um rapaz, não que não confiasse no loiro, mas ela dormira com um rapaz! Hiromi e Minato encaravam docemente os jovens à sua frente, sabiam dos sentimentos de ambos e apoiavam claramente o casal. Já Hanabi e Kushina encaravam o casal com um sorrisinho no rosto, tinham uma personalidade parecida e por isso o que elas mais queriam era vê-los juntos, mesmo que tivessem de se intrometer um pouco na vida deles. Neji olhava seriamente para os dois, apesar de não admitir gostaria que a prima namorasse com o Uzumaki, mas não deixaria de ser protetor em relação a ela, se Naruto a magoasse, ele lá estaria para lhe quebrar o rosto. Toda a gente apoiava o casal, faltava apenas ambos perceberem os sentimentos que os cercavam, bem Naruto já sabia o que Hinata sentia em relação a si, mas e o que ele sentia em relação a ela?

A refeição seguiu normalmente mesmo com as perguntas constragedoras que Kushina, Hanabi e Hiashi impuseram neles. Não respondiam concretamente, mas a vermelhidão que aparecia em ambos os rostos era a felicidade de Kushina ao perceber que o seu plano do sótão resultara.

Quando todos terminaram de tomar o pequeno-almoço Hiashi e Hiromi seguiram para a cozinha falando que queriam deixar os empregados sair mais cedo pois era véspera de Natal e sabiam que eles tinham família à espera. Hinata a pedido de Hanabi foi com ela ao quarto e Neji fora atender uma chamada da namorada feliz por saber que ela viria. Na grande sala ficara apenas a família Uzumaki-Namikaze e pelo rosto da matriarca já sabiam qual seria o tema.

—Então, encontraste o relógio? – Kushina sorria de lado e Naruto apenas revirava os olhos pelo que a mãe dissera, o seu pai dava uma risada abafada, a sua mulher não existia. O loiro entregou o relógio à mãe e esperou que ela dissesse mais alguma coisa. – Naruto, tu sabes que o tempo está a esgotar-se!

—Eu sei… Mas é que… - o enrolamento do filho havia deixado Kushina preocupada tanto tempo para ele declarar-se, estaria a desistir? – Eu… Eu tenho uma ideia para a declaração! – o rapaz soltara tudo de uma vez ficando envergonhado por admitir.- Mas preciso da vossa ajuda!

—Certo, podes contar connosco filho. – desta vez era Minato que tomara a palavra dando todo o apoio ao seu filho.

—Obrigado! Então eu pensei assim…

(…)

A mansão dos Hyuuga estava uma completa correria. O casal Hyuuga preparava a mesa e o jantar bem cedo para conseguirem dispensar os empregados mais cedo, eles tinham ficado muito contentes com a proposta de sair mais cedo dos patrões. Neji e Hanabi sendo auxiliados por Minato colocavam todos os presentes à beira do pinheiro de Natal e do presépio. Hinata decidira fazer um bolo de chocolate, uma receita da família para poder ajudar em algo e mais importante poder espairecer os pensamentos. Kushina e Naruto eram os únicos desaparecidos, quer dizer, estes encontravam-se no sótão, tendo Kushina a ensaiar algo com Naruto.

—Não, não, não! Não é assim! Tudo de novo! – a ruiva ralhava ao loiro queria que o filho se saísse bem na declaração.

—Eu não consigo mãe! Eu não consigo decorar tudo! – o loiro começava a se desesperar. – Talvez eu não devesse, ela ficaria melhor sem mim. Ela é tão perfeita, perfeita demais para mim. – Naruto estava a desanimar-se completamente,mas para sorte dele a sua mãe era uma ruiva com um temperamento complicado.

—Naruto Uzumaki Namikaze, eu como tua mãe tenho de te dizer que este não é o meu filho! Este não é o Naruto que nunca desiste mesmo que tudo corra mal! O Naruto que eu conheço estaria agora a rir-se da sua estupidez a dizer que era melhor desistir! O Naruto que eu conheço vai-se recompor e pensar bem naquilo que disse! Estamos entendidos Naruto Uzumaki Namikaze?- a autoestima do loiro estava bem melhor, quer dizer muito melhor, as palavras da mãe reconfortaram o seu coração e a sua mente duvidosa daquilo que podia fazer.

—Sim, senhora! – antes que a mãe prosseguisse, Naruto aproximou-se dela e abraçou-a sendo logo envolvido pelos braços de Kushina maravilhada com o ato do seu filho. – Obrigado mãe. Sem si eu não saberia como conseguir fazer isto tudo, sem si e sem o pai, obrigado pelo vosso apoio. Obrigado. – ficaram mais um pouco a aproveitar aquele momento de carinho, mas logo tiveram de terminá-lo pois o tempo passava a correr e Naruto tinha de estar preparado para dar a Hinata o presente perfeito.

(…)

Estavam a dar 21h00m e em casa dos Hyuuga a mesa estava preenchida pelo sentimento de família e de afeto. A família Hyuuga e a Uzumaki-Namikaze tinham naquela noite a companhia de TenTen, amiga da família e namorada de Neji. Tudo corria bem, o jantar estava animado e a conversa era divertida. Assim que terminaram o jantar decidiram comer os doces daquela ocasião e em seguida a distribuição das prendas. Provaram todas as sobremesas e não faltou quem elogiasse o bolo de Hinata, especialmente Naruto que não parava de dizer que estava uma delícia.

Neste momento, toda a gente estava colada ao pinheiro e às prendas. O primeiro a receber fora Neji. Dos tios recebera a chave de um carro, o rapaz tinha tirado a carta há pouco tempo, mas estava a poupar dinheiro para um carro e agora não podia estar mais feliz. Das primas recebera um bilhete para um cruzeiro a dois durante um fim de semana a Itália, dos Uzumaki-Namikaze recebera um relógio da Michael Kors. A prenda da namorada para ele foi a melhor, ela dera-lhe um vale ilimitado de beijos e abraços e isso era o que ele mais adorava nas trocas de carícias com a namorada. Todos riram da reação do Neji ao receber a prenda de TenTen, ele ficara corado.

—Gostaste? – TenTen sorria para ele.

—É claro que sim, amor! – Neji roubou-lhe um beijo e todos ficaram surpreendidos com a atitude do rapaz.

—Own… - todos deixaram escapar um suspiro de fofura.

A próxima foi Hanabi, dos pais recebera um telemóvel novo, tinha-se queixado há pouco tempo aos pais que o dela já estava a ficar muito velho, já o tinha há pelo menos três anos e bem era o novo recorde de Hanabi já que o outro telemóvel tinha durado muito menos. Do primo e da irmã recebera uma capa para o novo iPhone, mas era uma capa do seu cantor preferido, o Shawn Mendes, para ela era a melhor sem dúvida. Dos Uzumaki-Namikaze recebera o novo álbum do Shawn Mendes que não tinha tido a oportunidade de comprar, por isso gostou bastante. TenTen surpreendera-a com um urso gigante, sabia que Hanabi ia adorar, ela mesmo adorara. E Hanabi confirmou as suspeitas de TenTen, os olhos da Hyuuga chegaram a brilhar de tamanha felicidade. Os próximos a receber foram o casal Hyuuga e Uzumaki-Namikaze. Todos os jovens da casa decidiram dar uma prenda em conjunto e ao que parecia ambos os casais adoraram. Era uma estadia num hotel durante um fim de semana para relaxarem e namorarem um pouco longe da confusão da família. O próximo fora Naruto, dos “sogros” recebera uma bandana com o símbolo do seu jogo preferido, Konoha. Dos pais recebera um bilhete para poder assistir a um jogo de futebol da sua equipa. Dos Hyuuga mais novos recebera um perfume e um cinto novo,mas Hinata dera-lhe algo mais.

—Como sei que adoras ramen, eu participei no concurso para ganhar ramen ilimitado e bem, eu ganhei. Toma. – Hinata entregou-lhe um vale ilimitado de ramen e ele sorrira animado, ela conhecia-o bem,mas algo ainda o deixava em dúvida. – Quantas tigelas de ramen comeste?

—Ahaha – a Hyuuga dava uma risada nervosa. – Acho que é melhor ninguém saber.

A seguir fora TenTen, dos tios do namorado recebera um fio simples mas muito bonito, de Hanabi recebera uma t-shirt dos Guns N’ Roses, sabia que a moça era uma grande fã da banda. Da amiga Hinata recebera um perfume, o mais cheiroso sem dúvida. Dos Uzumaki-Namikaze recebera um bilhete para assistir a um jogo de basebol, era uma grande fã da modalidade. E do namorado recebera um urso gigante com um coração vermelho a dizer I love you. Suspirou apaixonada e abraçou o namorado com força. Por último fora  Hinata a receber prendas. A jovem azulada recebera dos pais um fio também com as iniciais do seu nome. Do primo, da irmã e de TenTen recebera uma t-shirt dos Bon Jovi, a Hyuuga era louca pela música deles e ficara logo animada por recebê-la. Dos “sogros” recebera um lindo vestido de inverno semelhante ao que Naruto lhe dera. Já do rapaz loiro recebera a melhor prenda de sempre, esperava aquele livro há tempos. Origem de Dan Brown. Tinha todos os livros do autor e adorava cada história e bem, ela queria muito aquele.

—Sabia que ias gostar! – o loiro sorria animado. – Também participei num concurso e consegui ganhar o livro que querias com um bónus! Tens aí a oportunidade de ter um livro autografado pelo Dan Brown!

—Estás a falar a sério? – Hinata abriu a primeira página e ficou maravilhada ao constatar que ali estava a assinatura de Dan Brown. – Obrigada, obrigada! – abraçou Naruto com tanta força que o rapaz ficou vermelho, não só por estar a ser apertado mas também porque o abraço de Hinata causara-lhe arrepios.

Depois de todos terem a sua prenda despediram-se carinhosamente. Neji decidiu levar TenTen a casa com o novo carro, Hanabi foi experimentar o novo iPhone, mas os pais disseram para ela ir-se deitar cedo. O casal Hyuuga fora  para o quarto dormir. Minato e Kushina dirigiram-se para o quarto deles, sem antes desejarem secretamente a Naruto boa sorte. Hinata também ia deitar-se, mas Naruto puxou-a pelo braço e pediu-lhe silenciosamente que a seguisse. A rapariga aceitou sem imaginar o que iria se passar.

Estavam à porta do sótão e Hinata tentava perceber o que iam fazer ali. Naruto abriu a porta sem deixar que Hinata entrasse.

—Agora, eu queria que colocasses esta venda. – o Uzumaki entregou-lhe um lenço preto e ela atou à cabeça.

—O que é que se passa, Naruto-kun? – Hinata segurava na mão de Naruto tentando perceber o que ele queria lhe mostrar.

—Shh… Vais já saber. – o loiro calou-se e a rapariga também calou-se.

Subiram os degraus das escadas que lá havia, Hinata teve mais dificuldade mas Naruto prontamente ajudou-a carregando-a ao colo em estilo noiva, deixando Hinata completamente corada não esperava aquilo do rapaz. Naruto pousou-a no chão e calmamente retirou-lhe a venda deixando-a espantada com o que estava à sua frente.

—O que é isto, Naruto-kun? – a Hyuuga olhava maravilhada para tudo à sua volta. O sótão era adornado por piscas de Natal, à volta da pequena mesa havia pétalas de rosas no chão e em cima da mesa havia também pétalas, mas estas eram em formato de coração e no meio havia uma pequena caixa de veludo.

—Aproxima-te Hina. – a moça fizera o que o rapaz pedira, mas quando está ia falar este calou-a com o seu dedo sob os lábios rosados da Hyuuga. – Shhh… O que eu vou dizer quero que guardes muito bem. – calou-se por um breve momento e prosseguiu – Quando nos conhecemos eu achei incrível como uma menina podia ser tão linda e tão gentil, eu adorava a tua timidez quando me aproximava de ti. Quando fizemos doze anos, eu queria-te proteger de tudo e de todos, era a minha missão fazer feliz, mas havia algo em mim que eu não compreendia. Nunca tinha gostado da tua amizade com o Kiba, não sabia o que tinha até descobrir que estava com ciúmes. Quando fizemos dezasseis anos eu queria tentar desligar-me do que sentia por isso comecei a sair com várias raparigas, mas eu comecei a perceber o que sentia a partir do momento quando te vi a falar com o Toneri. Eram ciúmes o que eu sentia, mas como eu sentia esses ciúmes era diferente. Já não era o sentimento de proteger uma amiga, era um sentimento que eu só compreendi há bem pouco tempo. O meu coração palpitava com força quando te via, eu só te queria para mim. – o loiro parou um pouco. – Se reparares bem, eu sempre te fiz passar por situações constrangedoras tudo para te ver corar, nem imaginas o quanto eu adoro ver-te corar. Agora que estou a dizer isto é bem mais fácil. Os meus sentimentos estão todos aqui. O que eu quero dizer é que eu…

—Que tu? – Hinata respirava as palavras de Naruto sem saber o que falar. Ele estava a fazer-lhe uma declaração de amor?

—Hinata, eu… - o loiro respirou profundamente. – Eu amo-te.

Os olhos perolados brilhavam em puro êxtase, ele amava-a! Ele gostava dela! Ele retribuía os seus sentimentos. E ela estava ainda mais apaixonada por ele.

—Naruto-kun, eu também amo-te! – a azulada soltara o que sentia e o rapaz olhava maravilhado para ela. Aproximavam-se cada vez mais, o beijo tão esperado estava ali a acontecer. Eles amavam – se. Para Hinata aquele beijo era diferente do sonho. Aquele beijo era muito melhor, era real. As línguas lutavam entre si, a paixão queimava nas bocas que se afundavam num beijo sem fim. Mas como tudo na vida tem uma regra soltaram-se por falta de ar. E foi nesse momento que Naruto pegou na caixa de veludo e se ajoelhou perante Hinata abrindo a caixa e revelando um lindo anel de prata com uma pedra simples mas vibrante.

—Hinata Hyuuga, concederias a honra de ser minha namorada? – os olhos azuis brilhavam em expectativa e perdiam-se nas pérolas arregaladas que olhavam para o anel.

—Naruto-kun! Eu…Eu aceito ser tua namorada! – Hinata estava emocionada, nenhum sonho podia a fazer sentir viva como estava naquele momento. O seu amado amava-a e neste preciso momento pedira-a em namoro. Isto tudo era melhor do que um sonho.

Naruto pegou delicadamente na mão direita de Hinata e com todo o amor que era possível colocou-lhe o anel no seu dedo. Não era só Hinata que brilhava, o anel também reluzia o seu brilho e como por magia a Lua parecia ter-se aproximado da janela transmitindo a sua luz para o jovem casal que se anunciara naquela noite de Natal. Mais uma vez, reduziram a distância entre eles com um beijo apaixonado e carinhoso, tentavam a todo o custo transmitir não por palavras mas por um gesto o que sentiam e afirmarem que era a ele ou a ela que amavam. Separaram-se. Hinata percebera que ao canto o colchão estava preparado com cobertores e almofadas.

—Não te importas de dormir aqui hoje? – o loiro sorrira de lado.

—É claro que não! Mas deixa-me ir buscar o meu pijama. – Naruto concordou e quando ela saiu ele vestiu o seu pijama que havia trazido. Estava tão feliz. Não podia ter corrido melhor. Agradeceria eternamente à mãe por o ter ajudado naquilo tudo, podia contar sempre com a sua querida mãe ruiva. Dispersou os seus pensamentos quando viu Hinata a entrar com um pijama de mãe natal. Para Naruto aquilo deixava-a extremamente fofa e linda. Ela era realmente a mais linda de todas e agora era sua namorada. Sorrira com o pensamento.

Ambos deitaram-se no colchão aconchegando-se um no outro.

—Naruto-kun, quem te ajudou a preparar isto tudo? – a Hyuuga perguntava curiosa.

—Assim fico ofendido! – o loiro fingiu cara de decepcionado, mas sorriu – Foi a minha mãe, ela ajudou-me em tudo.

—Diz-lhe que vou agradecer-lhe para sempre! Foi o meu melhor natal de sempre! – Hinata sorria como ninguém, a felicidade transbordava por cada canto da rapariga.- Ainda mais com a melhor declaração do mundo!

—Eu sei, eu sei! Acho que tivemos duas ajudas! De uma ruiva e da lua, iluminou-nos no melhor ângulo! – Naruto tagarelava.

—Ahaha! Só tu, Naruto-kun, para dizeres isso! – a Hyuuga ria-se.

—Mas é verdade e tu sabes! – retorquiu o loiro – Feliz Natal, minha Lua!- Hinata surpreendeu-se com as palavras do loiro, “minha Lua”, como no sonho.

—Feliz Natal, meu Sol! – Hinata desejara ao seu sol, o seu raio de sol, o melhor que ela podia ter.

Deram um beijo profundo e afetuoso e quando se separaram encostaram-se um no outro dormindo abraçados e completamente apaixonados.

E assim foi o Natal de Naruto e Hinata.

Hinata pudera rir-se do que Naruto dissera, mas era bem verdade o que ele tinha dito. Kushina ajudara imenso o loiro, mas a Lua agiu no momento certo. Porque será que naquela noite de Natal era Lua cheia? Afinal ao que parece a Lua sabia perfeitamente o momento de atuar, parecia até que conhecia aqueles dois. Graças a Kushina e à Lua, eles poderam conhecer o luar dos seus sentimentos.

    Fim 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Muito obrigada a quem leu até aqui!
Deixem a vossa opinião!
Bjs Minamikaze



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