Meu Querido Halloween escrita por Minamikaze


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero imenso que gostem desta história!
Boa leitura!



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Meu Querido Halloween

«A origem pagã do "dia das bruxas" tem a ver com a celebração celta chamada Samhain, que tinha como objetivo dar culto aos mortos e à deusa YuuByeol (símbolo antigo da perfeição celta). A invasão das Ilhas Britânicas pelos Romanos (46 A.C.) acabou unindo a cultura latina com a celta, sendo que esta última acabou diminuindo com o tempo.

Em fins do século II, com a evangelização desses territórios, a religião dos Celtas, chamada druidismo, já tinha desaparecido na maioria das comunidades. Pouco sabemos sobre a religião dos druidas, pois não se escreveu nada sobre ela: tudo era transmitido oralmente de geração para geração. Sabe-se que as festividades do Samhain eram celebradas muito possivelmente entre os dias 5 e 7 de novembro (a meio caminho entre o equinócio de outono e o solstício de inverno, no hemisfério norte). Eram precedidas por uma série de festejos que duravam uma semana, e davam ao ano novo celta.

A "festa dos mortos" era uma das suas datas mais importantes, pois celebrava o que para os cristãos seriam "o céu e a terra" (conceitos que só chegaram com o cristianismo). Para os celtas, o lugar dos mortos era um lugar de felicidade perfeita, onde não haveria fome nem dor. As festas eram presididas pelos sacerdotes druidas, que atuavam como "médiuns" entre as pessoas e os seus antepassados. Dizia-se também que os espíritos dos mortos voltavam nessa data para visitar seus antigos lares e guiar os seus familiares rumo ao outro mundo.»

 Mais uma vez Naruto relia e relia, para ele aquele dia era muito especial, fora o dia em que conhecera a sua amada, Hyuuga Hinata. A bela e doce Hinata Hyuuga. Lembrava-se de cada detalhe o longo cabelo azulado, os olhos estranhamente perolados, como nunca antes vistos, o sorriso singelo e tímido. Mas não podia esquecer do amor deles, um amor impossível e possível ao mesmo tempo. Impossível porque ele era imortal e ela uma mera humana do clã Hyuuga, e naquele tempo era estritamente proibido o contacto entre humanos e seres do sobrenatural, quer dizer, ainda continua a ser. Em pleno século XXI, e ainda os mortais não sabiam que por baixo dos narizes deles existiam todo o tipo de criaturas. Naruto era um vampiro com quatro séculos de existência e até hoje só amara uma única mulher. O problema é que ela morrera precisamente no dia 31 de outubro. O clã dela, era dos poucos que sabia da existência dos seres sobrenaturais e quando descobriram que ela possuía um caso com um vampiro acusaram-na de traição ao clã por desrespeitar uma das regras mais importantes, e por isso, mataram-na. Ele nada pudera fazer. O ritual antes de a matar foi purificá-la e em volta dela tudo estava preenchido de cruzes, alhos e objetos de prata, tudo o que era capaz de o matar. Ele não podia deixá-la morrer. Por isso, com a força do amor que sentia tentava a todo o custo atravessar aquela muralha que o chamava para morte, ou era isso, ou o seu precioso amor morreria e isso era tudo o que ele menos queria. Ele corria em direção a ela e ao mesmo tempo que corria gritava de dor, dor daqueles objetos a atravessá-lo, dor de doer vê-la olhar para ele e dizer que parasse para o bem dele, para que não morresse, para que não desperdiçasse a sua vida à toa. Naruto lembrava-se perfeitamente daquelas palavras, o que Hinata não sabia, era que a vida dele era ela e por isso não poderia vê-la morrer sem salvá-la. Quando o seu sangue negro como as asas de um corvo escorria por todo o lado, ele finalmente a alcançara, mas numa fração de segundos tudo ocorreu de maneira lenta. Ele a sorrir porque iria alcançá-la, ela dando um sorriso feliz, mas também triste, ele magoara-se imensamente e aqueles cortes iriam demorar para se cicatrizar. Porém, no momento em que Naruto tocara na sua mão, uma espada foi-lhe espetada no coração. Ela ainda sorria, enquanto saíam lágrimas e sangue escorria pelo seu vestido,  que antes era castanho e tornara-se vermelho, vermelho da cor das rosas mais vermelhas que existiam naquele prado. Naruto bloqueou, ficou paralisado, aquilo não era suposto acontecer. O que deveria acontecer, era ele conseguir salvá-la, dizer o quanto a amava, fugir dali e amarem-se para o resto da eternidade. Sim, Naruto tencionava-a morder e torná-la sua para sempre. Mas em vez disso, ela morria em frente aos olhos dele e ele não poderia fazer nada, nem dizer que a amava com todas as forças que tinha, nem abraçá-la e dizer que nunca amara ninguém como a amara. Ele começara a chorar sem parar, as lágrimas negras a escorrer-lhe pelo rosto sem piedade, sem dó. O sentimento de impotência tomava conta dele naquela hora. E ali, ele gritou o que queria dizer:

«-EU AMO-TE, HINATA! EU AMO-TE COM TODAS AS MINHAS FORÇAS! EU AMO-TE  COM TODO O MEU CORAÇÃO! EU AMO-TE  COM TODO O MEU SER!» Quem olhava aquela situação chegara a ter pena do vampiro e arrependimento de ter dito que a pobre menina deveria morrer, era possível ver o quanto eles se amavam, sem muito custo. Era um amor genuíno, um amor como ninguém tinha visto, porém ele fora destruído. Mas o que ninguém estaria à espera era que Hinata ainda conseguisse falar.

«-N-Naru-to- ela tossia e da sua boca saía sangue- m-meu am-amor, lem-lembras-te d-de e-eu ter-te con-contado a his-história do meu clã, q-que o-os mor-mortos vol-voltam sem-sempre- mais uma tossida e o coração de Naruto apertava-se , era agonizante vê-la assim- ve-vem aqui, quan-quando for di-dia 31 de ou-outubro, por-porque eu vol-voltarei!-Hinata tosse outra vez, desta vez parece que está a dar os últimos suspiros- N-Naruto eu amo-te!»

 E ali, no meio daquela floresta foi onde Hinata deu o seu último suspiro antes de partir, antes de dizer a Naruto que o amava, antes de poder dizer que ele era a única pessoa que a fez feliz na sua vida e que apesar de não ter vivido para eternidade com ele, ela o amaria com certeza para toda a eternidade, independentemente onde estivesse. E também ali, Naruto desabou-se em lágrimas negras, em dores dolorosas no seu coração negro, que outrora fora luz, que outrora chegou a bater com intensidade, por mais que dissessem que corações como o da sua raça nunca bateriam. Ele podia dizer que era verdade até conhecê-la, até a aprender a amar e aí sim, ele pôde ver que aquilo não era verdade, afinal o seu coração batia fortemente todas as vezes que a via, todas as vezes que conversavam, todas as vezes que ela sorria. O sorriso dela era capaz de desfazer as trevas no seu coração e com ela tinha aprendido a sorrir. Não só a sorrir, mas a amar, e por amá-la, ela morrera, ela morrera, ELA MORRERA!

Quando finalmente, as suas lágrimas pararam, ele pode ver que já ninguém estava ali, nem os alhos, nem os objetos de prata, nem os crucifixos. Ali, apenas estavam ele e ela. Ele desolado, ela sem vida. Ele morto por dentro, ela morta por fora. Ele a chorar sem parar, ela em silêncio com a sua dor. Até que num ato de puro desespero, desespero de trazer o seu amor de volta à vida, ele mordeu-a, mordeu-a sem parar, mas na pele apenas ficavam pequenas marcas de sangue e nada parecia resultar. Mas num último instante, uma luz percorreu o corpo de Hinata, uma luz que era capaz de cegar de tão intensa, e do corpo dela saía a sua alma pura, sem nenhuma marca de que fora mordida, sem nenhuma marca de ainda há pouco tempo estivesse a morrer e o seu vestido que antes era castanho tornara-se branco, um branco que ele nunca esquecera.

«-Naruto, meu amor, não chores- dizia ela como se estivesse viva à sua frente- Eu já te disse, eu voltarei, não te esqueças disso!- ela sorri-lhe e no coração agora escurecido de Naruto, surgiu um pequeno batimento, mas por mais pequeno que fosse, fez com que no loiro houvesse um ponto de esperança, um ponto de luz- Vem aqui sempre no dia 31 de outubro, se eu não aparecer nesse dia, vem no ano seguinte, no mesmo dia, porque eu irei voltar e enquanto eu não voltar eu estarei bem aqui- ela aproxima-se de Naruto e, pegando na mão dele encosta-a ao coração do Uzumaki- bem aqui, no teu coração. Mas até lá Naruto, não te  esqueças  que Aishiteru

 Bem antes de ela partir, Naruto abraçou-a e novamente sentia-se seguro como quando estava com ela, como quando a abraçava e foi naquele abraço que ela desapareceu, partindo para bem longe.

Lágrimas desciam do seu rosto, o amor da sua vida morrera e ele voltaria a ficar sozinho, o seu coração neste momento estava morto, mais morto do que quando era simplesmente um vampiro que vivia sozinho. Decidiu que naquele lugar iria ser o túmulo de Hinata. Naruto levantou-se em direção ao corpo de Hinata, uma lágrima teimosa caiu-lhe pelos olhos, para ele aquilo não passava de um maldito pesadelo, um pesadelo chamado realidade. Aproximou-se dela e com todo o cuidado do mundo tirou-lhe a espada que lhe trespassava o coração. A espada antes reluzente e brilhante, agora era vermelha, um vermelho intenso que o faria lembrar para sempre daquele dia. Com a sua mão, passou-lhe nos olhos perolados sem vida fechando-os para sempre.

Cavando um buraco fundo, pegou no corpo da amada delicadamente e,  depositando-o lá abraçou-a mais uma vez,  despedindo-se dela com um beijo, um simples encostar de lábios, mas para ele era a certeza de uma despedida e, por isso, não tardou em chorar mais um pouco, certamente iria chorar quando se lembrasse dela. Começou a fechar a cova com terra, e por cima colocou uma grande lápide de cimento,  fechando o contacto entre a terra e o dia que estava a começar a desaparecer. Pegando na espada, espetou-a na lápide onde agora Hinata descansava em paz. Mais uma vez ele voltara a ficar sozinho, sem ninguém, mais uma vez voltaria para o castelo sombrio onde morava no alto da montanha e ficaria lá a viver eternamente, mais uma vez voltaria a ser um vampiro solitário.

Cinquenta anos havia passado e Naruto agora um ser sombrio e negro, ia visitar Hinata todos os dias, colocando sempre girassóis no seu túmulo. Através de rumores, descobriu que o clã Hyuuga mudara-se de local para a cidade mais perto. Quando soube uma raiva passou por ele, nunca iria perdoar o clã por aquilo que fez com Hinata, mas também ficara um pouco aliviado, finalmente poderia visitar a mulher que mais amou sem preocupações, ele sabia que desde que Hinata morrera o clã passou a vigiá-lo e, por causa disso não poderia ter a privacidade que queria ter para falar com Hinata.

Com estes cinquenta anos, todos os anos no dia 31 de outubro visitava Hinata e só partiria quando o dia amanhecesse e com ele o Sol voltasse. O Sol não era problema para ele, tinha um poder que mais nenhum vampiro tinha e podia andar à vontade durante o dia. Em cada 31 de Outubro, Naruto aproximava-se da sepultura de Hinata rezava um pouco e contava o que tinha feito durante aquele tempo todo, mas também dizia-lhe que morria de saudades dela, que nunca iria amara ninguém como ela, que nunca a deixaria, que ela era mulher da vida dele. E era apenas naquele dia que Naruto desabava em lágrimas, lágrimas de dor e de saudade. Mas no seu coração um ponto de luz ardia e dizia ‘’Tem  esperança, eu voltarei!’’ e era isso que fazia com que o loiro ficasse lá até o dia amanhecer, sempre à espera de um sinal.

 Neste momento, Naruto estava no seu computador a ler  sobre o dia das bruxas que ocorreria amanhã, dia 31 de Outubro. Isso fez com que ele se lembrasse da sua Hinata, de como a perdeu, o seu coração ainda estava negro como carvão, apenas uma pequena, uma pequena e brilhante brasa queimava lá sem parar. E seria amanhã que completaria um século, um século que esperava por Hinata. Seria amanhã que ela voltaria para Naruto? Naruto não queria saber iria na mesma, iria ter com ela. A porta foi aberta, sem nenhum bater e lá estava o seu melhor amigo Sasuke, um lobisomem. Criara amizade com ele no dia em que estava a visitar Hinata e este viu-o, na altura Naruto ficara chateado mas passado pouco tempo criou uma amizade forte com o lobisomem. E por essa amizade ser tão forte Sasuke era o único que conhecia a história de Naruto e Hinata. O lobisomem sentia pena do amigo, aquilo deixou-o completamente de rastos, por isso, sempre que podia ia visitá-lo sem falta e sabia que naquele dia Naruto não passaria lá a noite, iria dormir ao pé do túmulo da Hinata.

—Já vais?-perguntou-lhe sem expressão.

—Sim, não a posso deixar lá sozinha!-disse Naruto com determinação.

—Ok, mas tem cuidado e boa sorte!- Sasuke dizia aquilo com preocupação, sabia bem como Naruto ficava quando Hinata não aparecia. Chegava a ficar uma semana trancado no quarto e para tirá-lo Sasuke precisava de muito sacrifício e coragem, pois o loiro como era vampiro era extremamente forte e Sasuke tinha de usar o seu poder no máximo para tirá-lo.

 Naruto levantou-se e sem se despedir dirigiu-se à sepultura de Hinata. Seria hoje o dia em que Hinata regressaria? O loiro perguntava-se e perguntar-se-ia para sempre. Morria de saudades da amada. Antes de chegar, passou por um campo de girassóis e colheu uma braçada deles. Os girassóis eram as flores preferidas dela, seguiam o Sol por onde quer que ele fosse e isso levava Naruto a crer que aquela flor era especial, para ele o girassol era ele mesmo e o Sol era Hinata que gostava de seguir por onde quer que fosse. Naruto estava cada vez mais próximo, e ao longe já era possível vê-lo, lá imponente e majestoso estava o túmulo de Hinata, estava bem cuidado, pois Naruto sempre que podia ia lá limpá-lo. Envolta dele cresciam heras, não eram muito grandes, mas davam um ar de leveza ao pequeno túmulo. Amanhã completaria um século que Hinata partira e isso entristeceu um pouco o loiro. Quando chegou ao pé do túmulo, pôde ver que lá ainda se mantinha a espada que cravara nele, não havia sequer uma marca de ferrugem, apenas a mancha de sangue seco lá marcada para sempre. Ajoelhou-se perante ele e rezou baixo. Rezou por Hinata, rezou por ele e pediu-lhe para que ela cuidasse dele. O loiro levantou-se e encostou-se à sepultura. Começou a contar-lhe tudo o que se passou nestes últimos cinquentas anos:

—Sabes Hinata, vou-te resumir tudo o que aconteceu nestes cinquenta anos. - o loiro fez uma pausa e continuou- Em 1967, quando completou cinquenta anos que tu foste embora, eu fiquei triste, quer dizer muito triste. - uma lágrima caiu-lhe pelo rosto- Sem ti aqui a minha vida não faz sentido, acordar todos os dias e ver que tu não estás lá para me dizer "bom dia" é sofrido, mas eu sei que tu disseste  que vais  voltar, não sei quando, mas até lá eu vou sempre sentir-me  só!- mais algumas lágrimas caem- Sabes, espero que não te importes, mas neste últimos cinquenta anos fiz um amigo, o meu melhor amigo, Sasuke Uchiha,  e contei-lhe a nossa história. Para mim foi libertador contar aquilo, senti-me muito mais leve. Acho que se tu o conhecesses irias gostar dele, por mais que eu fosse chato, ele estava sempre lá por mim e aquilo deu-me forças!- um sorriso involuntário, como Naruto já não dava há um século surgiu no seu rosto. - Quando venho aqui sempre penso que tu  poderás aparecer a qualquer momento, mas quando vejo que não isolo-me no meu quarto. Acho que se não fosse por Sasuke ficaria lá trancado para sempre, vou ter de lhe agradecer!- Naruto ficara pensativo por um momento, mas antes de se pronunciar sente uma leve brisa passar-lhe pelo rosto. Era como se uma presença estivesse ali- Mas queres saber,  neste último século nunca estive com uma mulher, claro que saía à noite e encontrava algumas mulheres com um cabelo parecido ao teu, mas elas não eram tu,  então nunca tentei nada sério.  Tu és única, linda e única, nunca encontrarei alguém como tu!- Naruto encosta-se mais ainda ao túmulo, como se ela estivesse lá, sente o cheiro dos girassóis, os girassóis dela- Hinata, quando irás aparecer?  Eu  morro de saudades. - mais uma vez Naruto respira de fundo e, sussurrando diz- Aishiteru Hinata…

 Naruto adormece, sem saber que ao longe estaria a chegar alguém que aguardara este tempo todo por ele.

 O Uzumaki sente algo quente na sua cara, era um raio solar que iluminava o seu rosto, estava tão cansado que nem reparara que adormecera em cima do túmulo de Hinata. Hinata? Era hoje o grande dia, 31 de outubro, um século que ela partira, seria hoje o dia em que regressaria? Naruto levanta-se apressado e corre para o lago mais próximo, debruça-se sobre a água, sabendo que não iria conseguir ver o seu reflexo, atira  apenas um pouco de água cristalina e refrescante na sua face. De repente ouve-se um barulho. Um barulho de algo a mexer-se nos arbustos, seria alguém a espiá-lo? Mas de lá sai apenas um coelhito e vendo-o, o loiro percebe que não comia nada desde ontem, o que levou a ser denunciado pela sua barriga e pelas suas presas que cresceram um pouco devido ao cheiro do coelho que entrara pelas suas narinas. Então Naruto ergue-se e volta para à beira de Hinata. Havia trazido um pequeno saco de sangue, em caso se estivesse com fome e agora seria o momento de o usar. Ele procura-o e procura-o, tinha quase a certeza que o deixara ali. Ele usa o seu olfato para senti-lo melhor, mas não encontra nada. Será que se tinha esquecido? Sabendo que tão cedo não o ia encontrar, decide que o melhor é caçar o pequeno coelho, afinal precisava de se alimentar. Ele volta de novo para o lago e vê que ele ainda está lá. O momento perfeito, pensa. As suas presas crescem e quando prepara-se para dar um salto, o coelho começa a levitar. O coelho está a levitar à sua frente, como era possível? Estaria alguém a brincar com ele? Ele começa a correr em direção ao coelho e como por magia ele acelera ainda mais. O quê, mas o que é isto? Pergunta-se confuso. Por um segundo tocou nele, mas ele escapou e o loiro ouviu uma risada, mas que risada! Espera, aquela era a risada de Hinata! Não, não pode ser! Mesmo antes de perceber o que se estava a passar sente uma pancada na cabeça e assim desmaia.

 Naruto ouve barulhos, levanta de leve os olhos, mas parece que está vendado, quando tenta mexer os braços percebe que eles estão amarrados. A única coisa que se lembrava era de estar a perseguir o coelho que levitava e de ouvir uma risada e depois levar uma pancada na cabeça. Mas tinha quase a certeza que aquela risada era de Hinata, tinha de ser de Hinata. Não podia ser de outra pessoa, não é?

— Alguém está aí?- pergunta o loiro um pouco receoso de aquilo ser uma brincadeira de mau gosto para com ele.

— Estou eu.- uma voz que Naruto não reconhecia, parecia ser de mulher, mas estava a fingir que era de homem.- Porquê, algum problema?

— Quem és tu? Onde é que eu estou? Sabes, eu não devia estar aqui! Que horas são? Tenho uma pessoa à minha espera, não posso ficar aqui!- diz o loiro já alterado.

— Olha são vinte horas.- de repente, a voz faz uma pausa.- E já não me reconheces Naruto?- a voz mudara, aquela voz, aquela voz era de Hinata. Uma risada abafada era ouvida por Naruto.

—Hinata? Hinata és tu?- o loiro já emocionado deita algumas lágrimas.

— Sou eu, meu amor- ela aproxima-se e começa a desatar as cordas que o prendiam- Voltei!- diz Hinata colocando as suas mãos no rosto de Naruto e retira a venda. Bastou tirá-la que Naruto já a beijava, um beijo cheio de saudade, alegria, felicidade e amor, tudo ao mesmo tempo. Hinata nem raciocinara, já entregue a ele há muito tempo.

—Tu  voltaste! Tu VOLTASTE!- o Uzumaki sentia-se extremamente feliz, como nunca estivera neste último século.- Mas como é que te consigo tocar?

— Eu só te  disse que regressaria mas, no meu clã se almas dos mortos se ainda, por algum motivo estiverem ligadas a este mundo, apenas no dia da sua morte, podem voltar e ganhar forma física apenas por um dia. E esse dia é hoje. Eu voltei por ti.

— Mas isso quer dizer, que tu não ficarás  aqui comigo?- Naruto indaga triste.

— Isso não importa, o que importa é que eu estou aqui!- ela sorri, mas o loiro sabia que ela também estava como ele, triste.- Ainda não viste a minha decoração?

—Ahn?! O quê?- o loiro que até agora estivera desatento a tudo, finalmente vira o que ela estava a falar. Ela decorara o túmulo dela. Havia uma pequena toalha com alimentos, quer dizer só comida para vampiro, mas no centro da toalha estava um pequeno jarro com um girassol, certamente ela tirara do ramo que estava pousado no seu túmulo.- Está lindo. Foste tu que levitaste o coelho e que me deste uma pancada?

—Obrigada. E fui eu, tu  devias  ter visto a tua cara quando o coelho começou a levantar do chão, mas antes de tu descobrires que era eu, dei-te uma pequenina pancada. Nem foi com muita força, ficaste apenas desacordado por três horas!- ela diz e começa a rir-se.

— Três horas? Onde é que arranjaste tanta força?- o loiro ri-se também, era tão bom estar com a amada depois de tanto tempo.

Eles vão para a toalha e sentam-se lá, o loiro começa a comer, estava cheio de fome, tinha lá de tudo e viu um pequeno saco de sangue, espera aquele era o seu saco de sangue. Olhou em direção a Hinata e viu-a dar uma pequena risada, mas que risada gostosa e doce. Ela estava ali com ele depois de tanto tempo. Conversaram sobre tudo. Hinata dissera-lhe que ficara durante um século como uma alma perdida e que vira o que acontecia com ele ao longe, não conseguia aproximar-se, pois tinha uma espécie de barreira invisível à volta dele, mas que ouvira tudo o que o loiro lhe dizia. Ela pedia desculpas por o deixar sofrer, mas ele nem queria saber, a culpa não era dela, nunca seria. Então sempre que ela se tentava desculpar, ele calava-a com um beijo. E ela corava, corava como dantes. Quando deram por si já era quase meia-noite, e à meia-noite seria quando Hinata iria partir. Eles levantaram-se.

—Queres dançar comigo, senhorita?- diz Naruto com um tom charmoso.

— Mas nós não temos música! Como vamos dançar?- pergunta preocupada.

— Não há problema, apenas segue-me!

Naruto puxa-a para si, e bem junto dele, eles começam a dançar ao sabor do vento e dos sons da floresta, enquanto Naruto cantava bem baixinho uma música qualquer. Eles olhavam nos olhos de cada um, o amor deles estava ali a preenchê-los enquanto dançavam, e quando deram por si estavam aos beijos e abraços, sabiam que nunca mais se iriam ver, então aproveitavam enquanto podiam. Naruto parou de cantar e abraçou Hinata com toda a força que podia. Não queria perdê-la novamente, mas ela iria-se embora outra vez. Olhou mais uma vez naqueles olhos que tanto amava. De repente, começaram a soar as doze badaladas. Não, não podia ser agora. Naruto não estava preparado. Nem Naruto, nem Hinata. Naruto beijou-a com toda a força e abraçou-a. Hinata também o beijara  e abraçara, mas deixou sair algumas lágrimas que teimavam em cair. Naruto limpou-as e beijou-a mais uma vez.

O corpo de Hinata começara a desaparecer. Ela olha em direção em Naruto e com a voz embargada diz:

—Aishiteru, Naruto.- lágrimas rolam dos seus olhos perolados- Sayonara, meu amor!

Naruto vê que mais uma vez iria perdê-la, então uma ideia passa pela sua cabeça, a ideia mais decisiva da sua vida imortal. Ele corre em direção ao túmulo de Hinata e, pegando na espada volta na direção dela. Hinata, vendo o que ele ia fazer tenta impedi-lo, mas ele não deixou.

— Desta vez não Hinata!- e sem esperar apenas a espeta no seu coração, aquela espada era de prata por isso iria morrer. - Desta vez não, eu irei contigo. Nada de sayonara, minha amada! Aishiteru!

 E ali enquanto o corpo de Naruto perdia vida, duas almas que não se puderam amar eram libertadas. Dizem por aí, que no dia 31 de outubro naquele mesmo lugar, são vistas duas almas apaixonadas a dançar. Não se sabe se é verdade, mas alguns dizem os ter visto. Eu acredito, e por isso contei esta história. Mas e tu, acreditas ou não?

Fim


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Notas finais do capítulo

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O texto que apareceu no início foi retirado da wikipédia.
Bjs Minamikaze



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