Dadzawa escrita por Ayzu LK


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Cinco vezes em que alguém chamou Aizawa de pai, e uma em que ele aceitou a sua sina.



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Primeira vez

Tudo começou com Midoriya, e isso não devia surpreender Shouta.

—Obrigado, pai!

Ele falou aquilo com um sorriso enorme e radiante que ninguém deveria ser capaz de dar aquela hora na manhã, e Shouta apenas piscou aturdido. Alguns alunos por perto, depois de alguns segundos surpresos começaram a segurar a risada.

Quando percebeu o que havia dito ele achou que a criança ia desmaiar na sua frente, o rosto vermelho, gaguejando tanto que não entendeu uma palavra que saiu da boca dele.

—Tudo bem, tudo bem. Vamos continuar a aula, criança problemática.

Os outros continuaram rindo até que ele os lançou ‘aquele olhar’, e Midoriya passou um bom tempo sem ter coragem de o fitar sem ficar mortificado.

Shouta tentou ignorar a sensação estranha em seu peito de satisfação ao ouvir aquela palavra.

Ninguém precisava saber.

Segunda vez

Surpreendentemente o segundo foi Iida. Estavam subindo no ônibus para um treino fora do campus, e o garoto estava como sempre tentando organizar a bagunça dos colegas, as mãos se movendo com tanta força que se perguntou curiosamente se ele já não havia deslocando algum osso do punho alguma vez fazendo aquilo.

—Aizawa-Sensei! – E lá vem ele, a coluna ereta, o rosto sério. – Todos os estudantes em seus devidos lugares e prontos para seguir!

—Aye aye. Agora vá para seu lugar.

—Okay, pai!

Dessa vez ninguém estava lá para ouvir, e os dois ficaram se olhando por alguns segundos, até vir as desculpas exageradas, as mãos voando tão rápido que teve que desviar dos movimentos.

—Certo, certo. Está desculpado. Suba. Vamos logo.

Não precisou falar duas vezes, tinha certeza que o garoto tinha usado a quirk para fugir.

—Eu não ganho o suficiente para isso.

Ninguém viu seu pequeno sorriso, então não aconteceu.

Terceira vez

—Pai, o aquecedor do dormitório quebrou.

Todoroki, diferente dos outros não pediu desculpas, mesmo estando bem claro que ele percebera o que falara. Aizawa o encarou de forma intensa, e recebeu o mesmo olhar intenso de volta.

Por fim suspirou.

—Certo, vamos lá.

Quarta vez

Shinsou havia treinado até cair. Isso era algo comum do garoto fazer. Mesmo sem o treino ele acabava dormindo em lugares inusitados, mas quem era Shouta para falar dele, afinal?

Já era um ritual acabar tendo que levar o garoto da área de treinos nas costas, por isso o ajustou e começou a caminhada, esperando apenas encontrar também algum canto para dormir em paz durante o restante da tarde.

—Obrigado, pai.

Olhou para trás, surpreso, encontrando o rosto ainda adormecido.

—Tsc.

Escondeu seu sorriso na scarf e continuou o caminho.

Quinta vez

Era comum Eri ter pesadelos, por isso já estava acostumado a checar na garotinha durante a noite, já que ela nunca o acordava, apenas ficava no escuro paralisada e chorando de forma silenciosa.

Naquela noite, pela primeira vez ao a checar ela estava dormindo em paz. O rosto relaxado entre os muitos animais de pelúcia que Mic havia lhe dado juntos com professores e alunos da UA. Ficou alguns minutos ali, apenas a fitando, e quando se preparava para dar meia volta ouviu a vozinha baixa e sonolenta.

—Papai?

Olhou sentindo seu coração acelerado, e encontrou os olhos vermelhos abertos e ainda enevoados pelo sono o fitando.

Seu coração acelerou em seu peito e não sabia o que responder por alguns instantes.

—Papai? – ela repetiu esfregando os olhos. – P.pode...pode ficar um pouco mais?

Seus ombros relaxaram e deu um suspiro resignado.

—Claro, Eri.

E a sexta

— Porque jovem Midoriya parece tão nervoso ao seu redor nos últimos dias?

Suspirou exasperado com o tom do outro, que estava entre curioso e um tanto protetor, de uma forma que talvez ele mesmo não percebesse.

Ignorou os olhos muito azuis no rosto emaciado enquanto procurava sua carteira para pagar o caixa.

Era o dia de fazer compras para os dormitórios, e mesmo que limitasse o número de alunos em rotação para 3 no máximo, ainda era demais quando incluía Uraraka e Bakugou. Nunca Midoriya ou Bakugou, aquela havia sido uma experiência que preferia não repetir.

Não ganhava o bastante para isso.

—Ele me chamou de pai sem querer e está envergonhado. – falou sem interesse, mantendo os olhos nas pestes perto da van com Mic, que também não ajudava muito.

—Ahhh. – o outro relaxou ao seu lado e quase revirou os olhos com isso. – Você também, hum?

—Como assim eu também?

—Bem...aconteceu algumas vezes, alguns deles as vezes escorregam. – o homem pareceu levemente envergonhado e divertido, mas havia um sorriso satisfeito no rosto. – Jovem Midoriya com mais frequência, eu admito.

Claro que esse seria o caso com All Might, aqueles dois tinham pai e filho escrito na testa. Nem para disfarçar o favoritismo ele conseguia quando saia falando para todo mundo sempre que aquela criança problemática conseguia fazer alguma coisa.

—Apesar de jovem Todoroki não parecer fazer isso por acidente.

Então estava certo.

—E Jovem Bakugou sempre dar um pequeno...hum, escândalo quando acontece.

—Bakugou te chamou de pai?

Até ele queria ter visto isso.

—É hahaha, algumas vezes. Deixa que eu pago.

Não insistiu, e quando All Might abriu a carteira – com tema do All Might ‘jovem Midoriya me deu, haha’, ele viu. 

Piscou incrédulo, e o homem fechou rapidamente com o rosto vermelho, mas já era tarde demais.

—Você também tem foto deles na carteira?

—Claro que não, só estou as guardando por um tempo e...também?

—Também o que?

—Você disse também.

—Não, eu não disse.

—Disse sim.

—Claro que não.

Por via das dúvidas escondeu melhor sua carteira.

O outro o fitou por alguns segundos e então deu a sua risada irritante.

—Shoutaaa, suas crianças estão com fome.

O grito de Mic o salvou pela primeira vez e apressou o passo saindo do mercado e ignorando a risada do loiro idiota e os olhares curiosos das pessoas ao redor.

—As mande esperar. – Grunhiu quando estava perto o bastante.

Só dentro da van percebeu a que tinha respondido.

‘Suas crianças.’

Pelo o olhar do ‘outro’ loiro idiota na direção ele havia feito de propósito.

—Te odeio.

—Olha o mau exemplo, Shouta.

—Morra.

Se alguém viu seu sorriso negaria até a morte.

—Kirishima, coloque o cinto.

—Sim, pa..digo, Aizawa-sensei.

Aquela era a sua vida agora.


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