Implacável destino escrita por J S Dumont


Capítulo 17
Capitulo 17 - Gale Hawthorne I


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, voltei, peço perdão pela demora, ultrapassei quarenta e cinco dias de att, mas eu estava na época das minhas provas finais e realmente é uma loucura os meses de prova ainda peguei um exame =/
mas ainda assim vim aqui att porque já faz um bom tempinho que não att, tentarei agora rapido tanto nessa como nas outras fics, quero nas ferias estar finalizando todas, então estamos com um cap. bem grandinho para compensar
não deixem de comentar, recomendar e favoritar!
bgs bgs e até o proximo!



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17. Gale Hawthorne I

Enquanto encarava Katniss notei que ela estava levemente nervosa, ela me olhava fixamente, e seus lábios permaneciam entreabertos. Era como se ela tivesse sido pega de surpresa.

— Gale Hawthorne? – ela repetiu o nome, num tom de pergunta.

— Quem é ele? – perguntei, dando mais um passo na direção dela e olhando-a com atenção. - Não tem nenhum Gale Hawthorne na sua cidade? – perguntei, arqueando as sobrancelhas, enquanto ainda encarava.

— Não! – ela repetiu. – Eu não conheço nenhum Gale Hawthorne, além do mais, quem é essa pessoa que você tanto está perguntando?

— Bom, eu não sei, ele simplesmente está ligando aqui em casa, querendo falar com você! – respondi, cruzando os braços e ainda a analisando com atenção, notei certo nervosismo em sua expressão.

— Ninguém me contou nada sobre isso... – ela disse.

— É, porque só quem sabe é o mordomo e eu, ele ligou agora pouco e quando perguntei o que ele queria com você, ele simplesmente desligou... – falei.

— Ele se apresentou como Gale Hawthorne? – ela perguntou.

— Agora sim! – falei. Ela se aproximou da cama, se sentou nela e então me olhou.

— Eu juro que eu não sei quem é Gale Hawthorne, mas deve ser alguém ligado ao Cato! – ela falou, e eu permaneci com os braços cruzados enquanto a encarava.

— Bom, mas seria bom você atender, para saber o que ele quer falar, se for algum recado do Cato como nós achamos que é, ele irá falar na ligação...  Não acha? – perguntei.

— Sim! – ela concordou. – Mas se for recado dele, quer dizer que talvez ele não tenha ido embora, talvez ele esteja aqui perto e todo o seu esforço foi em vão... – ela falou, olhando para baixo, e cruzando os braços, ela parecia realmente chateada com sua suspeita, e instintivamente para consolá-la, eu já fui me aproximando e então me sentei ao lado dela, e coloquei minha mão em seu ombro.

— Não! Talvez não seja isso, não vamos precipitar as coisas, certo? – eu falei, e senti como se tivesse falado aquilo também para mim, como também para ela. Mesmo que os fatos ás vezes me levava a crer que Katniss esteja mentindo e tudo isso seja apenas um golpe, eu sabia que ainda também existia a possibilidade de ela estar falando a verdade e quem esteja mentindo e armando tudo isso seja Cato, meu próprio irmão, e ainda na cumplicidade de Madge.

Para ser sincero eu sempre duvidei do caráter de Cato, sempre duvidei quando ele fingia boas intenções para cima de mim, ele não ia com minha cara, isso é um fato. E por um lado, tudo levava a crer que Katniss estava falando a verdade. Mas ainda assim era difícil imaginar que ele possa ser o culpado do meu acidente, e eu ainda ficava na duvida, do que era pior ter a certeza. O que será que doeria mais? Ter a certeza de que Cato, meu próprio irmão, sangue do meu sangue é o culpado de tudo, até mesmo do meu acidente, ou de Katniss, a mulher que eu amo ser a golpista e que tenha armado contra mim e até contra Cato? Fazendo nosso relacionamento apenas piorar ainda mais.

Eu ainda não sabia o que eu queria acreditar, qual a certeza que eu queria ter... Mas eu só tinha certeza de uma coisa, eu não queria viver a vida inteira com essa duvida, eu precisava saber de toda verdade.

Todas essas ultimas semanas, confesso que eu só queria esquecer aquilo tudo, fingir que Cato apenas viajou e deixar para lá tudo aquilo, apenas torcendo para que ele refizesse a vida dele e eu pudesse viver uma vida de casado com Katniss, mas agora, parecia que aquilo seria impossível, toda vez que tocava o telefone, novamente o redemoinho de duvidas me consumia, pois me fazia lembrar que tinha um homem atrás de Katniss, embora não tivéssemos a certeza do que ele queria. Mas eu sabia que tinha algo acontecendo, e isso não podia ser ignorado.

Tudo bem, que eu não queria tomar nenhuma atitude precipitada, eu queria a certeza, eu queria a prova, antes de acusar um ou outro. E fora o que decidi no dia seguinte, procurar um meio de descobrir a verdade.

Durante toda a noite, eu fiquei deitado na cama apenas pensando no que Madge me falou, ao mesmo tempo em que eu pensava na possibilidade de Katniss estar sendo sincera, ou de ela estar mentindo e eu ter acusado Cato injustamente. Katniss não demorou muito para dormir, e por um momento eu me virei na direção dela e passei a mão em seus cabelos escuros, enquanto a observava.

Como eu já gostava dela... Eu não conhecia ela mais do que poucos meses, não sabia tudo sobre sua vida, e nem convivia com ela por tanto tempo assim já que as primeiras semanas ela apenas ficou fugindo de mim, fazia poucos dias que começamos a viver como um casal de verdade. Será que eu estaria sendo inocente demais? Eu teria me apaixonado rápido demais por ela?

Soltei um suspiro, e voltei a olhar para o teto do meu quarto. Eu não tinha certeza de nada, a única coisa que eu tinha a certeza, é que eu não poderia viver com essa duvida o resto de minha vida, eu não podia simplesmente fechar os olhos e querer acreditar apenas no que é mais confortável para eu acreditar. Eu tinha que descobrir a verdade de qualquer forma, eu precisava das provas, mesmo tendo a certeza de que elas poderiam me machucar por completo.

***

No outro dia, eu fui cedo para o escritório, antes mesmo de Katniss acordar, praticamente engoli o café da manhã e dirigi em alta velocidade até o trabalho, já fui entrando em minha sala de forma agitada. Somente joguei minha bolsa ali em cima e fui para a sala de Finnick, ele estava conversando no telefone celular, mas assim que me viu entrando, já fora se despedindo de Annie e desligando a ligação para falar comigo.

— Peeta, está tudo bem? – ele perguntou, como sempre ele me conhecia muito bem, não precisava de muito para saber quando eu estava nervoso.

— Não, não está! – falei, suspirando em seguida me sentei na cadeira e olhei para ele, com um olhar sério.

— imagino que o que Madge falou para você deve ter mexido muito com você... – ele disse. – Você não quis falar direito comigo, fiquei meio confuso a noite inteira...

— Me desculpe eu fiquei meio nervoso, e eu só queria ir para a casa! – falei para ele, depois o observei dar a volta em sua mesa e se sentar na sua cadeira. Suspirei e encarei Finnick fixamente. – Eu vou te contar o que está acontecendo, tem uma pessoa ligando lá em casa, ela já ligou umas duas vezes atrás de Katniss, a primeira vez foi o meu mordomo que atendeu, quando ele perguntou quem era a pessoa desligou... Já na segunda vez fui eu que atendi, e ai ele disse que se chamava Gale Hawthorne, mas quando lhe perguntei o que ele queria, ele desligou na minha cara! – falei, Finnick me olhou com um olhar intrigado.

— Acha que isso é coisa do Cato? – Finnick me perguntou.

— Bom, tem chances de ser, mas antes da segunda ligação, Madge me chamou para falar que Cato conversou com ela antes de ir embora, e contou o que estava acontecendo para ela, mas claro, na versão dele, ele disse que era inocente, que na verdade ele foi usado por Katniss, que ele afirma que é uma golpista e quando ela chegou como minha viúva, o seduziu, se fazendo de santa assim como fez comigo, ele disse que ouviu ela falando no telefone com esse tal de Gale Hawthorne, e segundo ele, esse Gale Hawthorne é o amante dela! Que foi quem planejou o meu acidente...

— Bom, alguma coisa esse Gale Hawthorne pelo menos é, não é? Se ele realmente ele está ligando na sua casa... – afirmou Finnick.

— Sim, mas também ele pode simplesmente ter sido pago por Cato e por Madge para ficar ligando lá em casa para nos perturbar... – eu disse.

— Sim, fazer você e Katniss brigarem, separar vocês... Tem diversas possibilidades! – Finnick disse dando de ombros, depois pegou um copo de água em cima de sua mesa, e deu alguns goles. – acho que você não deveria se preocupar tanto com isso, deveria esperar para ver que mais esse tal de Gale Hawthorne vai fazer, mas não caia nessa, não vá brigar com a Katniss, sem ter a certeza de nada! Pois essa pode ser a intenção deles...

— Sim e eu fiquei com raiva, confesso... – confessei, enquanto passava a mão no meu cabelo. – Mas não quis agir por impulso, claro que, enquanto eu não tiver a certeza de nada, eu não consigo confiar plenamente nela, para ser sincero, eu nunca consegui Finnick, eu a amo, mas eu quase não sei quem ela é, o meu maior medo é de eu estar enganado e tudo que ela diz é uma história inventada, pois eu nem tenho como saber se toda a história que ela fala para mim é verdadeira, eu não a conheci como todos os casais se conhecem, em um bar, ou em uma festa, ou apresentado por amigos... – falei, e levantei da cadeira, colocando minhas duas mãos na mesa de Finnick. – Ela ainda conhece minha casa, meus amigos, minha família, eu só conheço a irmã e o pai, não conheço mais ninguém que convivia com ela, assim sendo pode até existir a possibilidade dela estar mentindo para mim, e aquele senhor que mora na minha casa pode nem ser de verdade o pai dela...

— Eu te entendo Peeta, vocês se conhecem há pouco tempo, e se conheceram através de mentiras, sua relação na verdade começou a base da mentira, e sei que é difícil de reverter essa situação...

— Por isso preciso fazer alguma coisa, para ter a certeza do que está acontecendo... – falei, e comecei a andar pela sala de Finnick, parei na janela e olhei para o lado de fora. – Preciso saber da verdade, afinal, querendo ou não tem um homem ligando na minha casa, e ele quer alguma coisa com Katniss, ou é cúmplice, ou é alguém querendo dar um recado, se for a segunda opção tem alguma armação por trás disso tudo, e nessa armação o único suspeito que temos é Cato e Madge, e ainda se não tomarmos cuidado eles podem tá querendo fazer alguma coisa contra nós...

— Madge? – Finnick perguntou, virando a cadeira em minha direção.

— Sim, não foi ela que me chamou para tomar café e começou a tentar colocar duvidas na minha cabeça? – falei, arqueando as sobrancelhas.

— Mas Cato pode ter realmente falado para ela tudo aquilo, já sabendo que ela ia chegar em você e abrir a boca... – Finnick falou, dando de ombros. – Pode ter sido tudo planejado!

— Sim, também, por isso que preciso saber se ela falou isso porque realmente acredita que Katniss é uma golpista, ou se ela quer apenas fazer intrigas e me separar dela! – eu disse, suspirando. – Mas bem, temos um nome e um detetive muito bom que pode descobrir algo sobre ele, talvez investigando pela internet, nos hotéis, albergues, não sei, vai saber se ele pode conseguir algo sobre Gale Hawthorne! – eu falei, meio esperançoso. Finnick assentiu com a cabeça.

— Sim, é uma boa ideia, posso ligar para ele para você, o que você acha? – ele perguntou, sorrindo concordei com a cabeça.

— Sim, faça isso meu amigo, e pede para ele ser rápido! – falei, antes de virar e sair da sala de Finnick.

***

Confesso que naquele dia fora difícil trabalhar, era difícil pensar em outra coisa, quando se está com tantas coisas em sua mente. Tive que respirar fundo e tentar prestar atenção no trabalho, acabou sendo um dia exaustivo, logo teria que fazer uma nova viagem a negócios, e não queria ir antes de resolver esse problema com Katniss, Cato, ou quem quer que fosse.

Finnick ligou para o detetive que prometeu a ele tentar descobrir algo o mais depressa possível, assim que anoiteceu fui para casa, estacionei o carro em frente a mansão, e assim que desci do carro, notei um movimento estranho por ali, havia um funcionário na porta de entrada da mansão conversando com alguém, só fui eu me aproximar, para ver que esse funcionário estava entregando um buque de flores para Katniss, que parecia rejeitá-lo.

— O que é isso? – perguntei.

— mandaram eu entregar o buque aqui, para senhorita Katniss, não é a senhorita? – ele perguntou, ainda com as flores nas mãos.

— Sim, mas não conheço essa pessoa que me enviou, é um engano! – ela disse, já parecendo irritada.

— Você viu quem foi a pessoa que pediu para entregar as flores? – perguntei para o rapaz.

— Ele fez o pedido pelo telefone, e pagou, depositando o dinheiro na conta da floricultura! – ele falou.

Eu bufei e passei a mão no cabelo.

— Me entregue às flores... – eu falei, e o rapaz entregou as flores para mim.

— Peeta... – Katniss começou.

— Eu sei que estou fazendo! – eu a interrompi.

— Obrigado moço! – ele disse, e assim que se afastou, entrei na mansão e fui até a mesa de jantar, Katniss fora me seguindo.

— Ele ligou? – perguntei, jogando as rosas vermelhas em cima da mesa.

— S-sim... – ela gaguejou, olhei para ela por alguns segundos.

— Ele falou alguma coisa? – perguntei.

— Não... Eu não quis atender... – ela disse, com uma voz fraca, os olhos marejavam.

— Por que? – perguntei, arqueando as sobrancelhas.

— Eu não sei quem ele é, eu estou com medo, tá legal? – ela confessou, passando as mãos nos cabelos, olhei novamente para as flores e comecei a procurar algum cartão. – Por que você pegou essas flores?

— Porque deve ter algo nelas... – falei. E então bingo, eu encontrei o cartão no meio das rosas vermelhas, o peguei e já fui abrindo, Katniss se aproximou, parecia agora mais nervosa do que antes e ficou observando eu tirar o cartão do envelope e então começar a lê-lo em voz alta. – Você não vai poder fugir de mim para sempre, você sabe, temos assunto pendentes... Que isso? – falei, e o estranho é que ele não colocou o nome Gale Hawthorne, mas eu conhecia a letra de Cato e sabia que aquela não era a sua letra.

 - Eu não tenho assuntos pendentes com ninguém! – ela falou, uma lágrima caiu dos seus olhos.

— Filho, Katniss, está tudo bem? – a voz de minha mãe interrompeu nossa conversa, virei para ver ela entrando na sala de jantar, acompanhada pelo pai de Katniss e a irmã, imagino que eles estavam vindo do jardim.

— Senhor Everdeen, por acaso o senhor conhece algum Gale Hawthorne? – perguntei, olhando direto para ele, ele entreabriu os lábios, pareceu ficar confuso.

— Não! – ele disse.

— Peeta, isso tudo é armação! – Katniss falou, parecia a cada minuto ficar mais nervosa.

— Do que vocês estão falando? Quem está armando? - minha mãe perguntou, parecia que nem ela e nem Walter sabiam de nada, apenas Prim parecia nervosa, com certeza Katniss deve ter lhe contado alguma coisa.

— Por que você não contou para Katniss que eu fui ao seu quarto e fiz aquela pergunta para você antes de ir trabalhar? – perguntei para Prim.

— Que pergunta? – quem perguntou foi Katniss.

— É, Peeta me perguntou se alguém te ligou no celular enquanto vocês estavam viajando... – Prim disse, olhando para o chão. – Mas ninguém ligou, ate hoje nunca ligaram no celular!

— Por que você não me falou nada? – Katniss perguntou.

— Você já vive nervosa, com medo, isso somente te deixaria mais nervosa... – Prim respondeu a olhando. – Eu não queria lhe deixar mais preocupada... Foi isso! – ela falou, parecia estar sendo sincera.

Soltei um suspiro, e tentei manter a calma, não queria sair do controle por causa do que está acontecendo, afinal, eu sabia que talvez fosse essa a intenção de Gale Hawthorne, Cato, Madge... Ou quem quer fosse que tivesse fazendo isso tudo. Me tirar do controle.

— Peeta, você não vai me explicar o que está acontecendo? – minha mãe perguntou.

— Não é nada de grave minha mãe, só tem uma pessoa ligando aqui em casa, e não sabemos quem é... – falei, olhando para Katniss, notei que ela olhou para o chão.

— Essa pessoa quer falar com você, minha filha? – Walter foi quem perguntou, agora olhando diretamente para Katniss. Ela o olhou, ainda com os olhos cheios de lágrimas.

— sim, mas eu já disse e repito que não sei quem é! – ela falou. – Ele fica ligando, mas eu não falei ainda com ele, pois eu não o conheço e não tenho porque falar com ele, eu já disse, eu já disse, eu não conheço nenhum Gale Hawthorne! – ela disse, num tom nervoso, depois subiu as escadas correndo, sem dizer mais nada.

— Katniss, minha filha! – ouvi Walter chamar, enquanto a via subir as escadas, depois suspirou e olhou para Prim. – vem Prim, vamos falar com ela, eu quero entender melhor essa história! – ele disse para a sua outra filha, que logo assentiu com a cabeça, o segurou pelo braço e começou a subir as escadas com ele, eu suspirei e olhei para minha mãe, que me olhava com um olhar confuso.

— Eu não sei, mas tenho impressão que todo mundo está me escondendo muitas coisas nessa casa... É como se eu fosse uma criança que não entende nada do que vocês falam, não entendo nada em como vocês agem, tudo isso anda muito estranho! – minha mãe falou, meio nervosa, assim que Walter e Prim terminaram de subir as escadas, ela suspirou e então deu as costas e saiu da sala de jantar, eu fui acompanhando-a e vi ela se sentar no sofá. Eu suspirei, passei a mão em minha testa notando o quanto ela estava suada, depois me aproximei de minha mãe e me sentei ao seu lado.

— Mãe, por favor, não se preocupe... – eu pedi para ela, e então ela me olhou. Ficou calada por alguns segundos, antes de falar.

 – Sabe meu filho, desde aquele dia em que você saiu nervoso de casa, fazendo acusações contra Cato, afirmando com todas as letras que ele fugiu com sua mulher, eu vi que tinha muitas coisas estranhas acontecendo e eu não estava conseguindo enxergar, que eu não estava conseguindo entender, na verdade muitas coisas que acontece nessa casa não estão fazendo sentido, sabe? E eu sei que essas coisas tem haver com essa mulher não é? Tudo está ligado a essa sua esposa que ninguém conhecia, que ninguém sabia que existia, na verdade eu sempre soube que sempre essa história de casamento ficou muito mal explicada, pelo menos para mim... Mas sinceramente, eu estou com medo de perguntar!

— Eu sei mãe, mas eu prometo que eu ainda vou lhe explicar tudo, mas sinceramente eu não queria falar disso agora, eu estou tão nervoso! – falei, e então a senti pegar a minha mão, ela me olhou, e eu também a olhei nos olhos.

— Vai falar com sua esposa, sabe mesmo eu não entendendo muitas coisas, ela e a família dela demonstram ser pessoas muito simples, humildes e muito boas, na verdade elas todas demonstram ter um bom coração... – ela afirmou e então eu sorri para ela.

— Você acha mãe? – perguntei, ela então concordou com a cabeça, e então eu suspirei.

— Sim e é isso que me deixa mais sossegada! – ela afirmou. Eu assenti com a cabeça, e então me aproximei mais dela e dei um beijo em sua testa, antes de me levantar do sofá. Novamente soltei um suspiro.

— Eu vou fazer o que você está pedindo! – eu disse, eu estava tão nervoso que só agora eu notei que ainda estava com o cartão em minha mão. – Você pode fazer um favor? – perguntei, olhando para aquela mensagem do cartão que ainda não fazia sentido para mim.

— Claro filho, qual? – ela me perguntou.

— Peçam para jogar as flores que estão na mesa da sala de jantar no lixo! – falei, antes e dar as costas e sair da sala de estar, subindo as escadas rapidamente.

***

Eu caminhei pelo corredor, em direção da onde eu estava escutando vozes, notei que elas vinham do quarto de Prim, e até me aproximei para entrar no quarto na intenção de falar com Katniss, mas logo depois eu desisti. Sentindo-me incomodado com o fato de que iria atrapalhar a conversa deles. Katniss deveria estar mal, era melhor ser consolada por sua família.

Cheguei até aproximar o meu ouvido na porta, na tentativa de escutar algo, mas não consegui, eles pareciam falar baixo demais, deveriam estar longe da porta, talvez estivessem próximos ao banheiro.

Dei as costas e já comecei a caminhar em direção do quarto, quando deparei com Rodolf, meu mordomo. Logo eu me aproximei dele.

— Rodolf, o senhor sabe quantas vezes aquele homem ligou hoje para falar com Katniss? – perguntei para ele.

— Sim, foram três vezes, duas uma hora depois que você saiu, e outra, uma hora antes de você chegar mais ou menos... – ele falou.

— Todas as vezes o senhor tentou passar a ligação para Katniss? – eu perguntei.

— Sim, mas ela disse que ela não iria atender... – ele confirmou.

— Mas, ele falou o nome dele em todas as ligações? – perguntei.

— Sim, ele dizia ser Gale Hawthorne, e que precisa urgentemente falar com ela, na terceira vez que ele ligou, ele já estava mais nervoso, chegou até a falar que se ela não atendesse e continuasse fugindo dele, ele iria aparecer, pois sabe onde fica a mansão... – o mordomo falou, e aquilo até me intrigou ainda mais.

— Obrigado Rodolf, ah é melhor pedir para os seguranças da mansão, ficarem atentos com qualquer movimento próximo a mansão! – falei, e Rodolf prontamente concordou.

— Pode deixar senhor, qualquer coisa eu lhe aviso! – ele falou.

Assenti com a cabeça e então fui para o meu quarto, entrei nele e comecei a me trocar, enquanto isso eu pensava nos últimos acontecimentos estranhos que estava acontecendo, peguei novamente aquele cartão de dentro do bolso e comecei a olhá-lo, mas realmente eu não reconheci aquela letra.

Foi então que a porta se abriu e olhei para trás, vi que era Katniss, pelo seu semblante ela ainda parecia estar muito nervosa.

 - Você está melhor, meu amor? – perguntei, ela então fechou a porta e se aproximou.

— Depois de tudo isso, você ainda está me chamando assim? – ela falou, se sentando na cama, me virei e me aproximei dela. – Você realmente acredita em mim Peeta? Eu olho nos seus olhos e vejo que existem duvidas, mas não que eu esteja te julgando, você tem todos os motivos desse mundo para desconfiar de mim...

— Eu sei! – falei, me sentando ao lado dela, não consegui encará-la por muito tempo, logo olhei para frente enquanto ainda pensava. – Eu preciso ser sincero com você, na verdade é difícil para mim Katniss, sempre foi, a forma que nos conhecemos, o meu acidente, tudo ainda está confuso em minha mente, essa desconfiança de que Cato pode ter armado todo o meu acidente, pois nunca acreditei que ele fez isso porque sabia que uma hora iam tentar me matar, isso ficou muito mal contado...

— É, ficou mesmo, o que ele fez, em nos casar apenas para eu herdar todo o seu dinheiro foi errado sim, desumano, pois mostrou que ele é muito ambicioso e calcular, mas uma coisa é ele fazer isso, me ameaçar, e outra muito diferente é ele ser um assassino! Não é? – ela disse, me olhando, eu também a olhei. – Não temos a certeza, então, a gente pode acreditar que o que aconteceu com você só foi mesmo um acidente, não é verdade?

 - Seria bom acreditar nisso, mas, não quero viver na ilusão Katniss, eu quero a verdade, mesmo que doa, assim como também quero saber se ele também está por trás dessas ligações... – eu disse e rapidamente ela desviou o olhar e suspirou.

— Não é justo eu estar lhe dando tantos problemas, eu me sinto tão mal quando te vejo nervoso com isso, eu sei Peeta que eu tinha que ter atendido a ligação, mandado esse Gale Hawthorne parar de ligar, de nos atormentar, mas, eu tenho medo, eu tenho medo de ver que é Cato me ameaçando de novo! – lágrimas caíram dos olhos dela e ela as tirou rapidamente com a mão. – Eu travo sabe? É porque eu estava tão em paz, acreditando que ele tinha ido embora, e saber que talvez ele tenha só nos enganado, me deixa com medo, com medo do que mais irá acontecer!

— Calma, meu amor! – falei, pegando na mão dela, ela me olhou e eu também a olhei nos olhos. Soltei um suspiro, antes de continuar. – Você está aqui na mansão, protegida, ninguém vai te machucar aqui dentro, está bem? Pode confiar em mim... - ela sorriu, mas notei que o sorriu saiu forçado, depois ela encostou a cabeça em meu ombro, e novas lágrimas caíram dos olhos dela, molhando minha camisa.

— Obrigada! – ela falou num tom baixo, mas o suficiente para que eu conseguisse escutar.

***

Naquela noite eu tive dificuldades para dormir, o que não era nenhuma surpresa para mim, pois estava cada dia mais difícil de conviver com tantos pensamentos rondando em minha mente. Eram tantas duvidas, teorias, que até mesmo minha cabeça doía, ás vezes eu nem sabia mais o que pensar ou fazer.

Notei que Katniss também se revirava na cama, toda hora virava para um lado e para outro e bufava, mostrando claramente que estava com problemas para dormir, e com razão, já que ela demonstrava estar bastante atormentada com a perseguição desse misterioso Gale Hawthorne.

Eu estava tão nervoso e ao mesmo tempo preocupado, que no outro dia eu liguei para o detetive, atrás de alguma informação, ele ainda não havia conseguido nada. O que me deixou ainda mais ansioso. Logo me arrumei para ir trabalhar, com tanta coisa acontecendo eu não estava com muita vontade de sair de casa, mas, eu sabia que não era justo deixar tantas coisas para Finnick fazer. Ainda mais agora, que ele tinha o casamento dele para se preocupar.

— Você contou para Annie tudo que está acontecendo? – perguntei para Finnick de repente, enquanto estávamos analisando alguns papeis em meu escritório, Finnick estava separando alguns que eu ainda não havia assinado.

— Bom, mais ou menos, contei a parte de Cato poder estar envolvido com o casamento, e que ele enganou a Katniss eu também fui obrigado a falar, mas, ainda não comentei sobre esse Gale Hawthorne, e acredite que sem nem falar isso ela já está meio receosa em convidar a Katniss para ir com ela ver o vestido de noiva, pois tem medo de incomodá-la, além de não saber como tratá-la, o que falar, já que segundo ela, Katniss deve estar com a cabeça cheia... Mas isso porque ela ainda não sabe do Gale Hawthorne! Imagina se soubesse... Por isso preferi nem falar nada!

— Mas sabe, eu acho que seria bom Annie levar a Katniss com ela, no dia em que ela fosse experimentar o vestido, assim pelo menos a Katniss se distrairia um pouco, ela vive com medo e preocupada, isso não faz bem... – eu disse, me lembrando de como ela estava se revirando na cama, na noite passada.

Finnick suspirou e me olhou por alguns segundos, antes de me responder.

— Eu acho que no fundo, você me parece que acredita mesmo na inocência dela... – Finnick comentou. Então soltei um longo suspiro.

— De verdade, se ela tiver mentindo, realmente ela seria uma ótima atriz, ela me parece mesmo mal, assustada, com tudo isso que está acontecendo! – eu falei. Finnick então concordou com a cabeça, e voltamos a analisar os papeis.

Assim que voltei para casa no fim da tarde, eu já estava com muita dor de cabeça, novamente fora um dia exaustivo no trabalho, e em poucos dias eu sabia que teria que viajar, já que Finnick não poderia ir na viagem no meu lugar, pois tinha assuntos pendentes do casamento para resolver.

Eu já estava perto de subir as escadas, quando escutei o barulho do telefone tocar, automaticamente já fui sentindo o meu coração disparar. O instinto já me dizia que novamente deveria ser telefonema de Gale Hawthorne.

Eu nem esperei o mordomo aparecer, já fui em direção ao telefone  e então o atendi.

— Alô? – já fui falando.                

— Alô... Por favor, eu gostaria de falar com a Katniss!

— Quem deseja? – perguntei, mesmo já sabendo de quem se tratava.

— Gale Hawthorne! – ele respondeu. No mesmo momento eu respirei fundo, enquanto via Katniss sair da cozinha e se aproximar de mim, pelo semblante parecia ainda não ter entendido o que estava acontecendo.

— É para você! – falei para ela, lhe estendendo o telefone.

— É ele? – ela perguntou, e então concordei com a cabeça. - Não quero atender, por favor, não – disse nervosa se recusando a pegar o telefone.

— É melhor você atender – digo, me aproximando mais dela – Atende, é preciso Katniss, só assim ele vai parar! – falei, ela então suspirou e pegou o telefone da minha mão. Assim que ela o pegou e a ouvi falar “alô”, decidi não perder tempo, já dei as costas a ela e segui rapidamente em direção ao meu escritório, peguei o telefone sem fio que tinha lá dentro e o liguei, começando a escutar o que eles conversavam.

— Vê se não desliga, sou eu, Gale Hawthorne – disse o tal Hawthorne a ela pelo telefone.

— Gale Hawthorne? Eu não sei quem é você... – ela falou.

— Você recebeu minhas flores? – ele perguntou.

— Sim... – ela disse.

— Viu o cartão, não viu? – ele perguntou.

— Sim, mas eu não entendi nada, você é um louco, se isso é algum plano...

— Ah pelo amor de Deus, Katniss, não vamos ficar com esse joguinho, você deve estar falando isso, porque o imbecil do Mellark deve estar ai do seu lado não é? Continua o enganando, lhe dando o golpe e me deixando fora da jogada, acha que pode me despachar assim! – ele falou, e então eu bufei e sai do escritório, e fui para sala de estar com o telefone sem fio em minhas mãos, ainda escutando a ligação.

— Do que você está falando? O Cato está mandando você falar isso? – ela disse, e então ela me viu me aproximar, ao olhá-la eu notei o quanto ela estava nervosa.

Então ele riu no telefone.

— Eu sempre soube que você é uma ótima atriz Katniss... Mas eu já disse se você pensa que vai me passar para trás, você... – ele dizia, até que então ela desligou o telefone.

— Por que desligou? – eu falei, a olhando, desligando também o meu telefone.

— Ele só está falando mentiras Peeta! – ela disse, passando a mão no cabelo, notei que ele ficou um tanto agitada. – Isso é um trote!

— Mas ele parece te conhecer... – falei. – Eu queria saber até onde ele iria chegar!

— Claro que ele parece me conhecer, o Cato deve ter falado para ele quem eu sou... – ela falou, suspirando. Franzi as sobrancelhas e dei um passo na direção dela.

— Você acha que Cato deve estar na cidade? Que ele não foi para o exterior? – eu perguntei, meio desconfiado.

— Nós temos como ter a certeza de que ele foi realmente embora? – ela perguntou, franzindo a testa. Realmente a pergunta dela me deixou bem intrigado.

***

Já no outro dia fiquei pensando bastante tempo naquele assunto, ainda o detetive não conseguiu descobrir nada, e a duvida de se Cato foi ou não embora da cidade começou a aumentar. Cheguei até mesmo a ligar no numero de celular dele que eu tinha anotado em minha agenda pessoal, mas ele sequer atendeu. Cheguei em seguida a perguntar dele para minha mãe, que me disse que a ultima vez que falou com ele, ele disse estar fazendo uma viagem pela França, mas eu sabia que ele poderia estar mentindo.

A preocupação da onde até a perseguição de Gale Hawthorne poderia chegar estava começando a me deixar muito nervoso, mas eu não queria demonstrar esse nervosismo a Katniss, e então sempre quando estava perto dela eu tentava disfarçar. Ao chegar o dia da minha viagem, a minha preocupação apenas aumentou, eu tinha decidido até voltar de madrugada, e ficar apenas um dia para não deixá-la por muito tempo sozinha, afinal, eu ainda não sabia quem era Gale Hawthorne.

Ainda alertei os seguranças para tomar cuidado com qualquer movimento estranho, pedi para Rodolf me ligar caso Gale Hawthorne voltasse a ligar, e até mesmo falei com Prim pedindo para ela cuidar de Katniss, e caso Gale Hawthorne voltasse a procurá-la, para que ela sempre a tranquilizasse, pois eu percebia o quanto Katniss ficava nervosa a cada investida dele.

— Meu filho, eu estou preocupada com essa viagem! – ouvi minha mãe falar, assim que eu desci com a minha mala, abraçado a Katniss.

Eu me aproximei de Valerie, sorri e passei a mão em seu cabelo.

— Por que mãe? – perguntei.

— Ah eu não tenho boa experiência com essas viagens, você sabe, seu acidente... – ela disse.

— É, mas dessa vez pode ficar sossegada, já pedi para verificar o carro que irei usar, e dessa vez o freio está funcionando muito bem, fica sossegado minha mãe, agora eu ando muito bem prevenido... – eu falei. Dando-lhe um beijo na testa.

Ela então sorriu para mim, depois me virei para Katniss e vi que ela sorria forçadamente, parecia realmente preocupada com minha viagem, mas parecia tentar disfarçar.

— Toma cuidado! – ela disse, passando a mão em meu rosto. Eu concordei com a cabeça e a beijei de leve nos lábios. Depois olhei para escada e vi Prim ajudando Walter a descer as escadas, logo me afastei de Katniss, para me despedir deles.

E então, logo depois segui viagem, a cidade para qual eu iria não era tão longe, apenas algumas horas de viagem, então não tinha necessidade de usar helicóptero, além do mais, sempre eu gostei de dirigir e achava que seria bom esse tempo na estrada para aliviar a cabeça.

Enquanto dirigia, cheguei a falar com Finnick pelo telefone, e até ele chegou a me informar que falou com Annie e que ela chegou a ligar para Katniss, Katniss iria acompanhar Annie até a loja, para experimentar o vestido. E notei que isso seria bem no dia que eu estaria voltando de viagem, era capaz de nós dois chegarmos juntos em casa, ou ela chegar apenas uma hora antes de mim.

Depois que cheguei ao hotel, falei também com minha mãe no telefone e também com Katniss, ela me falou que Gale Hawthorne não havia ligado hoje, mas depois que desligamos a ligação, liguei novamente para casa, apenas para confirmar a informação com Rodolf. Ele realmente me confirmou, o que me deixou mais aliviado. Eu quis confirmar, porque eu sabia que Katniss poderia ter mentido apenas para me deixar menos preocupado.

Tive a reunião com o cliente, e fechei mais um negócio bem lucrativo, o que fez com que eu voltasse mais satisfeito para casa, quando sai para viajar ainda era de madrugada, e quando comecei a passar por uma estrada bem próxima da onde eu sofri o acidente, novamente senti aquela sensação estranha. Mais a sensação estranha apenas aumentou, assim que encontrei na estrada um senhor acompanhado por um garoto de mais ou menos treze anos, os dois estavam fazendo sinal com a mão, pedindo carona.

No mesmo momento eu parei o carro e imagens vieram em minha mente. Fora então que me lembrei de algo parecido, um homem fazendo o mesmo sinal com a mão e eu parando para lhe dar carona, era o homem que morreu e fora enterrado em meu lugar.

Depois que a confusão foi desfeita, descobriram que ele era apenas um simples camponês, mas agora pelas minhas recordações, o inocente parecia ser uma pessoa muito boa.

Passei a mão no rosto e em seguida no cabelo, depois olhei para o homem e para o garoto, que estavam olhando para o meu carro.

— Vocês precisam de carona? Venham! – falei, e logo os dois sorriram.

— Muito obrigada, moço, o senhor é muito bom, vem filho, vem! – disse o senhor, animado, abrindo a porta do carro. Os dois entraram, então logo comecei a dirigir.

— Para onde vocês precisam ir? – perguntei.

O homem logo começou a me explicar, e então me dei conta de que era praticamente na estrada, onde sofri o acidente.  Eu sabia que aonde meu carro capotou, havia umas casas de campo, bem no meio do mato, era onde morava alguns camponeses. Inclusive o homem que morreu e fora confundido comigo.

— É muita gentileza sua senhor, já faz uma meia hora que estamos tentando uma carona, mas quase nunca alguém quer parar... – disse o senhor.

— Está ainda escuro, já deve ser umas quatro horas da manhã, é bem perigoso o senhor e o menino ficar andando por ai na estrada, eu não me sentiria bem se não lhe desse carona! – falei para ele.

— Ah, mas aqui a gente conhece tudinho, não tem perigo, só que meu avô tem problema no joelho, não consegue andar tanto como antigamente! – agora quem comentou foi o menino, então eu sorri. Logo me lembrei do pai de Walter, que também tem problema na perna, só que não era tão velho como o senhor da qual ofereci carona. Que pelas rugas, o cabelo e a barba totalmente branca, indicava que ele deveria ter mais de sessenta anos.

— É a idade chega e a gente começa a desmontar... – o senhor falou num tom brincalhão.

— Eu nem cheguei a perguntar o nome de vocês, qual é? – perguntei.

— Meu nome é George, e do meu neto é Nicholas! – respondeu o senhor.

— O meu é Peeta! – falei.

— O rosto do senhor não é muito estranho, sabe, tenho a impressão de que te conheço de algum lugar... – ele simplesmente comentou, e eu sorri. Mas não quis aprofundar muito esse assunto com ele, explicando quem sou eu.

Como eles iam ficar ali próximo, a conversa não se estendeu muito, os deixei no lugar que eles pediram e continuei a viagem, começou a me dar fome e tive que fazer paradas para comer e usar o banheiro, o que fez demorar um pouco mais para eu chegar em casa. Quando cheguei, como havia calculado, já se passava do meio dia.

Assim que entrei em casa, percebi que minha mãe ficou animada a me ver, me cumprimentou, me dando um forte abraço, Walter que estava acompanhado com ela também me cumprimentou, com um aperto de mão e com um sorriso simpático.

— E a Katniss, ela está em casa? – perguntei, para minha mãe.

— Sim, ela deve estar tomando banho, acabou de chegar, ela tinha saído com Annie... – minha mãe comentou, e então assenti com a cabeça, e desviei o olhar assim que vi Prim descendo as escadas.

— Cunhadinho, que bom que chegou! – exclamou Prim, vindo até mim e me dando um abraço, passei a mão nos cabelos loiros dela e suspirei.

— E ai Prim, se comportou? – perguntei para ela.

— Com certeza, eu sempre me comporto... – ela falou.

— E cuidou da sua irmã como eu pedi? – perguntei.

— Sim, claro, mas... – ela começou e abaixou o tom de voz, para só nós dois escutássemos. – Gale Hawthorne não ligou mais...

Eu assenti com a cabeça, em seguida suspirei.

— E a Katniss? Ela saiu do banho? – perguntei.

— Ah eu não passei lá para ver se ela estava tomando banho ou não... – Prim disse, depois deu de ombros. – Eu só sei que ela está meio nervosa, aquela atirada da Madge passou aqui em casa... Ela estava aqui até agora pouco! – Prim falou.

— Mãe, o que a Madge queria? – perguntei, me virando agora para minha mãe. Ela estava até mesmo conversando com Walter, mas parou de falar com ele, para me olhar.

— Ah, ela queria falar com você, ai falei que você tinha viajado, mas que ia voltar hoje, ela ficou até quase agora esperando e foi embora... Mais um pouco você ia a encontrar! – ela disse, e depois deu de ombros.

Suspirei, e então concordei com a cabeça.

— Certo, e então, eu vou lá ver a Katniss! – falei, e em seguida subi as escadas.

Passei pelo corredor, e então segui em direção ao meu quarto, assim que abri a porta, coloquei a minha mala em cima da cama, olhei para o banheiro, notando que realmente havia um barulho de chuveiro ligado, indicando que Katniss estava mesmo tomando banho.

Soltei um suspiro, e comecei a abrir a minha mala, comecei a procurar a minha carteira no bolso de fora da mala, mas estranhamente eu não estava a encontrando.

— Mas que droga! – falei. Pensando na possibilidade de ter a esquecido dentro do hotel.

Foi então que de repente escutei um barulho de um toque de celular, num tom bem baixo, eu sabia que não era o meu, então fui acompanhando o som, indicando que vinha da primeira gaveta da cômoda, logo eu a abri, e então, retirei o celular dali de dentro, junto acabei puxando com o celular, uma chave, isso sem querer, mas logo a chave me intrigou.

O celular era da Katniss, olhei o numero, vi que era privado, rapidamente atendi a ligação.

— Alô? – falei.

— Mas que merda! – ouvi uma voz masculina e conhecida do outro lado, depois ele desligou.

— Gale! – eu disse. Entreabrindo os meus lábios, depois olhei para a chave, vi um nome escrito no chaveiro dela, não era estranho, e já me fez desconfiar de algo.

Olhei novamente para o banheiro, o chuveiro ainda estava ligado, eu bufei, e então sai do quarto, com a chave e com o celular comigo. Fui rapidamente para o meu escritório, liguei meu notebook, e esperei ele abrir, enquanto isso eu ia batendo o meu pé no chão, num gesto nervoso.

— Mas que droga! Abre logo... – reclamei, naquele momento sentia como se demorasse séculos para aquele computador abrir, mas eu sabia que eu sentia isso devido ao nervosismo, que eu estava sentindo.

Assim que finalmente o computador se abriu, digitei o que eu queria rapidamente, o nome que estava escrito no chaveiro, eu já até desconfiava o que era. Mas eu só queria a confirmação.

E assim que a página abriu, me mostrando do que se tratava, meus lábios se entreabriram, passei a mão em meu cabelo e soltei um demorado suspiro.

— Ah não... Não pode ser! – fora a única coisa que saiu da minha boca, naquele momento. Olhei para o celular, e então fui até as ultimas chamadas, e vi que não era a primeira vez que aquele numero privado ligava. – Mas que merda! – reclamei.

Katniss estava mentindo para mim...

Continua...


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