Implacável destino escrita por J S Dumont


Capítulo 15
Capitulo 15 - Como marido e mulher


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, voltei!!! Com mais um cap. para vocês, espero que gostem e não deixem de comentar, favoritar e recomendar, o cap. saiu bem grandinho aposto que vocês vão gostar, tem muitas cenas legais então comentem ai *-*
beijos beijos!



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15. Como marido e mulher

Peeta Mellark

Devo admitir de que convencer Katniss a não ir embora, fora á melhor coisa que fiz nesses últimos tempos, pois depois que ela acabou sendo convencida a ficar, acabamos nos dando a oportunidade de nos conhecermos melhor, e fora então que eu pude ter a certeza de que eu estava convivendo com uma mulher incrível. Pois ela era uma mistura de tudo aquilo que eu gostava numa mulher, além de ser linda, ela era simples, amável, gentil e diferente de todas as mulheres que eu já conheci até hoje, já que ela conseguia me tirar daquele mundo superficial da qual eu sempre fui obrigado a viver, e o resultado disso é que eu me sentia muito bem quando estou perto dela. O que cada dia me fazia ter mais a certeza de que os meus sentimentos por ela são realmente verdadeiros.

E então eu comecei a tentar fazer com que Katniss confiasse em mim, com paciência eu fui me aproximando, sempre tentando respeitar o tempo dela. Pois, eu sabia que ela estava assustada, e eu entendia completamente isso. Já que eu imaginava que não era nada fácil para ela confiar em alguém depois do que Cato fez a ela, ela precisava de um tempo para pensar, para criar coragem de confiar em alguém de novo.

E depois que o detetive encontrou Walter, pai de Katniss, eu fiquei completamente comovido com o sofrimento dela por vê-lo machucado, naquele momento eu só queria protegê-la, cuidar dela, ao mesmo tempo em que eu estava preocupado, de que assim que Walter melhorasse, ela voltasse a insistir em querer ir embora.

Depois de visitarmos o pai dela no hospital e voltarmos para o hotel. Eu entrei em meu quarto e comecei a pensar na mistura de sentimentos que eu estava sentindo. Tudo era estranho demais, ao mesmo tempo em que eu queria avançar, agir por impulso e ver no que ia dá, eu também sentia ao mesmo tempo medo, receio de acabar sendo indelicado com os meus avanços e isso apenas assustá-la e fazê-la acabar se afastando de mim.

Só que, depois que fomos jantar e passamos horas agradáveis juntos, eu acabei não me contendo, na volta para o quarto, acabei avançando e nos beijamos. Devo admitir que fora incrível como todos os nossos beijos, só que a diferença é que depois disso, eu só fui conseguindo agir através da emoção, do meu impulso, da minha vontade, e o que não imaginei é que iríamos tão longe...

Acabamos fazendo amor e claro que fora ótimo, a melhor noite que passei ao lado de uma mulher, porém, acabei sendo pego de surpresa, quando acordei ao lado de Katniss e percebi que ela estava chorando, e aquilo me deixou extremamente preocupado.

— Katniss... O que houve? – perguntei, abraçando-a, tentei virar o rosto dela em minha direção, mas ela parecia querer me evitar.

— Isso nunca deveria ter acontecido... – ela falou, ainda chorando. E por um momento fiquei ainda mais preocupado, já que comecei a pensar se em algum momento acabei forçando a barra, e ela acabou fazendo por insistência minha.

— Mas por quê? Fora tão bom, nos amamos, e estamos casados, e... – eu dizia, na tentativa de acalmá-la.

— Mas você sabe que não nos casamos por vontade própria, Peeta foi tudo um erro, eu nunca tinha que ter permitido, eu... – ela se calou, e de repente, soltou-se de mim e levantou-se da cama rapidamente, fiquei olhando ela entrar correndo no banheiro, e logo depois escuto o barulho do chuveiro sendo ligado. Levantei-me da cama, e sem pensar muito sai caminhando em direção ao banheiro, preocupado com a atitude de Katniss.

Assim que entrei, escuto ela chorar compulsivamente, parecia realmente arrependida do que havia feito. E por um lado eu até á entendia, afinal, ela tinha suas crenças, os seus sonhos, as suas vontades. Das quais eu senti por um momento que até as destruí. Mas por outro lado, ainda que ela dissesse que não era por nossa vontade própria, estávamos casados, então ela acabou perdendo a sua virgindade com o marido, mesmo que não tenha sido um marido que ela tenha escolhido de forma convencional.

— Katniss... Meu amor! – eu falei, pensando nas palavras certas para acalmá-la, porém, ela só aumentou o choro e logo eu me arrependi de tentar falar com ela naquele momento, afinal, eu sabia que ela precisava pensar. – Está bem, depois nós conversamos, mas eu só quero que saiba que nada mudou entre a gente... Pois eu te amo mais do que você pensa! – eu falei, na tentativa de acalmá-la. Pois se ela estivesse chorando com medo de que depois disso eu fosse mudar com ela, ou até não querê-la mais, agora ela pelo menos sabia que isso não iria acontecer.

Voltei para o quarto, e sentei na cama e fiquei ali ainda me lembrando da noite maravilhosa que passamos juntos, até mesmo sorri, feito um adolescente que tinha acabado de ter sua primeira vez, eu sabia que aquilo era sintomas de um homem apaixonado.

Assim que notei que o chuveiro foi desligado, esperei alguns minutos e então me levantei da cama e fiquei observando ela voltar para o quarto, agora com a toalha em volta do corpo e com os olhos inchados, pela forma que ela me olhava, notei que ela estava com vergonha de mim.

— Meu amor, não fica assim, vou acabar me sentindo extremamente culpado... – falei, me aproximando dela, ela então me encarou fixamente.

— Culpado? – ela falou, num tom baixo.

— Sim, como se eu tivesse te obrigado a fazer algo que você não queria... – falei, ela no mesmo momento, entreabriu os lábios.

— Não, claro que não, eu que fiz, sem saber o certo nem porque eu permiti que isso acontecesse... Mas não que tenha sido ruim, só que, foi errado! – ela disse, afastando-se de mim, para pegar as roupas dela que estavam jogadas no chão.

— O que aconteceu entre a gente foi algo normal, que acontece com todas as pessoas que se amam... - digo tentando amenizar a situação, ela se virou e me olhou, com uma expressão séria, mas pelo menos não chorava mais. Respirei fundo e me aproximei dela, parando bem na sua frente. – Mesmo que você diga que não escolhemos se casar, mas, pense que nos escolhemos nos amar, foi algo que nós quisemos fazer, e se já estamos casados, melhor ainda, pois isso já é um motivo para você não se sentir culpada pelo que aconteceu, pois você apenas fez amor com seu marido, não é algo para você se crucificar... – eu disse, colocando as minhas duas mãos nos ombros dela, ela ficou me olhando nos olhos.

— Mas... Você quer continuar comigo, mesmo depois do que aconteceu? – ela perguntou, sem quebrar o contato visual.

— Claro! Agora quero mais ainda... A coisa que eu mais quero no mundo Katniss é que sejamos um verdadeiro casal! – falei, e então vi que os olhos dela marejaram, ela parecia emocionada com minhas palavras e eu pensei que isso deveria ser bom. Assim que ela sorriu de leve, sorri também e lhe dei um beijo na testa.

— Eu vou tomar um banho, então aproveite para se vestir e descansar um pouco, pelo jeito você não dormiu nada... – eu disse.

— Não é melhor eu vestir e ir para o meu quarto? – ela perguntou.

— Se por acaso você se incomodar tanto em ficar aqui... – falei.

— Não, não é isso!- ela disse rapidamente, então a encarei com as sobrancelhas arqueadas. Ela soltou um longo suspiro. – Pode ir tomar banho, eu vou deitar aqui mesmo... – ela se decidiu, o que me fez sorrir e concordar com a cabeça, então logo peguei uma nova camisa e calça na minha mala e segui para o banheiro, agora menos aflito, já que pelo jeito Katniss já estava ficando mais calma e aceitando melhor o que havia acontecido conosco.

***

Decidi tomar uma ducha rápida, assim que sai e me sequei, vesti a cueca e em seguida a calça, e ainda colocando a camisa já fui saindo do banheiro, suspirando aliviado por ver que Katniss agora estava dormindo, me aproximei e notei que ela estava vestida e estava com uma expressão suave no rosto, não pude deixar de ficar a observando por alguns segundos, admirando o fato de como ela ficava linda dormindo, na verdade eu achava Katniss bonita de todas as formas.

Deitei ao lado dela, e fiquei ali a abraçando e olhando ela dormir, por um tempo fiquei apenas acariciando seu cabelo e vendo as expressões que se modificavam em seu rosto a medida que os minutos se passavam, e eu sabia que eu estava sorrindo feito um completo idiota.

Acredito que Katniss deva ter dormido em torno de quarenta minutos, fora quando decidi olhar a hora em meu celular e vi que já estava ficando tarde e tínhamos que ir para o hospital, assim que ela virou o corpo em minha direção e abriu os olhos, logo aproximei para lhe dar um longo selinho.

— Bela adormecida, tem que se levantar, precisamos tomar café da manhã! – falei, e ela então bocejou, enquanto sentava rapidamente na cama.

— É mesmo, temos que ir ao hospital! – ela se lembrou. – O meu pai... Ele deve estar nos esperando, já deve estar tarde e... – ela dizia, mas logo a interrompi.

— Calma amor, ainda temos tempo suficiente para tomar café! – falei.

— Eu vou então ao meu quarto vestir outra roupa, já que, minha mala está lá! – ela falou se levantando da cama, então logo concordei com ela.

Fiquei esperando ela se trocar, já que eu já estava vestido para ir ao hospital, apenas arrumei o cabelo e passei um perfume, ainda fiquei esperando uns quinze minutos, até ela bater na porta do quarto, abri e então sorri, quando a avistei vestida com um vestido azul, ele era médio, e caia muito bem no corpo dela. Embora ainda ela estivesse com os olhos inchados de tanto que havia chorado, ainda continuava linda.

Então seguimos para o restaurante do hotel, escolhemos uma mesa próxima a janela, e então começamos a tomar nosso café da manhã, Katniss agora sorria mais e isso me deixava bem, pois sabia que tínhamos avançado, e cada avanço em nossa relação eu achava ótimo. Logo começamos a conversar, e entramos no assunto de culinária, não era surpresa nenhuma que Katniss era uma mulher diferente das que eu estava acostumado, no mundo em que eu vivia era até uma surpresa conhecer uma mulher que cozinhava, e que ainda gostava de cozinhar.

— Eu adoro preparar almôndegas, massas, bife a cavalo... – ela dizia. – Meu pai ama meu bife...

— Eu acho bom você gostar de cozinhar, pois eu como muito – eu disse e ela riu.

— Sim, eu já percebi, o que não é uma surpresa pelo corpo que você tem... – ela brincou, e eu ri.

— Está me chamando de gordo? – perguntei, rindo também.

— Não, claro que não! Pelo contrário, você é forte, musculoso, sabe... – ela falou.

— Mas estou brincando, você não precisa cozinhar, eu tenho as cozinheiras, e você já viu, elas são muito boas... – eu comentei.

— Sim Peeta, eu sei, mas eu gosto de fazer as coisas, sou acostumada com os afazeres domésticos, você sabe, eu não cresci tendo empregadas, então, tive que aprender a fazer tudo e eu gosto disso...

Eu sorri para ela.

— E isso é legal, é diferente... – falei, pegando na mão e a segurando. – Quando quiser, você está autorizada a dar folga as cozinheiras e cozinhar no lugar delas... – eu disse, e Katniss então riu o que me deixou feliz, eu adorava vê-la assim, sorrindo, mostrava que realmente tínhamos virado a página.

 - Certo e tenho certeza que você irá adorar o meu bife... – ela garantiu, e então trocamos sorrisos enquanto terminávamos o café da manhã.

Assim que fomos para o hospital, Katniss ainda ficou mais feliz pelo seu pai Walter ter recebido alta, ele já tinha problema na perna, mas agora devido o que havia acontecido com ele, ele estava com mais dificuldades ainda para andar. O que fazia com que Katniss e eu tivéssemos que segurá-lo, para que ele pudesse se apoiar na gente e conseguir caminhar até o carro que eu havia alugado.

— Está doendo muito, meu pai? – ela perguntou, assim que o colocou sentado no banco do carro.

— Você me conhece minha filha, eu vou sobreviver... É como falam, vaso ruim não quebra... – ele brincou.

Katniss sorriu e então sentou ao lado dele, o abraçando, achei aquele momento de pai e filha muito bonito. O que me fez até me lembrar do meu pai, suspirei triste ao ver que eu não teria mais um momento desses com ele. Mas logo tirei esse pensamento de minha mente.

Decidi me manter quieto e entrei no carro, e comecei a dirigir em direção ao hotel, Katniss foi sentada no banco de trás com seu pai, e assim que chegamos, fomos direto arrumar nossas malas e eu fui também pagar a conta, Walter até quis ir para casa dele, para não nos incomodar, mas insistimos que seria impossível na situação em que ele se encontrava ficar na casa dele sozinho, além do mais, depois do que aconteceu Katniss não queria mais ficar nenhum minuto longe do pai, o que era natural.

Por sorte o convencemos e assim que começamos a viagem de avião, Katniss fez questão de me agradecer por tudo que eu estava fazendo por ela, então tive que dizer que ela não precisava agradecer, pois um bom marido fazia de tudo por sua esposa, e agora era o que havíamos nos tornado de verdade: marido e mulher.

***

Uma semana se passou desde que trouxemos Walter para mansão, agora ele já estava melhor. E já até conseguia caminhar com facilidade pelo enorme jardim da mansão, eu tinha percebido que era lá que ele gostava de passar a maior parte da manhã, na companhia ás vezes de Katniss, ou de Prim, ou até mesmo das duas.

Ele também havia se dado muito bem com minha mãe, ás vezes o via conversar com ela por horas, minha mãe parecia gostar de saber sobre a vida dele na cidade do interior e também os dois gostavam de conversar sobre os livros que ele já havia lido.

— Seu pai parece estar gostando muito de ficar aqui, o que é ótimo! Eu estava preocupado dele agir como você e dizer que não está acostumado com o luxo... – comentei para Katniss, enquanto segurava o braço dela e caminhávamos pelo jardim, paramos no meio do caminho assim que avistamos Walter sentado em um banco conversando com a Valerie, Valerie estava rindo como se Walter tivesse realmente dito algo engraçado para ela.

Olhei para Katniss e vi que ela sorriu.

— Meu pai se dá bem em qualquer lugar, ele se adapta fácil, em todos os lugares, diferente de mim que tenho um pouco mais de dificuldade... – ela disse. Realmente Walter estava demonstrando ser um homem tão bom quanto Katniss.

— É, e é uma boa ideia ter ele aqui na mansão, pois ele está distraindo minha mãe, ela estava tão triste por Cato ter ido embora, mas agora, ela está sorrindo de novo, e isso é ótimo... – falei, olhando novamente para minha mãe, ela ainda ria, e isso me deixava satisfeito.

— Mas você não tem o dever de hospedar nós três para sempre, você sabe disso não é? – ela falou, virando-se em minha direção. Então, eu suspirei, e coloquei um dos meus braços em volta da cintura dela, minha outra mão usei para acariciar o seu rosto.

— Amor, agora ele é meu sogro e sua irmã é minha cunhada, somos uma família, e minha casa é a casa dele, assim como é sua casa e da sua irmã, eles podem ficar aqui para sempre se eles quiserem... – eu afirmei, e ela me olhou com os lábios entreabertos.

— Ainda fico impressionada com tudo isso... – ela disse e então eu sorri para ela e lhe dei um demorado selinho.

— Mas você vai se acostumar, meu amor... – falei. – Nós acostumamos rapidamente com as coisas boas, e agora, que seu pai já está bem, podemos começar a pensar em nós...

— Em nós? – ela disse, franzindo as sobrancelhas.

— É, já que Cato nos casou, ficou faltando uma coisa... A nossa lua de mel! – falei, Katniss parecia não ter entendido, mas deixei para explicar a ela em outro momento, agora preferi me concentrar em lhe dar um beijo.

***

Como eu sabia que Katniss gostava de cidades pequenas, já que viveu sua vida inteira em uma, eu decidi levá-la para uma cidade turística do interior, ela era pequena, tranquila, mas cheias de paisagens naturais, eu sabia que Katniss iria adorar aquele lugar.

Katniss já havia me falado que gostava de ver cachoeiras, rios, piscinas naturais e ali eu sabia que tinha muito disso. Essa cidade ainda era próxima da cidade em que ela vivia com sua família antes de me conhecer, então caso quiséssemos poderíamos até dar uma passada por lá.

A viagem seguia tranquila, decidi ir dessa vez de carro, mesmo que a viagem fosse mais longa, aproveitávamos o momento para conversarmos mais, e nos conhecemos melhor. Katniss aproveitou e falou sobre sua infância, e comecei a perceber o quanto fora diferente da minha. Tudo na vida dela fora simples, mas desde que a conheci, eu comecei a me dar conta de que ás vezes o simples é bom.

Teve momentos que eu sentia uma vontade louca de beijá-la, de tocá-la, eu já havia me viciado no gosto dela. Parecia que quanto mais eu a beijava, mais vontade eu sinto de beijá-la e beijá-la de novo. Em um momento, acabei tirando uma das minhas mãos do volante, para acariciar o rosto dela e em seguida coloquei a mão em sua coxa, que estava descoberta devido o vestido ter subido um pouco.

— Peeta? – ela me repreendeu com um sorriso tímido no rosto, era incrível que apesar de tudo que aconteceu entre nós ela ainda tenha vergonha. Arqueei as sobrancelhas e vi que ela olhou para a minha mão “boba”, e não pude deixar de sorrir e discordar com a cabeça.

— O que foi? – perguntei, dando uma de desentendido. – Estamos casados e é normal que casais se toquem...

— Mas você e eu... – ela começou a falar.

— Não vai voltar para aquele discurso de que não escolhemos nos casar? Porque se não vou ter que fazer o mesmo discurso que fiz no quarto do hotel! – eu falei suspirando. Nunca havia conhecido uma mulher tão difícil quanto Katniss, eu estava acostumado com mulheres fáceis, das quais não precisava de muito para levá-las para cama. As poucas que não foram parar lá foram as minhas amigas de verdade, mas essas eu também nunca me esforcei tanto como me esforcei com a Katniss, pois nunca tive intenção de ter algo a mais com elas.

Então o jeito difícil de Katniss era novo para mim, mas até que eu gostava, pois isso me fazia ver o quanto ela era diferente, seu jeito difícil ainda me fazia me apaixonar mais e mais por ela.

— Eu sei, mas... – ela começou, mas parou de falar quando de repente eu parei o carro, saindo da estrada e entrando no acostamento. Katniss não entendeu e então me olhou, com as sobrancelhas franzidas. – O que foi? – ela perguntou.

— Meu acidente... – falei.

— Foi aqui? – ela perguntou. Eu sai do carro sem respondê-la, e então logo ela fora saindo atrás de mim, eu sabia que fora bem naquele local que minha vida ficou por um fio.

— Foi bem aqui! – eu falei, olhando ao redor daquele lugar deserto, e em seguida a ribanceira – Foi aqui que o caminhão se chocou diretamente com a gente! – nesse momento as imagens daquele dia vieram na minha mente, embora ainda não tivesse tão claras.

— E você se lembra como foi que você conseguiu se salvar?

— Eu não sei, eu não me lembro direito, com certeza se abriram uma das portas ao capotar e eu fui lançado vários metros á frente, talvez eu por extinto tenha me arrastado para me afastar do fogo, ah eu não sei, eu não sei... – eu disse totalmente confuso.

— Você teve sorte. – disse Bela alisando meus ombros.

— É eu sei – falei suspirando, ainda olhando a minha volta. – Mas um inocente morreu... – eu falei, eu ainda não me lembrava direito dele. – E pensar que tudo pode ter acontecido por culpa de Cato... Sua ambição, a raiva que ele sente por mim, fez um inocente morrer...

— Mas também ele pode não ter planejado o seu assassinato, ele pode ter falado a verdade... – ela disse, e então a olhei com as sobrancelhas franzidas, aquele seu comentário logo fez pensamentos nada agradáveis invadirem minha mente, era uma crise de desconfiança novamente me consumindo. Segurei-a pelo pulso e a olhei com um olhar desconfiado.

— O que teria feito se eu tivesse morrido? Teria aceitado o Cato? – perguntei, segurando o pulso dela com mais força, consumido pelo ciúme. –Teria dividido com ele o meu dinheiro?

— Não, não Peeta – disse ela nervosa – Esqueceu que eu não sabia de nada?

— Mas estava sobre pressão do seu pai ser mandado para cadeia... – respondi.

— É estava! – ela concordou, começando a se alterar também.

— E quando o Cato te contou tudo você se assustou e voltou pra sua casa, mas depois você voltou... – eu lembrei.

— É, por causa da ameaça que ele vez contra o meu pai, por isso eu voltei, ele estava ameaçando de colocá-lo na cadeia, assim como minha irmã e isso não era justo...

— Entendo, mas uma vez de volta o que pensava em fazer? – eu perguntei, estava totalmente nervoso, com certeza meu rosto estava todo vermelho. - Seguir com o plano do Cato, herdar meu dinheiro e se mandar? – eu grito nesse momento, assustando-a ainda mais, ela puxou seu braço com força, e me olhou com um olhar de rancor, os seus olhos começaram a brilhar devido ás lágrimas não derramadas.

— Por isso me trouxe aqui, para me atormentar? – ela gritou comigo

— O que pensava em fazer? – voltei a repetir a perguntando, ignorando a sua pergunta.

— Eu estou farta de tanta desconfiança! – ela gritou, com dedo em riste. – Eu já te disse toda a verdade, eu já te falei tudo que sei... – lágrimas começaram a cair dos olhos dela. – Pensei que as coisas tinham mudado entre a gente, até me entreguei a você, mas olha só ainda assim continua duvidando de mim! Eu já não te disse que nunca perdoaria Cato pelo que ele me fez?... – novas lágrimas foram caindo dos olhos dela. – Se eu estava na sua casa de novo, fora apenas pelo meu pai e pela minha irmã, mas nunca, nunca eu iria aceitá-lo como meu marido, ele não teria mais o meu amor, porque ele o destruiu no momento em que me enganou e mentiu para mim, mas chega eu não quero mais lhe dar explicações, na verdade eu já estou cansada disso, você não vê que eu só queria esquecer?

— Katniss... – comecei me dando conta que eu havia exagerado com a minha crise de desconfianças.

— Vá para o inferno, você com sua família e todo o seu dinheiro, eu não quero voltar a te ver entendeu? – disse ela dando as costas e saindo correndo, me deixando ali sozinho.

— Katniss, espera, não seja boba, volta aqui – eu gritei correndo atrás dela, a vendo olhando para trás assustada, e começando a descer ribanceira, provavelmente no desespero de fugir de mim, então comecei a me dar conta de quanto a assustei com meu gesto brusco. – Katniss, Katniss espera, você vai acabar se machucando! – eu pedi já preocupado, a vendo terminar de descer a ribanceira, fui descendo logo atrás dela e vi que novamente ela olhou na minha direção, e acabou escorregando e caindo para frente no chão, me deixando preocupado.

— Katniss, Katniss! – falei, me aproximando correndo e agachando ao lado dela, virei-a em minha direção, no mesmo momento ela me empurrou enquanto me olhava com raiva.

 - Eu estou cansada Peeta, cansada de suas suspeitas, eu só quero minha vida normal, eu só quero esquecer o que aquele desgraçado do Cato fez comigo e com minha família, será que é difícil esquecer essa história? Deixar tudo isso para trás?

— Calma Katniss, me perdoe! – pedi, tentando tocar nela, mas ela logo se debateu, impedindo.

— Eu estou cansada disso, desse assunto! – ela dizia.

— Me desculpe, eu não devia ter falado dessa forma... – eu pedi e então novas lágrimas caíram dos olhos dela, e ela se sentou, me olhando com um olhar sério. Enquanto eu permanecia agachado na frente dela.

— Eu sei que você também foi uma vitima, eu sei que você foi bom comigo, ajudou encontrar o meu pai, está ajudando a cuidar dele e ainda fez Cato ir embora, mas, se você não confia em mim Peeta, se ainda existe dentro de você uma desconfiança, se você ainda pensa que amo o seu irmão, isso não vai dar certo... – ela falou, e eu a olhei com os lábios entreabertos.

— Não, me perdoe meu amor, me perdoe! – falei, abraçando ela, e fechando meus olhos, aspirando o cheiro doce de seu perfume. – Mas é que ás vezes eu fico tomado pelo ciúme, eu tenho medo...

Ela colocou as mãos em meus ombros e me empurrou lentamente, para voltar a me olhar.

— Medo do que Peeta? – ela perguntou.

— De você no fundo amar o Cato, de você se dar conta que não sente por mim o mesmo... – me calei por alguns segundos, antes de continuar. – Que eu sinto por você, eu sei, parece ridículo, mas, eu nunca me senti inseguro assim antes, mas com você tudo é tão diferente... Como eu disse, você não é como as outras mulheres, você não é previsível Katniss, e ao mesmo tempo em que isso me deixa louco de amor por você, também me deixa com medo de perder você...

— De me perder? – ela repetiu.

— Eu não quero que você vá embora, eu quero ser feliz com você... – confessei, e para meu alivio Katniss sorriu, embora o sorriso tenha sido discreto.

— Eu acho que também estou me apaixonando por você... – ela confessou, colocando a mão em meu rosto, e não pude evitar sorrir.

— Isso é verdade? – perguntei, parecendo uma criança de tanta felicidade por ouvir aquelas palavras dela.

Ela concordou com a cabeça, ainda com os olhos marejando, acariciei o rosto dela, e lhe dei vários selinhos. Depois me olhou, ainda sorrindo.

— Deve ter sido por isso que acabei me deixando levar de tal forma que... – ela suspirou antes de continuar. – Acabei fazendo coisas que não imaginei que iria fazer, nessa condição que estamos...

— Que condição? – perguntei.

— De marido e mulher que não é marido e mulher, ou pelo menos não era! – ela falou.

— Mas agora somos, estamos indo até para nossa lua de mel! – falei, sorrindo para ela. Ela sorriu de volta.

— É verdade! – concordou.

— Então, é melhor voltarmos para o carro... – falei.

E então depois do meu súbito descontrole, voltamos para o carro, ajudei Katniss a subir a ribanceira e seguimos viagem em silencio, eu havia alugado um hotel fazenda, e como imaginei assim que fomos entrando nele, Katniss já foi olhando em volta encantada, dava para ver como ela gostava da natureza.

— Eu aluguel o melhor quarto, você tem que ver a enorme banheira que tem no nosso banheiro... – falei.

Ela sorriu, envergonhada.

— Banheira? – perguntou, franzindo as sobrancelhas, e então assenti com a cabeça.

Descemos do carro e seguimos para dentro do hotel, assim que chegamos ao quarto, já comecei a sorrir me lembrando da forma em que pedi que preparasse o nosso quarto. Só foi ela abrir a porta e eu olhar para dentro dele, para eu ver que eles realmente haviam preparado tudo da forma em que eu havia pedido. Havia pétalas de rosas vermelhas em volta de todo o quarto, e na cama havia pétalas reunidas em formato de coração, havia uma garrafa de champanhe numa mesa que havia perto da janela, que estava coberta por uma cortina branca, ao lado da garrafa havia duas taças e ainda velas já acesas. A banheira com certeza estaria coberta por pétalas de rosas também, eu não via hora de entrar com ela lá dentro.

— Uau... – ela falou, se virando e olhando para mim, com os lábios entreabertos. Parecia surpresa com o que estava vendo.

— O que você achou? – perguntei, colocando o braço em volta da cintura dela e a puxando em minha direção, lhe dando alguns selinhos.

— Você é bem romântico... – ela disse e sorriu.

— Eu quero te fazer feliz, você merece, é uma mulher incrível... – falei, e então fechei a porta do quarto, puxei a mão dela, e a levei até a mesa. Fui abrindo a garrafa de champanhe e enquanto Katniss olhava, voltava a falar:

— Como pode amar alguém que de repente se meteu em sua vida, causando tantos problemas? – ela perguntou de repente.

— Eu preciso repetir todas as qualidades que encontrei em você?... – falei, a olhando.

— Mas tem muitas outras mulheres por ai, que tem as mesmas qualidades que eu e ainda podem ser ricas como você... – ela falou, e então eu ri, enquanto despejava o champanhe nos copos.

— Não me diga que você está querendo me jogar no braço de outras mulheres? – perguntei, voltando a olhar para ela.

Ela entreabriu os lábios, enquanto me olhava.

— Não! – ela disse rapidamente. – Não é isso, eu só estou tentando entender como tudo isso está acontecendo e...

— Katniss! – eu a interrompi, depois dei um passo na direção dela e lhe entreguei a taça já com champanhe dentro. – Tem coisas nessa vida que não tem explicação e o amor é uma delas, ele simplValeriente vem e acontece, não precisamos tentar entender e explicar como se fosse uma formula matemática, porque não funciona assim...

— É, talvez seja verdade... – ela disse.

— Não é talvez, é assim... Não tente ficar procurando por quês, procurando explicações, vamos apenas viver esse momento, como um casal em sua lua de mel... – falei, sorrindo comecei a dar alguns goles de champanhe, e então vi Katniss suspirar começar a beber o dela, e logo fez uma careta. Já mostrando que não era fã da bebida, ela colocou a taça em cima da mesa, ainda com quase toda a bebida na taça.

— Está bem, podemos pular a parte da champanhe e ir para a próxima? – ela perguntou e então eu ri.

Eu me aproximei dela, coloquei a mão em seu rosto e lhe dei um beijo, Katniss sorriu, colocou os braços em volta de mim e também me correspondeu, enquanto nos beijávamos eu já fui a conduzindo em direção ao banheiro, abri a porta, e só parei de beijá-la quando cheguei próximo a banheira, logo Katniss olhou a sua volta e assim que viu onde estávamos, ficou meio envergonhada. Seus olhos pararam na banheira, que como eu já sabia estava cheia de pétalas de rosas vermelhas.

— Que tal esse ser o próximo passo? – perguntei, e animado já fui ligando a banheira, ela entreabriu os lábios, enquanto ainda olhava para mim.

— Peeta, ainda eu sinto vergonha... – ela disse, e logo me aproximei dela, olhei-a nos olhos enquanto comecei a abrir lentamente seu vestido.

— Temos então que praticar para essa vergonha acabar, não acha?... – falei. Ela olhou para baixo, e eu terminei de abrir o vestido, observei ele cair no chão, e então comecei a observar o corpo de Katniss, apenas com as roupas intimas. Toquei o rosto dela, e levantei-o em minha direção. – Não tem que ter vergonha, você é linda! – falei, e ela sorriu, e então eu a beijei novamente, enquanto beijava me concentrei em tirar suas roupas intimas, depois já fui fazer o mesmo com as minhas.

O beijo foi ganhando intensidade, e já comecei a me animar com o que iríamos fazer a seguir, segurei fortemente Katniss pela cintura, e levantei-a, entrando com ela dentro da banheira. Que agora estava cheia de água, além de pétalas.

Ali dentro continuamos a nos beijar, enquanto beijávamos desliguei a banheira, para parar de cair água. E logo senti as mãos pequenas de Katniss acariciando as minhas costas, até as suas unhas cravarem em minha pele e eu gemer levemente, enquanto aprofundava o beijo mais e mais. Naquele momento eu senti um sentimento bom, intenso, viciante. Eu sabia, eu tinha certeza, que aquele sentimento é amor.

***

Assim que abri os meus olhos, a primeira coisa que vi foi Katniss, os seus cabelos estavam caídos em seu rosto e ela parecia estar num sono profundo, enquanto um de seus braços estava em volta de mim. Eu sorri e passei a mão em seus cabelos, o tirando do seu rosto, em seguida lhe dei um beijo na testa, e levantei com cuidado para não acordá-la.

Fui até a minha mala e peguei uma bermuda, a vesti e logo depois fui até a janela, olhando para o lado de fora, notei que o dia estava bastante bonito, tanto que o sol já estava clareando uma boa parte do quarto, eu sorri enquanto me lembrava da noite anterior e de como havia sido maravilhosa, não demoraria muito para que nos viciássemos em fazer amor, isso se eu não já tivesse me viciado no corpo de Katniss.

Fui até o banheiro e escovei os meus dentes, lavei o meu rosto, e assim que eu estava o secando, ouvi um barulho parecendo vir do quarto, fui até lá, para avistar Katniss se levantando, ela me olhou, enquanto bocejava e espreguiçava-se lentamente como uma garotinha preguiçosa.

— Bom dia meu amor! – falei, indo em direção a ela, e colocando os braços em volta de sua cintura, logo lhe dei um demorado beijo no rosto, e vi ela se virando em minha direção, logo ela sorriu.

— Bom dia, nossa, eu estou com a impressão de que dormimos demais... – ela comentou.

— Sim, já são dez e meia da manhã, melhor começarmos a aproveitar nosso dia... – falei. Ela então concordou com a cabeça.

— Bom, vou escovar os dentes! – ela disse, logo depois a vi dar as costas e seguir para o banheiro, ela estava apenas de camisola, curta e sensual em minha opinião.

Sorri por alguns segundos, depois suspirei e então decidi me vestir para irmos tomar o café da manhã.

***

Katniss vestiu um short branco e uma blusa vermelha, prendeu os seus cabelos num coque e vestiu um tênis azul, enquanto eu preferi colocar uma bermuda e camiseta, também coloquei um boné e peguei um óculos escuros dentro da minha mala.

Eu já havia decidido passar o dia no hotel fazenda e Katniss concordou, achando uma ótima ideia. Enquanto tomávamos café, eu já pensava o que faríamos logo em seguida, pensei em ficarmos um pouco na piscina, depois irmos andar de cavalo e depois do almoço, pensei em visitarmos uma cachoeira que havia dentro do hotel fazenda. E quem sabe durante a noite podíamos ir também até a praça que fica na cidade, já que Katniss gosta dessas pequenas praças que tem nas cidades pequenas, pois a faz lembrar da sua vida do interior.

Assim que tomamos café, voltamos ao quarto para nos trocar para irmos para piscina, enquanto Katniss estava no banheiro, colocando seu maiô, eu vestia uma sunga e pegava o protetor solar e nossas toalhas.

— O que você acha? – Katniss perguntou, saindo do banheiro e se aproximando de mim,

Ela estava vestida com um maiô preto, fora uma das roupas que ela comprou no shopping, depois de vir para minha casa.

— Eu preferia biquíni, mas sinceramente tudo combina incrivelmente com você! – falei.

— Ah você fala isso só para me agradar, quando o escolhi, Prim falou que eu estava parecendo nossa avó, ela queria que eu comprasse um fio dental, acredita? Ai, Prim é tão escandalosa! – ela disse, suspirando. – Mas na verdade eu nem queria comprar biquíni, mas ela insistiu já que você tem uma piscina na mansão...

— Que alias você nunca entrou! – eu disse, colocando o braço em volta do ombro dela e a conduzindo em direção da porta. – Em vez disso, vamos aproveitar a piscina do hotel fazenda! – falei, passando pela porta, depois dela e fechei-a atrás de mim.

— É, mas sabe, eu não sou muito chegada em água gelada! – ela falou e eu dei risada, enquanto começávamos a caminhar em direção a piscina do hotel.

***

Passamos pela frente do hotel, e fomos caminhando até passarmos por uma cerca e chegarmos á piscina, por sorte o local não tinha muitas pessoas, como não estávamos em datas comemorativas ou período de férias escolares, o hotel parecia não estar com muitos hospedes, e claro, eu achava isso ótimo. Pois assim não precisaríamos dividir a piscina com muitas pessoas.

Sentamos perto da beira da piscina, em cadeiras que havia embaixo de um guarda sol, e então, logo peguei o protetor solar, joguei um pouco em minha mão, e comecei a passar no ombro de Katniss que estava sentada ao meu lado, ela virou o rosto para olhar para mim, e sorriu, então aproveitei para lhe dar um beijo no rosto.

—Temos que cuidar dessa sua pele branca... – falei.

— É preciso fazer isso mesmo, pois quando me queimo, fico horrível, parecendo um camarão... – ela comentou.

— Ah, eu não fico tão diferente de você e o pior é que me queimo muito fácil, principalmente o meu rosto, quando eu era criança, toda vez que me queimava Cato ficava zombando de mim, ele fazia isso só pelo fato de ficar bronzeado e não parecendo um camarão! – eu comentei, me lembrando daquela época, da qual tudo era motivo para o meu irmão rir de mim.

Passei o protetor nos braços de Katniss e depois em suas pernas, deixei o rosto por ultimo e logo fiquei de costas para que Katniss passasse o protetor solar em mim, eu senti uma sensação boa enquanto sentia aquela mão pequena e delicada acariciando o meu corpo, quando ela terminou, decidimos ficar um tempo, apenas curtindo o sol e olhando a paisagem. Ficamos em silencio por alguns minutos, até que Katniss decidiu puxar assunto.

— Como é ser rico? – de repente ela perguntou para mim, depois que estávamos alguns minutos calados, olhando a nossa volta. Eu olhei para ela, e vi que ela também estava me olhando. – Eu sei, é uma pergunta idiota, você vai me dizer que é maravilhoso...

— Não, não é um conto de fadas como todo mundo pensa... – falei, suspirando, ela me encarou com as sobrancelhas arqueadas. – O dinheiro não é tudo, não são todos os problemas que se resolve com o dinheiro, e tem vezes que o próprio dinheiro acaba se tornando o problema... – eu fiquei alguns segundos calado, antes de continuar a falar. – Eu estaria sendo um mentiroso se eu dissesse que não é bom ter dinheiro, claro que é, mas temos que tomar cuidado, pois ás vezes a vida se torna um tédio quando se tem tudo...

— Tédio? – ela perguntou e então virei para ela, para olhá-la.

— Na vida temos que estar todos os dias nos levantando por um objetivo especifico, se você não tem objetivos, sonhos, metas, a vida vira um tédio, vivemos por viver, sem sonhos, sem vontades, porque já realizamos tudo aquilo que queríamos, e isso não tem graça... – olhei para o céu, e fiquei alguns segundos olhando para ele, antes de continuar. – Pensa que a maioria das pessoas passam anos planejando alguma coisa, muita das vezes são viagens, outras para comprar aquele carro que sempre sonhou, ou a casa própria, tem pessoas que até chora de alegria, depois de batalhar e trabalhar e trabalhar e consegue aquele carro dos sonhos, ou aquela casa dos sonhos, ou a viagem dos seus sonhos, eu não tenho isso Katniss, eu nunca tive, eu não sei como que é lutar para se comprar algo, porque eu sempre tive tudo, meu único objetivo é manter nossa empresa no alto e lucrando milhões, confesso que minha vida já estava um tédio, bom, até te conhecer, preciso admitir que você tornou tudo mais interessante e mais agradável...

— Eu não imaginava isso... – ela falou, surpresa com minhas palavras.

— Sim, agora tenho novas metas que não envolve dinheiro, mas sim o amor, e hoje vejo que é que isso que nos torna mais felizes, mais realizados, são coisas que o dinheiro não pode comprar... – falei, colocando a mão no rosto de Katniss e o alisando. – e agora, eu quero aproveitar cada minuto disso, cada minuto dessa viagem ao seu lado, pois isso sim vale a pena viver... – ela sorriu para mim, e acariciou meu rosto.

— Você é uma graça, sabia? Fico olhando para você e penso as vezes que você é tão perfeito, que parece que estou sonhando e que uma hora vou acordar e que nada disso é real! – ela falou.

— Eu não sou perfeito, Katniss... Eu só sou um homem apaixonado por você... – eu disse, e depois suspirei. – Agora que tal um banho de piscina?

— Ah, a água deve estar gelada e... – ela dizia, mas se calou, quando me viu em pé, em frente a ela. – O que você pensa que vai fazer? – ela perguntou, e eu não perdi tempo, logo a peguei, e joguei-a em meu ombro. – Ahhhhhh Peeta, não! – ela exclamou, e deu um grito, assim que corri em direção à piscina, e pulei, com ela em meus braços.

Só foi eu colocar o pé no chão e voltar para superfície, que comecei a sentir ela me dar várias tapas no braço.

— Seu bobo, ahhhh, água está um gelo, bobo, bobo, bobo! – ela resmungava, parecendo uma criança e eu não pude evitar dar risada, puxei-a pela cintura e logo lhe dei um beijo, assim calei-a de vez.

***

Desde que conheci Katniss eu já tinha notado que ela era diferente de todas as outras mulheres que eu já havia conhecido, mas uma coisa que eu não sabia era que ela tão diferente assim, tanto que eu poderia dizer que ela era praticamente o oposto de todas. Ainda mais quando eu soube que ela era tão boa com os cavalos, sabia montar tão bem que ela foi logo com o seu cavalo lá para frente, eu sofri para conseguir acompanhá-la.

Nós dois demos uma volta a cavalo por quase todo o hotel fazenda, fiquei reparando no quanto ela era boa nisso, e como parecia gostar dos animais, até mesmo eu a via conversando com o cavalo, de um jeito como se realmente ele fosse respondê-la.

— Você se sente bem a vontade com animais, natureza, e essas coisas todas, não é? – perguntei, quando finalmente consegui fazer meu cavalo andar um pouco mais rápido e conseguir acompanhá-la.

— É, sempre gostei muito, meu pai tinha um tio que tinha um rancho pequeno, era simples, mas tinha bastante animais, quando eu era adolescente eu gostava muito de lá, ele tinha uma égua chamada estrela, aprendi a montar e vi que tinha jeito para isso... Sabe, conseguimos nos comunicar com eles, eles falam conosco através do olhar!  - ela falou, toda sorridente.

— Uau, que lindo, podemos pensar no caso de comprarmos uma fazenda, já que você gosta tanto... – falei, ela me olhou com os lábios entreabertos.

— Eu não quero que você fique gastando comigo, pois sei que se você comprar uma fazenda vai ser só para me agradar... – ela disse.

— Não, eu estou gostando, é sério, será legal para nós dois! – falei e então ergui uma de minhas mãos em direção a ela, ela logo entendeu sua e pegou a minha mão. Trocamos sorrisos, e ficamos alguns segundos cavalgando de mãos dadas. Até que Katniss soltou a minha mão, ela sorriu e acenou para mim e em seguida incitou o cavalo a aumentar sua velocidade, em poucos segundos ela já fora lá para frente, e mais uma vez acabei ficando para trás.

— Ahhhhh meu, Katniss espera! – reclamei, rindo, tentando fazer com que meu cavalo corresse também, mas eu não era tão bom com eles quanto  Katniss.

Mas mesmo assim, ainda fiquei sorrindo, sentindo-me extremamente feliz, principalmente porque nesses dois últimos dias eu nunca tinha visto Katniss sorrir tanto, e o que me deixava mais feliz era saber que eu fazia parte dessa sua felicidade.

***

Definitivamente, o dia que passei ao lado de Katniss fora perfeito, era maravilhoso estar ao lado dela, conhecer mais sobre sua vida, o seu passado. Nós rimos muito, nos divertimos, principalmente pelo fato de estarmos ao lado um do outro.

Depois do passeio a cavalo, nós fomos à cachoeira que havia dentro do hotel fazenda, ela era muito bonita, e vi como Katniss ficou fascinada enquanto observava aquela água caindo, ficamos alguns minutos por ali, sentados numa pedra, apenas curtindo o barulho da cachoeira, era um som relaxante e o local era tão belo, que logo comecei a notar, que comecei a reparar mais em coisas que antes eu nunca tinha dado tanto importância, como a beleza da natureza e de como é maravilhoso o som dela, é algo tão simples, mas tão bom. É como disse uma vez para Katniss, que depois que a conheci, comecei a notar o quanto o simples é bom.

Sorrindo, segurei a mão de Katniss, olhei para ela e vi que ela sorria para mim também, soltei a mão dela para tocar em seu rosto e acariciar aquela pele tão delicada, que eu já amava tanto.

— É muito bom estar aqui com você... – eu disse a ela, e notei que os seus olhos brilharam. – E acredite meu amor, isso é só o começo!

***

Assim que acabamos a nossa “pequena lua de mel“, eu decidi dar uma passada em um lugar em especial antes de ir para mansão, não demorou muito para Katniss estranhar o caminho, pois logo reconheceu que aquela não era a estrada que nos levava para casa.

— Para onde estamos indo? –ela perguntou, olhando para mim.

— Ontem à noite, depois que você dormiu, eu fiquei um tempo acordado, pensando, e decidi que seria bom termos provas contra Cato e que também confirme que você é inocente... – eu disse, olhei para ela rapidamente e vi que ela me encarava com as sobrancelhas arqueadas. – Eu sei que Cato foi embora, mas não temos a garantia de que essa ida dele para o exterior dure os dois anos, e caso ele volte antes do prazo e também não goste de nos ver juntos e felizes, seria bom eu ter algo que o incrimine e que faça ele se manter na dele... – expliquei.

— Eu tenho a impressão de que Cato é muito perigoso, e que não vai ser qualquer coisa que vai deixá-lo com medo, pense Peeta, se ele fez tudo que fez, já dá para provar que ele é extremamente mal e calculista...

— Por isso mesmo que temos que ser mais inteligentes do que ele Katniss, temos que tê-lo em nossas mãos não acha? – falei, e então ela suspirou.

— Mas, o que você pensa em fazer? – ela perguntou.

— Vamos ir para sua cidade, no registro civil, conversar com o juiz que fez esse casamento falso, e pensei também em ir a esse apartamento que ele tem na cidade... Ele deve ter deixado algo passar despercebido e ai nós o pegamos

Katniss ouviu em silencio e no final apenas concordou com a cabeça, eu sorri levemente para ela e voltei a olhar para estrada, eu não via a hora de encontrar alguma prova que entregasse Cato, para assim tê-lo em minhas mãos. E ter a certeza de que tanto Katniss quanto eu ficaremos livre dele, de uma vez por todas.

***

Primeiro fomos ao apartamento de Cato, ainda bem que tive a ideia de trazer da mansão uma foto dele na mala, pois eu já estava mesmo com a intenção de que se desse tempo, eu iria dar uma passada na cidade em que Katniss morava, já que ela era uma cidade vizinha da onde estávamos.

— Você acha que alguém daqui poderá alguma informação para nós? – Katniss perguntou

— Sim, é só eu mostrar a foto que tenho do Cato, se alguém o viu, vai falar para nós!– falei me aproximando do prédio, da qual Katniss informou que é onde fica o apartamento de Cato.

— E se você conseguir as provas... – ela falou, e então eu parei para olhá-la, vi que ela também me olhava, e parecia preocupada com algo. – Você pretende contar para sua mãe? – ela perguntou.

— Não, não nesse momento, mas se for necessário, mesmo que me doa vou ter que dizer... – eu disse, ela então assentiu com a cabeça.

Olhei para prédio e verifiquei que ele era antigo e não tem guarda, a única porta que tinha era direto para rua, sendo assim eu tinha que bater na porta para que alguém do lado de dentro abrisse, vejo Katniss mexer nos cabelos, ela parecia estar nervosa.

—Porque está tão nervosa? – perguntei, meio desconfiado.

— Estou preocupada apenas, sei que Cato vai ficar furioso se você conseguir provar que ele esteve por trás disso tudo... – ela falou.

— É, mas ai ele ficará com medo e parará de nos incomodar, como eu já lhe disse! – falei e então voltei a bater na porta com mais força dessa vez. – Porque não abrem? – eu disse frustrado

— Não tem porteiro, só uma mulher que faz a limpeza, mas ela passa rápido, não fica muito tempo! – ela me explicou – Eu entrava com uma copia da chave que eu ganhei do Cato, mas eu não a tenho comigo!

— E porque você vinha aqui? – perguntei.

— Bom, ele me ligava assim que chegava, e era um local que nos encontrávamos! – ela disse e então eu suspirei, no mesmo momento em que a porta se abriu e apareceu uma mulher de mais ou menos cinqüenta anos de idade, pela roupa logo notei que deveria ser a tal mulher que trabalhava na limpeza.

— Senhora, me desculpe, é a senhora que faz a limpeza do prédio? – perguntei, assim que ela fechou a porta. Ela me olhou, com um olhar sério.

—Sim! – ela disse, balançando a cabeça.

— Da licença um segundo tá! – peço e trato de tirar do bolso uma foto que peguei do Cato. - Conhece esse homem? Há algum tempo ele comprou um apartamento nesse lugar, que número era? - me viro perguntando para Katniss.

— Cinco. – Katniss respondeu.

—Isso faz alguns meses... – falei.

— Olha eu não tenho certeza, talvez eu tenha topado com ele... – ela disse, meio confusa, olhando a foto.

— A senhora faz faxina aqui há muito tempo? – perguntei.

— Não, antes era uma sobrinha minha... – ela respondeu.

— E onde ela está? – perguntei meio impaciente

— Ela viajou, ficará fora por algumas semanas...

— Mas a senhora chegou a vê-lo, imagino... – falei na tentativa de alguma forma obter mais informações. – Olhe bem a foto! - mostro mais uma vez a foto.

— Na verdade não saberia dizer, eu não me lembro se eu o conhecia, mas da senhora eu me lembro sim! – ela disse olhando de forma simpática para Katniss.

— É eu também me lembro de você – confirma Katniss meio sem graça, então a olho meio desconfiado.

— Mas algum outro morador deve ter visto.  – falei, voltando a olhar para ela.

— Ah, isso eu já não sei, mas se quiser entrar para perguntar, a porta ta aberta! – ela disse, novamente abrindo a porta.

— É claro, muito obrigado! – agradeço me virando para entrar no prédio

— De nada – disse a mulher indo embora.

Suspirei e então entrei no prédio, junto de Katniss e começamos a subir as escadas.

— Você vinha muito aqui? – perguntei, olhando rapidamente para Katniss.

— De vez em quando, eu vinha no máximo uma vez por semana... – ela respondeu.

— E o que faziam no apartamento? – perguntei, franzindo a testa.

— Nós conversávamos, assistíamos filmes e eu preparava coisas para comer – ela disse, me olhando, parecendo perceber o meu desconforto, então sorriu. – Peeta, por favor, nada de ficar com ciúmes!

— Eu não estou com ciúmes, só estou perguntando. – disse subindo mais rápido as escadas.

— Aham... – escutei ela dizer, e então continuamos subindo, na esperança de encontrar alguém que pudesse nos dar mais respostas.

Continua...


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