Hold on escrita por Brru


Capítulo 6
Certa nostalgia




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Julieta naquela manhã estava com seu habitual vestido rendado, metade de seus fios castanhos presos por uma trança, e por fim, suas botas marrons que tinham um certo salto deixando-a mais alta. Chegara a sala de sua casa pronta para mais um dia no campo, pretendia ajudar sua mãe com mesa do café, e logo ir a fazenda vizinha, tinha muita consideração pela mãe de Vitório, e pensando bem, deveria contá-la melhor sobre a história de seu casamento com o Barão de Ouro Verde.

— Mamãe! - surpreendeu-se com Dona Guadalupe. A velha costurava velhas mantas, e remendada alguns vestidos de Mariana.

— Minha filha! - brincou. - Aonde está indo?

— Bom, pretendia ajudá-la com o café..

— Não se preocupe, já está tudo pronto! - Julieta sorriu.

— Por que não me esperou? Sempre fizemos isso juntas. - a mãe abandonou os tecidos e a deu eterna atenção.

— Você me parecia tão cansada ontem, meu amor. Nem ao menos quis dizer a mim e a sua irmã porque estava tão efusiva.

— Mamãe, a expliquei que... - engoliu em seco.- O anel que Aurélio me deu a me deixado um pouco surpresa.

A mãe fingiu acreditar.

— E onde ele está?

— Bom, creio que em sua casa.

— Me refiro ao seu anel de noivado, Julieta, e não ao seu noivo. - as bochechas de julieta coraram.

— Em minha penteadeira, ainda está frouxo em meu dedo. Não quero perdê-lo.

— Impróprio.

— Eu sei, mamãe... Mas...

— Tudo bem.. - Guadalupe a interrompeu. - Vitório está aí fora. - Julieta animou-se de imediato. Deu alguns passos em direção a porta, mas sua mãe ligeira, se pôs em sua frente. - Julieta, sei que conheces Vitório de toda uma vida. Supôs até que um dia se causariam..

— Mamãe!

— Viviam grudados, o que você queria que eu pensasse? - Julieta suspirou. - Diga-o que não é nada apropriado que os dois andem por aí sozinhos. Você está noiva.

— Contra minha vontade.

— Você me parecia bem feliz ontem quando soube que Aurélio já a esperava.

— A senhora está vendo demais, mamãe! - segurou aos lados de seu vestido e os ergueu afastando-se de sua mãe.

Logo quando atravessou a porta viu o sorriso aberto de Vitório, e sem pudor jogou-se em seus braços.

— O que faz aqui tão cedo? - ela perguntou.

— Você já deve saber disso, mas é a noiva mais linda do Vale.

— Não seja um bajulador, Vitório, e responda minha pergunta.

— Vamos cavalgar. - disse apontando para dois cavalos atrás de si. - Como nos velhos tempos.. Os campos estão secos, e podemos ir ao ponto mais alto do Vale.

— Muito obrigada.. - disse sorrindo. - Você não sabe o quanto estava precisando disso. Nada vale mais que sentir-se livre enquando o vendo afaga nosso rosto e cabelos.

— Não tem de quer, senhorita Sampaio. - Vitório a surpreendeu beijou sua mão rapidamente. - Precisamos conversar sobre seu casamento. - Julieta cessou seu sorriso.

— Já falamos sobre isso, por favor...

— Quero ajuda-la!

— Não há como. Casarei-me, Vitório, não há saída.

— Posso conseguir o dinheiro.

— Que ótima solução, pagariamos o Barão e iniciariamos uma dívida com você.. - virou os olhos desacreditada.

— Pense bem.. - ele atreveu-se a segurar suas mãos. - Não seria melhor dever a uma família que sempre as a colhe quando necessário, de que dever para um homem desconhecido em suas vidas?

— Vitório...

— Deixe-me ajuda-la, sim? - ele sorriu, e Julieta deixou-se leva o correspondendo. - Ou, você já está gostando da ideia de casar-se com o senhor das trevas?

Ela estava? Não sabia ao certo.. Não sabia o que realmente sentia ao esta perto de Aurélio, no entanto, não era ruim. Isso, ela não poderia omitir.

— Tudo bem! - aceitou. - Mas esse é o nosso segredo, e você só tem duas semanas para conseguir o dinheiro, e sinto lhe dizer meu amigo, é uma quantia autissima.

— Não se preocupe, farei o possível para você voltar a ser a Julieta de sempre.. - ela o abraçou, e Vitório vibrou.

— Agora vamos!!! - correu em direção a um dos cavalos e o montou deixando seu amigo para trás.

...


As botas de Aurélio estavam aponto de perder o solo. O homem andava de um lado para o outro analisando em pensamento uma proposta que lhe foi feito. Ernesto Chaparro, tentava convencê-lo de juntos comprarem as terras de um Senhor falido, para juntos aprimorarem seu negócios.

— O café senhor. - a empregada do Senhor Chaparro disse adentrando o escritório, e logo, retirando-se.

— Aceita um xícara, Senhor Barão? - Aurélio negou com um gesto simples de cabeça. Estava farto de café. Tivera que quase banhar-se com o líquido está manhã, e por culpa de Julieta que não mais o deixava dormir em paz. Sonhava com a mulher até mesmo quando seus olhos abertos estavam, e estava sonhando agora, no meio de uma reunião importante.. Parecia sentir seu corpo junto ao dela.. Estava louco, os lábios formigavam como se ela estivesse ali o beijando.. Sentia seu cheiro, e sua voz parecia ecoar em seu cérebro, principalmente, repetindo seu nome; "Aurélio" de um jeito tão agoniado que ele segurou-se para não sair imediatamente daquele escritório e ir correndo vê-la, realmente.. Estava ficando louco, e por coincidência a causadora de sua loucura era exatamente sua cura.

— Infernos! - murmurou.

— O que disse?

— Que.. Estudarei com mais afinco sua proposta. Estou a achando o tanto quando arriscada. - ergueu o queixo impondo sua arrogância. - Não jogo para perder Senhor Chaparro. - o velho sorriu do jovem Barão, admirava sua fibra para os negócios.

— Estarei pronto quando você se decidir, Aurélio. - ele assentiu. - Você é realmente muito diferente de seu pai, menino. O admiro muito.

— Se ha algo de que me orgulho, Senhor Chaparro, é de não parecer-me com meu pai, tanto na aparência, quando ao caráter.

— Admirável. - o homem lhe deu um aperto de mão, e Aurélio se despediu.

Estava atrasado para outra reunião, parecia que todos naquele Vale queriam negociar com o mesmo. Martirizar-se por não haver tempo para apreciar Julieta, no entanto, a vira toda noite, passara tempo suficiente juntos.. Não havia necessidade de outra visita, não havia.. Havia?

Risos incessantes foram ouvidos por ele enquanto seu trajeto até a porta de saída. Não conhecia tal risos, mas o perfume, ah esse sim, havia algo ali que perturbava suas narinas, e que o deixou inquieto.. Parara exatamente quando seus olhos atentos viram a silhueta da mulher. A mesma estava de costas recebendo carinho de um senhora sorridente.

— E Vitório? - a mulher perguntou.

— Esta me esperando, Dona Helena.. Fomos avisados que há uma tempestade a caminho.

Indo contra seus princípios, Aurélio ouvia a conversar com atenção.

— Não preferem passar a noite aqui? - a mulher perguntou preocupada. - Sei que sua casa já não está em bom estado, Julieta.

— Não se preocupe.. - disse agradecida. - Daremos um jeito.. Algumas goteiras não a de nos matar. - riu. Mas a senhora parecia irredutível.

— Nada disso! Vá com Vitório, e traga Mariana e Guadalupe.. Há vários quartos disponíveis em minha casa. E nossa noite será especialmente melhor com a presença das três.

— Dona Helena..

— Não me diga um não.. - insistiu, e Julieta cedeu. Juntas seguiram pela cozinha, e Aurélio correra para ir-se antes que ela pudesse vê-lo, e antes que seus repentinos planos fossem estragados.

...


— O que estão fazendo? E quem é este homem? - Julieta indagou a sua mãe e Mariana.

— Recemos um ultimato de seu noivo.- a mãe respondeu guardado alguns vestidos em uma mala.

— Mamãe me explique isso.

— Bom, ele ficou sabendo da terrível tempestade, e nos convidou para passar a noite em segurança em sua mansão. - Julieta olhou incrédula para Vitório.

— E este esse senhor? - apontou para o homem que aguardava em silêncio ao lado da porta de entrada.

— O motorista do Barão. - Mariana respondeu animada. - Vamos de carro!

— Mamãe! A senhora aceitou?

— E o que eu poderia fazer? Está casa esta aponto de cair sobre nossas cabeças.

— O Barão se importa com você, Julieta. - Mariana provocou a irmã.

— Quieta! - Julieta a respondeu de imediato. - Me perdoe, Vitório. - olhou para o amigo tristonha. - Mas tenho que acompanhá-las.. Não faria sentido nenhum se eu as deixassem ir-sem sozinhas.

Ainda contra sua vontade, Vitório assentiu.

— Até mais.. - o mesmo disse sem disfarçar sua decepção, e se fora.

— Ele parece não ter gostado. - a irmã mais nova observou.

— Não se preocupe, Julieta, eu já fiz sua mala..

— Mamãe, é apenas uma noite. - respondeu desanimada para seu passeio. Um trovão raiou no céu e as três estremeceram.

— Nunca se sabe. - a mãe disse prontamente.

...


Com cara de poucos amigos Afonso viu as três mulheres adentrarem o casarão. Mariana estava inebriada com tantos detalhes, tudo parecia ser feito a ouro puro. Era um palácio impecável, rico e misterioso, assim como seu Dono.

— Sejam bem-vindas! - o servo pronunciou.

— Olá.. - Mariana fora a única a responder, também parecia a única animada com o convite.

— Meu senhor estava preocupado com as senhoras. - Julieta o olhou. - Principalmente com a senhorita Julieta. Não queria que a noiva morresse soterrada.

— Que amor. - ela forçou um sorriso, e Afonso sentiu sua ironia. - E onde ele está? Não é o anfitrião?

— Ainda não chegou de seus afazeres. É um homem muito ocupado, fique ciente disso. - impaciente ele virou-se em direção a escada. - Deixem as malas, os empregados levaram até o quarto de cada uma.

— Ficaremos em quartos separados.. Eu não poderia ser mais feliz. - Mariana comentou passando na frente de todos, inclusive, de Afonso.

Os degraus pareciam não mais acabar, até que então, chegaram a primeira porta. O quarto não era nada simples, havia detalhes que encantaríam qualquer moçoila, e a encantado Mariana.

— Este é o quarto da Senhorita Mariana. - Afonso disse.


Logo a frente, um mais rústico e menos iluminado. A cama era grande e bem feita, os lençóis exalavam lavanda pura.

— Este da Senhora Guadalupe. - a velha adentrou o mesmo e começara a explorá-lo.


Julieta franziu o cenho quando Afonso dera meia volta, e juntos subiram para o andar de cima. Haviam apenas quatro portas naquele andar misterioso, uma delas estava aberta revelando uma mini biblioteca, mas eles seguiram a frente e enfim, Afonso lhe mostrou o seu quarto.

Julieta ficara boquiaberta. Nem mesmo quando seus pais tinham uma herança considerável ela virá tanto luxo em sua frente. O quarto era amplo, com longas cortinas que tampavam os poucos raios de luz que vinham das janelas. Havia uma penteadeira com um espelho de seu tamanho, aos lados do mesmo haviam perfumes, cremes e tudo que uma mulher desejaria ter em sua vida. Os lençóis tão brancos que, ela não sabia ao certo se atreveria-se em tocá-los. O perfume que vinha deles, era diferente, leve, acalmava.. Era uma mistura doce.. dengosa.

— Bem.. - Afonso suspirou. - Este é o seu.. No guarda-roupa, há alguns vestidos.. Caso não queira usar estes que sempre usa.. Lhe aconselho vesti-se de acordo com o ambiente que agora habitas.

Mas ela não o ouvia.. E nem faria seus gostos. Esperou o homem ranzinza sair, para finalmente sentar-se na borda da cama.

— O que está acontecendo, Meu Deus?-murmurou a si mesma.

Ele havia pensando nisso? Em cada detalhe? Ela correu até o guarda-roupa, abriu as portas, e sua respiração falhou. Havia vestidos de todas as corres, sapatos.. Todos de seu tamanho, e com decotes. Ele havia percebido que ela amava abusar de seu colo?

— Estou aponto de enlouquecer.. - disse, e finalmente jogou-se em sua cama..

...

Junto a Mariana ela decera para o jantar. Antes de finalmente chegarem a mesa, Mariana paralizou-se por alguns segundos deixando Julieta preocupa.


— O que há de errado? - perguntou a irmã mais nova.

— Veja aquele homem Julieta.

E ela vira. De imediato seu corpo extremeceu, e o ar lhe fantou. Ele conversava com sua mãe; os cabelos estavam úmidos, e ela gostaria de saber se o mesmo estava assim por causa da chuva, ou porque ele havia acabado de sair do banho. Estava cheirando sabonete? Algum perfume? Ela gostaria de saber. Sua camisa estava com dois botões abertos, e ele parecia tão sereno.

— É a mistura de um demônio com algo que há de mais lindo. - suspirou.

— Mariana! - ela a repreendeu.

— Não tenho interesses, não se preocupe.. Deus me livre. No entanto, ele realmente é um homem lindíssimo, tivera sorte minha irmã. - dizia enquanto Julieta o olhava/o admirava. Sua boca movia-se com uma certa leveza, as vezes parecia que ia rir, mas sempre passava a língua entre os lábios. Deus, já beijara aquela boca, já sentiu sua língua entre os lábios.. Já..

Respirou fundo, e fora a mesa fazendo Mariana segui-la. Ele a cumprimentou formalmente. Por sorte ela havia lembrado-se de colocar seu anel, porque, Aurélio não parava de olhar para sua mão. Ela evitava olhá-lo.. E não era por medo, mas sim por algo que mexia-se dentro dela, de um desejo repentino.. Ele cheirava a um maldito sabonete com uma fragrância deliciosa, ela gostaria de enfiar seu nariz em seu pescoço, mover seus dedos entre seus cabelos, cheirar a ele..

— Julieta? - sua mãe a chamou a atenção. - O que há? Você não tocou na comida, e estava vermelha como uma pimenta.

— Esta tudo bem, mamãe, com licença!

Levantou- se e atravessou toda a casa quase correndo. Do que estava fugindo?
Quando decidiu vir a casa dele, não imaginou o perigo de estarem tão juntos, afinal, não sentia nada por ele, nada.


Ela chegara ao corredor onde o viu pela primeira vez, olhou-se no mesmo espelho daquela noite e ofegava. Chovia, ela estava descompensada, e de repente, ele estava atrás de si.. Exatamente como tudo começou.

Os olhares se cruzaram, e ele rodeou a cintura dela com o braço, ela sentia seu peito sobre suas costas, como imaginou na noite do baile, mas a realidade lhe deu muito mais prazer.

— O que está acontecendo? - ele murmurou eu seu ouvido, e ela virou-se rapidamente e o beijou.

Afogou seus dedos entre os cabelos dele, sentiu a pressão de seus corpos enquanto os estalos de seus lábios chocando-se só eram ouvidos por eles. Aurélio começará águia-lá sobre corredor, e sem separar seus lábios ele abriu a porta de duas folhas; a porta que Julieta ficara tão curiosa em conhecer o que havia por trás. Ele a fechou com apenas um empurrão, e Julieta fora colocada delicadamente em cima da mesa do escritório dele. Ofegante ela lhe beijou o pescoço. Ele entre suas pernas travava de deixá-la colada ao seu corpo, sem nenhum espaço que pudesse passar uma mísera corrente de ar.

Estava enloquecida. Ele igual. Quando enfim se olharam, estavam em um estado deplorável. Cabelos desfeitos, roupas amassadas, e corpo marcado, vermelho, pusalte.


— Me desculpe.. - ela o empurrou, recompondo-se.

— Não peça desculpas.

— Mas é claro.. Isso é inapropriado. Nós não.. - ele se aproximou dela, e lhe acariciou com o dedo o lábio inchado. Poderia sentir o quando ela o desejava, e ele estava igual.. Desejava tomá-la, fazê-la sua de vez...

— Fico feliz que esteja com seu anel. - disse de repente mudando de assunto. Havia reparado que mais cedo na casa dos Chaparros ela não o usava.

— Sempre estou com ele.-sussurrou. Os pingos de água batiam sobre a janela fechada deixando o clima ainda mais afrodisíaco para ambos.- Aurélio, eu preciso ir já esta.. - ele a abraçou pela cintura, ela calou-se.

Os lábios molhados dele começaram destribuir beijos lentos, em seu pescoço. Ela ofegou e fechou os olhos. Precisava ser forte até Vitório conseguir o dinheiro, e tirá-la daquela loucura. Aquele homem a destruía de uma forma que ela não sabia expressar, fazia sua pele queimar, Julieta sentia coisas que nunca sentira em sua vida.

— Seja fiel a mim.. - ele disse a olhando. - E lhe darei o mundo..

Não era possível. Ela necessitava sair de seus braços. Porém, não conseguia respondê-lo, então fizera o mais fácil, lhe deu um beijo rápido.

— Boa noite! - disse ela....

E.. Fugiu entre os corredores até chegar em seu quarto, e está segura.

 


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