Acerto escrita por nathaliacam


Capítulo 1
Acerto


Notas iniciais do capítulo

Esta é a segunda parte da série Engano. O link da primeira parte está disponível abaixo!



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Antes de ler acerto, leia Engano, a primeira parte desta história.

 

Acerto

Edward, 5:15 pm

A melhor hora do dia é aquela em que você diz aos seus colegas de trabalho “até segunda”. Viva a liberdade!

O elevador deu um arranco – aquele característico de quando alguém o chamava no meio de uma viagem, e ele parava sem calcular muito bem a diminuição da velocidade. Edward deu apenas um passo para trás, sem nem mesmo desviar os olhos do celular, por demais acostumado à rotina do elevador antigo do (também antigo) prédio em que trabalhava.

Bella, dona da foto de perfil que mostrava seu rosto próximo, cabelos ondulados caídos pelos ombros, com uma mão aleatória pintada de esmalte vermelho, que revelava que a foto tinha sido cortada, e um sorriso aberto e gentil, estava online, mas ainda não tinha visualizado a mensagem de Edward. Ele podia apostar que Alice insistia para sair com a amiga naquele momento, e que ela trabalhava numa desculpa para não fazê-lo.

Edward, 5:16 pm

Só diga à Alice que você não quer sair hoje. Ela vai entender.

O elevador abriu as portas audivelmente, mas ele também não precisou checar para saber que ainda não tinha chegado ao andar da garagem.  Encostou-se à parede dos fundos – desprovida de espelho – e cruzou as pernas.

“Boa tarde, Cullen.”

Ele também não precisou olhar para cima para saber que Tanya Denali o cumprimentava. Pela visão periférica, conseguia enxergar os sapatos de salto alto e um pedaço das pernas cobertas pela fina meia-calça preta.

“Boa tarde, Tanya.”

“Onde será happy hour da semana? Ninguém soube me informar outra vez.”

Edward levantou os olhos do celular pela primeira vez. Encarou Tanya por três segundos inteiros, depois dançou com os olhos de um lado para o outro.

“Na verdade, eu não sei.”

As sobrancelhas de Tanya se ergueram. Ela entortou levemente a cabeça, mas os cabelos perfeitamente arrumados num coque não saíram do lugar. Seu cenho se franziu e ela segurou a pasta contra o peito com mais força.

“Não sabe?”

“Não,” Edward negou com a cabeça e olhou para o celular mais uma vez.

Bella estava digitando uma nova mensagem depois de ter enviado cinco emojis gargalhantes. Ela adorava aqueles emojis, eram os favoritos dela. Qualquer gracinha era o suficiente para que ela mandasse uma porção deles, e Edward achava aquilo encantador.

“Mas como assim? Você não organizou nenhum esta semana? De novo?”

Organizou o que? ele pensou em perguntar, mas a mensagem chegou e roubou sua atenção.

Bella, 5:18 pm

Não, desta vez não foi a Alice.

Bella, 5:18 pm

Era o James. Embora o assunto fosse o mesmo, é mais fácil convencê-lo de que não quero do que a Alice. Já consegui.

James. James era o colega de escritório de Bella, também advogado, que vivia convidando-a para sair junto aos colegas de trabalho, para eventos sobre os quais os referidos colegas de trabalho jamais ouviram falar. Era divertido saber que ele levou outro fora.

Edward, 5:18 pm

HAHAHAHAHAHAHAHA

Edward, 5:18 pm

Acho que ele nunca vai desistir

“Edward?”

Ele levantou a cabeça quando seu nome foi chamado. O elevador apitou novamente e deu outro arranco, mas as portas se abriram para os espelhos da portaria. Tanya ainda o encarava em dúvida, confundindo-o.

“Não vai descer?”

Ela piscou duas vezes, e acompanhou os passos de Edward para fora do elevador. Lá fora o dia ainda brilhava, mas não na mesma intensidade de algumas semanas atrás no mesmo horário – o verão já estava no fim, e os ventos do outono já começavam a chegar.

O som do salto de Tanya contra o piso acompanhava o ritmo de seus passos.

“Edward, está tudo bem com você?”

“Está sim,” ele assentiu, dando uma olhada no celular, quando Bella digitava outra mensagem, e voltou a encarar Tanya.

“Tem certeza? Você parece meio aéreo nas últimas semanas, não organizou nenhum happy hour­ na semana passada e novamente nesta... Não respondeu à minha pergunta no elevador...”

Ele não entendeu bem o motivo da observação de Tanya, mas também não se importava com seus questionamentos. Apenas deu de ombros e colocou o celular no bolso.

“Estou meio cansado. Trocas de chefia do departamento.”

Tanya assentiu, certamente desacreditada, mas, novamente, isso não fazia diferença para Edward.

“Bom fim de semana, Tanya. Até segunda-feira.”

“Melhoras com seu cansaço,” ela disse, quando ele já se afastava, “Caso alguma programação de última hora surja, lembre-se de me convidar.”

Edward virou-se, mas continuou dando passos para trás, e bateu uma continência brincalhona, girando novamente nos calcanhares e caminhando depressa até o próprio carro. O alarme sendo desativado ecoou no estacionamento, assim como os faróis do carro, que piscaram duas vezes. Abriu a porta e, antes de entrar, tirou o paletó e afrouxou a gravata. Jogou o tecido no banco do carona e bateu a porta, suspirando longamente ao tirar o celular do bolso da calça.

Bella, 5:19 pm

Vira essa boca pra lá! Ele TEM que se mancar em algum momento!

Ele riu.

Edward, 5:24 pm

Ele já se mancou, gata. Mas isso não quer dizer nada. Ele deve ganhar muitas na insistência, e provavelmente acha que o mesmo acontecerá com você.

Edward colocou o celular no espaço reservado para isso no painel do carro e travou o cinto de segurança sobre o corpo. Girou a chave na ignição e o carro rugiu em resposta.

Só quando estava parado no sinal foi que se lembrou que não tinha colocado nenhuma música para tocar, mas também não sentiu falta. Calculou o tempo que ficaria parado e chegou à conclusão de que não conseguiria configurar o reprodutor Bluetooth do carro e responder à mensagem de Bella que a notificação mostrava, e rapidamente elegeu sua prioridade.

 Bella, 5:27 pm

Ah, que Deus me dê paciência então.

Bella, 5:27 pm

Como foi o encontro do elevador de hoje?

Ele exalou uma risada enquanto digitava.

Edward, 5:35 pm

Inevitável, como sempre. Fui perguntado pela quarta vez sobre happy hour da semana.

Ele jogou o celular no banco do carona quando o sinal mudou de cor. Colocou o carro em movimento e, vinte minutos mais tarde, entrava na garagem do prédio em que morava. Desligou o carro, tirou o cinto de segurança e pegou o celular.

Bella, 5:37 pm

Acho que você parou de organizar esses encontros porque disse que me levaria no próximo. Está tudo bem, Edward, não vou ficar chateada se você tiver mudado de ideia.

Havia um emoji de gargalhada, sinal de que ela estava apenas ironizando, mas, mesmo assim, ele preferiu esclarecer o que poderia ter um fundo de verdade na brincadeira dela.

Edward, 5:45 pm

Espero que você saiba que você acabou de proferir uma porção de absurdos. Mas confesso que prefiro que nosso primeiro encontro seja só entre nós. Depois, te levo em quantos happy hours da empresa você quiser.

Edward pegou o paletó do banco, bem como sua pasta de trabalho. Acionou alarme e subiu as escadas até o quarto andar, ainda com o celular na mão, parando no último lance quando a resposta de Bella chegou.

Bella, 5:49 pm

Ótimo, porque eu nunca fui em happy hours que acontecem em bares de karaokê. Fiquei animada com a possibilidade.

Edward, 5:50 pm

Será um prazer te levar, mas você sabe que o termo “happy hour” se aplica apenas a funcionários de uma mesma empresa, não é? Receio que vou ter de levar seu currículo ao RH?

Ele terminou de subir os degraus e abriu a porta, gemendo de insatisfação ao reencontrar o apartamento na mesma desordem que deixou nesta manhã. Era fácil se esquecer das obrigações domésticas com todas as obrigações que ele tinha no escritório. Entretanto, organizar planilhas de planejamento e análise financeira nunca era tão difícil quanto tirar poeira de móveis, esfregar o chão e lavar roupas.

Jogou a pasta no sofá, terminou de retirar a gravata. Puxou a camisa de dentro da calça, tirou o cinto, desabotoou completamente o tecido branco que lhe cobria o peito. Correu as mãos pelos cabelos, lambeu os lábios, varreu o apartamento desordenado com os olhos novamente.

Amanhã, pensou, amanhã arrumo isso.

Caminhou até a cozinha, abriu a geladeira e graças aos céus, pelo menos ela estava abastecida. Agarrou uma garrafa de Corona, abriu-a com a camisa (e conseguiu escutar o grito que sua mãe daria se visse aquela cena), e voltou à sala de estar, abrindo as cortinas e a janela. O vento fresco invadiu o apartamento, bagunçando os cabelos de Edward, fazendo-o estreitar os olhos. Tomou um gole da cerveja, mirou o céu coberto de nuvens e tentou prever quanto tempo ele teria antes que a chuva caísse.

O celular vibrou em seu bolso. Ele catou o aparelho e tomou outro longo gole da cerveja enquanto lia a nova mensagem.

Bella, 5:56 pm

A menos que eu seja alguém próxima. Você pode me apresentar como sua namorada e, além de me autorizar participar da reunião, ainda dispensa Tanya. Una o útil ao agradável.

 Ele gargalhou.

Edward, 5:56 pm

HAHAHAHA

Edward, 5:57 pm

De acordo. Mas acho que prefiro esperar até que essa afirmação seja verdadeira... Sabe como é, é péssimo mentir no trabalho, a mentira sempre acaba voltando para te ferrar.

Outro gole de cerveja, uma lambida no lábio superior. Coçou levemente o peito, voltou à cozinha, terminou a garrafa de cerveja com mais três longos goles e deixou o vidro vazio junto aos outros, sob a pia. Sentindo-se mais relaxado, caminhou até o quarto, imitou o ritual de abrir a janela e deixar que o ar entrasse no cômodo. Jogou o celular sobre o colchão. Desabotoou a calça, deixou que ela caísse no chão, estalou a língua ao se dar conta que não tinha tirado os sapatos. Torceu os lábios, sentou-se na cama, retirou os sapatos com os pés, chutou a calça no chão, tirou as duas meias. Levantou-se, catou novamente a calça, retirou a camisa, pegou novamente o celular, levou tudo ao banheiro consigo. Jogou as roupas sujas no cesto no canto do banheiro e encostou-se à bancada da pia para ver as novas mensagens.

Bella, 5:59 pm

E quem te garante que isso vai acontecer?

Edward, 6:03 pm

Um homem vive de esperanças.

Bella, 6:03 pm

Dizem que ela é a última que morre. Já chegou em casa?

Edward, 6:04 pm

Já. Estou prestes a entrar no banho.

Bella, 6:04 pm

Não use o celular debaixo do chuveiro, vai estragar.

Ele sorriu torto para a tela e selecionou a ferramenta de câmera, mirando-se no espelho antes de enviar a foto.

Edward, 6:06 pm

Ainda não comecei...

Um emoji piscando um olho só completou a mensagem, que foi lida instantaneamente. Era bom saber que Bella tinha a conversa aberta, prestando sua exclusiva atenção nas mensagens trocadas entre os dois. Mas três minutos inteiros se passaram até que ela respondesse, e Edward encarou aquilo como um bom sinal – ele sempre poderia pensar que ela estava admirando a foto por todo esse tempo.

E era mesmo uma boa foto. Somente seu peito nu e rosto apareciam, assim como o banheiro ao fundo, mas nada de sua cintura para baixo era revelado, exceto pelo elástico da cueca branca.

Ele sempre ficava um pouco inseguro quando as conversas com Bella tomavam aquele rumo. Suas mensagens nunca tinham ido além de flertes, mensagens de duplo sentido e, vez ou outra, uma piadinha (com fundo muitíssimo verdadeiro) de conteúdo ligeiramente (ou não) sexual. Não que fosse por falta de vontade de levar as coisas para aquele lado. Muito pelo contrário, afinal, desde o dia em que eles acidentalmente se conheceram, duas semanas atrás, o contato não tinha cessado. Havia uma atração ridícula entre os dois, e isso porque o encontro ainda não tinha acontecido. Edward mal podia imaginar como seria quando eles se encontrassem pessoalmente.

Imagens de uma Bella com pouca roupa e palavras sensuais digitadas ou ditas em áudios seriam uma excelente prévia do que poderia aguardá-los. Mas se ela não tinha dado o primeiro passo, Edward tinha receio do que ela poderia pensar se ele fizesse algo do tipo. Ele levava a sério o fato de que queria mudar a primeira impressão que deixou, pois aquela foi a forma que ele se apresentou a ela, de qualquer maneira, mesmo que por acidente.

Bella, 6:10 pm

Você tem três pintinhas no peito.

Ele mordeu o lábio inferior, digitando a resposta.

Edward, 6:10 pm

Tenho mais algumas mais embaixo.

Bella, 6:10 pm

Hm... Será que naquela primeira foto que você mandou dava pra ver? Mas você apagou quando percebeu que eu não era a Vic.

Ele franziu o cenho.

Edward, 6:11 pm

Sempre posso me redimir.

A próxima mensagem veio carregada de emojis gargalhantes.

Bella, 6:11 pm

Vai tomar seu banho, Edward.

Edward, 6:12 pm

Já estou indo, madame.

E enquanto se esfregava debaixo d’água, Edward pensava se, num primeiro encontro, eles se comportariam como dois adultos saindo com intenções sexuais e românticas, ou como dois amigos. Quer dizer, as conversas entre eles com toda certeza davam margem para as duas coisas – Bella poderia perfeitamente ser a melhor amiga de Edward, visto a facilidade com a qual conversavam sobre música, filmes, seriados, trabalho e cotidiano, e também ser alguém com o qual ele teria um relacionamento longo e quente. Bastava ver como seu corpo reagia a cada foto em que um pedaço das pernas dela aparecia, ou como ele realmente se pegava pensando em como seu beijo seria.

Será que assim eram os relacionamentos de verdade? Quer dizer, ele já tinha tido namoradas na vida, é óbvio, mas, até agora, sempre houve uma separação muito distinta do que eram assuntos e situações que giravam em torno de uma namorada, daqueles assuntos e situações que giravam em torno de uma amiga. E, com Bella, ele conseguia se imaginar fazendo os dois.

Edward desligou o chuveiro e puxou a toalha, secando-se nas axilas, depois no cabelo e no peito, para em seguida enrola-la na cintura, enquanto refletia o quanto era bizarro pensar em Bella como uma namorada quando ele não a tinha visto pessoalmente ainda. Conversas incessantes, flertes, buscas e stalkeadas em redes sociais não costumavam ser o suficiente para fazê-lo pensar num relacionamento sério. Nada costumava fazê-lo pensar em relacionamentos sérios.

Ele bateu os pés no tapete à frente do box e parou em frente ao espelho. Examinou o rosto, passando a mão sobre as bochechas. Fins de semana eram dias em que ele não fazia a barba, porque seu rosto merecia um descanso. Suspirou fundo, catou o celular no balcão e foi para o quarto lendo as mensagens.

Bella, 6:13 pm

Não se afogue.

Bella, 6:18 pm

Foto – Você já sabia que a nova temporada de OITNB* saiu?

A/N: Orange Is The New Black, seriado da Netflix.

A mensagem veio acompanhada de uma foto. Era o computador de Bella aberto na página da Netflix, que mostrava o trailer da temporada mais recente da série citada. O aparelho estava sobre as pernas dobradas dela, cobertas por um short que ia até a metade da coxa.

Edward, 6:25 pm

Já, mas ainda não assisti.

Edward, 6:25 pm

Olá, pernas.

Ele depositou o celular sobre a cama e abriu a gaveta da cômoda, tirando de lá uma cueca preta e uma calça de algodão. Todas as camisas que ele gostava de usar para dormir estavam sujas, e isso o lembrava da montanha de roupas que se acumulava no cesto do banheiro, e precisava ser lavada com urgência. Fez uma careta, e decidiu que tudo bem, hoje não estava frio o suficiente para impedi-lo de dormir sem camisa. Nada que um bom cobertor e um aquecedor não resolvessem.

Bella, 6:28 pm

Minhas pernas dizem olá às pintas do seu peito.

Bella, 6:28 pm

Eu não fazia ideia de que essa nova temporada tinha saído! Mas também não estou a fim de assistir agora, não tô no clima.

Edward, 6:29 pm

Me avise quando você estiver no clima. Poderíamos assistir juntos também.

Ele ainda tinha de fazer o jantar, mas estava com preguiça. Definitivamente não era saudável pedir pizza pelo segundo fim de semana consecutivo, então ele decidiu que optaria por outra coisa no Uber Eats desta vez. Talvez comida japonesa?

Bella, 6:31 pm

Gosto da ideia.

Bella, 6:32 pm

Na verdade, poderíamos ter feito isso hoje se tivéssemos planejado direito a semana. Estamos perto um do outro, não estamos fazendo nada e ainda assim não estamos nos vendo.

Bella, 6:32 pm

Ou será que isso é proposital, hein, senhor Edward?

Edward riu,

Edward, 6:32 pm

De jeito nenhum, senhorita Bella. Eu realmente achei que fosse ficar preso no escritório até mais tarde hoje, mas a reunião foi desmarcada.

Edward, 6:32 pm

O que não nos impede de nos encontrarmos ainda hoje, se você quiser. Estamos a vinte minutos um do outro.

Uma agradável surpresa, na verdade. Quais eram as chances de Edward mandar a mensagem para o número errado, ser relativamente bem recebido, se encantar pela pessoa dona do número confundido e, ainda por cima, descobrir que a distância que os separava era curta o suficiente para ser feita em vinte minutos de carro?

Ele torceu para que ela dissesse sim. Apesar de que já antecipava a resposta que provavelmente viria, uma vez que já tinha percebido que Bella não era o tipo de mulher que gostava de eventos e programas arranjados em cima da hora. Ela gostava de se planejar em todos os aspectos da vida, e, como ele tinha consciência da importância que ela já tinha para ele e gostava de pensar que esta era recíproca, era possível imaginar que Bella declinaria o convite.

Bella, 6:34 pm

Nah. Me deitei para não mais levantar hoje, meu bem.

E Edward gostava de pensar que já a conhecia o suficiente para prever seu comportamento.

Edward, 6:35 pm

Justo, meu bem.

Edward, 6:35 pm

Aposto que você não consegue convencer ao James tão fácil assim.

Sentado na cama, ele navegou pelo aplicativo de entrega de comida até achar um bom restaurante de comida japonesa. Fez o pedido e resmungou ao ver o prazo de uma hora para entrega.

Bella, 6:37 pm

Não mesmo.

Edward franziu o cenho.

Edward, 6:45 pm

Em que sentido? Insistindo ou sendo mais rude?

Bella começou a digitar duas vezes para em seguida apagar. E depois começou a gravar um áudio.

Ele gostava de quando ela fazia isso, e ela dizia que adorava ouvir a voz dele também. Edward costumava achar engraçado como ela sempre fazia um comentário aleatório no meio de uma fala importante, de algum caso contado. Suas frases normalmente terminavam com a palavra “enfim” e com uma risada.

Bella, 6:47 pm

“Insistindo mesmo. Não soa meio creepy pra você que ele... Droga! Desculpa esse barulho, a porta do quarto escapou da minha mão e bateu. Enfim. Não soa creepy pra você que ele fique dizendo que outras pessoas foram convidadas e isso ser uma mentira? Sei lá, fica parecendo que ele quer me atrair para algum lugar para me estuprar ou me matar. Acho uma merda, e acho uma merda que ele fique insistindo também. Só não vou bloquear porque sei que isso vai fazer ele me procurar no escritório, e vai ser pior.”

Franzindo o cenho, ele pressionou o botão para gravar o próprio áudio.

Edward, 6:51 pm

“Se você se sente amedrontada, não vá mesmo. Aliás, se você não estiver a fim, não vá, você não precisa ficar amedrontada para recusar. Só não querer. É meio creepy mesmo, especialmente porque você não confia nele. Eu desconfio que ele faz isso para tentar parecer casual que todo o mundo que ele convidou tenha furado, entendeu? Ele não deve achar que você é esperta o bastante para conversar sobre esses convites com outras pessoas. E, assim, Bella, se você achar que está demais e que precisa de ajuda, eu sempre posso falar alguma coisa pra ele. Só me dá um toque.”

Ele pensou nas próprias palavras e resolveu que seria melhor se esclarecer.

Edward, 6:54 pm

“Não que eu não ache que você seja capaz de se defender sozinha. É óbvio que você não precisa de mim pra nada. Mas ele não anda te escutando, então... Mundo machista, não é? Se você precisar me usar como um macho alfa para afastá-lo, então eu posso fazer esse papel por você. Mas, por favor, não pense que eu sou um babaca por falar isso. Sei que você é bem resolvida, forte e que consegue se defender desse tipo de babaca, é o que você tem feito a vida inteira.”

Bella, 6:57 pm

“Aw, obrigada por esclarecer. Eu não acho que você seja um babaca por oferecer isso, eu entendo o seu raciocínio, e vou manter seu oferecimento em mente. Claro que eu acho um absurdo ter que fazer uma coisa dessas, mas se ele é idiota o bastante para respeitar o posicionamento de um outro cara e não o meu, propriamente dizendo, então ele é ainda pior do que eu pensava.”

Bem, Edward acreditava que ele era, só pelo que Bella contava.

Bella, 6:59 pm

 EDWARD

Bella, 6:59 pm

VOCÊ NÃO SABE O QUE EU ACABEI DE DESCOBRIR

Bella, 6:59 pm

OLHA – link

Ele riu da forma como ela digitou as mensagens e negou com a cabeça antes de clicar no link enviado por ela. Surpreendeu-se ao ler a manchete da notícia: “Rede de cinemas reexibe Titanic em comemoração a aniversário.”

Bella, 7:00 pm

É meu filme favorito da vida!

Bella, 7:00 pm

E você também gosta!

Bella, 7:00 pm

E é amanhã!

Bella, 7:00 pm

É um sinal do universo! Nós temos que ir!

Tudo bem, ele realmente gostava de Titanic, mas isso se devia muito mais ao fato de fazer parte de uma memória afetiva de sua infância do que propriamente ao filme em si. Entretanto, seria uma oportunidade de encontrar Bella pessoalmente, e isso não podia ser negligenciado, especialmente quando ela demonstrava tanta empolgação.

Edward, 7:01 pm

Certo, posso ir te encontrar para presenciar sua paixão louca pelo Leonardo DiCaprio.

Bella, 7:01 pm

Você não tem ideia do quanto essa sua última mensagem é verdadeira.

Ele podia apostar que tinha.

[...]

Nem nesta vida e nem em outra Edward pensou que assistiria a Titanic no cinema. Não só pelo fato de que a estreia do filme aconteceu quando ele tinha dez anos de idade, mas também pela disposição que ele jamais pensou que teria. Quer dizer, quem sai de casa num sábado a tarde para assistir Titanic?

Muita gente, ele concluiu assim que chegou ao local marcado. A fila para a bilheteria estava enorme, e pessoas vestiam camisas com imagens do filme e dos atores principais. Tudo bem, ele certamente podia imaginar que esse tipo de coisa era natural em estreias de grandes sagas como Harry Potter, Senhor dos Anéis, Guerra nas Estrelas e afins. Mas a existência de um verdadeiro fandom par Titanic era novidade para ele.

Tirando o celular do bolso da calça, ele caminhou lentamente até o fim da fila, já desanimado. Bella disse que seria melhor que eles chegassem um pouco mais cedo para conseguir bons lugares, mas os vinte minutos sugeridos por ela nem de longe seriam o suficiente para vencer toda aquela fila antes que os ingressos esgotassem ou que o filme começasse. Ele desbloqueou o aparelho e viu a notificação de uma mensagem dela:

Bella, 2:10 pm

Já chegou?

Edward, 2:15 pm

Já, estou no fim dessa fila quilométrica.

Bella, 2:15 pm

Sério? Estou indo para aí.

Certo, ela estava vindo. Uma sensação que poderia ser descrita como “frio na barriga” percorreu o corpo de Edward. Ele tinha sim antecipado aquele momento, imaginado como seria, mas... Quase dava vontade de largar tudo, ser covarde e ir embora.

Não porque ele não queria vê-la. De forma alguma. Mas quase dava um medo irracional de que ela fosse totalmente diferente do que ele pensava, ou que ela achasse o mesmo dele. Mas não era possível, era? Quer dizer, eles vinham se falando ininterruptamente por duas semanas, ele tinha revirado o Instagram dela pelo avesso pelo menos cinco vezes, ela tinha mandado fotos aleatórias de seu dia em que pedaços de seu rosto e corpo apareciam... O que poderia ser tão diferente assim?

Tudo, ele pensou, nervoso. Ela pode achar que eu tenho alguma mania irritante, que vai tirá-la do sério. Talvez ela deteste que eu fique passando a mão no cabelo toda hora. Talvez não goste do meu cheiro. Será que eu devia ter usado um perfume? Mas também corria o risco dela ser alérgica, então preferi evitar. Pode ser que ela-

“Ei! Você achava mesmo que precisaríamos comprar ingressos aqui?”

Ele deu um pulo de susto com a voz ao seu lado. O celular quase caiu de sua mão. A voz que ele já conhecia de alguns áudios mandados do celular estava bem ao seu lado, acompanhada de uma figura de altura modesta, corpo franzino e sorriso simpático. Os cabelos dela estavam soltos em ondas sobre os ombros, e, pessoalmente, pareciam ter um tom de castanho avermelhado.

“Bella!” ele exclamou, quase sem perceber.

“Oi!” ela riu, e deu um passo à frente, abrindo os braços. “Que bom te ver!”

Ele não respondeu, porque correspondeu ao abraço. Foi rápido, apenas com intenção de cumprimento, mas ele conseguiu sentir o cheiro doce que vinha do cabelo dela, bem como a forma como seu corpo se moldava ao dele. Por qualquer motivo que fosse, a primeira coisa que ele pensou quando cercou a cintura dela com os braços foi seria fácil carrega-la no colo.

“É um prazer finalmente te conhecer,” ele disse sorrindo.

“Igualmente,” ela riu. “Mas o que você estava fazendo nesta fila?”

Edward franziu o cenho.

“Ué, precisamos comprar os ingressos.”

Ela negou com a cabeça com expressão de quem tinha acabado de ouvir uma bobagem. Sacudiu o telefone celular na frente dele:

“Já comprei online. Mas deixei um lugar reservado na fila da bomboniere, caso você queira comprar algo para comer.”

E, naquele momento, todos os receios relacionados a conhecê-la sumiram.

[...]

“Eu amo essa cena!”

Edward riu, porque era a quinta vez que ela dizia aquilo, e o filme não tinha começado há meia hora. Porém, ao contrário do que ele imaginava, Bella não se unia ao restante das mulheres (público majoritário, a propósito) presentes naquela sessão quando Leonardo DiCaprio, no auge de seus vinte e três anos, aparecia na tela. Ela era uma exceção, junto a ele próprio, que não se entregava a suspiros (quase) involuntários, e gemidos de satisfação ao ver a imagem do ator.  Essa era uma vantagem, especialmente porque Edward sentia que a ausência de reações dela com relação a isso não estava ligada ao fato de que ela estava num primeiro encontro, e que o cara ao seu lado poderia julgá-la. Bella simplesmente considerava o filme e o enredo mais importantes do que o rosto (e corpo) do protagonista.

“E de que cena você não gosta?” ele murmurou em resposta, aproximando o rosto do dela alguns centímetros.

Foi respondido com um olhar que, mesmo no escuro, revelou-se contrariado.

“Esse é um dos meus filmes favoritos,” ela deu de ombros. “E é um dos seus também, pode parar de fingir que você não está amando cada segundo desta sessão.”

Mas ele realmente estava amando cada segundo daquela sessão. Só que o filme não era o único responsável por aquele fato.

Mais tarde, quando Jack e Rose já tinham se apaixonado um pelo outro, dançado juntos, contrariado as vontades da família dela, o cinema ficou em silêncio. Era a hora em que os tripulantes avistavam o iceberg e se davam conta de que poderia ser tarde demais para evitar um acidente. Bella ficou quieta também, encostada no banco, com um braço sobre o peito e o outro tendo a mão apoiando o rosto. Ela parecia ainda menor naquela hora.

Edward, que tinha passado a última hora e meia controlando-se para não tocá-la demais, não conseguiu se conter. Reuniu a coragem que tinha em si e aproximou-se do rosto dela lentamente.

“Bella?”

Ela virou o rosto, curiosa.

“Sim?”

“Vem aqui.”

Ela pareceu confusa por alguns segundos, mas entendeu o que ele quis dizer quando Edward esticou o braço esquerdo. Ela levantou o braço da cadeira entre eles e aproximou o corpo do dele, encaixando-se sob o braço e sobre o peito dele.

“Não estou com frio.”

“Eu sei,” ele assentiu. “Não foi essa a minha desculpa.”

Surpreendendo-o, ela virou o rosto para enxerga-lo no escuro, e sorriu:

“E qual é sua desculpa?”

“Nenhuma,” ele negou com a cabeça, “Não consegui pensar em nada desde o início da sessão, então estou te mandando a real: eu estava muito a fim de te abraçar.”

A gargalhada que ela soltou foi alta e rendeu algumas pessoas virando-se para trás em reprovação. Não que conversas, risadas e comentários fossem proibidos nesta sessão, especialmente quando Leonardo DiCaprio aparecia em cena, mas aquele era um momento tenso do filme, e risadas eram consideradas ofensivas.

“Eu estava a fim de te abraçar também,” ela murmurou, ignorando as reações ao seu redor.

“Ótimo,” ele apertou-a mais contra o corpo, “Temos mais isso em comum.”

“Sabe,” ela disse depois de um tempo concentrada no filme, “Eu já vi esse filme umas dez vezes, mas sempre, sempre torço para que dê tudo certo. Fico aflita como se fosse a primeira vez. Sempre quero gritar para a Rose que Jack poderia ter sido salvo se ficasse sobre aquele móvel com ela.”

Ele sorriu e acariciou o cabelo dela.

“Você e todo o restante do mundo.”

Bella riu baixo.

“Me sinto melhor. Agora concentre-se... A partir de agora, vamos chorar bastante.”

[...]

“E quem é Vic?”

Edward levantou os olhos do cachorro quente que comia, assustando-se com a pergunta.

Quer dizer, não é que fosse um problema falar de Vic com Bella – não havia nem razão para isso. Ele, na verdade, já tinha se esquecido que Bella tinha noção da existência dela.

“Ninguém de importante,” ele deu de ombros, limpando o canto da boca. Encostou-se na mureta e olhando para o céu da noite. Ele não tinha planejado levar Bella para comer cachorro-quente depois do cinema – tinha pensado numa pizzaria, lanchonete, restaurante... Seu apartamento... Mas, enquanto saíam do cinema, ela avistou um carrinho de cachorro-quente e comentou que fazia tempo desde a última vez que comera na rua daquele jeito. Pareceu certo.

“Só alguém para quem você manda nudes de vez em quando?”

Ele riu. Bella riu também, e parecia descontraída ao fazer a pergunta. Edward a assistiu enquanto ela mordia o cachorro-quente e aguardava a resposta dele olhando para o movimento da rua à sua frente.

“Ela é amiga de um colega de trabalho,” ele deu de ombros, “Num dos happy hours que sempre fazemos, a encontramos por acaso no bar, e Laurent a convidou para ficar conosco. Ela gostou de mim, eu gostei dela e... Bem, você já sabe.”

“Mas não o suficiente para salvar o número dela,” Bella piscou o olho direito, fazendo piada, e Edward assentiu enquanto mastigava.

“É mais ou menos isso,” deu de ombros, lambendo os resquícios de gordura no dedo indicador. “Ficamos um dia, ela me deu o número dela, mas eu nem salvei porque sabia que não passaria daquilo... Mas ela conseguiu o meu número com Laurent e, quando me mandou mensagem, eu perguntei de quem se tratava. Ela ficou meio chateada, eu acho.”

Bella assentiu, finalizando o cachorro-quente, dobrando o guardanapo e colocando-o no bolso para descarta-lo na lixeira mais próxima. Edward observou enquanto ela jogava o cabelo para o lado e se encostava na mureta mais confortavelmente, cruzando as pernas. Ela parecia pensar, e o vento bagunçava seus cabelos vez ou outra, fazendo-a prendê-los atrás da orelha. Ela coçou o antebraço direito, lambeu os lábios e voltou seu olhar na direção dele.

“E aí você tentou se desculpar mandando um nude, mas usando o número errado.”

“Basicamente,” ele deu de ombros. “Ela ficou meio brava, eu não estava com paciência e apaguei a conversa. Depois a minha consciência doeu um pouco e eu peguei o número dela com Laurent de novo para tentar me desculpar, ou sei lá. Mas ele me deu o número errado de propósito... Ou eu anotei errado também, não sei.”

Ela sorriu e assentiu, mas não respondeu. Edward a observou, tentando entender o que passava pela cabeça dela. Ele ainda se preocupava com a impressão que ela tinha dele, e provavelmente a história contada naquele momento não o ajudavam em nada. Aquela era, no entanto, a verdade. Edward realmente encarou Victoria como um caso de uma noite só, não se interessou em salvar o número dela e tentou contato novamente sim por ter sua consciência levemente dolorida, mas também por estar entediado e a fim de trocar fotos em benefício mútuo numa sexta-feira sem festa.

Nada disso significava, porém, que ele tinha as mesmas intenções com Bella. Quer dizer, era totalmente diferente, e ele esperava que ela entendesse isso também. De fato, por saber desta história, Bella pudesse enxergar o quanto ela se diferenciava de Victoria só pelo fato de que, mesmo não a conhecendo pessoalmente até aquela tarde, mesmo se tratando de alguém com quem o início do contato foi totalmente acidental, tal contato jamais foi perdido. Edward realmente se interessava no que ela tinha para dizer, nas histórias que contava, nas opiniões que ela tinha. Duas semanas seguidas e os dois não tinham deixado de se falar por um dia sequer.

E, caramba, mesmo querendo muito, ele nunca deu um passo à frente do que ele acreditava que Bella gostaria de dar. Isso devia demonstrar algo.

“Que grande equívoco, o seu,” foi o que saiu dos lábios dela depois de alguns minutos de silêncio.

Edward a observou com atenção: Bella estava na mesma posição que ele, apoiada na mureta, com as pernas cruzadas à sua frente. Mas seus lábios tinham o mesmo sorriso da foto de perfil do WhatsApp. O mesmo sorriso aberto, feliz. Ele não conseguiu evitar a imitação do gesto dela e sorriu também.

“Que excelente equívoco, o meu.”

[...]

“Você sabe que isso é ridículo, não é? O seu carro está bem ali.”

Edward revirou os olhos, mas manteve o passo firme ao lado dela.

“Não é ridículo. Continuo achando que eu deveria ter te buscado em casa. Quanta bobagem termos vindo separados!”

“Não estamos em 1980, Edward, eu tenho o meu próprio carro.”

“As mulheres já tinham seus próprios carros em 1980,” ele apontou. Os dois diminuíram o passo até pararem frente a frente, junto ao carro de Bella. “Mas, se eu tivesse te buscado, eu poderia te levar para casa. Nos daria mais um tempo juntos.”

“Dez minutos, apenas,” ela deu de ombros, sorrindo, “Eu moro pertinho daqui.”

Edward mordeu o lábio inferior, pensando se deveria dizer o que veio à sua cabeça naquele instante. Ele estava se refreando para passar a impressão correta para Bella, corrigindo-se pelo primeiro dia. Agora, porém, ele acreditava que os dois já se conheciam o suficiente, e que aquele lado dele deveria ser conhecido por ela também.

Foi por isso que ele se inclinou para a frente e buscou a orelha dela para murmurar com o tom rouco que ficava sua voz quando baixa:

“Eu não disse que te levaria para a sua casa.”

Ele viu que Bella fechou os olhos. Viu que sua respiração ficou presa por dois segundos antes de todo o ar preso em seus pulmões fosse solto de uma só vez. Viu que suas mãos se fecharam em punho, viu que sua garganta se moveu para engolir seco. E viu quando os olhos dela se abriram com as pupilas dilatadas para encará-lo.

“Este será o nosso próximo encontro.”

Não havia o que refreá-lo naquele momento. As palavras de Bella foram a certeza que ele precisava para fazer o que queria fazer desde o momento em que viu a foto dela. Desde a primeira palavra, desde o primeiro instante. E, por mais que o impulso estivesse ali quando ele a viu pela primeira vez naquela tarde, foi possível controlar. Agora, não. Agora não tinha nada que pudesse refreá-lo.

Edward inclinou-se para a frente, envolvendo o rosto de Bella numa mão meio segundo antes de seus lábios se chocarem. Ela não pareceu surpresa, e sim igualmente sedenta, pois suas mãos viraram um gancho nos cabelos dele, seus lábios se entreabrindo praticamente de imediato para que o beijo se aprofundasse. Um gemido espantado ficou preso no fundo da garganta dele quando eles começaram a de fato se beijar, porque a atração era incomparavelmente forte. Intensa. Suas mãos desceram em busca da cintura dela para trazê-la para mais perto, enquanto os braços de Bella se agarraram aos ombros dele. Ela devia sentir aquilo também, não era possível que estivesse numa extremidade só.

A certeza era maior, uma vez que, ao fim do fôlego, os dois se olharam nos olhos com o questionamento e as respostas presentes.

“Próximo encontro? Quando? Amanhã?”

Ela sorriu.

“Depende. Você tem meu número salvo?”

“Desde antes de saber o seu nome.”


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Notas finais do capítulo

Como a recepção foi muito boa, planejei pelo menos mais uma parte para esta fic! Me conta o que você acha e estou sempre aberta a sugestões.



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