Breathe escrita por InsaneBoo


Capítulo 1
Gaara


Notas iniciais do capítulo

Olá abiguinhos, turupom!?

Então aqui estamos nessa madrugada com essa one que faz conjunto com a one "Home" (Sugiro que leiam Home primeiro, faz mais sentido) da minha bff, parceira, marida e dona da minha alma, a Whatapanda (link nas notas finais).

Uma breve explicação sobre como chegamos a isto é a seguinte: Era uma vez uma tuor fake de Naruto que começou no Facebook, mas acabou migrando pro Twitter, onde eu e essa minha parceira supracitada, respectivamente, interpretamos improvisando o Gaara e o Rock Lee.

Eis que um belo dia, nesse contexto, o Lee, já casado com o Gaara há anos, tendo já tendo até alguns filhos com o mesmo, (eles são os maníacos da família, não passem na frente deles ou serão adotados) começou a ficar bem chateado com o fato do Gaara muito super protegido e mimado pelos amigos, ao passo em que ele sempre era demonizado, quando estava apenas dando tudo de si pela família e principalmente, Lee estava farto do Gaara nunca se levantar pra defendê-lo.

E eles levaram isso em banho Maria até explodirem e terem uma grande discussão que resultou no Gaara saindo de casa em plena madrugada, sendo acolhido pela Ino e pela Hanabi.

Essa tuor levou horas se desenrolando e mesmo assim, mesmo que isso tudo já tenha nos desgastado muito emocionalmente, porque foi impossível não chorar junto com os nossos bebês, eu e minha parceira não estávamos satisfeitas. A gente tinha que terminar de externar toda aquela dor e impacto do momento. Então aqui estamos, isso é o que aconteceu com os dois no fim da noite, depois que o Gaara partiu, depois de tudo o que ele gritaram na cara um do outro, depois de terem desenterrado mágoas até do exame chunnin se deixar.

Respirem fundo e boa leitura.



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Duas da manhã e eu ainda estou acordado. Noite passada eu também não dormi. E na anterior a essa. Na verdade eu não consigo lembrar da última vez em que o fiz. 

E elas me chamam, porque também estão acordadas. Por que de alguma forma que eu não sei explicar, elas parecem se importar com tudo o que eu sinta. E eu não sei lhes dizer não. 

Porque é como se eu estivesse recusando a algo precioso e escaço que a qualquer momento pudesse desaparecer da minha vida, como se todos esses anos houvessem sido só um sonho. 

Mas isso é algo meu. É um fantasma pessoal, não deveria interferir no que mais ninguém sente. 

Só que interfere. 

E eu sei que você dá o seu melhor. Eu sei que mais do que isso, você dá tudo de si. Eu sei que eu não deveria a essa altura, ter mais nenhuma insegurança. Eu sei que eu já deveria ter curado minhas sequelas. 

Eu sei que o que existe de bom agora, nunca mais deixará de existir e que só está aqui porque você me deu. 

Acredite, eu sei.

No entanto, eu continuo aqui, viciado em machucar. Porque eu também me viciei com o tempo, a ser perdoado. 

É estranho como amor é a cura e da mesma forma, pode ser exatamente o problema. 

Ou talvez eu não esteja correto a respeito. O que não seria novidade. 

Faz um bom tempo que tudo isso começou. Tem uma longa lista de razões sobre porque começou. 

Mas eu sequer consigo mais, vê-las por tópicos separados, uma vez que se misturaram todas e explodiram entre nós, em nossas mãos, naquele momento. 

Expondo tudo, pra quem quisesse ou simplesmente tivesse ouvidos para ouvir, tudo o que ignoramos e passamos por cima esse tempo todo. 

Por que eu vi a tempestade chegando e não me importei? A resposta é o motivo pelo qual agora eu só posso lamentar. 

Eu geralmente perco minhas noites de sono pensando em como vou mudar o mundo, porém deixei passar toda uma série de coisas que realmente devia ter mudado. 

Em mim mesmo, em mais nada.

Agora tudo e só o que sei, é que estou respirando. 

Tudo o que posso fazer é continuar respirando. 

Dizem que em câmera lenta, explosões são muito bonitas. Eu não sei dizer, porque sempre estou no meio delas quando acontecem e desse ângulo, não parece tão poético assim. 

Há exatas seis horas atrás, estávamos na sala. Na nossa sala. Ela estava um caos, porém não mais do que nós mesmos. 

O negro do seus olhos sempre tão brilhante parecia opaco, tanto que eu me perguntava se isso não era porque eu estava matando alguma parte de você. 

E atrás de você havia um espelho, aonde eu de relance, as vezes podia ver em meio ao confronto, a minha própria expressão. 

Eu me recusei a chorar, mas ao invés disso eu te mostrei raiva, eu te mostrei dor. Eu te mostrei o monstro egoísta, que jurava já ter sido capaz de matar. 

Por que eu fiz isso? Eu não queria ter feito. 

Por que eu escolhi ser orgulhoso? O que eu ganharia nessa disputa que poderia ser melhor do que você? 

Por que eu escolhi lutar contra justamente a única coisa no mundo que eu gostaria de manter?

E no meio da nossa batalha, e no meio do volume cada vez mais elevado de nossas vozes, havia o tique taque do relógio. 

Em todos esses anos de casado, pela primeira vez, me peguei odiando aquele relógio. 

Por que a cada tique, a cada minuto, a cada hora que passava, eu sentia em minhas mãos a sensação de te ter escorrendo por elas. Eu sentia em minha alma a sensação de te ter perdido. 

De te ter figuradamente matado.

Quando na verdade, eu poderia fazer quase qualquer coisa por você. 

Em dado momento, com o aproximar da exaustão, eu me questionei porque continuava com aquilo. O quão importante era defender, do que eu me defendia, do que eu me sentia ameaçado. 

Era ali que eu devia ter parado, era ali que eu devia ter cedido. Mas eu não fiz.

Eu não fiz, mesmo que tudo em mim me pedisse pra parar. 

Por que eu não fiz?

Mesmo que a cada vez que você respirava, eu desejasse sentir você fazê-lo contra minha pele. Eu não fiz.

Mesmo que a cada passo em frente que você dava, eu desejasse não recuar e sim me aproximar junto. Eu não fiz.

Mesmo que ansiasse com todas as minhas forças, sentir seu calor me queimar de dentro pra fora, até me fazer achar que se aquilo fosse a morte eu poderia abraça-la. Eu não fiz.

Eu poderia fazer qualquer coisa para te manter ali, para extirpar todos os meus pecados e todo o sofrimento de seu peito.

Eu poderia fazer quase qualquer coisa  por você. 

Mas eu não fiz. 

E tudo o que eu devia ter feito, era não ter pedido pra partir. 

Eu não devia ter erguido minhas armas e minha defesas contra ti, a quem eu jurei jamais tornar a machucar. 

Eu não devia ter travado aquela guerra. 

Eu não devia ter deixado as horas escorrerem sem solução por meus dedos. 

Eu devia ter parado o tique e taque daquele maldito relógio, que enlouquecia minha enxaqueca. 

Eu devia ter considerado que você tem seus limites. Eu devia ter considerado seu cansaço ou o quanto você lutou por nós, por mim, até ali. 

Eu devia ter achado digno o fato de uma vez, você não querer ceder. 

Porque aquela era a minha vez e eu devia ter feito isso. 

Mas se existe algo em comum entre eu e você, é que somos dois soldados que não tem medo de morrer. 

Nós não temos medo de ir até o final, de nos deixar consumir por qualquer razão que venhamos a crer. 

Então por que naquele instante, eu me senti tão assustado? 

E por que eu não deixei você ver isso? 

Porque eu poderia fazer quase qualquer coisa por você.

Quase, porque o que eu deveria ter feito eu não fiz. 

Eu deveria ter ficado. Eu deveria ter posto minhas armas no chão, você deveria ter ganhado hoje. 

Mas ninguém ganhou. Nós dois perdemos. 

Eu peguei as chaves, eu me virei, eu bati a porta com violência. Eu saí. 

O relógio certamente continuou contando, cantando seu tique e taque e eu me pergunto se ele te incomodou tanto quanto antes incomodava a mim. 

Eu dei a mão a elas, deixei que elas me cobrissem com um manto de proteção e cuidado que sabia que não merecia. 

Deixei que me acomodassem num outro lugar, longe de você, tentando me deixar confortável e seguro.

Deixei-as dormir com a sensação de terem salvo o dia.  

E me arrastei para fora das cobertas insone. 

E agora estou aqui. 

Duas da manhã e eu ainda estou acordado, escrevendo essa carta. Porque eu preciso tirar essas palavras de dentro de mim, antes que elas absorvam toda a força vital que me mantém vivo, toda a sanidade da mente a qual pertencem.

E eu sei que você vai usá-las como bem entender e isso me apavora. 

E é por isso que eu vou continuar a não dormir. 

É por isso que eu vou provavelmente procurar uma delas que também esteja acordada e pedir ajuda para desenrolar esse meu último erro. 

Lee eu o amo. Mas talvez essa não tenha sido exatamente a nossa melhor temporada. 

Me pergunto se amanhã quando eu me levantar desse chão, vestir o manto pelo qual as pessoas me respeitam, o olhar deles mudará conforme eu passo, depois de tudo o que ouviram. 

Hipócritas, como se todos já não tivessem gritado pelo mesmo motivo. 

As vezes é cansativo não poder sair dos trilhos nem um segundo. Porque no estilo de vida que levamos, escrevemos história em cada passo e não existe um botão de voltar.

Mas agora estou aqui, sentado na calçada de um distrito amigo e mesmo sabendo que não devia estar ao relento, permaneço. 

Permaneço porque no fundo me sinto culpado, porque finalmente estou sozinho e se ninguém está vendo, não preciso sentir vergonha de me desfazer e pôr a mão na consciência. 

E deixo o frio me punir, e me desfaço. 

E respiro. 

Porque não importa o quanto esteja doendo, nem eu nem você, somos homens que desistem. Na verdade, eu aprendi isso contigo.

Eu vou chorar sozinho essa noite, mas não vou pular do trem.

Então eu respiro. 

Entrecortado, soando desespero, soando dor, agonia, entre os soluços do meu choro. Porém, respiro. 

E no meio de tanta dor eu fecho os olhos e inconscientemente penso no seu rosto. Numa visão diferente da última que tive. E céus, você é tão bonito, tão precioso quando sorri. 

Quero abraça-lo, mas essa noite, eu vou apenas desejar isso. 

A luz de um dos postes pisca e por fim apaga, me deixando experimentar externamente, a sensação que tinha de estar em um túnel. Um agoniante túnel onde não se pode sequer ver a luz e nos faz sentir vontade de gritar, porque parece que nunca vamos conseguir sair. 

Eu cometi muitos erros e eu sei que os cometerei novamente se continuar persistindo. 

Eu sei que preciso aprender a soltar. 

Soltar meu orgulho, despir mais que minhas roupas, despir minhas armaduras pra você. 

Mas não essa noite. 

Essa noite eu só respiro. 

E eu espero que aquele relógio continue incomodando, porém te lembre de continuar respirando aí do seu lado também. 

Continue respirando Lee, tudo o que podemos fazer agora, é continuar respirando. 

Até amanhã Lee. 


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Notas finais do capítulo

https://getinkspired.com/pt/story/37955/home/

Thnak's por ter lido até aqui ♥



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