Stranger Family escrita por Harine


Capítulo 1
Akai Ito


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoas maravilhosas. Volto com uma fanfic leve, espero que apreciem.
Até!



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Sarada havia se sentido incomodada à noite por conta de algum tipo de sonho soturno, perdido, impossível de ser lembrado, mas que, infelizmente, domou todos os seus sentidos de kunoichi. Seu coração retumbava em seu peito e estava assustada. Não sabia se estava ainda perdida em sonhos... Não entendia o que estava acontecendo. O corpo parecia não obedecer. Estou ainda sonhando... mas me sinto tão acordada! Não compreendia, de fato, concluiu. 

Concentrou-se de modo a acalmar as batidas de seu coração com tudo aquilo que mais amava na vida. Parecia que, em sua mente, havia uma batalha árdua travada entre os resquícios daquele sonho abstrato e esquisito e as memórias reais, tão vívidas e amadas que carregava no mais profundo do seu ser, de sua família. Queria cobrir a cabeça, mas não conseguia, queria levantar e, novamente, seu corpo não correspondia. Queria tantas coisas ao mesmo tempo que se indignava com tudo o que estava passando e não entendia. 

Sua mente fora tomada por todos os momentos de grande graça da família, uma família um tanto quanto estranhanão-convencional, se assim pode-se julgar. Os momentos de almoços e jantares juntos, a interação um tanto quanto tímida entre aqueles que Sarada via como seu mundo. Ela achava muito engraçado como a discrepância de personalidades entre seus pais era gritante. E como, ao mesmo tempo em que sua mama ficava boba com a presença de seu papa, ele seguia extremamente sem jeitotímido, se é que poderia assim chamar, com tudo aquilo que girava em torno de sua mama. Perceber isso foi engraçado e até pensar em usar contra eles, algum dia, seria incrível. Adorava implicar com sua mama jamais poderia deixar de fazer o mesmo com seu papa, não é mesmo?

Após ser tomada por todo aquele amor incomparável, conseguiu sentir que, finalmente, seu corpo respondia aos seus comandos. Levantou-se, sentindo sede. Mama estava dormindo profundamente e não a ouviria descer, como sempre.

Estava prestes a cruzar à sala quando notara a luz acesa. Estava sem o óculos, apesar de estar com ele nas mãos, pois até para isso precisava para conseguir identificar a bendita garrafa d'água. 

A luz do corredor está acesa... será que mama esqueceu, de novo, shannaro?

Ao continuar andando, percebeu que havia alguém por ali. Resolveu, cautelosamente, utilizando-se de seu aparato shinobi de alta qualidade, colocando o óculos, espiar quem ousava se intrometer na casa do clã Uchiha.

Não esperava estar como espectadora daquela cena, que parecia dividida em atos, realizados em câmera lenta, mas tão repletos de sentido que, pela primeira vez, algo, dentro de si, fez com que a sua família fizesse sentido

Seu papa estava em casa?! SHA! Ele estava em casa! Sentiu seu coração expandir de tal forma que parecia não caber no peito. A aceleração que antes era por uma tensão de algum pesadelo, agora, nada se comparava à da felicidade de saber que ele estava de volta. Ela se conteve, pois percebeu algo que, dificilmente, conseguiria ver novamente. Preferiu, realmente, ser a plateia daquele espetáculo de intimismo entre seus pais. 

Papa estava recostado à parede da entrada, muito.... bem, como posso dizer, acomodado. Mama estava muito próxima a ele, muito mais próxima do que normalmente fica quando estamos nós três. Ela parecia estar fazendo algo... Ah, sim, retirando sua capa. Tão calmo e tão quieto. Em algum momento eles se olharam, oh, sim, papa olhava para mama de tal forma... como se explica a forma de olhar para outra pessoa assim? Oh, é claro que ele a ama, mas hoje eu vejo, de fato, a expressão que antes parecia muito estoica, impassível, tão clara. Papa ama mama. A recíproca é, obviamente, verdadeira, mas ver essa troca é tão, shannaro!

Ugh, meu óculos está caindo. Ah... Mama abraçou papa! Sha... Eles estão com as testas encostadas uma na outra... 

O coração da pequena Uchiha que antes já estava prestes a explodir, entrou em um estado que só pode ser equiparado à sublimidade da felicidade. Ela conseguia, pela primeira vez, ver aquele laço que sua mama sempre falava e, depois, seu papa, ali, tomando forma, amarrando-se. 

Papa agora está de olhos fechados, igual à mama.

Sarada sentiu o escorrer em suas bochechas, do transbordar de todo aquele sentimento. Ela estava tão contente que não sabia como definir em palavras o que isso significava. 

Então, como no último ato de uma apresentação, o grand finale veio. 

Eles, eles estão... abraçados. 

Sarada via a intensidade daquele gesto, a forma como aquilo era tão certo quanto dois mais dois ser igual a quatro. Ela compreendeu que havia saudade de ambos os lados, havia reciprocidade na mesma intensidade. Sua família poderia ser esquisita de diversas formas, como sempre pensara quando pequena, mas hoje, mais que nunca, ela compreendeu como a peculiaridade era tão intrínseca a eles. E se não fosse assim, não seriam tão felizes assim. 

Eles podiam se beijar...

Uma risada escapulida, ela se assustou e resolveu voltar para o quarto, lembrando-se de que precisava se encontrar com o time logo cedo, pois Konohamaru-sensei precisava falar com eles. 

Sasuke e Sakura olhavam para a parede que, antes, escondia a maior preciosidade da vida deles e a kunoichi, olhando para seu anata, riu, tão somente. Sasuke compreendeu o que poderia ter acontecido ali e, após um breve beijo cálido e saudoso, resolveram que precisavam dormir. Estava mais que tarde.

Sarada caíra no sono rapidamente, mas, com tempo o suficiente de pensar se seus pais haviam percebido a sua presença ali.

Sarada seria questionada no outro dia muito diretamente por Sasuke, que tomou um olhar até mesmo chocado de Sakura -- levemente enrubescida --,  pela pergunta extremamente direta, que teria como resposta uma filha, primeiramente chocada, após, extremamente envergonhada, buscando uma escusa, jogando uma leve piada para sua mama e fugindo sem respondê-lo, alegando que precisava ir ou chegaria atrasada. Naquela pequena mente só o bordão de sua mãe conseguia preencher seus pensamentos. Sha, preciso correr! Mitsuki até estranhou o jeito agitado da parceira de time, mas logo se distraiu com outras informações que ela começou a tagarelar. Deixaria para resolver essa situação depois. Foco, sha!

 

 

Sakura sempre ouve quando sua filha acorda à noite para ir ao banheiro ou beber água. Já tinha ciência que, de vez em quando, a pequena tinha pesadelos e que, quando eram muito intensos, ela recorria à sua mama. Ultimamente, não estava mais a procurar seu colo, buscava enfrentar sozinha seus medos. Sakura preferia não intervir, mas sempre perguntava sobre a noite de sono da filha. O seu, inclusive, era leve, por conta do costume, e talvez trauma, dos resquícios da última guerra ninja; então, ela sempre percebia. Ela sempre sabia quando a pequena estava a circular pela casa, como uma zumbizinha, tarde da noite. E isso não era diferente com Sasuke, quando estava em casa. Eles sabiam da presença dela, ali, mas não houve vergonha, pois era aquele momento de chegada onde transbordava tudo aquilo que ele, antes, não queria, sequer, admitir. Não poderia negá-la e não havia motivo para isso. Não sabia como se sentia com sua filha vendo um momento de tamanha cumplicidade entre eles, mas algo o dizia que estava tudo bem e ele preferia acreditar nisso, como acreditava na confiança daqueles olhos verdes que perfuravam sua alma. Estavam em casa, estavam em família, era a sua família, afinal.


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Notas finais do capítulo

Não é muito grande, gente, desculpa, mas eu queria fazer algo assim. Eu tinha que tomar vergonha na cara e terminar a que eu tava escrevendo de dia dos pais, mas essa veio primeiro e o plot foi esse bonitinho. O que a Sarada teve foi paralisia do sono e isso acontece por n motivos. Então, é isso. Me aventurei a tentar escrever no POV da Sarada, não sei se ficou bom porque né, Saradinha é um ícone, mas espero que vocês gostem. Eu tirei a ideia dessa imagem que eu acho maravilhosa que está no instagram: www instagram com/p/BkBW9vQl-5y (coloquem os pontos :P) sempre quis escrever algo disso, com a Sarada vendo. É isso.
Obrigada por ler! Beijos!



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