Destino dos deuses escrita por Gih Freitas


Capítulo 1
Filhos de Odim


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! To escrevendo essa fanfic aleatoriamente, mas ela já tem futuro, então se vocês gostarem vou trazer mais capítulos. Escrevo pelas notas do meu celular porque meu pc estragou, então se demorar é por causa disso. Eu pessoalmente amo a história dos Vikings e cultura Nórdica, mas não sou especialista,então se tiver coisas bem nada haver me perdoem.
Espero que curtam!



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Mais um verão se iniciava na Escandinávia, e novamente os vikings partiam para uma especiação, dessa vez numa terra nova chamada de Espanha.  

 

Gerda devia estar ajudando a mãe no trabalho de casa, mas sempre que Axel partia ela se sentia na obrigação de se despedir. Eles sempre foram melhores amigos, mas nos dois últimos anos começaram a sentir algo maior, e proibido para ambos. 

 

—Volte para mim. -Disse Gerda no pé do ouvido de Axel. 

—Eu sempre volto. 

—Que os deuses o protejam. -Com um abraço apertado seguido de um olhar cúmplice, Gerda viu Axel ir ao encontro dos irmãos mais velhos e desaparecer logo depois no barco com dezenas de homens. 

—Você está bem, Gerda? -Perguntou Astrid, uma garota que conhecia. 

—Por que não estaria? -A pergunta não era uma novidade para Guerda. Ela sabia exatamente do que Astrid estava falando. Gerda preferia não tocar num assunto como esse, pois era como jogar sal em uma ferida aberta.

 

Dois anos antes, o irmão Erick havia ido para mais uma de suas muitas batalhas. Aquilo era comum, Gerda e toda a família já haviam se acostumado, mas quando o barco voltou e Erick não, restando apenas seu punhal, a família foi abalada fortemente, e passaram por uma fase difícil. Para piorar, a época de colheita havia sido arruinada por uma praga desconhecida nos campos, deixando não só eles, mas toda a aldeia faminta e desesperada. O inverno daquele ano foi rigoroso, Gerda mal podia sentir as ponta dos dedos. Tudo parecia perdido, mas sua única esperança era a amizade de anos, Axel. 

 

Axel vinha de uma família de quatro irmãos, sendo ele o terceiro. Quando menino, era magricelo e fraco, fazendo-o apanhar de Gerda quando eram crianças. Assim como os irmãos mais velhos, Ivor e Rasmussen, ele sentia sede de guerra, e foi criado para ser um guerreiro nato. O irmão mais jovem, Bálder, se identificava mais com escrituras. 

 

Gerda sempre fora uma das mulheres mais bonitas da aldeia, mas não foi isso a chamar a atenção de Axel. Gerda era mais que uma mulher bonita, era corajosa e com um espírito indomável de liberdade. Ela sempre se espelhou no irmão mais velho, pois sempre quis ser uma guerreira nata como ele, e depois que ele morreu, um vazio sombrio inundou Gerda, e transformou a garota rebelde e doce numa mulher disciplinada e calculista. 

 

—Eu não sou mais quem eu era um ano atrás, Axel. Erick esta morto, não pude nem me despedir dele. Sei que agora ele está bebendo com os deuses em Valhalla, mas prometemos que quem morresse primeiro devia ser o primeiro a disparar a flecha de fogo, e eu não cumpri a promessa. 

 

Quando a primavera chegou, Gerda estava confinada em casa, pois os pais a proibiram de continuar o treinamento de skjaldmö. Isso a frustou ainda mais. “Erick não teria concordado com isso”, pensou ela. A responsabilidade havia caído em suas costas como cai uma tempestade. Agora abriria mão do sonho de ser uma skjaldmö para cuidar das terras dos pais. 

 

“Pense pelo lado bom, pode conservar sua beleza e achar um homem rico para esposa-la”. Disse Axel. Ela também ficava perturbada com a ideia de um dia se separar de Axel e entregar-se à outro homem. Se conheciam desde crianças, e sempre foram um do outro. Axel havia a pedido em “casamento” quando tinham sete anos, e desde então eles nunca mais se separaram. 

 

Axel recebia perguntas frequentes de quando pediria a mão de Gerda. Quando isso chegou ao ouvido dos pais da garota, alguns anos atrás, eles o avisaram que Gerda se casaria com um Lorde ou um homem de bens. Axel tentava não olhar para Gerda com outros olhos, mas a personalidade forte da garota era tão encantadora quanto os felinos olhos azuis e o cabelo castanho escuro caindo pelas costas. Gerda nunca percebeu o quanto era desejada, em sua cabeça, Axel a via como uma irmã. 

 

Axel nunca se esqueceria do momento em que tudo que ele acreditava que Gerda sentia por ele mudou completamente. Foi em sua primeira batalha contra um exército grande, alguns meses depois Erick ter morrido, quando Gerda apareceu no porto com os olhos inchados. Suas palavras eram num tom tão melodicamente doce que Axel quase desistiu. 

 

—Eu perdi Erick para um campo de batalha. Você mais do que ninguém sabe como sofri, por isso preciso que volte pra mim. Mas principalmente, preciso que saiba que eu o amo, e não como um irmão. Não podia deixar que fosse sem contar antes. - Axel sentiu as pernas cederem por um momento, e tudo ficou mais difícil quando Gerda caiu no choro. E ela nunca chorava. Desde que Axel tinha catorze anos acompanhava os irmãos e o pai nas batalhas, mas apenas como um aprendiz. Alguns garotos morreram antes dos vinte, mas Axel não. Gerda sempre disse que era porque Axel tinha o favoritismo dos deuses. Ele por outro lado, nunca acreditou nisso. Gerda havia se despedido dele tantas vezes, mas nunca havia chorado.

—Gerda... Não sabe o quanto sonhei com essas palavras vindas de você. Eu a amo com toda a minha vida, e eu prometo voltar para você. - Com o coração na garganta, Axel a beijou ali mesmo, na frente de tantos rostos conhecidos, pessoas habitas para fazer fofoca. Mas naquele momento, aquilo não importou. Gerda surpresa com o gesto, sentiu uma segurança estranha ali nos braços rígidos de Axel. Como se o mundo tivesse parados para eles. Uma lágrima solitária rolou em sua bochecha rosada, mas Axel a beijou e selou o momento com um abraço, e naquele momento, sentiu o dever de decorar cada pequeno detalhe Gerda. Desde seu corpo proporcional até o cheiro de lavanda do cabelo. E era aquele cheiro que o faria se lembrar de casa, do cheiro do campo da Escadinávia e de como precisava voltar vivo para ela. 

 

Foram cinco dias de agonia para Gerda, que sempre ia ao Porto no por do sol para ver se avistava algo. Rezava aos deuses pedindo proteção para Axel. Os pais da garota estavam desconfiados. 

 

—Você tem enchido os deuses de preces nos últimos dias. -Disse sua mãe num tom curioso. 

—Tenho rezado por Axel. Ele teve um bom treinamento com os irmãos e o pai, mas vai querer se sobressair para chamar a atenção dos deuses. Ele pode se por em perigo, eu não quero isso.

—Ouvi boatos que se beijaram no dia de partida. Tem algo que você deva me contar e não contou? -Gerda sentiu o coração acelerar. 

—Nos beijamos, é verdade. Mas foi só isso. Acho que vê-lo partir me fez lembrar de Erick. Confundi meus sentimentos por ele. Mas eu lhe prometo, foi só isso. 

—Você sabe o que penso sobre você e Axel. Ele é um bom garoto, é bonito e está se tornando um guerreiro assim como os irmãos e o pai, mas ele não pode lhe dar um futuro. Quero vê-la vestida nos vestidos mais finos, tomando dos mais caros vinhos. Axel nunca lhe dará isso. 

Tudo que Gerda conseguia pensar era: Nem o homem com as maiores riquezas poderia dar algo mais precioso que Axel. Ele a amava de verdade, e aquilo bastava. Mas não para seus pais. Ela só conseguia pensar: “Erick teria me entendido, teria me apoiado e teria nos abençoado”. 

Erick era o único que percebia que Axel e Gerda nasceram pra ficarem juntos. Ele como homem sabia das intenções de Axel e como irmão, conhecia o coração de Gerda. Via o quanto os olhos um do outro brilhavam ao se verem. 

Erick nunca havia falado sobre os dois, mas os abençoava. Axel era um bom homem, cuidava de Gerda tão bem quanto ele, e a apoiava em suas decisões. Infelizmente ele não presenciaria o casal futuramente.

 

Axel estava tomando cerveja quando Rasmussen se sentou ao seu lado.

—Está bebendo como um verdadeiro homem, meu irmão. 

—Oras, eu sou um. -Os dois riram. 

—Então, o que está tendo com Gerda? 

—Por que a pergunta?

—O beijo de vocês não passou despercebido, meu caro. -Rasmussen percebeu a tensão de Axel. Ele via seu irmão como um bom partido, e havia muitas mulheres que o desejavam, mas o irmão mais novo tinha apenas uma no coração. 

—Todos viram, não é?

—Sim meu irmão. Todos viram. 

—Não sei o que fazer. 

—Veja, eu sempre vi que Gerda era a única mulher que poderia o fazer feliz. Achava que não a via dessa forma, mas vi que estava errado. 

—Eu escondia bem. 

—Bem, ela é com todo o respeito, muito bonita. Você também é, então terão um dia belos filhos. Também é corajosa, o que é algo importante para você. E é uma guerreira. Infelizmente sem treinamento adequado, mas esse é o destino dela. 

—O destino dela já está traçado meu irmão. Os pais querem casa-lá com um Lorde ou um homem rico. Posso ter varias qualidades, mas não tenho um título ou riquezas. 

—Ah, não deixe os velhos interferirem no seu amor. Fuja com ela. Eu os caso, se precisar. Quero ver meu irmãozinho feliz. Um homem feliz com uma mulher bonita, é um bom guerreiro. 

—Acho que os deuses ficariam bravos.

—E eu penso exatamente o contrário. Acho que os agradaria. 

 

O barco voltou ao anoitecer, exatamente uma semana depois. Gerda viu o barco através da janela, enquanto cortava legumes para sua mãe. 

—O barco chegou! -Disse já largando o que estava fazendo para correr ao Porto. 

 

Axel estava quase intacto, a não ser por um corte profundo no ombro e alguns arranhões no rosto. A batalha havia sido travada contra o exército local. Ele se sentia um homem de verdade. Estava ansioso para voltar para casa, onde encontraria Gerda o esperando. 

—Ansioso para ver a tua mulher meu irmão?

—Ela não é minha mulher. 

—É tudo uma questão de tempo. Vocês são jovens, só tem dezoito anos, mas o tempo passa. Não deixe passar uma mulher como aquela. 

 

Gerda estava aguardando sozinha no Porto quando avistou Ingrid, a noiva de Ivor, o irmão mais velho da família de Axel. 

—Esperando por Axel, Gerda? 

—Sim. Esperando por Ivor? 

—Estou. 

—Você não se sente... agoniada quando ele vai? 

—No começo sim, mas tudo é questão de costume. E os deuses estam com ele. -Gerda ficou em silêncio. Ela sentia a sensação que nunca iria se acostumar. Seus pensamentos foram silenciados quando o barco parou no Porto, e em questão de segundos, varias outras mulheres surgiram com suas crianças. Rasmussen surgiu de longe, e Ingrid correu ao seu encontro. Axel estava logo atrás, com um rosto cansado e um pouco arranhado. Gerda devia ter ficado onde estava, apenas acenar para Axel e manter discrição, mas seu coração a fez correr entre a multidão de pessoas e pular nos braços de Axel, que a pegou um pouco surpreso. Ela sentiu uma vontade louca de beija-lo, mas se lembrou do que disse para a mãe. Não podia fazer nada que pudessem desconfiar, por isso apenas abraçou seu corpo musculoso contra o seu. Axel tinha um cheiro de terra, sangue e suor. Cheiro de homem. 

—Graças aos deuses! -Axel passou a mão pelo cabelo de Gerda. Separou seus rostos e olhou em seus olhos. Tudo que sentiu foi um desejo ardente e apaixonado.

—Vamos sair daqui. -Gerda olhou para ele confusa, mas não demorou muito para decifrar seu olhar. 

—Vamos. -O céu estava estrelado quando Axel e Gerda alcançaram um celeiro numa área afastada da aldeia. 

—Senti tanto a sua falta... Agonizei por uma semana. O que eu vou fazer da próxima vez? - Axel sorriu sentindo um aperto no coração. 

—Talvez você possa ir da próxima vez. 

—O que? -Gerda o olhava com curiosidade.

—Você sempre quis ser uma dama do escudo. E com certeza ficaria linda de armadura. 

—Mas...Eu não tenho treinamento. Erick não me treinou o suficiente...

—Eu posso ser um bom professor. Sei de tudo que você precisa saber para ser uma guerreira nata. 

—Faria isso por mim? 

—Eu faço qualquer coisa por você. -Gerda sentiu as bochechas queimarem, e antes que Axel risse disso, ela o beijou. 

Gerda beijava com paixão e Axel com urgência, como se dependesse daquilo para viver, e apertava o corpo de Gerda contra o seu, passeando as mãos em suas costas até chegar em suas pernas. Axel num gesto colocou Gerda em seus braços e ela laçou as pernas em volta de seu tórax. O beijo continuava quente e a vontade de ambos era de se entregarem um para o outro. Axel deitou Gerda no feno enquanto despia-se de sua blusa. Ela o olhava com os olhos em chamas, o que o fazia ainda sentir mais vontade dela. Gerda usava um vestido simples com amarras na frente, das quais Axel soltou. Ele beijou seus seios nus, e ela acariciava seu cabelo entre suspiros de prazer. Gerda estava sentindo o corpo tremer de tanto desejo, ela precisava de Axel. 

—Axel... 

—O que?

—Eu preciso... que entre dentro de mim. -Sua voz falhava com a respiração ofegante, e Axel estava surpreso com o pedido. 

 Axel a beijou mais uma vez, de uma forma doce e apaixonada. Gerda retribuiu sentindo o coração bater fora do corpo. Seria sua primeira vez. 

—Axel...Eu nunca fiz isso antes. 

—Não se preocupe. Não precisa fazer nada que não queira. 

 Gerda, que estava deitada no feno, abriu as pernas para Axel, e ele abaixou as calças, se posicionando entre ela. Nos primeiros minutos Gerda se segurava para não gritar de dor, e tentava manter a respiração correta. Depois disso, a dor havia passado e havia se transformado em prazer. Era maravilhosa a sensação de ter Axel dentro dela. Gerda deixava escapar gemidos cada vez que Axel a penetrava, e isso o fazia sentir uma vontade de ir cada vez mais rápido, mais forte. Quando alcançaram o ápice o corpo de Axel estava suado e exausto. Ele se deitou com Gerda no feno e a beijou mais uma vez. 

 Os corpos de ambos pegavam fogo. Gerda estava no ápice da felicidade, assim como Axel. 

—O que vamos fazer daqui pra frente? -Perguntou Gerda com um tom melancólico. 

—Eu não sei. Bem, eu vou pensar num jeito. 

—Não quero perder você. 

—Você não vai. Eu prometo. -Disse ele beijando sua testa. Gerda se sentia bem ali com Axel. Deitados no feno, suados e ela com a cabeça no peito dele, ouvindo cada batimento.Ela se sentia protegida. Era quase inacreditável o que havia acontecido. 

—Eu te amo Axel. 

—Eu te amo. 

 

  Gerda estava ouvindo sua mãe tagarelar enquanto preparavam o jantar daquela noite. Depois de se despedir de Axel no Porto de manhã, ela ajudava a mãe com a limpeza da casa e na colheita. O pai de Gerda provavelmente estaria bebendo na taberna da aldeia. 

—Para onde Axel foi dessa vez? 

—Ele não comentou. -A mãe estava desconfiada. 

—Passam tanto tempo juntos e você não sabe para onde ele foi. 

—Temos assuntos melhores que esse. -Ela continuava com um olhar estranho sobre Gerda, como se esperasse alguma coisa. Gerda sabia para onde o barco estava indo. Estavam indo para Inglaterra. Axel havia dito uma semana atrás, quando estavam treinando. 

 

—Vou para uma expedição na semana que vem. 

—Para onde? 

—Inglaterra. -Ela ergueu as sobrancelhas. A Inglaterra era um país forte. 

—Preocupada?

—Bem, o fato de você ser meio exibido me preocupa sim... Mas eu já me acostumei. Estamos nessa vida há dois anos. 

—É, verdade... E eu não sou exibido. 

—Ah, você é sim. 

—Vou ter que castiga-lá se continuar dizendo isso... 

—E o que você vai fazer? - O tom dela era desafiador. 

—Vai ter que lutar comigo. -Gerda riu. 

—Eu venço você fácil. 

—É mesmo? -Sem dizer mais nada Gerda pegou sua espada e seu escudo. Axel sorriu e se posicionou para lutar. Gerda em dois anos havia ficado tão boa quanto Axel, e as vezes era até melhor, pois o fato de ser pequena a dava mais velocidade. Os reflexos dela também eram incríveis, e ainda havia se afeiçoado ao arco e flecha no último ano. Erick havia  a treinado por três anos, e Axel finalizava com mais dois.

 

Gerda empunhava a espada com maestria, ela apesar de magra, era uma mulher muito forte. Fazia movimentos ágeis e talentosos, e quando Axel pensava em atacá-la, o escudo de Madeira com a figura de uma rosa talhada a protegia. Gerda mudava de lado e continuava mantendo o ritmo. Lutar com Axel era como uma dança que só eles conheciam. Por fim, Axel perdeu o equilíbrio quando Gerda o chutou na canela, e ela usou seu corpo para derruba-lo. Ele não admitia, mas vê-la o ganhando numa luta o deixava imensamente orgulhoso. Ela era sua aluna, e ele havia ensinado tudo que ela sabia. 

—Ganhei. -Disse ela vitoriosa. Axel estava caído no feno, e ela se sentou em seu colo, o beijando lentamente e com doçura. Ele estava com as mãos em seu quadril e em suas coxas. O cheiro de lavanda do cabelo e da pele de Gerda o fazia ficar louco. 

—Uma aluna não devia fazer isso com seu professor...

—Não é minha culpa se o professor é tão atraente... -Axel num movimento rápido pôs Gerda por baixo de si. Vê-la daquele jeito, com os olhos sedentos por ele era a coisa mais sexy que existia. Ele se aproximou do pescoço dela e depositou beijos molhados, e com uma mão abriu sua blusa e acariciou seu seio. Continuaram se beijando até ouvirem um som estrondoso. 

 —O que foi isso? -Perguntou Gerda já fechando a blusa. 

—Eu não sei. Pareceu o barulho de uma arma de fogo. 

 

Axel e Gerda sairiam do celeiro para verem o que havia acontecido. O celeiro ficava alguns minutos do centro da aldeia. Quando chegaram, viram um tumulto de pessoas chocadas e gritando, e uma mulher chorando. O Conde Ing estava com um buraco em sua testae o rosto sem vida em choque. Valeska, sua esposa, estava chorando inconsolavelmente sob seu corpo sem vida. Sua criada, uma garota de uns catorze anos, tentava acalma-la, sem sucesso. Ivor, estava prostrado um pouco longe apenas observando. Ambos se aproximaram. 

—O que aconteceu? -Perguntou Axel.

—O Conde foi assassinado minutos atrás. 

—Mas o que aconteceu?

—Um estrangeiro veio fazer negócios. Da Dinamarca. Pelo visto o falecido Conde e ele se desentenderam e o Conde tentou matá-lo. O homem revidou. 

—Pelos deuses! -Gerda estava surpresa.

—E onde está o homem? 

—Ninguém sabe. 

 

O Conde Ing não foi o Conde mais querido do povo. Um homem que desviava dinheiro dos camponeses para bancar a esposa e suas amantes secretas. Todos diziam que ele não iria para Valhalla,pois além de corrupto, era um covarde. A esposa era vinte anos mais jovem, era de uma beleza incrível e não tinha filhos. O Conde tinha um único filho, mas morava em Paris com a mãe e seu esposo, o Conde de Paris. 

—Quem será o novo Lorde? 

—Pelo que parece, enviarão uma carta ao filho dele para negociarem que o mesmo se torne Lorde. Alguns acham que ele é muito jovem, mas por outro lado, a família deles fundaram esse lugar, parece o certo a fazer. 

—Se ele aceitar, espero que seja um Lorde melhor. 

—Todos nós esperamos. 

 

Gerda estava de mão dadas com Axel. Eles continuavam mantendo discrição. Os pais de ambos estavam um pouco afastados, conversando. 

 

Os pais de Gerda chamavam-se Olavo e Helsa, e os de Axel, Holger e Karrah. Ambas famílias tinham um sentimento de fraternidade uma pela outra, afinal se conheciam bem antes de Axel e Gerda. Os pais de Gerda desconfiavam do relacionamento com Axel, mas os de Axel não faziam ideia. Rasmussen e Ivor sabiam da história do casal, mas não contaram para ninguém. 

 

Depois da confusão as famílias se reuniram num jantar na casa de Gerda, que ajudou a mãe no preparo do jantar. Naquela noite teriam o bacalhau que Olavo havia pescado e os legumes da horta. 

—As batatas estam muito bonitas, Helsa. -Disse Karrah sorrindo.

—Gerda sabe cuidar bem da horta. -Disse sorrindo para a garota. -Ela vai cuidar das terras quando eu e Olavo formos para Valhalla, isso se não se casar com um homem rico. -Axel e Gerda se encararam. Ambos já sabiam dos planos de vida de Gerda, e não tinham vontade de realizá-los. 

—Axel vai ter muitos filhos, eu espero. Precisamos expandir os guerreiros da família. 

—Ah meu pai, Ivor o dará vários netos. Em breve ele é Astrid estarão casados e cheios de crianças. 

—Os festejos começaram amanhã? 

—É o que falaram. 

—Valeska está muito abatida. Acho que teme morrer. -Uma tradição Viking era de quando um homem morrer, a mulher e as amantes o acompanhasse, mas antes transavam com os homens do marido, bebiam e comiam. Havia uma festança de uma semana para lembrar dos feitos do falecido, depois havia um funeral no qual as mulheres do homem e homem vestiam suas melhores roupas. As mulheres eram esfaqueadas pelas costas e se juntavam ao barco. As pessoas atiravam flechas com fogo para os corpos serem queimados e as valquírias os buscavam para levá-los a Valhalla. 

 

A festa durou como o esperado, uma semana, na qual todos da aldeia estavam presentes. As duas amantes do ex Lorde pareciam estar sentindo um certo orgulho, pois morreriam ao lado de um homem “nobre” e se juntariam a ele em Valhalla, já a esposa, Valeska, surpreendeu a todos quando disse que não se sacrificaria pelo esposo. Todos ficaram comentando até o dia do funeral, quando Valeska estava  em seu melhor vestido e chorava silenciosamente. As amantes foram sacrificadas com alguns animais e o povo assistiu às chamas queimarem o barco e os corpos. 

 

Enquanto todos da aldeia iam à festa do falecido, Gerda e Axel lutavam e transavam no celeiro, despreocupados. Após o dia do funeral, um barco diferente chegou ao Porto, e de lá saiu um jovem. Diferente dos outros homens, aquele tinha o cabelo perfeitamente cortado, não tinha barba ou músculos, e as feições eram mais delicadas. E o principal, as roupas eram dos tecidos mais caros já visto pelos aldeões. Era o filho do Lorde Ing. 

 

—Meu caro povo, sou Magnus II, filho legítimo do Lorde Ing, e filho ilegítimo do Conde de Paris, Magnus I. Venho de Paris para governar suas terras. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Foi isso gente, beijos!



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