Beijo na varanda - Tda escrita por Débora Silva


Capítulo 36
36 ♡


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura amores, logo é o fim.



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− Precisamos que disponibilize uma equipe para encontrar um corpo!!! – ela falou quando conseguiu.

− O que? – Heriberto tinha as mãos suadas.

− Ela disse que matou nossa filha... Ela jogou nossa filha da ponte!! – deixou que mais lágrimas rolassem e ele a abraçou forte.

O policial que estava no caso no mesmo momento que ouviu pediu que seus homens se preparassem e eles foram para o local onde Mayra tinha indicado e eles mergulharam a procura dos ossos. Victória estava ali de pé segurando a mão de seu amor, rezando para que tudo não passasse de uma mentira, mas quando o primeiro mergulhador submergiu com um pequeno crânio, ela desabou novamente sem esperanças algumas e sem forças para se manter de pé ela desmaiou.

Heriberto segurou o seu amor e a levou de imediato para o carro e dali saiu cantando pneu direto para o hospital, ele estava como ela, mas não podia fraquejar. Ele a olhava pelo retrovisor do carro e sentia um medo tão grande por seu bebê que nem se podia imaginar perdendo mais um filho, ele deixou as lágrimas rolar por seu rosto e ao chegar no hospital contou a medica o que tinha se passado e ela brigou com ele.

Ele nada disse apenas abaixou a cabeça e ela examinou Victória, ele não saiu de perto dela nenhum segundo. A doutora fez uma ultrassom e ele ficou emocionado por ver seu pequeno e sorriu, era a única coisa perfeita no meio daquele vendaval todo que passava em suas vidas. Heriberto de uma só vez tinha perdido seus dois filhos e a sua primeira filha tinha sido assassinada friamente por culpa dele.

Ele era o único culpado de tudo que tinha acontecido entre ele e Victória, amores doentios por ele fizeram com que toda sua vida fosse alterada e ele sentia que não podia se levanta. Não tinha como se levantar sozinho, estava quebrado e ali vendo Victória adormecida sentiu a necessidade de deixá-la ir, ele não podia estar ao lado dela depois de tudo que tinha se passado e nem sabia se ela iria querer estar com ele sabendo de tudo.

Uma vida alterada por pessoas sem corações, um amor manchado e quase sem chances de sobreviver, ele amava Victória com loucura, iriam ter um filho, mas tinham perdido uma de um modo terrível que ele chorou, chorou sentido de quase perder o ar. Ele estava sem esperanças, sem vontade de viver e somente coisas horríveis passa por sua cabeça. Victória demorou um pouco para acordar e quando abriu os olhos o viu ali adormecido, tinha pegado no sono de tanto chorar e ela se recordou do ultimo que viu antes de tudo escurecer e ela tornou a chorar.

Teriam eles chance de serem felizes? Teriam eles uma segunda depois do que tinham passado? Tantas coisas se passaram ali por sua mente enquanto o olhava dormir, Victória sabia que se quisessem mesmo ficar juntos não poderiam soltar a mão um do outro, mas como olhar, como sentir depois daquela tragédia. Ela sabia que ele não tinha culpa, mas tudo que tinha acontecido era somente para conseguir o amor dele, amor esse que era dela, sempre tinha sido e que agora estava marcado mais uma vez e para sempre.

Heriberto se assustou e abriu os olhos um pouco atordoado, passou as mãos no rosto e a olhou, Victória tinha a ponta do nariz vermelha pelo choro e ele se levantou e foi a ela segurando sua mão.

− Está sentindo alguma coisa?

− Eu... – nem sabia o que estava sentindo. – Eu só quero que esse pesadelo termine!! – soluçou e ele a puxou para um abraço apertado. – O que os policiais disseram? – queria saber de tudo.

− Essas coisas levam tempo e possa ser que nem exista mais os restos... – Victória se separou dele. – São vinte anos!!

− Isso quer dizer que podemos ficar sem saber a verdade?

− A verdade é que nossa filha esta morta há anos!! – tinha que ser realista. – A gente só descobriu a verdade agora!

− Então você acredita mesmo que ela esteja morta?

− Mayra é uma psicopata e ela não precisa mentir, ela gosta de causar a dor nas pessoas e você foi quem falou com ela.

− Eu não sei se eu posso com essa verdade. – apertou os olhos levando a mão ao rosto. – Uma parte de mim foi arrancada novamente!

Heriberto sentia o mesmo que ela e a culpa o estava destruindo por dentro, ele segurou a mão dela e disse com certeza.

− Essa dor não vai passar se eu continuar do seu lado!! – ele sabia que não era momento, mas sabia também que era o certo a se fazer ou não.

Victória o olhou de imediato sentindo dor em seu peito, ele estava mesmo falando uma barbaridade como aquela?

− Está se acovardando novamente?

Ele negou com a cabeça.

− Não, mas eu não consigo olhar pra você e não sentir culpa! – os olhos já derramavam suas lágrimas novamente.

− E acha que a culpa vai te deixar se me deixar? – respirava pesado.

− Não sei!!! – a olhava com desespero.

− Você foi tão vitima quanto eu nessa historia e não posso acreditar que queira me deixar!! – tirou a mão da dele.

− Eu jamais quero te deixar!! – tocou o rosto dela. – Mas eu estou me sentindo um algoz, eu te amo Victória, mas o peso dessa historia está me destruindo.

− Você tem a mim e a seus filhos, por favor, nós precisamos de você!! – pegou a mão dele e colocou em sua barriga. – Nos temos uma prioridade e compromisso com esse bebê. Ele é a nossa salvação e redenção!

− Eu te amo! – beijou os lábios dela.

− Eu também te amo e quero que você se apóie em mim, como eu vou me apoiar em você para seguir em frente. – acariciava o rosto dele. – Nosso João precisa da gente e eu sei que vamos seguir em frente! – o abraçou. – Devemos essa felicidade a nossa pequena Maria!

Heriberto deixou que mais lágrimas rolassem por seu rosto enquanto a apertava em seus braços, tudo seria muito difícil dali em diante, mas ele seguiria firme ao lado deles. Era a promessa que fazia ali agarrado a seu amor, eles seriam felizes e tudo que estivesse ao seu alcance ele faria por eles, Heriberto ficou ali com ela por mais uma hora e depois eles foram para casa, o delegado informou que as buscas seriam intensas e que os resultados demorariam a sair, mas que os manteriam informados.

Quando chegaram em casa, foram agarrados por seus pequenos e sorriram, era assim que tinha que ser sempre e eles se olharam sabendo que a felicidade deles estava ali naqueles pequenos braços...

(...)

DOIS MESES DEPOIS...

Heriberto lutava contra seus próprios sentimentos, ele sentia uma tristeza profunda ainda e Victória preocupada o fez ir à terapia, todos eles estavam frequentando a terapeuta, tinha sido um choque muito grande e era melhor se acompanhado por um especialista. A gestação de Victória seguia tranquila mesmo com tantas emoções, sorria já sentindo os primeiros movimentos do bebê em sua barriga e as crianças estavam apaixonadas com a ideia de ter mais uma criança para eles brincarem, adoravam a sensação de sentir mexer e mesmo ela achando que eles teriam ciúmes era todo o contrario e eles queriam estar sempre grudados nela.

João estava seguindo sua vida aos poucos, tinha o apoio de todos e principalmente de Maria que se tornava cada dia mais excepcional em sua vida, ela era o seu amor e conseguia tirar dele os melhores sorrisos e momento assim como as crianças. Os resultados da policia estavam prestes a sair, mas no coração de Victória, ela já tinha se resignado a perca daquela criança e apenas lembrava com amor e seguia sua vida, ela já não estava entre eles e somente a saudade morava em seu coração.

Naquela tarde, ela estava sentada em sua cadeira e rabiscava em um papel, Maria bateu na porta e depois que recebeu a permissão entrou. Victória deu um meio sorriso para ela e apontou a cadeira para ela sentasse, mas ela não sentou.

− O que aconteceu?

Maria moveu as mãos nervosa e disse:

− Aconteceu uma coisa...

− O que? – se preocupou. – Aconteceu algo com meus filhos ou Heriberto? – ficou de pé.

− Não, calma! – foi até ela. – É comigo... – segurou em suas mãos. – E-eu estou grávida!


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