Perfect escrita por Sue2011


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente
Sentiram saudades? asuhahsuahs
Deu nem tempo não é mesmo?
Espero que aproveitem o capítulo, foi feito com muito carinho
É a minha primeira experiência com esse shipp e eu simplesmente amei

Aqui o link da música: https://www.youtube.com/watch?v=2Vv-BfVoq4g



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Jasper desviou o olhar da estrada para observar a pequena que dormia no assento do carona ao lado do seu. O loiro dirigia o porsche amarelo de Alice naquela mini viagem que faziam para comemorar os três anos de namoro de uma história que se iniciou desde a infância. Os cabelos negros e espetados que chegavam na altura do pescoço estavam despenteados e apontavam para todas as direções, os lábios ligeiramente abertos enquanto ela ressonava tranquilamente, uma expressão plácida em sua face, como um anjo adormecido. Pacífica, calma, sossegada.

 Foi inevitável sorrir, ninguém em sã consciência usaria qualquer um daqueles adjetivos para descrever Alice, a menos que fosse enquanto ela dormia realmente, pois acordada a baixinha não parava um segundo, ela era enérgica, cheia de vida, repleta de uma luz que enchia seus dias e aquecia suas noites, era linda em todos os sentidos da palavra, uma mulher doce e forte e quando ele a reencontrou sabia que havia achado a mulher da sua vida. Não abriria mão dela de novo.

Jasper desviou a visão voltando a encarar a estrada a sua frente, o tráfego era tranquilo, era fim de tarde o sol começava a se por trás das nuvens pintadas de laranja, púrpura e cor de rosa. Uma brisa suave soprava tornando desnecessário ligar o ar-condicionado do carro, além do mais o agradava o barulho do vento e a sensação que ele deixava ao tocar a sua face. Foi embalada pelo balanço do carro e pelo vento que Alice adormeceu. No silêncio da tarde enquanto ele mudava de faixa e ultrapassava uma van memórias vieram com força a sua mente.

A imagem de duas crianças atrás de um enorme salgueiro no parque da pequena cidade de Forks começou a se desenrolar, a menina tinha os cabelos presos em uma trança e usava um vestido cor de rosa de mangas que chegava na altura dos seus joelhos e um laço na cabeça. O garoto tinha os cabelos loiros revoltos soltos, usava uma camiseta social, calça jeans e tênis. Eles deram as mãos um para o outro e se inclinaram para frente sumindo da vista de outras pessoas, mães que passeavam com seus bebês em carrinhos coloridos e homens que corriam se exercitando, além de alguns adolescentes que levavam os cachorros para dar uma volta.

— Você promete me amar para todo sempre e me dar fitas coloridas para o meu cabelo? – Uma autoritária Alice perguntou o olhando no fundo dos olhos com aqueles olhos cor de chocolate. Jasper soltou a mão da dela.

— Por que eu tenho que te dar fitas? – Ele cruzou os braços à frente do peito fazendo um bico infantil.

— Porque sim, oras. Os maridos sempre dão presentes bonitos para as esposas nos filmes. – Ela insistiu e Jasper pareceu pensar por um minuto coçando o queixo.

— É, acho que você tem razão. Mas eu não vou poder te dar fitas quando eu ficar de castigo, porque meus papais não me dão mesada. – O semblante triste dele tocou Alice. A baixinha sorriu e deu um beijo na bochecha dele dizendo:

— Não precisa ficar triste, seu bobo. Você não tem que me dar se ficar castigo.

Jasper voltou a se animar corando pelo beijo recebido.

— Então eu prometo. – Ele respondeu descruzando os braços e segurando as mãos dela de novo.

— E eu prometo te amar para todo sempre, mais do que chocolate e do que os biscoitos que a vovó faz. E prometo nunca, nunquinha mesmo, esquecer de você nem por um minutinho. Pronto, agora a gente é marido e mulher. Cadê as alianças? – Alice voltou a perguntar com um sorriso no rosto.

Jasper enfiou a mão magrinha e de dedos longos no interior do bolso no lado esquerdo da sua camisa puxando dois anéis de plástico que vinham como brinde dos doces que compraram na bomboniere, um azul e outro rosa. Ele entregou um para Alice e então colocou o anel rosa no dedo dela como via as pessoas grandes fazerem. Os olhos da garotinha menor brilharam e no minuto seguinte ela colocou o anel azul no dedo de Jasper.

— Pronto. Agora a gente é marido e mulher de verdade. – Alice disse satisfeita encarando a própria mão.

— Hum... Eu acho que ainda não. A gente tem que dar um beijo. – Jasper disse corando envergonhado.

— Por que? – Quis saber Alice que era por natureza uma criança muito curiosa nos auge dos seus nove anos de idade.

— Eu não sei. – O loiro deu de ombros, também não fazia ideia com sua ampla experiência de dez anos. – Só sei que quando eu fui no casamento da minha tia Esme ela beijou o tio Carlisle. Vai ver é coisa de adulto.

— É. – Alice concordou. E então seu rosto assumiu uma expressão determinada. – Vamos fazer então, se não o casamento não vale.

— Tudo bem.

Jasper inclinou a cabeça para frente e Alice o imitou, a boca formando um bico engraçado, se aproximaram cada vez mais até que...

—Au.

—Ai.

Exclamaram os dois esfregando as testas que colidiram uma na outra. Eles sorriram e tentaram mais uma vez, virando a cabeça para evitar baterem um no outro e então brevemente os lábios se tocaram, foi rápido e fugaz, um simples selar de lábios tão inocente quanto suas almas de crianças. As duas crianças se afastaram com as bochechas corando de constrangimento, porém havia uma alegria genuína em seus olhares.

— Agora sim, somos marido e mulher. – Jasper disse e Alice sorriu.

Jasper voltou ao presente quando Alice se remexeu inquieta ao seu lado e então os olhos se abriram roubando todo seu fôlego, ele poderia passar era apenas olhando para ela e morreria satisfeito com isso. Alice se espreguiçou esticando os braços acima da cabeça e logo depois acariciou a face do namorado, acordar e ter Jasper como a primeira visão era um sonho que por muito tempo ela achou que não iria se concretizar.

— Já chegamos? – Ela questionou com a voz ainda rouca do sono. Jasper virou a cabeça um pouco de lado beijando a palma da sua mão antes de responder.  

— Não, estamos na última parte do percurso, deve faltar mais ou menos meia hora para chegarmos.

Alice assentiu ficando em silêncio por um ou dois minutos, algo pouco usual que ela atribuiu ao sono que parecia estar impregnado em cada célula do seu corpo, esfregou os olhos e bocejou, depois passou a mão pelos cabelos e pelo rosto tentando ficar mais apresentável. Ela baixou o espelhinho do carro só para conferir a cara amassada.

— Ainda bem que já estamos chegando. – Ela deixou escapar rindo. – Eu estou horrível.

— Você nunca está horrível, Alice. – Jasper disse com um sorriso brincando escondido no canto dos lábios, Alice amava aquele sorriso de canto, era misterioso e mexia com todo seu ser.

— Você sempre diz isso. – Ela revirou os olhos arrumando os fios castanhos da franja com a ponta dos dedos.

— Porque sou um homem de bom senso que vê as coisas como elas são. Agora pare de discutir com seu futuro noivo. Está animada com a viagem?  - Perguntou resolvendo mudar de assunto vendo a careta dela, ainda que fosse de brincadeira.

Bastou Jasper falar da viagem e os olhos de Alice transbordaram emoção.

— É claro que estou, eu planejei cada detalhe desse fim de semana começando por hoje à noite, vai ser simplesmente perfeito Jasper. Eu prometo. – Ela disse colocando sua mão por sobre a dele que estava no volante do carro. 

Alice tinha feito todo um roteiro para o final de semana começando pela escolha da cidade de San Antonio, no Texas, não apenas porque era uma das cidades mais românticas dos Estados Unidos segundo a Amazon, mas principalmente porque foi naquela cidade que Alice e Jasper tinham se reencontrado pouco mais de três anos atrás. Aquela noite eles sairiam para jantar e dançar em comemoração ao seu amor. Tinha escolhido o vestido perfeito, o local perfeito e o melhor de tudo e do que tinha mais certeza na vida, estava com a pessoa perfeita, a pessoa que fazia seu coração brilhar apenas por estar no mesmo ambiente que ela, como agora.

— Tenho certeza que vai ser maravilhoso. Tudo com você é – Jasper afirmou com convicção e segurança. Alice regozijou-se internamente e encostou a cabeça no ombro do namorado.  

Alguns minutos depois Jasper começou a perceber uma mudança sutil na estrada, o trânsito tornou-se lento e sobrecarregado e faltando poucos minutos para adentraram em San Antonio eles ficaram presos num engarrafamento e para total tristeza de Alice receberam a notícia de que não poderiam prosseguir viagem. Um acidente grave tinha acontecido, metade da pista tinha desabado e eles estavam realizando um procedimento de resgate para retirar as vítimas que tinham ficado presas nas ferragens do carro, a pista estava interditada e só seria liberada novamente na tarde do dia seguinte.

O guarda simpático que lhes informara tudo aquilo indicou que pegassem a próxima entrada a esquerda, havia um povoado numa estrada secundária com um hotéis e pousadas que poderiam abriga-los durante a noite. Jasper agradeceu e seguiu o caminho que tinha sido ensinado pelo outro. Alice estava desolada, sua noite dos sonhos estava sendo arruinada diante dos seus olhos e ela nada podia fazer. Lágrimas vieram aos olhos castanhos e Jasper a consolou depositando um beijo em sua cabeça dizendo que ia ficar tudo bem e que não importava onde estivessem desde que ficassem juntos.

Quando finalmente chegaram ao povoado a noite já tinha caído com força sobre eles, e o vento frio daquela sexta feira de dezembro os fez fechar as janelas do carro e seguir adiante parando num prédio alto em que lia- se : “Pousada Los Amigos”. Após entrarem em contato com a gerência e solicitarem um quarto descobriram que a pousada fora construída onde antigamente funcionava um acampamento para crianças e no lugar de quartos o local ofertava cabanas individuais ou de casal conforme a preferência dos clientes. Depois de pagarem pela noite e pela manhã Alice e Jasper foram conduzidos até a sua cabana.

Alice observou o lugar percebendo que era bastante acolhedor embora tivesse um aspecto um tanto quanto rústico também. Havia uma espécie de jardim na frente com grama verde e fresca, três degraus separavam o jardim da varanda com cadeirinhas de madeira e uma mesa de centro, ao entrarem ela se surpreendeu com a decoração moderna da sala que continha sofás de couro, um lustre e uma lareira e uma estante com uma TV. Jasper depositou as malas no chão e a abraçou por trás encaixando seu rosto na curva do pescoço dela, sempre havia se considerado uma pessoa sensível as emoções dos outros e o sentimento só se intensificava quando dizia respeito a Alice, podia sentir o desapontamento pelas expectativas frustradas e aquilo o quebrou um pouco. Daria tudo para ver o sorriso de volta aos lábios dela.

— Não importa que não saiu conforme o planejado, vamos fazer dessa uma noite perfeita como nenhuma outra. – Ele sussurrou e depositou um beijo em sua bochecha. Mesmo contra sua vontade Alice sorriu sentindo-se segura naqueles braços e embarcando no ritmo suave da voz de Jasper.  

Virou-se de frente para ele e selou os lábios dos dois com carinho.

— Eu tenho certeza que sim. – Ela disse se animando de repente, era sua noite de três anos de namoro e nada poderia abalar sua determinação de fazer com que fosse especial. – Vou tomar um banho para tirar a poeira da estrada então nós vamos providenciar um jantar maravilhoso e vamos assistir um filme na frente daquela lareira.

— Parece ótimo para mim. – Jasper disse, mas tinha planos um pouco diferentes em mente, iria cumprir sua promessa.

 Alice se afastou indo para o banheiro e quanto a Jasper, bom, Jasper foi providenciar a noite romântica que sua baixinha merecia.

Debaixo da água quente do chuveiro o corpo da morena relaxou, seus músculos tensos afrouxando à medida que ela sentia a água escorrer de sua cabeça aos seus pés, o cheiro de rosas do seu sabonete também a fazia se sentir muito bem, e claro a percepção de que àquela altura da sua vida aos vinte e dois anos de idade prestes a se formar na faculdade de jornalismo ela estava onde tinha imaginado, ao lado do amor de sua vida mesmo depois de todas as dificuldades que haviam enfrentado.

Três anos depois da promessa feita atrás do salgueiro Jasper tinha se mudado com os pais para uma cidade que para Alice parecia como um oceano de distância apesar de ser no mesmo país. Ele tinha ido para o Texas após o pai receber uma promoção, bem na época em que os sentimentos apaixonados começavam a despertar verdadeiramente nos dois, haviam voltado ao salgueiro um dia antes da derradeira separação e se beijado novamente, dessa vez verdadeiramente com calma e prazer do jeito que tinham direito. No dia seguinte ele foi embora com lágrimas nos olhos e um espaço vazio no coração esperando para ser preenchido novamente.

Perderam contato, e Alice nunca soube se fora a ideia de reencontrar Jasper que a levou anos depois a se inscrever para uma faculdade no Texas para o curso de Jornalismo. Se foi ou não, não fazia diferença, um certo dia, sete anos após a separação enquanto Alice tomava um café num restaurante depois de ter saído da redação do San Antonio Express New ela esbarrou num rapaz alto de cabelos loiros que derrubou todos os seu livros e cadernos. Ambos se abaixaram para apanhar os pertences da jovem e quando os olhares se encontraram eles ficaram presos naquele momento mágico do reencontro com que tinham sonhado tantas vezes e quando Alice abriu a boca para falar a primeira coisa que ela disse, com um imenso sorriso no rosto, foi :

—  Você me manteve esperando por tempo demais.

Jasper abaixou a cabeça como um bom cavalheiro sulista e respondeu:

— Sinto muito, senhorita.

Alice estendeu a mão para ele e sem hesitação, sem pensar, apenas sentindo, ele agarrou os dedos dela como um homem prestes a se afogar e que encontra uma tábua onde se firmar. Depois de tantos anos, enfim, Jasper sentia esperança.

Voltando ao presente Alice desligou o chuveiro se enrolando na toalha e foi até o quarto, vestiu um vestido um pouco gasto de algodão, mas que era perfeitamente confortável, apenas secou os cabelos não se dando ao trabalho de penteá-los e caminhou lentamente até a sala esperando encontrar Jasper.

— Jasper? – Chamou em voz alta não o vendo em lugar algum.

— Aqui fora. – Uma voz abafada chegou até ela e com o cenho franzido Alice caminhou até o lado de fora prendendo a respiração ao ver a cena inesperada.

Uma toalha quadriculada vermelha e branca estava estendida no chão do jardim com uma cesta de piquenique sobre ela, Jasper já devidamente banhado e perfumado usando bermuda e camisa polo a aguardava no último degrau da varanda. Estava deserto do lado de fora, exceto por eles dois, não havia muita iluminação, apenas os tímidos raios lunares.

— Jasper! - Alice arquejou correndo até ele e o abraçando. – Isso é maravilhoso. Você é incrível. – Ela o beijou e ele retribuiu o gesto.

— Muito menos do que você merece. – Retrucou abraçando-a bem apertado. – Feliz aniversário dos três melhores anos da minha vida.

Lágrimas brilharam nos olhos de Alice e ela se deixou ser guiada até o piquenique improvisado. Havia vinho Rose bem suave, sanduiches e queijos.

Eles sentaram e degustaram juntos a comida e a bebida conversando sobre amenidades e sobre como estavam felizes de estarem ali, falaram do futuro, dos planos e sonhos, de todos os projetos que dividiam e planejavam concretizar juntos. Quando por fim terminaram Jasper pegou uma caixinha e abriu mostrando um conjunto de brincos, colar e uma presilha de cabelo que ele colocou em seus cabeços.

— Não é uma fita, mas o propósito é o mesmo. – Brincou e Alice riu da brincadeira.

— O seu presente está lá dentro. – Ela disse.

— O meu presente é você. – Ele declarou com amor e então pegando o celular levou alguns segundos procurando algo até que colocou uma música para tocar. A música deles. Jasper se levantou e estendeu a mão para ela, com a mesma convicção com que sempre tinha agido naquele relacionamento Alice segurou sua mão e eles começaram a dançar descalços no gramado.

Com os pés afundando na terra, o cabelo voando e se bagunçando e com um vestido qualquer bem diferente do glamoroso vestido de noite que Alice tinha planejado passar aquela noite e nos braços de Jasper ela não poderia se sentir melhor. Jasper a fitava intensamente quando Alice disse:

— Eu estou desarrumada. - Tinha ciência de que não estava na sua melhor aparência.

Jasper a encarou com precisão analítica. Os fios revoltos, os olhos brilhantes e vivazes com incontida alegria, o rosto limpo, sem qualquer resquício de maquiagem, usando um vestido do dia a dia, ele teve certeza de que “Linda” não era uma palavra aceitável para descreve-la.

— Você está perfeita esta noite. – Ele sussurrou sob a sua respiração, mas mesmo assim ela ouviu. Alice levou uma das mãos a nuca dele e o trouxe para mais perto com lentidão deixando que ambos apreciassem a expectativa antes do momento derradeiro em que os lábios se tocaram e eles explodiram como fogo e gasolina ao entrarem em contato. Foi suave, gentil e ainda assim intenso.

Naquela noite experimentaram mais uma vez a renovação do amor que sentiam e junto com ela a fé no que o futuro os reservava.


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Notas finais do capítulo

Perdoem os erros, acabei de digitar e não betei asuhahsua
Gostou ? Não gostou? Deixe um review
Ele será muito bem vindo e respondido com carinho
Beijinhos e até a próxima aventura



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