Nossa Academia de Heróis escrita por Julia Rosa


Capítulo 1
Capítulo 1: O início de Tudo


Notas iniciais do capítulo

Essa é a minha primeira fanfic depois de seis anos sem escrever nada relacionado, espero que gostem!



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 Júlia´s pov:  

      Era o final das férias de verão, havia uma semana que havíamos nos mudado para o Japão. Toda essa mudança de rotina se tornou um inferno nos últimos dois meses, mas valeria á pena, afinal, eu me tornaria oficialmente uma aluna especial da UA.  

 O despertador do celular tocou frenético como sempre em minha mesa de cabeceira, já era a terceira vez naquela manhã que eu ativava seu modo "soneca". Porém minha idéia de ativar pela quarta e voltar a sonhar foi completamente destruída com o som da minha porta se abrindo e a claridade ofuscando minha visão. Rayssa, minha prima estava na porta, com uma cara amassada de quem acabara de ser acordada por minha mãe.  

—Ela me pediu para te acordar- resmungou Rayssa sonolenta.  

Assenti com a cabeça e busquei o pequeno aparelho que há pouco tempo tocava, haviam mensagens rotineiras de minhas amigas perguntando como estava a mudança e falando que estavam com saudades, e eu sorri ao lê-las, pois também sentia saudades. Sem enrolar mais, me pus de pé e fui fazer minha higiene matinal, em seguida me direcionando á cozinha, onde estavam Ray e minha mãe.  

Rayssa era um ano mais velha do que eu, com dezessete, era bem alta para sua idade. Tinha a pele um tom mais claro que a minha, olhos pequenos amendoados muito escuros, seguidos por algumas olheiras profundas causadas por sua insônia. Ela tinha pelo menos um 1,75m, longos cabelos negros lisos, um corpo de dar inveja á muitas mulheres por ser bem avantajada e um sorriso fraco. Ela era uma pessoa normalmente calma mas que quando a tiravam do sério se transforma, parecendo outra completamente diferente. Nunca foi de levar desaforo para casa e sempre discute quando acha que está certa, o que é quase sempre.  

        -Yo - Ela simplesmente disse acenando enquanto punha bebida num copo de vidro para tomar de café da manhã. Outra curiosidade, nós duas odiávamos tomar café da manhã, passamos mal muito facilmente.  

       -Bom dia meu amor – dizia minha mãe sorrindo, o que nem sempre era comum – Preparadas para começarem as aulas amanhã?- perguntou calmamente tirando uma fatia de pão da torradeira e me entregando num prato pequeno.  

       -Não obrigada- respondi educadamente, afinal, não tinha fome. Me direcionei á mesa e peguei um copo, buscando suco na geladeira – Estou um pouco, mas nervosa. Vamos que horas lá?- questionei já sentada.  

       -Você tem que comer garota, as duas me tiram do sério com essa palhaçada, vão ficar doentes- ela reclamou seriamente, e após alguns segundos de silêncio voltou a falar –Vamos após comermos e nos arrumarmos.  

Terminei de tomar meu suco de laranja e comi uma banana, seria meu máximo pela manhã. Voltei ao meu quarto e busquei uma roupa simples, porém bonitinha, afinal sempre a primeira impressão é a que fica. Minha mãe era uma heroína aposentada no ocidente, nos mudamos para o Japão pois a mesma foi solicitada para ajudar Recovery Girl. Ela agora trabalharia na UA e nos trouxe como bagagem, ou seja, estudaríamos e moraríamos nesta cidade por um tempo. Infelizmente entrar numa academia tão concorrida como essa não foi uma tarefa fácil, aqueles meses de estudo foram impossíveis para mim, mas pelo menos eu e Ray seremos as primeiras alunas transferidas na classe principal no curso de heróis, mesmo que pela ajuda da mamãe.  

    Quando percebi já estava com um short jeans claro, uma blusa temática de quadrinhos, uma sandália prateada, óculos escuros e minha bolsa pequena marrom com meus pertences básicos. Ray aparece poucos segundos depois com uma bermuda jeans azul escura, uma blusa vermelha larga com gola redonda e tênis. "estilos nem um poucos parecidos " eu pensava enquanto a observava.  

    -Vamos meninas! Se nos atrasarmos por culpa de vocês vão tomar uma porrada- Já reclamava sem paciência, essa era minha mãe de verdade, não a dona de casa boazinha e sorridente.  

  Saímos de casa e fomos de carro em direção á UA, quinze minutos depois mamãe se identificava no portão e adentrávamos o estacionamento privado para funcionários. Apenas retirei meu fone ao sair do carro, de manhã eu não sou muito comunicativa e prefiro não discutir. Mamãe estava tensa, mas ao mesmo tempo feliz de estar ali podendo ser útil. Mônica, minha mãe, era uma mulher na casa de seus cinquenta e cinco anos, mas que aparentemente estava muito bem para sua idade. Ela tinha cabelos pretos lisos cortados na altura do ombro, era a mais bronzeada de nós três e a única que usava óculos. Era apenas um centímetro mais alta que eu, possuia mais busto entre nós, porém quase nenhum quadril ou bunda. Tinha olhos pequenos castanhos escuros bem marcados por rugas e uma constante olheira pelo cansaço acumulado pelos anos de trabalho duro.  

     -Madame Cura, bem- vinda á UA, acredito que essas sejam suas filhas, certo?- perguntava um homem de meia idade com cabelos negros bagunçados fitando-nos com um olhar severo, automaticamente deduzi que era algum professor ou alto funcionário da instituição por vir nos recepcionar.  

  -Obrigada Eraserhead, essas são Rayssa e Júlia- Minha mãe respondeu, apontando para cada uma de nós respectivamente enquanto nos apresentava.  

  -Certo, bom meninas saibam que não é fácil ser herói, e eu como professor de vocês vou mostrar o caminho mais dificil- disse ele seriamente e assentimos.  

  O seguimos por um tour pela academia, aprendemos onde era nossa sala, o refeitório, as demais áreas comuns, centros de treinamento e por último chegamos na enfermaria onde minha mãe nos apresentou Recovery Girl e continuaram conversando sobre o trabalho. Eu e Ray nos sentamos nos bancos ao lado da porta da enfermaria e esperamos para voltar para casa. Quando me dei por conta, o mesmo homem estava a nossa frente.  

  -Meninas, uma última coisa, me expliquem como funciona a individualidade de vocês- ele argumentou.  

  - Bom, é bem simples na verdade- começou Rayssa- Nossa invidualidade é ligada á nossa mente, porem existem limitações, eu por exemplo consigo aumentar meu raciocínio lógico e trabalho minha inteligência simultaneamente, sendo extremamente ágil numa situação de risco, onde analiso precisamente todas as opções em segundos.  

  -E eu consigo entrar na cabeça dos outros, leio mentes e a induzo a agir como eu quero.- dei uma pausa esperando sua reação- Mas as vezes também posso criar cenas em suas mentes que nunca aconteceram, além de criar barreiras- terminei meu discurso.  

  -Barreiras físicas?- perguntou ele me examinando bruscamente e concordei com a cabeça, ele respirou fundo e voltou a falar- vocês possuem individualidades poderosas e importantes para resgate e ataque, porém são estritamente inexperientes e peço para que não fiquem utilizando suas individualidades por ai, entendidas?- concordamos com a cabeça- certo até amanhã.- ele disse por último e seguiu seu caminho.  

  -Esse cara me dá arrepios- reclamou Rayssa e a fitei, ele disse amanhã.  

 Meu nervosismo só crescia no caminho de volta para casa, era o último dia de férias e amanhã começaríamos uma vida nova. Chegando na mesma fui diretamente pro meu quarto arrumar minhas coisas e esperar para passar o resto do dia livre em família. A maioria das minhas coisas se mantinham encaixotadas, afinal moraríamos junto com o resto do estudantes nos dormitórios da UA. Inicialmente mamãe não gostou muito da idéia, porém poder nos ver diariamente a tranquilizou um pouco, então faríamos nossa mudança na primeira semana de aula. Eu e Ray já tinhamos separados nas caixas o que traríamos pra deixar na casa da mamãe e o que levar pra UA, então tínhamos tempo de sobra para nos prepararmos.  

  -Não esqueçe de nada cabeça de vento- Ray insinuava em minha porta  

  -Pode deixar! Fiz uma lista para não esquecer de nada dessa vez- respondi rindo.  

 Sempre foi assim, ela a inteligente e eu a irresponsável, e não era hoje que isso iria mudar. Desde que me conheço como gente nós três éramos uma família. Os pais da Rayssa a deixaram quando criança aos cuidados de nossa avó materna e crescemos juntas, com a doença da minha avó nos mudamos para sua casa, tendo enfim as quatro mulheres morando juntas, nessa época minha mãe se aposentou para cuidar da mesma e tentava de tudo, mas seu estado já era crítico. Ela veio a falecer ano passado, o que foi um grande choque para nós, principalmente pra mamãe que vivia por ela, justamente ai que ela decidiu voltar a trabalhar e mandou uma carta de recomendação pra Recovery Girl, que a chamou para trabalhar na UA. Ambas tem poder de cura, porém a individualidade de minha mãe também vem pela mente, ela não pode simplesmente curar machucados e tratar do zero, mas consegue auxiliar o corpo a se reconstituir mais rapidamente, sendo um grande auxílio na academia.  

   Passamos o resto do dia no sofá vendo filmes e comendo besteiras, era o último dia de liberdade afinal. Fui me deitar já tarde e tardei a dormir." Maldita insônia" reclamava comigo mesma durante a noite. Finalmente consegui adormecer naquela noite.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado desse capítulo, logo logo sai outro direto do forno.



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