Contos escrita por Munhoz B


Capítulo 1
A Pequena Sereia


Notas iniciais do capítulo

Olá minna-san!! Como estão?
Aqui trago a vocês minha primeira fanfic!!!!! Estou muito animada com essa nova experiência de ser a autora.

Bom, sem mais delongas, vamos a estória. Boa leitura a todos!



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Suspirou. O vento gelado batendo contra seu rosto incomodava. Gostava mais da primavera, com todo seu esplendor, cores vibrantes e um tempo mais ameno. Não que não gostasse do inverno, mas como poderia achar beleza numa estação em que só a fazia se sentir uma bola com todas aquelas roupas?

Suspirou mais uma vez e entrou na pensão em que estava hospedada há 15 dias. Seu plano era simples, iria para alguma cidadezinha do interior, onde não conhecia ninguém e, enfim, se tivesse sorte, os despistaria.

Foi impossível não rir a tal pensamento tolo. Era óbvio que a encontrariam ali, cedo ou tarde, e, assim, colocaria mais pessoas em risco. Acenou para a Chyo, que estava atrás do balcão da recepção e subiu as escadas para seu quarto.

Ao virar para o corredor à direita, tropeçou. Saco!, era a quinta vez que tropeçava naquele assoalho desgastado! Deixaria um dinheiro a mais para a dona da pensão, a senhorinha quase não tinha clientes para ganhar um dinheiro extra para reformas. E além do mais, colocou Chyo-san em risco ao se hospedar ali.

Eles não possuíam qualquer sinal de piedade, não era atoa que em seu Conto causaram diversas destruições e mortes por onde passavam, então uma ajudinha com o assoalho diminuiria levemente o peso na consciência por, talvez, causar a morte da senhora.

Equilibrou as compras em uma mão, enquanto pegava a chave no bolso do sobretudo, destrancou a porta e deixou a bolsa na mesinha lateral do corredor, caminhou até a cozinha e deixou as compras em cima da mesa de jantar.

Pegou os ingredientes e começou a fazer o que era especialista na questão culinária, yakisoba. Depois de pronto, foi até a sala e ligou a televisão no canal de notícias.

Desde pequena, aprendeu que saber sobre o mundo, saberia mais sobre si e sobre eles. O canal de notícias avisaria quando estivessem perto, afinal, sabia reconhecer seus passos, por mais discretos que fossem.

Vendo que não passava nada de importante resolveu se banhar. A água caindo sobre si era reconfortante e muito relaxante, um prazer indiscutível. Mas assim como ocorre com todos, em seu ver, é impossível não deixar o pensamento correr longe, em memórias que queria com todas as forças esquecer.



Era uma vez, uma menininha de lindos cabelos rosados e olhos tão verdes e brilhantes, que só destacava ainda mais sua inocência. A menininha era muito travessa e adorava brincar pela floresta que cercava sua casa.

      “É um castelo”, a pequena falava ao seu pai sempre que entrava e saia de seu lar. “Um castelo onde eu sou a princesa e você o rei papai.” O homem, pai da menina, apenas ria e concordava com a imaginação de sua amada filha.

    O passatempo predileto da pequena era brincar com os lobos. Eles eram muito divertidos e cuidavam dela. Seu pai sempre a dizia que devia mantê-los por perto para que as pessoas más não a levem para longe dele. “Não gostava dessas pessoas más”, ela pensava. “Só querem me afastar do papai.”

    Os lobos, que eram muito divertidos, eram muito diferentes dos comuns, eles eram muito grandes. Quando indagou o por que, seu papai disse que eles eram especiais, assim como ela. Desde então, ela amou mais ainda os lobos, pensando que eles se sentiam tristes por serem diferentes dos outros.

     Certo dia, o pai da menina, triste por vê-la brincar todos os dias com os lobos, sem nenhum outro amiguinho, a chamou e lhe entregou um pergaminho. O nome do pergaminho era, “A Pequena Sereia”.



 

Assim que terminei meu banho ouvi batidas na porta, senti a essência e era Gaara. Abri a porta, não tinha me trocado ainda então estava só com a toalha me cobrindo, mas não liguei para isso. Ele me olhou de cima a baixo e arqueou uma sobrancelha.

Tenho novidades.” respirou fundo, como se tentasse se acalmar. “Posso saber o que te  deu na cabeça abrir a porta assim? E se fosse um estranho?” revirei os olhos com as perguntas dele.

Vou ir me trocar, tem Yakisoba na cozinha”, disse fazendo os sinais com as mãos e fui pro quarto sabendo que quando eu voltasse não existiria mais nenhum rastro de yakisoba para contar história.

    Coloquei uma calça moletom já que está bem frio, mesmo com o ar ligado, e uma blusa também de moletom, as duas igualmente pretas. Depois de vestida, coloquei uma pantufa de coelhinho e fui para a cozinha encontrando Gaara devorando, com toda classe que existe, meu yakisoba.

        Encostei no balcão da cozinha e esperei ele terminar, já que para conversarmos ele precisava olhar para minhas mãos, e concentrado em comer, não prestaria atenção em nada. E também, não quero atrapalhar sua refeição, apesar de nunca o questionar sobre o por que ele se alimenta de comidas humanas, sei que ele só quer se lembrar daquela sensação. Ele sente saudades de ser humano.

      Fiquei o observando enquanto esperava, Gaara era sem dúvidas, lindo. Era alto, ruivo e forte, facilmente confundido como o Príncipe Encantado das mulheres. Mas ele também era meio explosivo e frio, dependendo do humor e da situação.

E para completar o pacote, ele era um híbrido de vampiro e feiticeiro, ou bruxo, como preferir. “Cuidado para a baba não escorrer boneca.” Hunf, idiota, como se eu fosse ficar babando por ele. Mas decidi não discutir, ainda precisava que saber que informações ele tinha, e se ficasse irritado, ele não a contaria só por provocação. Às vezes achava ele bem infantil, mas só às vezes.

Gaa-kun" sentei na mesa de frente a ele, “ O que houve?”, ele levou a panela em que comeu para a pia e começou a lavar a louça suja. E acima de tudo era um perfeito cavalheiro, apesar de ter comido na panela, mas não discutiremos isso. “Tem algo para beber?” perguntou ao virar para trás e me encarar e percebi que ele estava com o pensamento longe, pela Yakamaka talvez?

Não questionei mais nada, sabia que ele não falaria se o forçasse. Peguei o whisky  e nos servi. Nunca negaria uma oportunidade de beber.

Esperei ele terminar e quando o fez, sentou-se no mesmo lugar, pegou seu copo, dando um longo gole. Arquei uma sobrancelha, ele realmente estava estranho, achei que depois de um dia com a Yakamaka ele ficaria de bom humor.

Então?” ele suspirou  “Descobri algo muito interessante hoje”, vi que seus olhos, apesar de serem verdes musgo, escureceram de uma forma sombria e ele deu aquele meio sorriso. Aí temos o Sabako No Gaara, temido pelos  vampiros.

Minha doce Ino é descendente, de ninguém mais, ninguém menos que Bela”. Arfei, isso é impossível, não pode ser! “Bela? De A Bela e a Fera?”, eu não li esse Conto, não pode ser verdade.

Vi ele assentir. “Ela não sabe disso, é claro. Tomei as medidas necessárias para saber tal coisa. Mas hoje, Ino disse que eu poderia ir até sua casa. Quando cheguei lá nós nos divertimos”, ele deu um sorriso malicioso ao lembrar. Revirei os olhos ao ver seu sorriso.“E depois ela me mostrou a casa. Foi quando eu vi, o colar da Fera” , num primeiro momento fiquei curiosa para saber se Gaara a machucou ou a hipnotizou, mas levando em conta que ele está “apaixonado” por ela, certeza que foi a segunda opção.

Depois veio-me a surpresa, eu não li a Bela e a Fera para ninguém, nem mesmo para mim. É impossível ela ser descendente, não que eu não acredite em Gaara, mas é impossível!

Eu não o li Gaara”, olhei no fundo de seus olhos, sei que ele sabe quando minto. “Eu acredito em você.” O olhei agradecida, mas sei que ele também está tão confuso e perdido como eu.

Ouvimos um barulho da porta abrindo e um vaso quebrando. “Então só resta uma opção imbecis, existe outro Autor”, disse Temari caminhando lentamente até a cozinha, com um sorriso como de Gaara e seus olhos brilhavam de excitação.

Ela quebrou nosso momento melancolia. “Você quebrou meu vaso!” Eu estava puta da vida agora, poxa! Meu vaso! Na verdade é da Chyo-san, mas enquanto eu pagar o aluguel, ele é meu.

“E é impossível existir outro Autor, você sabe Temari” disse depois de levantar e ir ver o maldito vaso quebrado. Ela sorriu e sentou ao lado do Gaara, pegando meu copo e o enchendo de whisky. Ta brincando com minha cara, só pode. Enquanto limpava sua sujeira, fuzilei ela com o olhar e a bastarda sorriu. Vadia. “Então qual a outra explicação para termos uma descendente da Bela aqui na Terra? Só o Autor tem poder para isso, e se não foi você só pode existir outra pessoa com o mesmo dom”.

Suspirei, ela está certa, mas como? Todos os Autores, em diversos mundos foram extintos, sobrando somente eu. “Alguém deve ter sido salvo como você foi”, Gaara respondeu como se tivesse lido meus pensamentos. Precisava de, pelo menos uma gota de álcool no corpo, ou enlouqueceria. Peguei outro copo para mim.

Com tantas coisas acontecendo, foi impossível não deixar escapar mais um suspiro.Temari franziu o cenho e soltou mais um amoroso comentário, uma atenção a mais na minha ironia, por favor. “Dizem que quem suspira de mais está deixando a vida escapar”. Ignorei ela e me encostei no balcão de mármore, que separa a sala da cozinha.

 É incrível sua capacidade de raciocinar um comentário produtivo Temari”, revirei os olhos vendo a cena mais comum, dois irmãos brigando entre si, e tomei um gole de whisky. Vi que os olhos de Tema se estreitaram. Não duvidava de ela perder a pouca paciência que tem e socar a cara dele agora.

Qual o plano?” Temari perguntou depois de mandar Gaara á merda. Não teve socos, ainda bem. Não quero mais nada quebrado aqui. Os dois me encararam e esperaram a resposta da pergunta da Tema.

Balancei a cabeça para espantar pensamentos inúteis e decidi me concentrar em nossos atuais problemas.“Gaara, você precisa descobrir mais sobre a família Yakamaka, já que é o mais próximo”, estava séria e vi ele afirmar assim que terminei de sinalizar.“Temari, você pode descobrir mais sobre a suposta existência de outro Autor?”, ela também concordou.

Bom, estamos sendo perseguidos.” continuei a sinalizar. Com esse frio minhas mãos estão geladas, e isso dificulta um pouco na hora de usar a Linguagem de Sinais. Mas, não estou arrependida de minha decisão. Usar minha voz é como lançar maldições ao mundo em vez de palavras. “Cuidarei dos passos deles, se se aproximarem eu informo.” Dei uma pausa para beber mais um pouco da bebida. “Também quero descobrir se existem outros seres aqui. A Yakamaka não deve ser a única, já que sinto algo estranho na cidade.”

 

 

    Temari deixou a cidade ainda naquela noite. Ela tinha um contato em Osaka, que poderia saber de algo, então já marcou um encontro com ele. Já tinha se passado dois dias desde a nossa conversa, e Gaara estava se aproximando cada vez mais da Ino. A loira de olhos azuis era difícil, não caia facilmente nos encantos do ruivo. Mas ele estava sério, e quando ele queria algo, simplesmente tinha. Talvez por seus poderes vampirescos, ou talvez era por seu poder próprio de persuasão, não sabia como, mas ele sempre conseguia suas vitórias. Então sabia que a loira logo, logo deixaria cair suas barreiras.

Nesses dias que se passaram, eu tive uma idéia. Quero ensinar aos habitantes daqui a minha Linguagem, já que aonde eu vou, tenho que ficar escrevendo por não ser compreendida. Pouquíssimas pessoas sabiam se comunicar pela Linguagem de Sinais, por isso minha decisão, vou ensiná-los e enquanto isso descubro mais sobre essa cidadezinha esquecida do mundo.

Konoha era esquisita, o ar era leve mas ao menos tempo, sentia meu corpo se arrepiar ao caminhar por ela. Simplesmente assustador. Tinha algo ali, sabia que tinha. Mas não fazia idéia do que era.   

Tinha perguntado a Chyo, por mensagem é claro, se tinha alguma livraria na cidade há alguns dias atrás. Lembrava que ela tinha dito que era no centro, perto de uma Escola de Artes Marciais. Bufou irritada, estava andando já a algum tempo e nada! Não conseguia achar. Ela era péssima com direções, sabia, mas como não conseguia achar a única livraria daquela minúscula cidade?

E como se não bastasse, ninguém parava para ajudá-la e quem parava, ao ver que não podia falar, logo se afastaram fofocando com quem encontrasse em sua frente como a bela estrangeira era muda. Depois de um tempo andando para lá e para cá, percebeu as pessoas a olharem discretamente, e então começavam a especular sobre o motivo de ser muda.

Não queria usar sua audição aguçada para entender o que falavam. As invenções deles nunca chegava aos pés da verdadeira, mas ainda sim, se sentia incomodada. Distraída com seus pensamentos, não notou uma bicicleta vindo em sua direção. E seu motorista, distraído com o celular em mãos, também não notou alguém vindo em sua direção.

Ela quando percebeu já era tarde, não conseguiu desviar. A batida, graças a Kami, não machucou muito, mas viu que o celular do cara quebrou a tela, e ainda por cima, diversas folhas se espalharam pelo chão.

Ela se levantou, sozinha. Nem para me ajudar a levantar, que cara estúpido viu! Começou a xingar o homem mentalmente, e  então viu o responsável pelo acidente. Não era possível. Não, não, não e não. Eu queria gritar, como isso era possível?

Sentiu o seu café da manhã querer sair pela boca. Sentiu suas pernas fraquejarem e quase caiu de novo. Sentiu as lágrimas molharem seu rosto e principalmente, sentiu seu coração doer.

Ali, em sua frente, totalmente irritado pelo seu celular quebrado e suas folhas, que pareciam importantes, espalhadas pelo chão, estava Madara. E isso era impossível! Madara, estava ali! Mas como? Ele estava morto. Tinha certeza disso. Kami, tinha o visto morrer.

Queria correr até ele, abraçá-lo e brigar com ele também. Queria, mas não conseguia se mexer. Suas pernas estavam travadas. Madara, seu Madara estava vivo. Seu amor, seu Príncipe Encantado está vivo.



Tinha ganhado um pergaminho de estórias de seu papai. Saiu saltitando por entre as majestosas árvores dali. Os lobos, seus amiguinhos, estavam brincando em sua volta, sempre a seguindo por onde quer que fosse.

Era uma criança crescida já. Sabia ler e escrever, não tão bem como seu papai. Mas o importante é que pelo menos o básico ela sabia.

Caminhou saltitando e cantando animadamente a sua música preferida de ninar. Era uma criança crescida, mas ainda tinha tais bajulações. Queria chegar a cachoeira para ler, adorava o local porque tinha a paisagem mais linda. Em sua opinião, claro.

Chegando lá, a menininha sentou-se no gramado e pôs o pergaminho em seu colo. Os lobos ainda brincavam em seu redor e tentavam fazê-la se juntar a eles. Ela gargalhava e falava “Brincamos depois, tenho que ler a historinha que papai me deu.” Então, ela teve uma idéia, “Que tal eu ler para vocês?”

Os lobos foram se deitando na grama, fazendo um círculo, onde a pequena rosada ficou no meio. Ela sorriu mais uma vez para eles e começou a ler.

Enquanto lia, uma claridade tomava, aos poucos o lugar, e quando ela terminou de ler o parágrafo sobre a sereia da história um barulho preencheu o lugar. Os lobos, diferente do habitual, se levantaram alertas, sentindo o perigo. E a pequena Sakura olhava encantada o lago. Ali, nadando lentamente, estava uma sereia. Uma sereia igualzinha a da historinha.


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Notas finais do capítulo

Então minna-san, o que acharam?
Espero de coração que tenham gostado ♥
Bom, sobre a atualização me programei para postar uma vez por semana. Já tenho uns capítulos adiantados, então sem falta, semana que estou de volta ^^

Se cuidem e um beijo no coração ♥



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