A princesa e a sereia escrita por Miyuki Suzuno Oowashi


Capítulo 3
Nova companheira


Notas iniciais do capítulo

Não me abandonem, eu vou tentar terminar esta pelo menos.



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Nae observava a garota andar de um lado para o outro. Estavam na casa daquela mulher de cabelos cacheados e verdes. Shiro e Atsuya esperavam do lado de fora.

— Então pode ajudá-la? — perguntou Asuto sentado em uma das cadeiras dali.

Norika parou de andar pela sala, encarou o princesa do reino na neve e indagou:

— Por que quer tanto encontrar com as sereias? Elas podem levá-los à morte.

A rosada encarou o chão por breves instantes, porém logo ergueu o rosto, parecia confiante.

— Eu acredito que elas não sejam más, estão apenas se protegendo. Bom, pode ser infantil da minha parte, mas quero vê-las pois são a minha lenda predileta, além disso, seria conhecida como aquela que as encontrou depois de séculos!

— Então você é uma caçadora de recompensas? — A mais velha ergueu a sobrancelha — Está atrás de dinheiro? — Encontrava-se desconfiada das ações de Shiratoya.

— Nunca! — exclamou em sobressalto. — Quero apenas conhecê-las, compreender como vivem, se possuem costumes e afins. Nunca seria capaz de ferir criaturas tão belas!

— Como tem tanta certeza de que elas não são horrendas?

— Acredito no meu coração, ele diz serem tão belas quantos os anjos.

Um sorriso surgiu nos lábios de Umihara após a declaração da garota, seguido de uma risada leve, a qual chamou atenção da princesa.

— Eu disse algo engraçado? — Pareceu ofendida.

Norika negou com a cabeça e sorriu docemente.

— Apenas achei fofo e interessante seu modo de pensar, então ajudarei. Pode contar comigo.

— Muito obrigada! — exclamou, agarrando as mãos dela em seguida, balançando-as alegremente. — Por favor, conte-me tudo que sabe!

— Bom… Faz muitos anos que isso aconteceu, foi perto da nossa cidade natal, a ilha de Inakuni, eu cheguei a nadar com algumas delas. Não me recordo de rostos, mas as caudas em seus tons coloridos e belos ficaram eternizados em minha mente. Nunca me fizeram mal algum, sempre foram inofensivas.

Nae prestava atenção e realizada anotações mentais de tudo, tomando cuidado para não esquecer nada. Permaneceram conversando por mais alguns minutos, até alguém bater na porta de forma impaciente.

— Já acabaram aí? Está escurecendo! — Era Atsuya.

— Ah! Nós teremos que ir atrás de um local para dormir! — Lembrou a rosada. — Continuaremos a conversa outra hora, certo? Obrigada mais uma vez!

Nae saiu apressada da casa, sem dar tempo dos outros dois falarem algo. Asuto levantou, arrumou a cadeira em que estava sentado e logo voltou-se para Norika, sério.

— Achei que mentiria ou faria outra coisa, não esperava a verdade.

— Não sinto maldade ou segundas intenções em suas palavras, ela fala com convicção e o desejo é puro. Difícil achar alguém assim.

— Estará suscetível se for com ela, Vos-!

— Não complete essa frase, Asuto! Por favor. Paredes têm ouvidos e eu saberei me virar, porém agradeço a preocupação. — Ela sorriu, mas transpassava certo receio. — Uma hora ele aparecerá e não podemos nos esconder para sempre!

[...]

— Oh, ho! Ho! Ho! Ho! Sejam bem-vindos forasteiros da região do Coelho Branco, Hokkaido. — disse o rei cinicamente. — O que os traz aqui? Podem falar, não se acanhem.

Levantando a cabeça devagar, Shiro toma à frente da palavra:

— Desculpe entrarmos sem aviso prévio, Vossa Majestade. Fomos guiados por um de seus patrulheiros e paramos aqui para pernoitarmos, pois meu irmão está ferido. — Apontou para Atsuya.

— Hum… Gostaria que tivessem-me avisado para que eu mandasse preparar um banquete decente! Otani, por favor!

Uma garota de cabelos curtos e castanhos-claros com uma franja para a direita entrou na sala. Seus olhos eram da mesma cor e trajava vestes de serviçal com um avental e um pano amarrado na cabeça.

Ela tinha um prato em mãos, seguida por… Uma criança? Não dava para ter certeza por conta da máscara que não deixava um fio de seu cabelo ser visto e as vestes largas. Ele trazia outros pratos em mãos. Ambos deixaram tudo sobre uma mesa próxima e logo se dirigiram para o lado do rei.

Assustaram-se com aquilo e olharam para ele, que continuava a rir de modo estranho:

— Ora, não poderia receber a princesa de mãos vazias! Oh, ho! Ho! Ho! Ho! Ho! Sirvam-se, Sirvam-se, imagino que terão uma longa caminhada pela frente.

Entreolharam-se surpresos, como ele sabia? Apesar da dúvida, Nae sorriu para o rei e fez uma reverência como se estivesse de vestido, dobrando levemente os joelhos e colocando uma das pernas cruzada na outra, enquanto os braços seguravam o pano imaginário.

— Muito obrigada, Vossa Majestade! Gostaria de nos acompanhar nessa refeição?

Shiratoya cutucou discretamente os irmãos Fubuki após dirigir-se à mesa.

— Muito obrigado! — exclamaram os dois e ergueram-se.

O ser estranho rodopiou e foi virou-se para o rei, cochichou e, em seguida, saiu do ambiente.

— Eu comi há pouco tempo, aproveitem! Com a licença de vocês… — disse ele e logo saiu também.

Por sorte, a comida era pouca, mas muitíssimo deliciosa; fazendo sua vontade comer crescer e, antes que percebessem, estavam satisfeitos.

— Uau! Não consigo comer mais nada! Diga ao chefe que ele é incrível! — declarou Atsuya.

— Fico feliz que tenham gostado. — respondeu a garota de cabelos castanhos. — Fiz com certa pressa.

— Foi você? Se abrisse uma taverna seria o mais frequentado por aqui! — Nae incentivou-a. — Parabéns!

Sorriram alegremente uma para outra.

[...]

Retornaram para o local o qual passaram a noite e pegaram seus pertences, seguindo para a casa da garota de cabelos esverdeados. Encontraram-na trancando a porta e entregando a chave para a criança que estava com Chou Kinun.

— Obrigada por cuidar da casa para mim, Kobun.

Uma voz meio jovial masculina foi ouvida:

— Por nada, Umihara! Sabe que estou aqui para ajudar a todos! — Fez um cumprimento com uma das mãos e sua cabeça gigante ressoou como um sino ao notar a presença dos outros. — Seus novos amigos já chegaram! Até a próxima!

Lee se despediu e saiu rapidamente dali, deixando-os ainda mais confusos.

— Pronta? — perguntou Shirou.

— Sim! Nosso destino é Inakuni, então… Leva cerca de 25 dias até o porto a pé e mais 10 de barco. — Calculou Norika. — Foi mais ou menos isso quando viemos para cá, mas se conseguirmos cavalos, o tempo reduz em quase metade. Podemos parar nas cidades que estão no caminho para descansar ou acampar na floresta. Eu tenho saída para ambos, mas não sei a preferência de vocês. — Arrumou a mochila nas costas. — Vocês são de onde mesmo?

— Hokkaido, região do Coelho Branco.

— Quando saíram de lá?

— Hum… Anteontem, eu acho.

Andavam enquanto conversavam. Ela franziu as sobrancelhas.

“Anteontem?! Mas isso é impossível!”

— Tudo bem? — perguntou Nae ao ver a outra com uma cara confusa.

— Vocês… Não acham que chegaram aqui muito rápido?

— Sim, mas por quê? — questionou Atsuya.

Norika olhou meio assustadas para eles.

— O tempo de viagem até aqui, partindo de Hokkaido, é cerca de 22 dias de viagem à cavalo...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado! O capítulo ficou meio parado, mas o próximo vai estar mais animado!



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