The Struggles of Being a Ravenclaw escrita por Siaht


Capítulo 1
The Struggles of Being a Ravenclaw


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas lindas!!! ;D
Tudo bem com vocês?
Bom, há alguns dias vi um tweet comentando sobre como devia ser péssimo ter que responder uma pergunta para entrar em seu Salão Comunal e essa ideia meio que surgiu.
Espero que gostem! ♥



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Hogwarts era um local peculiar, no qual situações excêntricas poderiam ser presenciadas diariamente. Não fosse o absurdo algo tão cotidiano, alguém poderia ter se assustado com a cena que se desenrolava na ala oeste do castelo. Parado em frente a Torre da Corvinal, Hugo Weasley estava prestes a cometer um crime de ódio. Contra uma aldrava. Uma maldita aldrava em forma de águia que o olhava presunçosa e não permitia que o rapaz entrasse em seu Salão Comunal.

Eram onze horas da noite de uma sexta-feira e aquele não havia sido um bom dia. Na verdade, isso era até mesmo um eufemismo. Aquele havia sido um dia péssimo, inserido em uma semana terrível que, por sua vez, estava inserida em um semestre controlado pelo próprio Satanás. As pessoas sempre diziam que o quinto ano era difícil, mas “difícil” nem chegava perto de definir. O quinto ano era um verdadeiro inferno! Um tormento sem fim que estava testando todos os limites de sua sanidade. Era como se tudo ao seu redor estivesse em chamas e o garoto não conseguisse apagar o incêndio, porque ele também era consumido pelas labaredas do fogo.

Observando o rapaz agora, não seria difícil acreditar nessa descrição. Como os cachos rebeldes e ruivos – mais longos do que de costume e completamente desordenados –, os olhos de um castanho acobreado, o rosto coberto por sardas e as orelhas vermelhas pela cólera, Hugo Weasley parecia a própria personificação de um incêndio.

— Me deixe entrar, sua águia desgraçada! — gritou, apontando a varinha para aldrava.

Suas mãos tremiam de ódio, mas a águia da Corvinal permanecia inabalável.

— Responda o enigma e você poderá entrar. — a voz lhe respondeu calma e etérea, aumentando ainda mais a ira do menino.

O Weasley não queria responder enigma algum. Não sabia a resposta e já havia dito isso mil vezes. Tudo o que desejava era um banho quente e se jogar em sua cama. Havia dias que não dormia direito e as noites viradas em cima de livros estavam cobrando seu preço.

— Eu já disse que não sei a resposta, filha da puta.

— Então, você não pode entrar.

Hugo bufou contrariado, se jogando contra a parede.

— Me deixe entrar ou eu vou te matar! Vou te aniquilar e amaldiçoar toda sua família, sua coisa desprezível e sem sentimentos!

— Você não pode fazer nada disso. Eu não tenho família ou sentimentos. E você não pode entrar.

O rapaz deixou um grito do mais latente ódio escapar, enquanto segurava a varinha com força e começava a dispara feitiços contra a águia. Qualquer feitiço que passasse por sua cabeça.

— Bombarda! Expelliarmus! Depulso! Incendio! Alohomora!

Os feitiços começaram e ricochetear pelo corredor, explodindo ao redor do garoto, que desviou por milímetros de alguns deles.   

— Você não pode entrar. — a águia continuou sem se abalar.

Aquilo foi suficiente para fazer com que Hugo Weasley perdesse a cabeça de vez. Ele iria destruir aquela águia! Ele iria pessoalmente ressuscitar Rowena Ravenclaw, apenas para torturar aquela desalmada infeliz por uma semana inteira e depois matá-la novamente. Que espécie de ser humano submetia seus estudantes a tamanha tortura deliberada? Aquilo não estava certo e não iria ficar assim. Não ia mesmo.

— Weasley, o que diabos está acontecendo?

Não. Não. Não. Um milhão de vezes não. Será que aquele dia não podia parar de piorar? Provavelmente não, porque parado no corredor – com o distintivo de monitor brilhando em seu peito – estava Lorcan Scamander. O rapaz o encarava assustado, como se acreditasse que o colega de classe houvesse enlouquecido de vez. Para ser honesto, Hugo não podia culpa-lo. Ali estava ele, quebrando o toque de recolher, completamente descabelado, segurando um sapato em uma das mãos – se preparava para lançá-lo contra a águia quando fora interrompido –, gritando contra uma aldrava, enquanto feitiços aleatórios chicoteavam ao seu redor.

Seria ruim ser encontrado em tais circunstâncias por qualquer outra pessoa, mas por Lorcan era infinitamente pior. Hugo tinha uma queda pelo Scamander desde que, bom, conseguia se lembrar, mas por algum motivo estava constantemente se humilhando na frente do rapaz. Era uma maldição da qual não conseguia se libertar. A prova definitiva de que Merlin o odiava.

 — Weasley? — o monitor chamou novamente — Está tudo bem?

Hugo suspirou derrotado. Não conseguia encontrar uma única forma racional de explicar a cena absurda na qual se encontrava. Que espécie de corvino ele era?

— Eu não consegui responder a merda do enigma que essa esfinge de disfarçada de águia propôs. — confessou por fim — E agora não consigo entrar no salão comunal.

Lorcan assentiu calmamente.

— E os gritos, feitiços e, bom, os sapatos em sua mão?

Merda de dragão!

— Talvez eu tenha resolvido partir para a violência física como tática para conseguir entrar. — o Scamander arqueou uma das sobrancelhas loiras — Não foi o meu momento mais brilhante. — admitiu, finalmente jogando o sapato no chão. Suas orelhas pegavam fogo.

— Você ainda não pode entrar. — a águia disse satisfeita, fazendo o pouco controle recuperado pelo ruivo ir para o inferno.

— Cala a boca, sua gralha maldita! — gritou, se jogando novamente contra a aldrava.

Ele tentava enfiar sua gravata azul pelo bico da águia quando Lorcan o empurrou para longe.

— Weasley, pelo amor de Merlin, se acalma.

Era difícil se acalmar quando nunca havia estado tão próximo do rapaz de seus sonhos. Se afastou até a parede, se obrigando a respirar. Por que aquele dia maldito não podia simplesmente acabar?  

— Ok, eu gostaria de entrar. — o monitor se voltou gentilmente para a águia da Corvinal.

— Responda a pergunta.

— E qual seria?

— Um assassino condenado a morte precisa escolher entre três salas para receber sua execução. Na primeira sala, há vários focos de incêndio; na segunda, vários assassinos prontos para matá-lo; na terceira, leões que não comem há três meses. Qual sala o assassino deve escolher, se quiser escapar da morte?

Lorcan refletiu por alguns minutos, cruzando os braços sobre o peito.

— A terceira. — declarou por fim.

— Por quê? — a águia indagou.

— Porque, se ficassem três meses sem comer, esses leões estariam mortos.

E, sem que qualquer outra palavra precisasse ser dita, a passagem para o Salão Comunal da Corvinal se abriu. Hugo sentiu vontade de se matar. Era aquilo? Aquela era a resposta? Parecia tão elementar. Ele se sentiu tão estúpido!

— Não vai entrar? — o loiro questionou, fazendo o colega de classe caminhar a passos firmes pelo portal recém revelado.

— É agora que você me dá uma detenção? — o Weasley perguntou irritado.

— Não.

— Não? Você não deveria me dar uma detenção por toda essa bagunça?

Lorcan deu de ombros.

— Talvez. Mas isso não vai acontecer hoje.

Hugo o olhou intrigado.

— Tudo bem então.

O ruivo se prepara para subir as escadas em direção ao seu dormitório, quando ouviu as palavras que o fizeram congelar onde estava.  

Hugo, você está bem?

— Estou, claro. — o menino disse, passando as mãos nervosamente pelo pescoço.

— Tem certeza? Você não parece muito bem...

— Olha, eu só estou um pouco estressado com toda essa coisa dos N.O.M.s, sabe? E também tem o Quadribol e tudo mais...

— Nem me fala. — Lorcan concordou, se jogando na poltrona mais próxima. — Às vezes acho que vou enlouquecer.

— Você? — Hugo perguntou surpreso, também se sentando. O Scamander arqueou uma sobrancelha inquisitivo. Era um hábito irritante, mas que o Weasley não conseguia não considerar adorável — Não me entenda mal, é que você não parece do tipo que se desespera.

O monitor riu.

— Acho que enlouqueço de forma silenciosa, mas não se engane, com os N.O.M.s chegando, a monitoria e jornal estou prestes a enlouquecer. É claro que as pessoas não esperam tão avidamente pelo Hogwarts News, como esperam que você agarre as goles nas partidas de Quadribol, mas a pressão está acabando comigo. — o menino confessou, parecendo abalado.

Isso assustou o Weasley. Lorcan era sempre tão calmo, tão despreocupado, tão inteligente, tão perfeito...

— Uau, eu não imaginava que você também se sentia assim.

— Acho que todos nós estamos passando por muita coisa no momento, mas não precisamos passar sozinhos.

— Suponho que sim. — o ruivo concordou envergonhado.

— Sério, Hugo, semana passada, passei pela mesma situação que você. Acabei minha última ronda como monitor e simplesmente não conseguia responder a maldita pergunta. Tive que recorrer ao Lysander e dormir no dormitório dele, no Salão Comunal da Lufa-Lufa. — Lorcan comentou cansado.

— Pelo menos, o seu irmão te acolheu.

— Ele ainda está jogando na minha cara que é isso o que eu ganho por não ser leal e seguir a tradição dos Scamanders. “Quem mandou você ir para a Corvinal, Lorc?”. — o garotou imitou o gêmeo, arrancando gargalhadas do Weasley.

— A sua mãe foi uma Corvinal.   

— É, mas acho que, de certa forma, o Lys estava certo. Ter ido para qualquer outra casa, teria me poupado muito estresse.

— Me fale mais sobre isso... — os dois meninos riram.

— Bom, acho que tenho que fingir que sou um bom monitor e voltar para minha ronda, mas a gente podia continuar essa conversa depois.

— Hum... claro.

— Que tal amanhã? A gente podia ir a Hogsmeade, beber cerveja amanteigada e esquecer nossos problemas por um dia. — Lorcan sugeriu com as bochechas se tornando escarlates.

— Eu adoraria. — as orelhas de Hugo não poderiam estar mais vermelhas.

— Até amanhã, Hugo.

— Até amanhã, Lorcan.

Enquanto finalmente subia para o seu dormitório, Hugo Weasley não pode deixar de pensar que talvez aquele dia não houvesse sido tão ruim assim.


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Notas finais do capítulo

Hugo surtando com os estudos, vivendo movido pelas forças do ódio e passando vergonha na frente do crush, claramente eu no fim de semestre hahaha
Todo meu amor e respeito ao povo da Corvinal que precisa passar por esse tipo de situação hahaha
Olha, essa fic é meio doida, mas eu diverti muito escrevendo e espero que tenham gostado! ♥
Beijinhos...
Thaís



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