Nebula's Sorcery escrita por Ruby Moon


Capítulo 3
Chapter Two - Dangerous Mission


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo, espero que gostem.
Boa leitura. :)



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Mesmo que a missão fosse tratada com certa urgência, Grahan Mitchel e sua equipe que iria participar dela tinham que aguardar pacientemente a checagem dos equipamentos que seriam utilizados para a manutenção da sonda espacial. Jason Burke acompanhava atentamente e auxiliava o trabalho dos engenheiros responsáveis pela nave.

Os agentes especializados em missões espaciais de grande perigo, Devine e McCay, observavam cada detalhe da manipulação dos equipamentos de segurança utilizados em momentos perigosos. Eles iriam juntos com os cientistas na viagem, já que ambos haviam trabalhado na Base Aero Espacial Thorne que era responsável por proteger a Terra de ameaças alienígenas.

Na noite anterior à missão, Paul decidiu sair antes de terminarem o último teste nos motores da nave para visitar sua esposa Lorraine e sua filha de treze anos, Emma.

— Acho melhor você não ir lá dessa vez. - Disse Ethan com a voz baixa, preocupado.

Esta era uma das desvantagens de ser um agente espacial, perder o contato com seus familiares. Por estarem sempre envolvidos em situações de risco e perigo iminente, as pessoas escolhidas como agentes assinavam um termo juramentando o fim do contato com toda a família, permitidos apenas garantir a segurança e sobrevivência para aqueles que tivessem filhos e cônjuges. Paul, assim como muitos outros agentes, se comunicava com sua família em segredo. Mas ultimamente, o Tenente Norton, estava observando todos os agentes em busca de algum que esteja quebrando as regras através de espiões designados especialmente para isso.

— Preciso ir vê-las antes dessa viagem. - Respondeu Paul desligando o celular e retirando o chip - Lorraine não está bem. E estou preocupado com a Emma sozinha com ela. - Disse ele quebrando o chip ao meio e jogando-o no lixo.

Ethan pensou por um momento, pois se importava muito com seu amigo e considerava Lorraine e Emma sua família também. Ele sabia que era um dos pouquíssimos em que Paul confiava e tinha que fazer algo para ajudá-lo. Retirou a chave de seu carro novo e a entregou para o amigo.

— Eles te seguirão a partir do momento em que sair daqui. - Disse Ethan vendo o carro preto com os espiões parado em frente à estação. Para qualquer pessoa comum, não significaria nada demais aquele carro ali, mas os dois já conheciam os veículos oficiais e sabiam o que era. - Meu carro é mais novo e potente com o seu. Vá pela rodovia do deserto, e se não conseguir despistá-los entre no Museu da Tecnologia. - Disse Ethan por fim, entregando um cartão magnético para Paul.

 Agradecendo o amigo, Paul seguiu pelo estacionamento até o carro de seu amigo. Assim que ele saiu com o carro em direção a estrada, os espiões começaram a segui-lo.

 

Na manhã seguinte, Ethan levantou-se e viu pela janela da cozinha seu carro estacionado em frente à sua casa. Quando entrou em seu veículo, viu um bilhete em cima do banco do carona, mas como estava com pressa apenas o guardou no bolso de seu uniforme militar.

Chegando à Estação Espacial, Ethan viu um dos espiões da Agência de Segurança conversando com o presidente.

— O que houve, presidente? - Perguntou após cumprimentar todos ali presente.

—Diga-nos você, McCay. Onde está Devine? - Foi o espião Jones quem perguntou. Ele conhecia Paul Devine antes mesmo deles se tornarem agentes. Jones sempre achou Paul intrigante com seu jeito calado e discreto, e apesar de treinarem juntos desde o início, Paul sempre estava dois passos à sua frente. E o que mais o incomodava era que Paul sempre era escolhido para as missões no espaço e ele ficava com os serviços de segurança local.

— Como assim? - Indagou Ethan surpreso, Paul sempre era o primeiro a chegar no local quando tinham missões.

— Paul desapareceu ontem à noite. - Interrompeu o presidente percebendo o clima tenso entre os dois. - Ele foi visto a última vez no Museu de Tecnologia, próximo ao deserto.

— E ele estava com o seu carro. - Concluiu Jones.

— Eu emprestei pois ele tinha um compromisso e precisava ir rápido para lá. - Respondeu Ethan com bastante seriedade sabendo que Jones era treinado para detectar mentiras. Disfarçadamente mandou uma mensagem para paul enquanto seguia seu caminho até a equipe de cientistas que estavam realizando a última série de checagens pré-lançamento de todos os sistemas da nave.

— Há uma coisa que não contei ao presidente. - Disse Jones logo atrás dele.

— Você vai substituir o agente Devine nesta viagem? - Sugeriu Ethan com sarcasmo.

— Você sabe que não tenho autorização para isso.

— Prossiga, agente Jones. - Disse Ethan parando para prestar atenção ao que o espião iria dizer.

— Na verdade, seu amigo agente Devine foi visto a última vez no estacionamento do Museu. - Prosseguiu Jones sério. - Ele estava acompanhado de um homem albino no seu carro e desapareceram segundos depois.

— Porque não contou isso ao presidente? - Indagou Ethan.

— Alguns dias atrás recebemos uma mensagem da Base Thorne sobre um perigoso tripulante que fugiu da base e talvez esteja escondido aqui na Terra.  - Jones falou pausadamente para que Ethan pudesse entender o que ele queria lhe dizer - As características conferem com a companhia de Paul noite passada. E eu presumo que você saiba de quem se trata.

— Essa informação é confidencial agente Jones. Com licença. - Respondeu Ethan continuando sua caminhada até a nave.

Grahan Mitchel aproximou-se de Ethan após ver o agente se afastar. Todos da equipe estavam em suas vestimentas adequadas para viagem espacial, Ambrosi dava as últimas instruções de como prosseguir o voo para os viajantes novatos.

— Conseguiram encontrar o agente? - Perguntou o cientista com ansiedade e preocupação.

— Vamos prosseguir sem ele, Sr. Mitchel. - Respondeu Ethan indo em direção à nave. Era importante que mantivessem a pontualidade, pois qualquer segundo no espaço parecia durar uma hora.

Todos adentraram a nave, que era até bastante confortável diferente do que aparentava ser por fora. A comporta lateral por onde entraram dava direto ao corredor principal que ligava todos os compartimentos da nave. A primeira porta há um metro da entrada dava para outro corredor que levava direto à câmara de controle de voo, e foi para onde seguiram. Era uma sala com monitores e controles de comando localizado na fronte. Ambrosi sentou-se em sua cadeira de piloto. Grahan assumiu a cadeira de comando mecânico ao lado de Ambrosi, enquanto os outros se sentaram nas cadeiras restantes. Ouviram pelo transmissor a contagem regressiva para lançamento do foguete que levaria a nave para fora da orbita terrestre.

" Três, dois, um. Ignição." Sentiram um leve tremor e a nave já se encontrava no espaço. Logo o foguete foi se dispersando no espaço e a nave estava voando livremente pela galáxia. Todos seguiam calados, concentrados em suas próprias funções que seriam desempenhadas assim que aterrissassem no planeta desconhecido. Ethan se sentia um pouco tenso, pois ele dividiria sua função de garantir a segurança da equipe com Paul e agora a responsabilidade estava toda sobre ele.

 

Três horas e vinte e cinto minutos depois.

Grahan verificou em seu monitor de controle as informações que apareciam na tela e depois trocou um olhar sério com Ambrosi que também voltou sua atenção para o monitor direito. Uma mensagem criptografada em vermelho aparecia na tela, Ambrosi também desconhecia aquele idioma.

— Estamos a dois minutos do planeta. Mas ainda não consigo vê-lo. - Avisou Ambrosi para os tripulantes. - Recebemos uma mensagens mas desconhecemos seu conteúdo. Alguém tem conhecimento em idiomas alienígenas?

Ethan levantou-se de sua cadeira. Por ter trabalhado em Thorne, ele teve que aprender diversas línguas de planetas distantes e seus dialetos. Olhando a tela com mensagem piscando chamando por atenção, Ethan lembrou-se do bilhete que Paul havia deixado para ele em seu carro. Retirou o papel do bolso e verificou seu conteúdo, era semelhante ao que aparecia na tela.

— É um léxico de comunicação em Thorne. - Explicou Ethan confuso - Está escrito "Fiquem longe das sombras."

— Porque tem a mesma mensagem nesse papel em sua mão? - Perguntou Grahan achando estranho Ethan tirar a mesma mensagem de dentro de seu bolso.

— Paul deixou isso no meu carro. Achei que era apenas um bilhete agradecendo por tê-lo emprestado meu carro ontem à noite.

— Porque o agente Devine escreveria a mesma mensagem que estamos recebendo agora? - Indagou Jason.

—Talvez ele tenha descoberto algo sobre esse planeta e esteja tentando nos alertar. - Sugeriu Ambrosi vendo que Ethan estava confuso demais para explicar.

Ethan sentou-se de volta em sua cadeira de olho no papel em sua mão, começou a pensar sobre o que Jones havia lhe dito sobre o companheiro de Paul na noite anterior e o fugitivo de Thorne. Um barulho de metal rangendo foi ouvido por todos seguido de um tremor oscilante e uma escuridão que ofuscava até a mais intensa luz que tinha dentro da nave.

— O que foi isso? - Perguntou Michael aterrorizado.

— Estamos atravessando uma nebulosa escura. - Explicou o piloto.

No meio da imensa nuvem de poeira interestelar, os tripulantes puderam ver estrelas sendo formadas através do campo magnético interno da nuvem. E isso fazia a estabilidade da nave oscilar. Ambrosi acionou a potência dupla dos propulsores e conseguiu atravessar a nuvem molecular gigante em poucos segundos. A imagem do planeta preencheu a escuridão deixada para trás com uma bela paisagem de calmaria branca.

Sem nenhum problema, Ambrosi pousou a nave no imenso campo esbranquiçado do planeta. De acordo com as informações captadas em seu monitor, o planeta não oferecia nenhum risco à equipe.

— Temperatura equivalente a treze graus Celsius - Informou Grahan - há uma mistura de hidrogênio e oxigênio no ar, mas acho mais seguro usarmos nosso equipamento de ar. Não sabemos ainda se a atmosfera nesse planeta é apenas similar ou idêntica à Terra.

Ethan levantou e olhou pelo monitor o local onde aterrissaram. Algo em sua consciência dizia que aquele resgate não seria perfeitamente como planejaram. Respirou fundo antes de começar a falar:

— Sr. Ambrosi mantenha a nave pronta para decolar a qualquer momento. Jason seguirá com Grahan até a sonda e fará a manutenção o mais rápido possível. - Disse Ethan desejando que aquele trabalho acabasse logo - O Sr. Mitchel e eu ficaremos de olho caso surja qualquer tipo de ameaça. - Terminou Ethan entregando uma arma a Michael.

Todos começaram a colocar seus trajes de apoio à vida para a exploração e depois checaram se as funções destes estavam de acordo. Após colocaram os capacetes de forma apropriadamente cuidadosa, conferindo se o lacre estava em perfeito estado. Logo, os quatro estavam respirando oxigênio saudável de seus respectivos tanques acoplados em seus uniformes.

— Sr. Ambrosi? - Chamou Grahan testando o comunicador interno do capacete. Em seguida todos testaram seus microfones verificando sua boa funcionalidade.

— Escuto perfeitamente todos vocês. - Respondeu o piloto com a voz soando um pouco robótica.

— Estamos prontos. - Anuncio Ethan.

A comporta externa deslizou suavemente para baixo onde os exploradores foram descendo vagarosa e cuidadosamente para o solo levemente empoeirado do planeta. Assim que desceram da rampa, a porta foi fechada rapidamente garantindo a segurança da nave.

 A paisagem parecia um pouco deprimente para os tripulantes. Tudo era muito claro e uma névoa sobrevoava por todo o território. O vento soprava de maneira gentil a poeira branca do chão para cima, mas apesar disso Jason pôde ver ao longe a forma quadrangular de sua sonda coletora.

— Grahan, vamos. - Chamou o garoto vendo o cientista absorto na imagens das montanhas ao redor deles.

Os quatro seguiram na direção leste onde o robô estava parado. Jason segurava o controle de ignição da sonda, captando as informações imprecisas que eram transmitidas pela sonda. Variações repentinas de temperatura que ia dos máximos treze graus que fazia a até trinta e oito graus negativos em milésimos de segundos.

— Pare de verificar isso, está quebrado. - Disse Michael ficando irritado com o sinal que o controle emitia a cada mudança da temperatura ao redor da sonda. Jason emburrado guardou o controle em sua mochila de ferramentas.

Em poucos minutos chegaram onde Morgana-7 estava estagnada. Uma densa névoa flutuava ao redor dela. Grahan e Jason se aproximaram cautelosos. Em seus capacetes foram emitidos sinais de alerta. Grande queda de temperatura em apenas um passo percorrido.

— Eu sabia que meu controle não estava com defeito. - Disse Jason para Michael.

— Mas com essa temperatura será impossível fazê-la funcionar.

— Vamos movê-la para longe dessa névoa. - Sugeriu Michael ajudando Jason a leva-la para outra direção. A sonda era leve, apesar de ser feita com os mais resistentes metais. Jason havia projetado Morgan-7 para que pudesse ser carregada sem dificuldades em casos de problemas mecânicos como o que estava ocorrendo.

Assim que moveram o robô para o lado, a névoa densa se dispersou no ar. Ethan observou aquilo com certo receio, lembrando-se imediatamente da mensagem no monitor da nave.

Jason abriu a mochila tirando algumas ferramentas e entregando-as a Grahan que imediatamente começou a mexer no robô com bastante agilidade. Numa reunião feita há alguns dias, o presidente havia sugerido que eles apenas pegassem a sonda e a consertassem quando estivessem na Terra. Mas Jason e Grahan deixaram claro para todos que se fizessem isso todas as informações coletadas seriam perdidas. Por isso eles tinham que consertá-la o mais rápido possível para recuperar os dados coletados e aí sim levar Morgana-7 de volta ao seu planeta de origem.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo.



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