Desligando o celular minutos depois de conversar com sua mãe, foi procurar Misaki em seu quarto, estava confiante que dessa vez ela iria abrir a porta. O motivo de traancar-se era por causa do seu personagem favorito de uma fanfic, autora matará sem dor ou piedade a protagonista, desabilitado-a, poderia dizer algo que alegresse a amiga, mas alegrar as pessoas não era seu ponto forte, suspirou, em frente da porta com florzinhas rosas, a neko decorou do seu modo, deu duas batidas na madeira, esperou cinco segundos para ouvi-la mandá-lo embora, revirou os olhos, a teimosia dela o irritava, passou as mãos nos fios de cabelos, pensou no quer dizer, sabia como era sentir-se triste com a morte de um personagem, todavia aprendera superar com Game of thornes, escritores são malvados, principalmente de Fanfics.

— Misaki, se fomos naquela sorveteria que você ama?

— Não quero…

A voz saiu abafada por causa da porta.

— Quer ler yaoi, separei várias drabble do casal que você gosta.

— Aposto que um deles vai morrer e me deixar sozinha! — exaltou chorosa.

— Oh céus… Neko pare de agir como se o mundo estivesse prestes acabar! — repondeu impaciente.

— Senpai não entende! Eu ri com ele, chorei, amei, realmente acreditei nele, mas ele morreu! Assim como todos que eu amo...

Escutou a tristeza e angústia brotarem em seu peito, não era apenas a perda de um personagem, era a perda real imensurável. A quantos anos seus pais morreram em um acidente de carro? Tavez 14 anos? Nunca é fácil superar um perda, nunca é fácil.

Ajeitou os óculos, presenciou-a girar a maçaneta e abrir porta, uma Misaki com rastros de lágrimas nas bochechas e com cabelo meio bagunçado surgiu em sua frente. Ele ficou observando seus ombros, queria ir até ela, abraça-lo, oferecer consolo, acariciar. Dentro dos seus olhos azuis encontrava-se gentileza e senceridade, decidiu que devia distrai-la, e antes de falar quaisquer palavras, os braços dela envolveram seu pescoço.

— Eu continuo tentando, nada está funcionando. — disse ela, a voz embargada em dor. — E continuo tentando deixar isso pra trás…

No instante seguinte, a onda de tristeza diminuiu.

Nada foi tão doroloso para Seiji no momento que teve que olha-la nos olhos e ver o brilho apagado, a falta daquele sorriso, que ele ama, a tristeza fugaz em seu semblante radiante. Acariciou seu cabelo rosa, fechando os olhos, a medida que seguia o abraço, dor e alívio se misturaram, espalhando paz e tranquilidade, refletindo sobre sua melancolia.

— Sem Mais Músicas Tristes, certo? — sussurou ligeira a seu ouvido.

— Certo… Eu comecei a perceber, que não importa o que eu faça, só irei me machucar tentando te machucar, assim com mamãe e papai.

— Ei, olhe para mim — ordenou, colocando as mãos em seus ombros, encarando-a diretamente. — A única que pode se machucar aqui é você, pare de tentar esconder a dor que sente culpado-se pelo o que aconteceu, seus pais odiariam vê-la triste assim — pausou a fala e prosseguiu: — Eu odeio você assim.

Então Misaki sorriu para ele, e Seiji supreendeu-se sorrindo também, involuntariamente. A jovem de cabelos rosas ergueu a mão, mostrando-lhe o dedo indicador, como se ação fosse um código secreto, o shounen repitiu o gesto, ambos tocaram a ponta dos dedos.

— Temos muito o que fazer hoje. — pronunciou-se.

— Nani? — indagou. As sobrancelhas curvando-se com estranheza, abaixando o dedo indicador.

— Esperava menos de você Misaki, mas esquecer o aniversário do site... — zombou ligeiramente.

— É hoje?! Quer dizer eu sabia que era hoje, acha mesmo que esqueceria. — cruzou os braços com indiferença. — Farei um bolo, convidarei os moderadores, um novo desafio para esse mês, para comemorar, oh, têm ainda o gatinho que senpai disse que vamos adotar, ei, posso fazer uma festança!

Dando pulinhos de empolgação, Misaki agarrou o braço de Seiji, seria um dia feliz, sem músicas tristes.