Sequestrada - Número 1970 escrita por Carolina Muniz


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer a "Blaire" pela linda recomendação, amei, amei, amei ♥ ♥ você é demais, sempre comentando e eu espero que esteja retribuindo esse carinho todo ♥ enfim, mais um cap :)



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Tem obstáculo que chega para abalar todas as suas convicções de certo e errado.

¤ Capítulo 13 ¤      

Christian se mexeu, desconfortável com o que Ana disse.

Ele era policial, já viu coisas que não o deixam dormir se não tiver completamente exausto, há muito tempo seu sono não tem mais sonhos. Ouvir relatos de coisas era pior ainda. O policial não sabe porque ficou tão estranho ao ouvir Ana.

— E então, um dia eu passei muito mal e senti a pior dor do mundo - continuou ela - e o Jack chamou uma mulher. Aquela mulher. Ela era uma parteira, e o bebê estava vindo. Jack a fez tirar o bebê da sala, e eu não sei mais o que aconteceu - Ana contou.

A garota sentiu os olhos arderam com as lágrimas, mas se controlou.

— Ele não disse o que fez? - Christian perguntou.

Ana hesitou.

— Não. Ele só não... Ele disse que ela era um erro que precisava ser consertado. Ele disse que o bebê estava morto - murmurou a garota.

— E a mulher? Você a viu depois disso?

— Não - declarou. - Eu nunca mais a vi, até hoje.

— E você sabe o que ela queria com você?

A morena balançou a cabeça.

— Ela não conseguiu dizer direito. Quando ela ia falar... Eles chegaram.

— Eles quem?

— Foi um carro, um homem atirou nela. E ela sabia o que ele ia fazer.

— Você reconheceu?

— Não consegui ver direito, mas tenho certeza que nunca o vi na minha vida.

— E ela conseguiu te dizer alguma coisa?

A garota tirou o cabelo dos olhos numa mania nervosa.

— Ela disse que o bebê estava vivo - declarou num rompante.

— Que estava vivo? Você acha que ela disse a verdade?

— Eu não sei. Talvez... Mas Jack falou que o bebê estava morto... E quando ele queria fazer uma coisa, ele mesmo fazia.

— Então por que você acha que ela arriscou a própria vida para te dizer isso, se é mentira?

— Eu não sei - ela suspirou.

— Mais alguém sabia?

— Sobre mim?

— Sobre o bebê.

Ela mordeu o lábio. 

Não sabia que se podia falar sobre a Sarah.

— Bom, sim - confessou. - Mas ela... Ela não estava lá quando o bebê nasceu.

— Ela quem?

— A Sarah - contou. - Ela cuidou de mim enquanto eu estava lá. Jack confiava nela.

— Uma cúmplice?

— Ela disse que tinha motivos para ajudá-lo, que ele a ajudava também - confessou.

Christian não parecia surpreso com o que a garota disse, balançou a cabeça como se ponderasse suas palavras e então se levantou.

— Tudo bem. Eu tenho que ir - disse.

— Christian? - a garota chamou, levantando-se também.

— Sim? - ele se virou para a mesma.

— Você acha que eles vão vir atrás de mim? Digo, os caras que a matou.

Não era como se Ana quisesse esconder que estava com medo mesmo.

— Não sei. Mas se vierem, não vão conseguir se aproximar de você - ele garantiu. - Já tem uma equipe de segurança te protegendo.

— Me protegendo?

— Nós já desconfiávamos de que Jack, mesmo preso, iria tentar te pegar de novo. Ele tem cúmplices e informantes. Parece uma agulha num palheiro.

— O que você acha que ele está fazendo? - perguntou ela, com medo da resposta.

— Matando qualquer um que tenha chegado perto de você no último ano, provavelmente - declarou ele.

Ana desviou o olhar.

Era como se o pesadelo não tivesse fim. Ela nunca se livraria realmente de Jack, não é?

— Você vai ficar bem? - Christian perguntou.

Só então ela percebeu que seu rosto estava manchado com algumas lágrimas, e que Christian havia se aproximado o suficiente para limpá-las com o polegar gentilmente.

A garota se surpreendeu quando sentiu os braços dele a apertando levemente, abraçando-a.

Você também chora mais quando alguém mostra se importar?

Com Ana era exatamente assim. Mas naquele momento ela tinha a desculpa de sua vida estar de cabeça para baixo.

Então ela nem se importou quando acabou molhando a camisa dele com suas lágrimas e apenas se concentrou na mão fazendo carinho em seu cabelo e o cheiro maravilhoso que o policial tinha.

Christian era sempre gentil com ela apesar do porte arrogante e mandão. E Ana apenas tentava tirar de sua cabeça o quanto gostava daquilo.

E o quanto ele era bonito também...

Deus, ela estava sendo perseguida por um psicopata e pensava no quanto o agente policial era bonito?

A morena mordeu o lábio inferior e balançou a cabeça, afastando-se um passo do outro, que logo a soltou.

— Vou - respondeu finalmente e passou as costas da mão pelo rosto, fungando em seguida. - Eu não vou sair de perto do celular, então... - completou.

Christian sorriu - com certeza alheio aos pensamentos impuros dela - e seguiu para a porta, logo desceu as escadas da varanda, e Ana esperou até o Audi preto virar a esquina para então soltar o ar profundamente e fechar a porta.

Ela estava planejando ter um dia normal hoje, mas não foi como queria.

Será que vão ser todos agitados?

Enquanto esperava a lasanha ficar pronta no microondas, passava os canais da TV, em pé, no meio da sala. Seu pai havia arrumado tudo, desde os móveis até o papel de parede. Ela não se preocupou com nada. O que era bom, já que a morena com certeza não tinha cabeça para aquelas coisas fúteis.

O dia inteiro, ela não se permitiu pensar no que a parteira lhe disse. Afinal, não era como se ela tivesse entendido o que ela falou. Mas toda vez que a garota se lembrava dos olhos dela ficando sem foco, lhe dava um aperto no peito.

O bip do microondas a assustou quando percebeu que ficara em transe.

Não queria lembrar, não queria pensar... Mas era difícil.

***

 


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Notas finais do capítulo

xoxo



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