A Visitante escrita por Deh


Capítulo 1
Uma visita inesperada




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Por incrível que pareça, não estamos em nenhum caso. Estou sentada em minha sala, observando minha equipe interagir, enquanto degusto uma barra de chocolate. Quando termino, percebo um policial que não é daqui conversar com o tenente Tao, o oficial está acompanhando de uma mulher de terno e uma jovem loira, não acredito, será mesmo ela?

Levantei imediatamente e fui em direção aos visitantes e à medida que me aproximava, eu tive certeza. Enquanto o oficial e a mulher falavam com tenente Tao, eu disparei:

—Rose?

Capturando assim a atenção da jovem que estava observando o quadro de homicídios, ela se virou com um grande sorriso:

—Mãe!

Não preciso dizer, que todos ali presentes ficaram surpresos com a descoberta, Gabriel olhava da garota para mim, detetive Daniels estava tentando disfarçar que estava fazendo seu trabalho e tenente Provenza ficou lá sem saber o que dizer ou fazer. Me apresentei ao oficial:

—Sou a delegada chefe Brenda Leigh Johnson, e vocês?

—Oficial Yates e assistente social Karen Lynch.

Sorri para eles e disse:

—Se importam de conversarmos em minha sala?

Eles fizeram que não e estavam prontos para me acompanhar, Rose também estava, mas apontando para ela deixei bem claro:

—Você fica aqui.

Ela sorriu docemente, mas como interrogadora treinada sei muito bem que é um sorriso falso.

Já em minha sala, perguntei a eles:

—Como ela veio parar aqui?

A assistente social me olhou indignada e o oficial disse:

—Ela chegou em um voo de DC, há uma hora, não estava acompanhada e nem tinha autorização de um responsável. Chamamos o serviço social e finalmente ela mostrou os documentos e identificamos a senhora como mãe.

—A senhorita sabia que Rose estava vindo? -A mulher hispânica me perguntou e eu respondi:

—Não.

—Possui a guarda legal dela?

Como eu iria sair dessa?

—Guarda compartilhada, no entanto ela vive em DC com o pai.

—Senhorita Johnson, como assistente social, é minha tarefa notifica-la que não se deve deixar um menor viajar sem a presença ou autorização de um responsável e ainda tenho que verificar com o pai se ele está consciente que a filha cruzou o pais sem uma autorização.

Edward adoraria receber essa notificação, mas por mais que seria divertido isso, é melhor dar um fim nessa história por agora:

—Senhorita Lynch e oficial Yates, desculpem-me pela confusão que minha filha causou, de fato eu não estava esperando Rose, mas tenho certeza que o pai dela sabe que ela está aqui, não será preciso informa-lo.

A mulher ainda me olhava desconfiada e protestou:

—Tenho a obrigação de informa-lo.

Olhei para ela e a tranquilizei sorrindo:

—Edward é um homem bastante ocupado, ele trabalha no Departamento de Estado, tenho certeza que ele apenas se esqueceu de mandar a autorização.

Ela me olhava bastante desconfiada e eu me esforçava para manter um sorriso gentil no rosto enquanto ela dizia:

—Bem senhorita Johnson, como possui a guarda compartilhada da garota e é também alguém de respeito, creio que informar apenas a senhorita já basta. Mas lembre-se de mandar a autorização da próxima vez.

E depois de agradecer eles foram embora, esperei não mais que cinco minutos que eles saíram e abri a porta da minha sala, aparentemente ela estava conversando com Gabriel, eu disse autoritária:

—Rose, na minha sala.

Esperei que ela entrasse e fechei as persianas.

—No que você estava pensando ao vir aqui?

—Em visitar minha mãe? -Ela disse cinicamente e eu a encarei

—O que você está tramando? Por que você não foi para Atlanta? Seu pai sabe que você está aqui? Você está fugindo!?

Ela se fez de ofendida:

—Uma filha não pode visitar a mãe? Desculpe se não posso apenas vir e te visitar e eu só esqueci a bendita autorização. Okay!?

Eu a observei, não sei por que, mas acho que não é só isso. Tirei da minha gaveta, uma barra de chocolate e dei a ela, enquanto ela comia eu perguntei:

—Você vai passar o verão comigo? –Ela fez que sim com a cabeça e continuou:

—Sim, se você não se importar.

—Por que seu pai não me ligou?

Ela suspirou:

—Talvez porque vocês dois não consigam manter uma conversa civilizada? -Eu a encarei e ela deu de ombros derrotada –Ele disse que tinha um caso urgente e me pediu para te ligar, então decidi fazer uma surpresa.

Ela terminou com um sorriso de canto, mas algo aqui não parecia se encaixar:

—Por que você não foi para Atlanta, você adora passar o verão com seus avós e Charlie.

Ela sorriu timidamente, ela finalmente iria se entregar?

—Bem, o último final de semana que passei na casa da vovó e do vovô, eles quase me expulsaram de casa.

Agora está ficando interessante, sendo assim a incentivo continuar:

—E por que eles quase te expulsaram?

Ela desviou o olhar para a janela, mas ela estava com um sorriso ardiloso no rosto.

—Eles saíram para uma daquelas festas da igreja sabe? Eu e Charlie fingimos não estar passando bem e meio que fizemos nossa própria festa. –Uau, elas tinham feito uma festa na casa dos meus pais? Certamente isso não acabou bem. –As coisas meio que saíram fora de controle, aquele namorado estranho da Charlie chamou mais gente do que deveria e quando vovó e vovô chegaram em casa, vovô quase enfartou e vovó expulsou todo mundo com uma vassoura na mão.

—Presumo que você e Charlie ficaram bem encrencadas.

Ela fez que sim com a cabeça e confessou:

—Depois que vovó nos fez arrumar toda a bagunça e vovô se recuperou do choque, eles brigaram conosco e nos chamaram de irresponsáveis e tal, então vovô disse que como não podia mandar Charlie para os pais dela, ele iria me mandar para meu pai e no próximo feriado ele mesmo iria me mandar para você, pois de acordo com ele eu sou uma jovem sem limites, que precisa da educação da mãe. Então no dia seguinte, depois do almoço vovô me mandou de volta para casa e ligou para o papai, ele não gostou nem um pouco do que o vovô disse.

—Por que não fiquei sabendo disso antes?

Ela deu de ombros e declarou como se não fosse nada:

—Acho que é irrelevante.

Não contive meu sarcasmo ao dizer:

—Irrelevante, sério?

—Você nunca liga para o que acontece comigo mesmo.

Antes que eu pudesse responder, Gabriel bateu na porta e disse que tínhamos um caso. Sem saber o que fazer liguei para Fritz e pedi um favor a ele.


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