Oneshots Criminal Minds escrita por Any Sciuto


Capítulo 2
Vingança bela.


Notas iniciais do capítulo

A recusa de Penelope em se casar faz Kevin tentar acabar com a mulher que ele uma vez amou. Morcia implícito.



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Quando Penelope ignorou o pedido de casamento de Kevin algo começou a dar muito errado para ela. Apesar de dizer que estava tudo bem entre eles, Garcia sabia que era mentira.

Coisas estranhas aconteciam. Flores misteriosas, brinquedos faltando, envelopes sumindo. Ela tinha medo de contar para qualquer um. Ela não queria machucar ninguém e não era algo grande. Ainda.

Então as coisas pioraram. Durante uma reunião de perfil, ela percebeu que seu computador travou e todos viram sua expressão ansiosa se transformar em horror. Bem, ali na tela havia fotos de corpos montados e uma frase: "Você vai se arrepender Penelope."

Ela soltou um grito e saiu correndo, deixando Hotch e Rossi muito preocupados. Os dois homens já haviam notado que a analista estava muito mais ansiosa do que antes. Olhando para a tela do notebook eles viram o porque.

Hotch era mais que amigo de Penelope. Ele a protegia mais agora depois que coisas chegaram aos olhos dele. Como o fato dela pular na presença de alguém desconhecido ou parecer estar a milhas de distância durante uma reunião.

Até Morgan notou que ela não era a mesma Penelope atrevida. E foram apenas duas semanas que ela e Kevin terminaram, mas não era por isso. Era algo mais profundo.

Penelope decidiu sair para tomar algum ar antes de voltar. Passando pelo estacionamento seu medo foi aumentando. Ela havia configurado um botão de pânico direto para Morgan e Hotch no dia anterior.

Ela ouviu seus próprios passos e de alguém também, logo atrás dela e imediatamente acionou o botão. Ela se virou e deu de cara com Kevin parecendo insano. Ele a prendeu contra o próprio corpo e pressionou um pano na boca dela.

Ela tentava soltar uma das mãos presas sob ele, mas quando respirar se tornou necessário ela acabou respirando o clorofórmio e seu mundo apagou. Ela caiu no chão com um baque alto.

Em segundos ela estava sendo arrastada para o porta malas do carro de Kevin e logo em seguida em movimento. Seu telefone ficou no chão da garagem assim como o pano usado para droga-la.

Morgan olhou para o celular e notou que Penelope acionou o botão de pânico na garagem. Hotch recebeu o seu também e todos saíram correndo para lá.

— Pen! – Derek gritou na garagem. – Garcia!

— Garcie! – JJ começou a procura-la e logo encontrou o telefone. – Gente!

Todos se reuniram ao redor e Hotch pegou um par de luvas do bolso e olhou para o telefone. Eles sabiam o que tinha acontecido. Morgan bateu na parede ao lado e Reid começou a correr estatísticas mentais para o evento. Fazia menos de cinco minutos que ela tinha sido levada.

Rossi decidiu seguir um caminho completamente diferente. Ele foi direto a Strauss por ajuda. Penelope era vital para essa equipe e se ele estivesse certo em seus pensamentos, Kevin Lynch era o responsável.

— Entre! – Strauss tirou os óculos da papelada a sua frente. – A que devo a honra?

— Precisamos de ajuda e rápido Erin. – Dave pediu. – Penelope Garcia foi sequestrada daqui do prédio.

A mulher dedicou atenção a ele.

— Então quem a levou tem autorização para estar aqui. – Ela deduziu. – Alguém em mente?

— O ex namorado. – Rossi foi direto. – Kevin Lynch. O carro dele foi o único a sair no tempo que ela possivelmente foi levada.

— Possivelmente? – Erin não entendeu. – Você acabou de dizer que tem certeza.

— Não sabemos quanto tempo demorou para ela ser levada. – Rossi explicou. – Encontramos um pano com clorofórmio na garagem e o telefone dela.

— Isso é ruim? – Erin arqueou uma sobrancelha. – Digo, muito ruim?

— Até demais. – Rossi olhou para o chão. – Não podemos brincar nesse. Se demorarmos, ele pode matar ela. Não podemos perder ela.

— Eu compreendo. – Erin apenas disse. – Pegue esse cara, Dave. E traga Garcia para casa.

Ele saiu, chateado. Geralmente ele ficaria feliz pela aprovação de Strauss, mas era a pessoa que eles precisavam resgatar que o fez ficar triste. Se ela desaparecesse da BAU o lugar ficaria negro de novo. Morgan não seria o mesmo.

Era óbvio que o agente sentia amor pela colega e teria todos os motivos para matar Kevin se o encontrasse antes.

Lynch parou na porta de um armazém e arrastou Penelope para dentro do lugar já preparado de antemão.  Uma cadeira no meio da sala vazia, cordas fortes e fita para a boca.

Ele a amarrou e a amordaçou em menos de quatro minutos. Ela ainda estava fora por causa do clorofórmio e foi fácil.

Ele puxou uma cadeira para frente dela e esperou que ela finalmente acordasse. Ele tinha "dividas" a acertar com ela, mesmo que fossem coisas sem sentido.

Penelope começou a acordar. Ela não conseguia mexer as mãos e nem falar. Ela então soube o porque. Sua boca foi selada com fita tape e suas mãos e pés foram amarados em uma cadeira.

Kevin estava a sua frente com uma arma, diretamente apontada para ela. Ele parecia maníaco e em certo ponto psicótico.

— Bem-vinda de volta Docinho. – Ele zombou. – Temos negócios a tratar. Não se preocupe em tentar falar. Mesmo que eu tirasse essa fita da sua boca não haveria ninguém por aqui. Esta é uma área tão abandonada quanto o lugar para onde você vai depois que eu te matar.

Pela segunda vez em sua vida ela tinha certeza que iria morrer. E agora não teria ninguém para salva-la. Nem mesmo Derek.

Morgan não aguentou ficar presente na sala de briefing. Cada vez que o nome de Penelope era mencionado e logo seguido por desaparecida, seu coração quebrava em mais e mais pedaços.

Ele se viu na sala dela e sentado em sua cadeira favorita.  Ele tocou em um dos muitos brinquedos da mesa dela e sorriu com a lembrança das ligações que sempre o deixavam com sorriso. A lembrança dela sendo baleada e daquele dia giravam nele ainda.

Ele viu uma folha colorida escrita embaixo do teclado e pegou para ler. Ele tremeu em ler aquilo e sabia que a equipe precisava saber.

— Hotch! – Derek gritou. – Eu encontrei algo.

— Uma folha de papel? – Reid perguntou. – Tem algo nela.

— É a letra de Garcia. – Derek disse. – Acho que está acontecendo há algum tempo.

— Uma lista de checagem de brinquedos da sala dela? – JJ estava confusa. – Acha que haviam coisas sumindo da sala dela e ela conferia?

— Aqui. – Reid pegou a folha. – Ontem desapareceram um urso panda cor de rosa e um gatinho de porcelana roxo.

— Foram os que eu dei a ela. – Derek disse. – No aniversário dela.

— E por que ela não iria nos contar? – Emily estava nervosa. – Se ela estivesse sendo perseguida aqui ela teria que relatar.

— Talvez ela estava com medo de nos envolver. – Hotch observou. – Lembre que ela é leal a equipe. Eu sei que ela odeia quando a gente fica machucado.

Reid parecia envolvido com o papel onde as anotações estavam. Ele localizou um selo em um pedaço e logo fez a ligação mais importante.

— Eu sei onde ela pode estar! – Todos se viraram para ele. – Armazém silver Ridge. Um complexo de fabricas que faliram em sequencia. Há um contrato em nome de Lynch em uma delas. De uma semana atrás.

— Vamos pegar nossa amiga. – Hotch parou Morgan. – Seria bom você contar a ela sobre essa paixão que você tem.

Morgan apenas assentiu. Seria uma felicidade finalmente ter a garota de seus sonhos com ele.

Kevin continuou seu plano de vingança contra Penelope. Decidido a acabar com a garota a sua frente, ele pegou a arma e bateu em Penelope com o cabo.

Penelope gemeu sob a fita. O sangue começou a escorrer do nariz e ela se sentia fraca. Fazia quase seis horas desde que ela colocou qualquer coisa na boca, até mesmo água.

Ela sabia que em breve ela estaria morta. Onde estava Derek e a equipe? 

— Eu te falei que eles não vão chegar aqui a tempo. – Kevin zombou. – Então apenas aceite o inevitável. Você e eu poderíamos estar casados, com uma fazenda. Mas ao invés disso escolheu ficar com a equipe e com Morgan.

Penelope arregalou os olhos e balançou a cabeça freneticamente o que só fez ela ficar mais tonta. Ela gemeu sob a fita e então começou a perder os sentidos.

Ela desmaiou completamente. Tudo a atingiu rápido e ela apenas se deixou ir.

Parando duas fabricas antes, para não correr o risco de Kevin os ver caso houvessem câmeras, eles se separaram para cobrir as entradas. Eles saíram daqui com Penelope ou não saiam.

Kevin não tinha idéia do que fazer. Por um lado, ele queria matar Penelope e depois se matar. Por outro, ele apenas queria acabar com a própria vida e dar um tiro para ela ser salva pelo menos.

Ela ficaria em coma por dias se ela sobrevivesse ao tiro no abdômen. Ele sabia quando ouviu passos ao lado de fora. Ele mirou, respirou e atirou em Penelope. Nem segundos depois ele colocou a arma em sua própria cabeça e respirou fundo. Mas antes que desse um tiro nele mesmo, ele ganhou um no ombro, o fazendo derrubar a arma. 

Ele não conseguiu tirar a própria vida. Derek passou por Kevin, correndo de encontro a sua menina. Ele não podia acreditar que Kevin a baleou desse jeito. Hotch e Rossi estavam com ele, desamarrando Penelope tão freneticamente quanto conseguiam.

— Precisamos da ambulância agora! – Hotch gritou. – Por favor Garcia você precisa aguentar.

— Aaron! – Dave gritou. – Ela está perdendo muito sangue aqui.

— Droga Penelope. – Hotch começou a pressionar ainda mais a ferida. – Não morra.

— Baby Girl. – Derek a ajudava também. – Eu não posso mais negligenciar você. Eu preciso de você.

— Ela não está respirando! – Dave gritou. – Ela não está respirando!!

— Reaja Garcia! – Hotch pediu. – Derek, faça respiração boa a boca agora!

Derek abaixou a cabeça e a beijou ao mesmo tempo que levava ar para ela. Hotch e Rossi faziam compressões, enquanto Reid, JJ e Emily tramavam a morte de Kevin em segredo.

— Se ela morrer. – Reid estava claramente o ameaçando. – Eu mesmo te mato.

— Está me ameaçando, Agente Reid? – Kevin perguntou. – Eu vou registrar uma queixa.

— Vai precisar de testemunhas, Lynch. – Emily zombou. – Eu e minha amiga não vimos nada. Não é JJ?

— Nenhuma cena. – JJ disse.

Haviam se passado quase quatro horas desde que Penelope foi levada para a emergência e para a cirurgia. Eles conseguiram traze-la de volta, porém o medo de todos estava evidente.

Eles estavam cansados de tudo o que estava acontecendo. Seis horas desde que Kevin a levou. Seis horas em que ela ficou com ele terminou aqui. Haviam se passado mais quatro desde que ela entrou em cirurgia e nenhuma noticia.

Um homem mais velho e cansado apareceu no corredor e deu um sorriso fraco. O grupo se reuniu rapidamente e estavam prontos para qualquer coisa.

— Ela vai ficar bem. – Ele foi direto. – Nenhum órgão foi verdadeiramente atingido e apesar de ela morrer lá eu creio que ela vai ficar bem.

— O que quer dizer? – JJ foi a primeira a perguntar. – Ela morreu lá. Por que?

— Choque é o mais provável. – Ele respondeu. – A colocamos na UTI. A recuperação é mais rápida. Ela pediu por Derek Morgan. Seria possível localizar ele?

— Eu sou Derek Morgan. – Derek saiu de trás. – Eu posso ver ela?

— Você pode ficar lá com ela. – O médico sorriu para Derek. – Ela repetiu algumas vezes seu nome enquanto a colocávamos lá. Ela vai gostar de ver você.

Derek sentiu seu coração se colar com aquelas palavras. Penelope precisava dele e ele estaria com ela assim que seus belos olhos abrissem. Apesar de ela estar em uma UTI, ela nunca parecia mais bonita do que antes.

Cabelos soltos pelo travesseiro do hospital, sem maquiagem e com o vestido do hospital. Se essa fosse a visão que ele teria se eles se cassassem, ele ficaria feliz.

Kevin foi medicado e levado para a cadeia. Ele não conseguiu nada do seu plano de separar Penelope de Derek. Ela estava com Derek e ele estaria atrás das grades por muito tempo.

Ela ficou dois dias dormindo. Não que Derek se importasse. Isso significava que ela estava se curando. Quando seus olhos se abriram, ela apenas olhou ao redor da sala.

Sentindo a mão de Derek na dela, ela o olhou e ganhou um sorriso. Ela sabia naquele momento que tudo iria ficar bem.

Na semana que ela ficou internada, Derek nunca saiu do seu lado. Eles limparam qualquer dúvida e resolveram começar a namorar. Era uma felicidade comum na equipe.

Kevin foi condenado a prisão perpetua por sequestro, tortura e tentativa de assassinato. Ele nunca mais veria a luz do sol outra vez. Uma Vez que todos os recursos estavam fora de questão, ele apenas aceitou que estava ferrado. Ele leu no jornal sobre o casamento de Derek e Penelope.

Então ele se perguntou se isso tudo valeu a pena. Não valeu a pena se ele estava aqui e ela estava feliz com o homem que era apaixonado por ela.

Conforme os anos iam passando, ele não tinha construído nada. Uma carreira arruinada, uma vida destruída e a mulher que ele queria não era dele. Ele se acomodou na sua cela e esperou que um dia tudo acabasse.


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