New Habits - TAEGI escrita por TheFuckingWriter


Capítulo 1
A Simple Ride




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           O som das batidas na porta estava mais forte e o chamado mais intenso, eu não tinha escolha, teria que levantar.

            – Yoongi, se você não sair agora vai chegar atrasado. – Disse minha mãe. – De novo.

            Me livrei das cobertas que me envolviam até a cabeça e fiz uma careta. Não havia nada nesse mundo que eu odiava mais do que acordar cedo.

            Fui até o banheiro e lavei o rosto. Por um breve segundo me encarei no espelho acima da pia.

            – Que merda. – Praguejei.

            Gostaria de saber se um dia eu iria acordar milionário, com alguém me entregando um cheque com vários dígitos para ser depositado em minha conta. Pensar nessa possibilidade me dava esperança, mas eu jamais teria essa sorte.

            Até porque se tem uma coisa que eu definitivamente não tenho é sorte.

            Desci as escadas e encontrei meus pais na mesa junto a minha irmã mais nova.

            – Cadê ele? – Perguntei enquanto pegava uma torrada.

            – Ele já foi, pois ao contrário de você, ele é um bom funcionário. – Minha mãe respondeu sem olhar para mim.

            Já não bastava ouvir esse tipo de coisas sem “ele” morar aqui, mas agora que o maldito se mudou para cá, meus pais viviam me comparando a ele e isso me deixava profundamente irritado.

            “Ele” se trata do meu primo Hoseok, que se mudou para minha casa no começo do ano devido a sua faculdade. O garoto era extremamente idiota e infantil, não sei nem como ele conseguiu entrar em uma universidade.

            Mas apesar de todo esse descarregamento de ódio sobre o garoto, éramos bem amigos, ainda mais agora que ele conseguiu uma vaga no mesmo local que eu trabalho, então eu não só o vejo em casa como fora dela também.

            Meu queridíssimo emprego era em uma gráfica que ficava próxima a universidade em que Hoseok estudava. Iria completar um ano que eu estava lá no fim deste mês.

            Grande conquista.

            Acredito que para alguns seria um tanto quanto frustrante ter que tirar cópias de inúmeros trabalhos de faculdade, contas a pagar e cheques de pagamentos que eu jamais sonharia em receber. Mas honestamente? Eu não ligava pra nada. Sempre fui assim, acho que é tarde demais para mudar.

            Meus pais sempre apontaram isso como um problema, dizem que estou sempre desmotivado e sem ambições, que não tenho sonhos ou objetivos a atingir. Mas eles estão incrivelmente equivocados. Eu tenho um sonho e eu já disse qual é.

            Acordar com alguém me entregando um cheque para que eu me tornasse um milionário.

            É um ótimo sonho. E ninguém precisa ter mais do que um sonho, certo?

            Abri a porta do estabelecimento e o Senhor Wang veio em minha direção com um olhar furioso e eu tive a certeza de que a bronca seria inevitável. O homem era tão baixo e desengonçado que chegava a ser fofo.

            – Yoongi! Você está atrasado de novo! – Ele exclamou.

            – Me desculpe, Yoonsik. – Me curvei.

            – Não me chame pelo primeiro nome! – Ele me bateu com o jornal que segurava. – Tenha mais respeito, eu sou seu chefe.

            Suspirei e fui até os fundos colocar meu uniforme. Ao entrar no cômodo, Hoseok estava lá.

            – Por que não me acordou? – Perguntei enquanto lhe dava um tapa nas costas.

            – Ai! – Ele gritou enquanto passava a mão no local que eu acabara de bater. – Eu te chamei umas 20 vezes, você simplesmente fingiu não escutar como sempre.

            Não me lembro disto, mas de fato soa como algo que eu faria.

            Me debrucei sobre o balcão e esperei os clientes entrarem. Ainda era cedo, mas eu sabia que daqui alguns minutos o lugar iria lotar.

            E, como sempre, eu não estava errado. Quando o relógio está perto das sete da manhã os alunos da universidade que ficava a algumas quadras para baixo surgiam na porta do estabelecimento.

            Não demorou muito para que Namjoon chegasse.

            Ele era meu amigo mais próximo, que me irritava a maior parte do tempo, mas eu relevava na maioria das vezes.

            – Bom dia, Suga. – Ele disse após tirar o pirulito da boca.

            Não sei porque, mas ele me parecia andar com um estoque de pirulitos na mochila, pois acredito que nunca o vi sem um na boca.

            – Bom dia pra quem? – Respondi enquanto entregava as cópias de um documento qualquer para uma garota que me olhou torto devido a frase que soltei para meu amigo.

            Ele revirou os olhos e começou a olhar em volta à procura de algo.

            – Não tem ninguém aqui interessado em você, não se dê ao trabalho de procurar. – Falei.

            Namjoon era um dos maiores galinhas que eu já havia conhecido, o garoto parecia estar cada dia com uma pessoa diferente, era incrível e repugnante ao mesmo tempo.

            – Como sabe? Aposto que aquele seu priminho iria adorar minha companhia. – Ele disse com um sorriso forçado.

            – Você me dá nojo, cara.

            Eu sabia que nada iria rolar entre os dois, ele só queria me provocar mesmo.

            – Mas não é disso que estou atrás, é que pedi um caderno emprestado de uma garota da minha sala e ela disse que me encontraria aqui para que eu tirasse uma cópia.

            – Não quero nem saber de qual forma você vai retribuir esse favor.

            Ele sorriu e se afastou, se aproximando de uma garota que havia entrado que provavelmente seria a colega de sala que ele acabara de mencionar.

            Eu honestamente não entendia meu amigo. Na verdade, não entendia quase ninguém.

            Ele parecia sentir uma necessidade imensa de estar com alguém, por mais que não haja sentimento algum, só o fato de ter alguém ao seu lado o trazia satisfação.

            Eu nunca fui assim, nunca senti esse tipo de vontade.

            Não que eu me orgulhe disto, mas eu nunca havia beijado alguém. Isso porque eu nunca senti vontade de fazê-lo.

            Meu primo diz que sou assexual, e talvez ele esteja certo, mas nem para esse tipo de coisa eu tinha interesse, não queria saber se eu era ou não assexual, tinha outras coisas para pensar, como por exemplo quanto tempo ainda falta para eu poder ir embora dormir.

 

 

[...]

 

 

            O despertador tocou e eu fui capaz de ouvi-lo. Isso é um bom sinal, significa que não chegarei atrasado hoje.

            – Acorda, Hoseok. – Sacudi o ombro do garoto que dormia na cama ao lado da minha.

            Até meu quarto havia mudado por causa dele, agora tinha duas camas e parecia menor do que já era.

            Ele bocejou e abriu um dos olhos para me encarar.

            Fui até o banheiro, lavei meu rosto, escovei os dentes e me olhei no espelho.

            – Mais um dia. – Disse baixo o suficiente para que só eu ouvisse.

            Desci as escadas e trombei com a pequena Seyeon que me bateu com seu ursinho de pelúcia por ter atrapalhado seu percurso. Minha irmã estava se tornando uma pirralha mimada.

            Preparei um chá qualquer que estava sobre a mesa e em seguida separei alguns doces para levar para o trabalho. Era sempre bom ter guloseimas para passar o tempo lá.

            Saí para fora de casa afim de dar uma olhada no tempo, para checar se precisaria ou não levar guarda-chuva, quando notei um caminhão de mudanças na residência da frente.

            Eu nem sabia que as pessoas que moravam ali haviam se mudado. Na verdade, nem sabia quem morava ali antes.

            Pressionei os olhos afim de enxergar quem eram os novos moradores e consegui notar que se tratava de uma família.

           Uma mulher de meia idade e dois garotos. Um provavelmente da minha idade e um pequeno, pouco mais velho que minha irmã.

         O garoto notou que eu os encarava e ficou parado com uma das caixas da mudança nas mãos. Ele abaixou a máscara que usava e sorriu.

            Me virei imediatamente e entrei. Dei de cara com Hoseok assim que abri a porta.

            – O que aconteceu? – Ele perguntou com o cenho franzido.

            – Nada, vou pegar as chaves do carro.

            Fui até a sala de estar e procurei pelas chaves, que estavam fora do lugar como sempre, o que me tomou alguns minutos até acha-las. Eu nem precisaria pensar muito para saber que fora Hoseok que usara o carro ontem e as jogou em qualquer canto quando chegou.

            Já estava pronto para xingá-lo, mas quando abri a porta, ele estava na calçada de casa, conversando com o nosso novo vizinho.

            Engoli em seco.

            Eu odiava conhecer novas pessoas, isso porque eu sempre ficava tímido e a situação acabava sendo embaraçosa.

            Andei em passos silenciosos até o carro para que não me notassem, mas como eu já havia dito, não tenho sorte em nada.

            – Yoongi, venha cá. – Hoseok me chamou e eu revirei os olhos enquanto ainda estava de costas para eles. – Temos novos vizinhos.

            Me virei e andei até eles, inexpressivo como sempre.

            – Olá. – O garoto disse com um sorriso no rosto. – Sou Kim Taehyung.

            Ele estendeu uma das mãos para que eu o cumprimentasse.

            Que garoto estranho. Quem com menos de 30 anos ainda faz isso?

            Retribui o aperto e assenti com a cabeça.

            – E você é...? – Ele disse enquanto ainda estávamos com as mãos encaixadas.

            – Yoongi. Achei que havia ouvido quando ele me chamou. – Apontei para Hoseok.

            Isso soou rude, mas realmente não fora a minha intenção.

            O garoto diminuiu o sorriso e concordou comigo.

            Bom, eu avisei que acabaria gerando uma situação constrangedora porque apesar dos 20 anos, acho que ainda não aprendi a ser socialmente agradável.

            Os dois ainda conversaram sobre algo que não prestei muita atenção e finalmente se despediram.

            Não adiantou em nada eu ter acordado cedo, pois devido a simpatia de meu primo, iríamos chegar atrasados.

            – O que achou dele? – Hoseok perguntou enquanto estávamos a caminho da gráfica.

            – Não achei nada.

            – Meu deus, você sabe conversar? Sabe continuar um assunto ou sempre corta involuntariamente? – Ele falava com uma voz estridente afim de me irritar.

            – O que você achou dele? – Perguntei da maneira mais sarcástica possível.

            – Bom, a primeira coisa que notei foi o quão bonito ele é. – Sacudi a cabeça em negação. Eu odiava quando ele falava esse tipo de coisa perto de mim. Ele sabe que odeio falar sobre garotos ou garotas, tanto faz. – E parece ser engraçado também, mas achei ele bem infantil.

            – Me parece que vocês nasceram um pro outro então.

            – Eu sei que você tentou me ofender, mas acabou de dizer que sou bonito. – Ele sorriu e colocou as mãos na cintura.

            – Era óbvio que esta parte não contava.

            – Você não pode mais voltar atrás, já foi dito! – Ele exclamou enquanto colocava o polegar em meu rosto, mas eu o afastei com um tapa.

            Fomos escoltados pelo Senhor Wang novamente e ele ainda disse que eu estava conseguindo levar meu primo para o mal caminho, já que era a primeira vez que ele chegava atrasado desde que havia começado a trabalhar.

            No horário de pico, Namjoon chegou junto com os outros estudantes da universidade. Mesmo que não houvesse nada para fazer, ele sempre vinha até a gráfica me encher o saco.

            Tínhamos conversas rápidas e descontraídas e ele logo saía para as aulas de negócios ou algo assim. Não sei exatamente o que ele faz, só sei que parece ser bem sem graça.

            Pouco antes de sair meu amigo me chamou a atenção na porta.

            – Yoongi, acho que vou na Jaesu hoje? Quer ir também?

            Jaesu era uma grande moradia estudantil onde alguns jovens costumavam se encontrar. Diziam que lá rolava de tudo, e normalmente, as pessoas que frequentavam este lugar eram mal vistas, mas convenhamos que Namjoon não é de se importar com o que os outros dizem sobre ele.

            – Você sabe a resposta. – Respondi.

            – Você precisa ir! Tenho certeza de que vai gostar. – Ele insistiu.

            – E eu tenho certeza de que não vou gostar. – Disse enquanto dava a volta no balcão de atendimento.

            – Você é realmente chato. Fazem anos que nos conhecemos e nunca saímos juntos uma única vez! – Ele exclamou.

            – Eu não gosto de sair, você sabe disso. – Agora eu estava atrás de meu amigo, o empurrando para que saísse logo do estabelecimento.

            – Você é um tédio, Yoongi!

            O encarei da porta enquanto o garoto corria em direção ao campus.

            Eu nunca havia parado para pensar sobre isto, mas eu realmente nunca havia saído com Namjoon e a minha vida realmente era um tédio absoluto.

            Na verdade, as pessoas dizem isso, mas eu não acho, gosto da vida que tenho e não mudaria nada nela.

            Fechei a porta e voltei ao meu posto, o dia ainda seria longo e haviam pessoas esperando por mim na fila da copiadora.

 

 

[...]

 

 

            Tive meu cobertor puxado por Seyeon, o que fez com que eu me assustasse e ela se curvasse rindo devido a minha reação.

            – Seyeon, por que fez isso? – Perguntei com um tom rígido na voz.

            – A mamãe pediu para que eu te acordasse. – Ela apontou para o relógio. – Você está atrasado.

            Me levantei correndo a procura de roupas decentes, visto que estava de pijama, e comecei a passar a mão pelos meus cabelos afim de deixá-los menos emaranhados.

            Notei que, mais uma vez, Hoseok havia saído sem mim, o que me deixou irritado novamente.

            Vesti um calçado qualquer e nem tive tempo de tomar café, apenas peguei as chaves do carro e corri.

            Ao sair de casa, dei de cara com o vizinho novo na porta da frente, prestes a tocar a campainha. Ele me encarou assustado, mas não sabia exatamente se fora porque abri a porta bem na hora que ele chegara ou pela impressão que eu havia passado ao garoto da última vez que nos falamos.

            – Posso ajudar? – Perguntei.

            Ele limpou a garganta e desceu a mão que estava próxima a campainha, colocando-a o bolso da calça.

            – Na verdade, sim. Você trabalha perto da universidade, certo?

            – Sim, como sabe? – Franzi o cenho e cocei a cabeça. Estava ficando impaciente, pois o garoto só estava me deixando mais atrasado.

            – Hoseok me disse aquele dia. É que eu vou começar a frequentar aquela universidade agora, hoje seria meu primeiro dia. Eu sei que já fazem algumas semanas que as aulas começaram, mas devido a mudança acabei não conseguindo ir antes. – Ele falava enquanto sorria.

            – Parabéns. – Mais uma vez havia soado sarcástico ou apático, mas era apenas meu jeito, espero que ele entenda.

            Acabei por desviar do garoto que ainda permanecia parado em minha frente e fui em direção ao carro.

            – Yoongi. – Ele me chamou e eu parei de caminhar. – Eu ia pedir uma carona, se você não se importar, é claro.

            Eu me importava. Eu nem o conhecia, por que ele pensou que seria uma boa ideia me pedir carona?

            Se bem que meu trabalho é perto do campus, eu iria passar por lá de qualquer forma.

            Já faziam alguns segundos desde que ele perguntara e eu não havia nem me virado para ele, nem respondido à pergunta.

            – Está tudo bem, não quero te atrapalhar. Desculpe. – Ele disse finalmente e pude notar uma certa mudança em seu tom de voz. Parecia chateado.

            Me virei para ele, mas o garoto já estava de costas para mim, indo em direção contraria a minha casa.

            Bom, pelo menos eu tentei. De certa forma.

            Consegui chegar menos atrasado do que achei que chegaria e entrei correndo para que meu chefe não me visse.

            Vesti o uniforme rapidamente e fui para trás do balcão. Me aproximei de Hoseok que atendia um grupo de garotas e me inclinei afim de segredá-lo algo.

            – Por que você contou para aquele garoto que eu trabalhava aqui? – Perguntei.

            – Que garoto? – Ele me encarou confuso.

            – O vizinho da frente.

            – Ele se chama Teahyung e você sabe disso. Eu não contei a ele que você trabalha aqui, eu contei que nós trabalhamos aqui. – Ele entregou os papeis as garotas e se virou para mim em seguida. – Por que está perguntado isto agora?

            – Porque ele me pediu carona hoje porque sabia que eu trabalhava perto do campus.

            – E você deu?

            – Não.

            A face chocada de Hoseok me deixou confuso, ele revirou os olhos e começou a fazer sinal de negação com a cabeça.

            – Por que não? Não custava nada, Yoongi.

            – Porque nós nem nos conhecemos.

            – Vocês se conhecem, ele nosso vizinho. Às vezes me surpreendo com o quão egoísta você pode ser.

            Ele se afastou, fingindo que fora atender outros clientes, mas eu sabia que ele só fizera aquilo para encerrar aquela discussão.

            Estava cansado de ouvir meus amigos e família me julgando. Como ele ousa dizer que sou egoísta? Eu cedi parte do meu quarto para ele.

            Não foi como se eu tivesse negado a carona a Taehyung, eu simplesmente demorei demais para responder e ele interpretou errado.

            Fechei os olhos e enterrei o rosto nas palmas das mãos. A quem eu queria enganar? Eu iria negar a carona mesmo se ele tivesse esperado eu me virar.

            Será que sou de fato uma pessoa egoísta? Sei que não, só não gosto de estender meu círculo social. Talvez seja por isso que minha vida anda tão entediante.

            As únicas pessoas que converso são meus pais, irmã, Hoseok e Namjoon. Só tenho dois amigos, isso não pode ser normal.

            Talvez eu devesse ir a Jaesu.

            Talvez eu devesse dar carona para Taehyung.

            Com certeza eu deveria ter dado carona a ele, porque esse sentimento de arrependimento está me consumindo por dentro desde hoje de manhã.

            O garoto foi tão simpático e meigo nas poucas palavras que trocamos, e ouvi-lo se desculpar-se por apenas ter pedido algo tão simples a mim foi de cortar o coração.

            Yoongi, você é realmente um monstro.

            Minha autopunição foi interrompida por Namjoon, mas acabei dispensando-o mais rápido do que o normal, visto que não estava no clima.

            Trabalhei em silencio e fui o último a sair, fiquei responsável de fechar a gráfica.

            No exato momento em que eu girei a chave na porta, ouvi passos se aproximarem, como se alguém corresse até mim. Olhei para meu lado esquerdo e o vi ofegante.

            – Droga! – Taehyung exclamou apoiando as mãos nos próprios joelhos devido ao cansaço.

            O encarei confuso e ele sacudiu os papéis que tinha na mão.

            – Eu tinha que tirar cópia desses documentos para regularizar a minha matrícula, mas acho que é tarde demais. – Ele disse enquanto se endireitava.

            Mordi o lábio inferior sentindo que estava prestes a tomar uma decisão totalmente contra a minha natureza. Girei a chave para o lado contrário e abri a porta.

            – Ainda dá tempo. – Entrei e o garoto sorriu enquanto me acompanhava.

            Fui até a máquina e esperamos em silencio enquanto ela ligava. Aquele pareceu o minuto mais longo da minha vida.

            Estendi uma das mãos e o garoto me entregou os papéis. O serviço foi rápido, graças aos deuses, e logo estávamos de novo para fora do estabelecimento.

            – Obrigado mesmo, Yoongi. – Ele se curvou.

            – Não foi nada. É o meu trabalho, literalmente.

            Ele deu um breve riso e eu não entendi porque. Não foi uma piada, era meu trabalho mesmo.

            – Até mais então. – O garoto acenou e começou a caminhar.

            Mais uma vez eu sentia algo martelando em minha cabeça, fiz de tudo para tentar ignorar, mas não consegui.

            – Taehyung. – Ele olhou para trás confuso. – Eu te dou carona.

            O garoto apressou o passo até mim e olhava para baixo, tentando disfarçar um sorrisinho tímido que eu ainda conseguia ver.

            Yoongi, você passou de monstro para um grande idiota.


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