My Sugar Daddy escrita por Regina Ciccone


Capítulo 6
Mais do que altas gorjetas




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Meu salário era razoavelmente bom para ser o salário de uma aprendiz de garçonete, e mesmo ganhando o resto do troco de alguns clientes e gorjetas altas de outros que me davam notas de cinquenta reais como "prêmio" por -segundo eles- eu ter atendido com maestria e simpatia, não bastava para complementar a renda lá em casa.
Mamãe arrumou um namorado e em questão de meses, ela saiu de casa para ir morar com ele, deixando toda a responsabilidade de casa inteira só para mim. Como esse namorado morava longe, a distância entre nós duas contribuiu naturalmente para o nosso afastamento físico e emocional, e não demorou muito para a dificuldade financeira chegar ao meu lar. Comecei a tomar algumas medidas drásticas, como por exemplo: economizar na dispensa e fazer apenas uma refeição por dia, cancelar a linha telefônica e ir mais vezes a pé para o trabalho, pois nem sempre eu tinha o dinheiro da passagem do ônibus.
Sabendo do meu sufoco, Catarina sugeriu que eu fizesse a mesma coisa que ela estava fazendo a quase um ano:
— Você já pensou em ser uma sugar baby? - Perguntou-me.
— Sugar... o quê?
— Uma sugar baby.
— Qual curso eu tenho que fazer para me tornar isso?
— Como você é inocente, Anna Letícia! Os sugars são jovens que são "patrocinados" por pessoas mais velhas que desejam ser sugar daddies ou sugar mamas de alguém.
— Da onde você tirou isso, Catarina?
— Não tirei de lugar nenhum. Muita gente não sabe, mas a cultura de ser sugar é muito comum na Europa e nos EUA, por exemplo. Vai completar um ano que eu sou uma sugar baby.
— E o que exatamente essa pessoa mais velha faz?
— Bom, o meu sugar daddy me "patrocina"... em outras palavras, me banca... com roupas caras, algumas joias, passeios bacanas, pequenas viagens, jantares em restaurantes cinco estrelas e o mais legal, uma vida social de alto nível.
— Ele te banca com tudo isso e você tem que trabalhar de fazer sanduíche no Panini? Ah Catarina, conta outra história!
— Você acha que eu estou mentindo, né? Mas de onde você acha que eu consegui a minha bolsa da Carmen Steffens? Óbvio que foi com o meu sugar daddy, pois só ele tem condições de me proporcionar isso. Aliás, os daddies bancam pequenas coisas legais, mas eles não sustentam uma pessoa em 100% tudo, é exatamente por isso que eu continuo trabalhando no Panini.
Nesse dia fechamos o Panini conversando sobre as vantagens e as desvantagens de ser uma sugar baby.
Mesmo com o dinheiro da passagem do ônibus no bolso, preferi voltar a pé para casa e pensar melhor no assunto durante o caminho. Chegando em casa e girando a chave na porta, pensei "Não, definitivamente não! Sair com alguém só para ter um par de sapatos novos e um prato de comida refinado é loucura!"
Eu tinha passado o dia inteiro sem comer e estava louca para preparar o jantar e matar a minha fome com a única refeição do dia, mas meu pensamento repulsivo de ser uma sugar baby mudou quando vi que dentro do pote havia somente três grãos de arroz espalhados no fundo. "É... não seria uma má ideia encontrar um cara legal para me levar comer fora de vez em quando."


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