Viva la Vida escrita por whatsername


Capítulo 2
Whatsername


Notas iniciais do capítulo

Oii de novo!!
Viu, eu nem demorei muito.
O cap de hj tá beeem longo, se preparem.
Esses dois primeiros caps são de introdução, então eles são um pouco mais parados, mas agora eu já consegui introduzir a história e os personagens (a maioria), então vai os próximos caps vão ser mais fluidos. Eu acho que eu talvez dê uma leve trolada em alguns que vão achar uma coisa mas vai ser outra. Não é minha intenção, mas não tem como ser de outro jeito kkkk. Não é nada chato, vai ser meio divertido, acho. Quem perceber, percebeu.
Bom, continuando. Obrigadaaa Cor da Letras pelo comentário maravilindo, ele me incentivou a escrever esse cap o mais rápido possível, vc é uma diva.
Se você leu e achou que deve falar algo (elogio ou crítica construtiva), deixe seu comentário. Acompanhe e favorite se quiser também, não custa nada.
Vou parar de pechinchar e que já tá chato.
2bj e tchau.



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Maya
  Ainda meio estática no chão do aeroporto, começo a rapidamente analisar a minha host family pessoalmente.

 Os Long têm cabelos escuros e a pele branca, os quatro muito altos. Long, no caso, é o sobrenome da minha host family.

Uma listinha breve pra vocês não boiarem:
Adam Long - meu "pai'.
Olivia Long - minha "mãe".
Charlie - minha "irmãzinha" de 3 anos, que agora vejo que é ainda mais fofa pessoalmente.
Nicholas - meu irmão, que tem a minha idade (na verdade, ele é teoricamente alguns meses mais velho, uma vez que já fez 18 anos).

Durante meus curtos segundos de assimilação de que eu realmente estou na Inglaterra e de que as pessoas com quem vou viver pelos próximos 12 meses estão bem na minha frente, Henrique me cutuca para que eu continue andando e saia do meu breve estado de estupor.

Enquanto ando, literalmente, em direção ao meu futuro, Henrique pega em minha mão e a aperta levemente, em um gesto reconfortante. Aperto a sua em resposta.

Ao chegarmos em frente a "nossa" host family, vejo os sorrisos iluminando os rostos de todos eles e logo sou contagiada pela alegria deles, esquecendo meu nervosismo momentâneamente.

 -Oi! - todos nós seis dizemos em uníssono e então rimos da nossa própria sincronia, iniciando uma sessão de abraços.

Quandoa Charlie se agarra ao pescoço com um sorriso maior do que eu achei que fosse possível para seu rostinho minúsculo, quase infarto de fofura.

Henrique não reage de modo muito diferente e me seguro para não rir da cara de fascinação que ele faz ao vê-la. 

Agora que estou de fato na frente  todos, noto agluns detalhes. Ao abraçar Olivia (que eu já considerava muito mesmo antes de conhecer pessoalmente, porque além de me acolher, ela também me ajudou muito com a papelada do intercâmbio, mesmo não tendo obrigação com isso) noto que ela é a que tem os cabelos mais claros dos quatro, sendo ele meio amarronzado. Nicholas, por sua vez, me deu um abraço animado, tão feliz quanto eu por, depois de tantos meses nos falando online, termos finalmente nos visto de verdade. Percebo que ele tem os cabelos mais escuros que eu possivelmente já vi na vida, detalhe que passou despercebido em nossas conversas via Skype, suas madeixas fazendo um contraste grande com o tom de sua pele, que é pálido pra caramba. Adam, que eu já conhecia por ter um humor aflorado, me cumprimenta com um abraço caloroso e uma piada que ele tira naturalmente da manga.

Depois dos cumprimentos, Nicholas e Adam insistem em levar minhas malas (bem que eles dizem que os ingleses são educados), e eu, derrotada, deixo.

Olivia fala, com Charlie pendurada em seu braço:

—Imaginamos que vocês chegariam mortos de fome e cansaço, então eu já deixei a comida pronta e também os quartos de vocês arrumados. Se quiserem desfazer as malas ainda hoje, fiquem à vontade, mas caso prefiram dormir, os quartos estão prontos; sei que a viagem deve ter sido exaustiva - ela diz ostentando um sotaque tipicamente britânico com seu jeito fofo e não posso deixar de lhe lançar um olhar agradecido.

Eu tô morta de cansaço.

Se fosse permitido, eu poderia deitar nesse chão mesmo e hibernar até a próxima década.

Henrique não está muito diferente, o que me impressiona, já que ele sempre tenta parecer o mais imaculado e perfeito possível, mas agora seus cabelos estão desarrumados e ele olha distraidamente ao redor, carregando sua mala de modo desleixado.

Depois de todo o processo do intercâmbio no aeroporto, vamos ao estacionamento e entramos no carro dos Long, uma Suburban.

Os olhos do Henrique quase saltam pra fora quando ele vê o carro e ele praticamente segura as próprias mãos para que elas não iniciem uma perícia detalháda do automóvel.

Lá dentro, Charlie fica na cadeirinha e eu me sento entre Henrique e Nicholas, sendo logo envolvida numa conversa animada.

—Então, como é lá no Brasil? - pede Charlie ainda com algumas palavras se dobrando sobre as outras.

Henrique, mestre da gringa, entende rapidamente o que ela tenta falar e responde:

—É bem legal, Charlie. Às vezes tem uns caras maus que tentam roubar sua carteira, mas nós tentamos ver as coisas de um jeito positivo. - diz ele, se segurando pra não envolver a palavra "memes" na frase.

—Ah sim, os memes - fala Nicholas, que parece já ter testemunhado a zoeira brasileira. - Eu gosto daquele carinha cantando "You're Beautiful",do James Blunt, de um jeito estranho na praia.

Rimos, já sabendo ao que ele se refere.

—Não querendo bancar o tiozão chato, mas vocês já avisaram seus pais que chegaram sãos e salvos na "Terra do Chá"? - pede Adam com seu jeito brincalhão.

Henrique diz que sim, que ele avisou nossos pais assim que o avião pousou.
O resto do trajeto é repleto de risadas e brincadeiras, com uma dose de fofura quando Charlie começa a reclamar que quer seu achocolatado.

Depois de uns quarenta minutos atravessando a movimentada Londres, chegamos a uma área mais afastada do centrão, onde eles moram. O bom é que como tudo é muito prático, temos tudo basicamente perto de casa. Até a escola a que eu vou não é em uma das partes mais "cheias" de Londres. São só alguns minutos de metrô.

Ao chegarmos em casa, vejo pela primeira vez ao vivo e a cores a número 505 da rua Signature, uma casa de dois andares tipicamente britânica, tão bonitinha que eu tenho vontade de me deitar no quintal e dormir ali mesmo.

Cara, meus instintos de sono tão que tão. Se eu tô pensando em cair dura na grama de um quintal, imagine quando eu vir minha cama.

Entramos na casa e tudo é tão bonito quanto do lado de fora. É simples mas ao mesmo tempo aconchegante.

Tão aconchegante que você já tá querendo dormir aqui no chão mesmo, né minha filha?

Minha consciência ataca com força e dou a língua para ela mentalmente. Depois de fazer um tour rápido pelos principais cômodos da casa, Olivia fala para ficarmos à vontade e pede pra Nicholas nos mostrar nossos quartos.

Ele, que tirou o moletom que estava usando apesar do calor, sorri para nós e faz um sinal para o seguirmos para o segundo andar. Subimos a escada (que liga a sala de TV ao corredor no qual eu suponho em que estejam os quartos) e chegamos ao andar de cima.

Minha suposição sobre o corredor abrigar os quartos estava certa, já que três portas estão no lado esquerdo do corredor e duas no lado direito, sendo que uma das do lado esquerdo é o banheiro, pelo que Nicholas nos diz.

Ele vai pontuando ao que as portas levam, explicando que os nossos quartos são ligados por uma porta, e um deles tem um banheiro aclopado. A segunda porta do lado direito é a do quarto do Nicholas e a primeira do lado esquerdo é da Charlie, a segunda é do Adam e da Olívia e a terceira é o outro banheiro.

 Eu olho para o meu irmão com um olhar guerreiro ao mesmo tempo que ele olha para mim com uma expressão feroz.

—Par! - digo,em português mesmo.

—Ímpar! - ele me olha como se já tivesse ganhado.

Chacoalhando as mãos nos encarando desafiadoramente enquanto Nicholas nos olha como se fôssemos doidos.

Jogo sete.

Henrique joga três.

Enquanto ele ainda está contando, já estou comemorando a vitória.

—Ah, que porcaria! - ele se autocorrige antes de soltar um palavrão, e vai porcaria mesmo. Ele, desde sempre, tem uma política de não falar palavrão na minha frente por algum motivo desconhecido.

Rio na cara de fracassado dele enquanto ele me olha com uma expressão do tipo "vai ter volta".

Olho então para Nicholas, que ainda ostenta uma cara de "vou fugir enquanto dá".

Explico para ele brevemente que eu e meu irmão acabamos de fazer um joguinho para decidir quem ficaria com a suíte, e que eu ganhei.

Ele ri e me parabeniza, me conduzindo ao meu novo quarto.

Henrique vem logo atrás, inconformado.

A parede oposta à da porta é coberta por uma cortina toda branca, mas ela tecnicamente não é bem uma parede e sim uma janela, já que é toda feita de vidro. A cama fica na parede do meu lado direito, parede essa que é pintada de cinza, diferentemente do resto do quarto, que é branco. Na parede do lado oposto da cama tem uma escrivaninha, com uns negocinhos pra pôr caneta e lapiseira dentro. Em cima da escrivaninha, a parede tem uns nichos pra eu colocar livros, filmes, CDs, etc.

Quase choro, de tão bonitinho que tudo é. Claro que ainda não está decorado e não dá pra distinguir muito bem se é um quarto masculino ou feminino, o que eu acho que era a intenção mesmo, porque podia ser tanto meu quanto do meu irmão.

—Obrigada! - falo pro Nicholas, que sorri e fala que eu posso começar a organizar minhas coisas a hora que quiser e como eu quiser.

Henrique, que foi dar uma olhada melancólica no banheiro, agora está parado olhando seu próprio quarto e ostenta um sorriso de satisfação.

 -Aqui é bem bonito - fiz, provocando.

—Aqui também - dou meu melhor sorriso e vou olhar o banheiro, porque né, é o banheiro que vou usar no próximo um ano.

É... bem normal, acho. Quer dizer, não tem muito o que falar de um banheiro, tem?

Pra não passar em branco: o saneamento parece bom.

Saio e dou uma espiada do quarto do Henrique pela porta, e penso que não seria tão ruim ter ficado lá, já que, apesar de não ter banheiro, ele é maior. A organização e parecida com a do meu quarto, mas a parede da cama é toda preta e ao invés de nichos, são prateleiras. A escrivaninha também é cinza ao invés de branca.

—Bom, acho que é isso. Se vocês precisarem de algo, podem avisar que nós ajudamos. Vou deixar vocês fazerem... - ele fica meio confuso e passa as mãos no cabelo negro, o bagunçando mais - o que tiverem de fazer.

Com isso, ele nos dá um sorriso reconfortante e sai, indo pro andar debaixo.

Olho pra Henrique.

—Você quer arrumar as malas ou o quê? - ele pede, esfregando os olhos de sono e então passando a mão pelos cabelos, tentando ajeitá-los, já que percebeu que estava bagunçados.

—Acho que vou tentar arrumar minhas malas, mas não sei se vou conseguir - falo, apontando minhas olheiras.

Ele assente, começando a desfazer as suas.

Vou ao meu quarto e vejo a hora: quatro da tarde.

Me largo na cama de casal e começo a separar as roupas e a dobra-las, mas depois de uma meia hora devo ter caído no sono, porque a próxima coisa de que me lembro é de acordar no meio de várias pilhas de roupas, deitada em baixo das cobertas com um travesseiro confortável.

Abro os olhos lentamente, conforme  uma fraca luz do sol entra pelas cortinas grossas. 

Enquanto estou tentando lembrar onde estou, minha visão periférica capta um corpo à minha esquerda. Me viro assustada e já procurando uma arma para me defender, mas percebo que é só Henrique, esparramado numa poltrona bonita que só noto agora estar no meu quarto.

Ele está jogado lá no meio de várias roupas dobradas, uma no colo dele. Sua cabeça pende para o lado e ele tem a expressão de coma que a gente adquire quando não só dorme, mas hiberna.

Não vou falar muito, porque essa deve ser também minha cara agora. 

Enquanto assimilo que estou na Inglaterra e o choque me atinge realmente, a ficha caindo, uma vontade de rir de alegria e outra de chorar até desidratar me acomete.

Afasto a bipolaridade e penso, chegando à conclusão de que Henrique deve ter terminado de arrumar suas malas em tempo recorde (vocês vão perceber que ele é extremamente eficiente em quase tudo o que faz) e que viu que eu estava dormindo em cima das minhas roupas, aí ele me ajeitou na cama e terminou de dobrar as coisas pra mim.

Um amor fraternal extremo me envolve e tenho vontade de abraça-lo e nunca mais largar, mas a suprimo porque:

a) ele está dormindo e não quero acorda-lo.

b) ainda não o perdoei totalmente por não ter me acordado para o café da manhã no avião.

Eu? Rancorosa?

Nunca.

Vejo que são umas seis da manhã e decido levantar, apesar de a casa ainda estar em silêncio.

Se você está de perguntando se eu realmente dormi por umas treze horas e meia, a resposta é: sim, eu dormi.

Não me orgulho, mas o instinto falou mais alto. Vou silenciosamente ao banheiro, lamentando por minha roupa toda amassada (não tirei a roupa antes de dormir ontem, já que eu não estava tentando dormir, foi um acidente).

A primeira coisa que faço é tomar um belo de um banho, tentando não fazer muito barulho.

Depois da higiene pessoal, troco de roupa, pondo um moletom não muito quente para, já que em está uns 20ºC lá fora e uma calça jeans.

Depois, enrolo por mais um tempo, colocando as roupas no guarda-roupas, processo que leva muito tempo, já que tenho de fazer tudo na ponta dos pés pro Henrique não acordar, já que, como já mencionei, ele tem o sono mais leve que já vi.
***

Às sete e meia todo mundo começa a levantar, então depois de agradecer o Henrique por ele ter me ajudado com as roupas (ele disse que não foi nada) e de ter abraçado ele (esqueci o rancor do café da manhã no avião), desço para tomar café com todos.

Charlie está (de novo) tomando achocolatado, Nicholas usa uma blusa preta e calças jeans, com um coturno militar (ele parece não sentir calor nos pés), e os dois sorriem para nós quando descemos.

Sento ao lado do Nicholas e ficamos falando de coisas aleatórias com meu irmão e Charlie até que Adam e Olivia chegam

Eles já comeram e avisam que tinham programado para que fôssemos conhecer minha escola hoje e ver as coisas da faculdade do Henrique amanhã, já que não daria tempo de fazer os dois no mesmo dia. Fico feliz e animada, não tão apavorada com a possibilidade de uma nova escola, já que o Nicholas está no mesmo ano que eu, e já somos amigos, então não vai ser tão ruim, acho.

Nos arrumamos depois de comermos e todos embarcamos na Suburban (Henrique quase baba no carro parte 2).

A trajetória é marcada por conversas animadas e piadas (além de música do Arctic Monkeys que o Nicholas colocou, o que eu particularmente amei).

Ao chegarmos, vejo que a escola é grande e bonita, construída com tijolos cor de... tijolo mesmo, sabe? Aquele laranja meio estranho e bonito. Ela tem uns três andares, além de ser larga. É uma escola desde o sexto ano até o último ano do E.M, pelo que sei.

Todos entramos, e logo que pomos os pés lá dentro, brota (aparentemente do chão) uma garota bonita com um sorriso simpático na cara.

Ela vai se aproximando e vejo que tem cabelos loiros na altura da cintura, pele branca e olhos marrons. Deve ter a minha idade e parece ser bem legal.

Ela chega e logo abraça Nicholas animadamente, Charlie se pendura em seu pescoço e ela cumprimenta Olivia e Adam (que faz alguma piada interna com ela que tem algumas coisa a ver com um Chevette azul) com carinho.

Ela então olha para mim e para meu irmão, e diz com sotaque carregado:

—Oi, eu sou a Aya!


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Notas finais do capítulo

Oiii! Consegui ajeitar os parágrafos nesse capítulo, finalmente.
E aí, o que acharam da Aya?
Será que ela vai causar?
Talvez alguns de vocês tenham notado algumas semelhanças de uns personganss da fic com personagens de uns livros aí. Se notaram, falem nos comentários seus palpites que eu respondo se está certo ou não kkkk.
A história está tomando forma e a partir do próximo capítulo as coisas vão começar a andar.
Vou tentar postar o mais rápido possível, mas a escola me escraviza a cada dia mais (quem nunca?).
Desculpem qualquer erro ortográfico e me avisem se virem algum, por favor.
Deixem reviews, faz bem e não arranca pedaço
Bjss e obrigada por ter me aguentado até aqui!!



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