Casos de Família escrita por Thalita Moraes


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Hello! Espero que gostem do capítulo enorme. Pensei em dividir, mas faz mais sentido se ficar tudo num cap só.

Obrigada pela paciência com a minha pessoa, e nos vemos de novo lá no final o/



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                                                                      Era a última vez que Lucy deixaria Natsu escolher a missão. Antes dessa, Natsu tinha escolhido uma caça a um porco de estimação que tinha sumido porque achou que seria legal. E agora, da mesma forma como caçaram o porco, estavam sendo caçados por um urso maior que o normal em uma floresta fechada.

Natsu achou que fosse ser simples, tinha um animal comendo as plantações de uma senhora, Lucy também achou que fosse ser um animal pequeno. Mas não. Era um urso marrom de 2 metros e meio de altura que tinha fugido de caçadores e acabou parando por ali. E agora, eles não sabiam o que fazer enquanto corriam na floresta. Virar para a direita ou para a esquerda?

Eles se olharam e disseram em uníssono:

— Direita!

— Esquerda!

Eles se bateram, Natsu acabou passando por cima de Lucy. Ele parou para ver se ela precisava de ajuda, mas Lucy imediatamente levantou e voltou a correr. O urso ainda estava correndo atrás deles, Natsu não teve opção, pôs-se a correr de novo também. O urso começou a correr atrás de Lucy. Natsu não percebeu.

Lucy tropeçou de novo, suas chaves caíram para o lado. Ela foi buscar e o urso pulou em cima dela. A princípio, o urso ficou em cma de suas costas, rasgando sua roupa e bagunçando seu cabelo. Por pouco, Lucy conseguiu se mexer e se esfregar no chão para chegar perto de suas chaves, mas o urso bateu com sua pata e as chaves voaram mais longe ainda. Lucy pensou em pedir ajuda, mas o choro estava trancado em sua garganta, prendendo a sua voz. E antes que Lucy percebesse, alguém chegou perto para lhe ajudar.

Achou que fosse Natsu, sentiu o calor em suas costas e o barulho do fogo no ar, expulsando o urso para longe. ELe correu, com medo.

— Obrigado, Natsu. Eu tava começando a achar que eu não ia... — Disse, sendo interrompida por si mesma no momento em que virou-se para encarar Natsu. Não era ele. Um homem loiro de mechas brancas no cabelo de franja por cima de um olho, de sobrancelhas estranhas tinha salvo ela. Ele estava com as mãos no bolso e um cigarro na boca. Ficou surpresa. Nunca tinha visto ele antes.

— Lucy Heartphilia, não é mesmo? — Ele disse, oferecendo a mão para ajudá-la a levantar. Ele tinha um sorriso galanteador, que a deixou encantada. Ela não se sentiu desconfortável com a presença dele, ele a  encarava como se já tivessem se conhecido antes, mesmo Lucy nunca tendo visto ele na vida.

Lucy aceitou sua ajuda para levantar. Ele pegou em sua mão e assim que ela levantou, o homem beijou a mão de Lucy, em cima da marca da Fairy Tail.

— É uma honra conhecer uma bela donzela como você. Eu sou Sanji, mas você me chamar de amor da sua vida.

Dito isso, uma mão feminina se pôs no ombro do homem loiro, apertando com força, fazendo ele ter que disfarçar o choro.

— Não se esquece do que eu te disse. — Ela parecia brava. Sua voz era calma, seus olhos eram castanhos, com pés de galinha ao redor e seus cabelos ruivos estavam ficando brancos. — Olá, Lucy. Eu sou a Nami, muito prazer. E esse é Sanji.

— Me desculpe, mas como vocês me conhecem?

Eles se entreolharam. Tinham treinado aquele discurso mais de mil vezes, mas não sabiam se seria uma boa ideia usá-lo agora.

— Nós temos algo muito importante para contar para você. Eu sei como pode parecer, mas... — Nami começou a dizer, Lucy ficou esperando ela continuar, tentando adivinhar o que poderia ser. — Nós somos amigos do seu pai. Do seu verdadeiro pai.

A primeira reação de Lucy foi rir. Uma risadinha nervosa, até perceber que eles estavam sérios. Olhando fundo nos olhos deles, não parecia que eles estavam mentindo.

— Espera, o que? — Ela perguntou. — Verdadeiro pai?

— Eu sei como isso parece. Mas nós não temos nenhum motivo para estar mentindo. — Nami disse. Lucy estava tão surpresa que ela não conseguiu dizer nada. Nami continuou. — Seu verdadeiro pai é Monkey D. Ruffy, o rei dos piratas. Ele também não sabia que era pai, até seu desaparecimento juntamente com vários outros membros da sua guilda por sete anos. A foto de vocês estavam nos jornais. Luffy reconheceu a sua foto na hora. Você é a cara da sua mãe.

— SIm, eu sei disso. Porque eu sei quem é a minha mãe, já me mostraram fotos dela quando eu era pequena. Não tem como eu ser filha de outra pessoa, a menos que... — Lucy começou a dizer, e novamente sua mente acelerou. Seus pensamentos estavam andando mais rápido do que conseguia dizer. Será que isso significava que sua mãe tinha tido um caso com outro homem enquanto estava com Jude?

— Sua irmã tem uma irmã gêmea. — Nami disse e Lucy estava completamente estarrecida. — Ela também era uma pirata, e, aparentemente, quando descobriu sobre você, a deixou com sua irmã.

Lucy precisava de uma cadeira para sentar. Ela não sabia até onde ela conseguia acreditar na história daqueles dois completos desconhecidos. Filha? De dois piratas? Sua mãe tinha uma irmã gêmea? Ela não sabia se deveria acreditar, não sabia se dava para acreditar naquela história.

— Eu sei como você está se sentindo. — Nami disse, sentindo a confusão que Lucy estava sentindo. Ela também tinha passado pelo mesmo tipo de confusão quando seu capitão disse que tinha uma filha. — Não vamos exigir demais de você, deve ser muito para digerir. Caso você queira se encontrar com seu verdadeiro pai... Nós estaremos esperando por você no porto de Magnolia.

Os dois viraram-se e começaram a andar, deixando Lucy para trás com mil perguntas em sua cabeça. Perguntas que nunca poderia fazer para as pessoas que diziam ser sua mãe e seu pai, já que não estavam mais no mesmo plano físico que ela.

Lucy não sabia o que fazer.

— Você está bem? — Natsu apareceu do seu lado, subitamente, com um urso nas costas. A cara do urso fez Lucy pular e quase começar a correr de novo.

— Não me assusta assim! — Lucy brigou com ele, mas Natsu não se importou.

— Você parece que viu um fantasma.

— Sim, eu me assustei com esse urso que você ta carregando! — Lucy disse, tentando acalmar seu coração.

— Não foi isso que eu quis dizer. — Natsu disse e Lucy parou. Ela olhou para a terra, pensativa. — Quem eram eles?

— Eu não sei. — Lucy disse. — Piratas talvez?

— Piratas? — Natsu perguntou, um sorriso enorme em seu rosto e brilho nos seus olhos. — Vamos seguir eles? Talvez nós encontramos o navio deles!

— Não, Natsu. — Lucy disse, um pouco preocupada. — Eles... — tentou, mas não conseguia fazer nada sair. Ela não conseguia dizer nada. Estava completamente perdida em seus próprios pensamentos. — Depois te explico. Vamos devolver esse urso para onde ele pertence e terminar essa missão.

Depois de procurar um pouco, descobriram que o urso fazia parte de um circo. Quando devolveram o urso, o animal pulou nos braços de um homem. Lucy e Natsu se preparam para pular no urso e tirá-lo dali de novo. Mas o animal só estava abraçando-o. Eles eram muito amigos, e sentiram muito a falta de Jean Luc quando chegaram na cidade. Não imaginaram que ele tivesse escapado.

Urso posto em seu lugar, os dois voltaram para avisar a pequena senhora fazendeira que a ameaça de sua colheita tinha sido posta em seu lugar. Pagamento feito, na volta para a guilda, Lucy não conseguia parar de pensar em uma única coisa.

Como seu pai nunca soube que ela não era sua filha? Ou será que ele sabia e por isso ela era tratada da forma como era? Será que era por isso que quando ficou sabendo que Lucy tinha ido para uma guilda de magos, ele tentou fazer ela sair? Para evitar que ela fosse seguir os passos de uma tia que ela nunca tinha conhecido? Ou será que era tudo imaginação de Lucy? Será que ele não sabia de nada, e ele realmente só tinha errado na hora de criá-la?

Lucy não conseguia parar de pensar naquilo. Natsu queria conversar com ela sobre aquilo, mas não estava capacitado para uma conversa decente. Ele pretendia conversar com Lucy no momento em que chegassem em Magnolia. Mas quando desceram da estação de trem, em um piscar de olhos, Lucy sumiu. Natsu não tinha visto para que lado ela tinha ido. Gritou pelo seu nome, passou vergonha alheia na estação de trem, embora não tenha se importado.

Ele nunca adivinharia que Lucy tinha ido para a casa onde cresceu.

Lucy deixou sua mala na porta de entrada e se enfiou em sua casa, sem pestanejar. Aquilo pertencia a ela de qualquer forma, quer ele tinha sido realmente seu pai ou não. Jude tinha deixado tudo aquilo para Lucy e ela ainda não tinha tido coragem de visitar depois que seu pai tinha morrido.

Era estranho. Ela não sabia agora como chamar Jude. Ele era ou não era seu pai? Como chamar ele? Pelo nome? Pai? Pai primeiro? Pai adotado? Padrasto? Tio?

Ela não queria focar naquele tipo de pergunta naquele instante. Ela queria primeiramente procurar algum ou qualquer indício sobre sua família. Se era realmente daquele jeito que Nami tinha falado. Se ela realmente tinha uma tia, ou melhor, uma verdadeira mãe.

Lucy não sabia o que estava realmente procurando. Queria poder saber exatamente o que queria, para saber onde procurar e não sair revirando sua casa como se fosse uma ladra. Porque era o que parecia. Parecia que ela tinha invadido a casa, pronta para levar quaisquer objetos de importância.

Parecia que já tinham tentado. Algumas janelas estavam quebradas, algumas coisas estavam faltando. Lucy não se incomodava com a falta de nenhum deles. Não era alguns poucos dinheiros que fariam falta.

Enquanto olhava a casa de cima a baixo, nostalgia inundava seus olhos, junto com a poeira de ter ficado parado por quase sete anos. Talvez menos. Ela não sabia exatamente quando seu pai tinha morrido. Nem queria saber. Não tinha ido visitá-lo no tumulo quando voltou. Não queria passar por aquilo, por mais que ela sabia que isso a tornava numa filha pior do que ele era como pai.

Antes que percebesse, Lucy estava revirando as coisas do escritório de seu pai, procurando por quaisquer indícios de que sua família era maior do que pensava. Demorou mais do que queria admitir para perceber que não seria ali que encontraria alguma coisa.

Então, subiu para o quarto de sua mãe. O quarto que seu pai tinha trancado anos atrás, quando Lucy ainda era criança. As coisas de sua mãe foram todas deixadas para trás, num único quarto, como se Jude quisesse fingir que ela nunca tinha existido. Como se assim a dor de ter perdido alguém tão precioso fosse desaparecer no momento em que você fingisse que nunca aconteceu. Era o contrário. Pois toda vez que Lucy passava por aquela porta trancada, lembrava de sua mãe morta, e de seu pai rígido que não deixava ela se lembrar de sua própria mãe.

Mas agora ele não estava ali.

Lucy quebrou a porta e entrou. O quarto estava mais empoeirado que o resto da casa. O cheiro impregnou suas narinas e imediatamente começou a espirrar. Tirou um pedaço de pano e colocou sob seu nariz para não se incomodar tanto e foi direto para o armário. Se fosse ter alguma coisa, seria ali. Talvez num album de fotos.

Ao abrir o armário, a primeira coisa que encontrou foi o vestido de casamento de sua mãe. Ela sempre quis que Lucy usasse-o. Queria que fosse passado de geração em geração. Mal sabia ela que talvez Lucy nunca o usaria. Não pretendia pelo menos, mesmo que fosse se casar.

Ignorou o vestido, antes que começasse a chorar, e olhou para baixo. Para as caixas. Lucy ajoelhou-se no chão e retirou a caixa, abrindo-a. Albums de foto. Ela sabia.

Ela não ia olhar as fotos naquele instante. Pegou a caixa e a levou para sua casa, onde estava morando, onde sabia que Natsu a estaria esperando. Ela precisaria de um ombro para chorar enquanto se lembrava das fotos antigas de sua mãe morta. Ou, ainda... tia.

***

Quando Lucy chegou em casa, cansada depois de carregar uma caixa pesada de fotos e sua mala da viagem, Natsu quis perguntar onde estava. Mas Lucy chegou em sua casa com cara de choro, os olhos inchados e o nariz escorrendo. Natsu achou que ela estivesse chorando. Mas na verdade, era por causa da poeira da caixa. Ela deveria ter passado um pano antes de levar.

Lucy contou para ele. Contou sobre os dois estranhos, contou sobre suas perguntas, e contou como agora, sentia que tinha perdido parte de sua identidade.

Sua vida inteira, ela usava a sombra de sua mãe como apoio incondicional. Um caminho para trilhar, um passo para seguir, um modelo para se guiar. E agora... Ela não podia mais olhar para sua mãe dessa forma, ela não conseguia. Sua crença inteira tinha sido abalada, e agora, questionava sua própria linhagem hereditária.

Natsu não disse nada por enquanto. Ele estava só observando Lucy enquanto ela falava sobre suas inseguranças e medos. Até que ela abriu a caixa. Natsu chegou mais para perto, observando junto com ela as fotos.

No primeiro album, tinha apenas fotos de sua mãe e seu pai em alguns lugares famosos, mas que Lucy nunca tinha ido para lá pessoalmente. Nenhuma delas, sua mãe tinha barriga de grávida.

No segundo album, eram fotos de Lucy quando pequena. Esse foi o album favorito de Natsu. Ele pode olhar bem as fotos. TInha uma foto em que Lucy se lambuzava com chocolate, uma outra em que estava de maio fazendo pose na praia, e uma terceira em que estava segurando uma chave com orgulho e brilho nos olhos. Lucy se lembrava desse dia. Tinha pego uma das chaves de sua mãe escondido e tentou abrir, mesmo sem saber como fazia. Ela achou que ninguém tinha percebido, mas sua mãe tinha. Laila tinha. E ainda tinha parado para tirar fotos da mini maga com sonhos de criança, seguir os passos de sua mãe. E agora, anos depois, Lucy estava fazendo exatamente isso. Estava seguindo seus sonhos de infância, exatamente como sua mãe. Ela era uma maga celestial.

Os próximos albuns eram só fotos de Lucy com sua mãe. Lucy comendo biscoitos com sua mãe, as duas fazendo pose com as mesmas roupas, na praia catando conchas... Lucy era extremamente apegada a ela. Faziam quase tudo juntas. E então, as fotos de repente pararam.

Pararam quando Laila morreu. E as fotos, e a animação de seu pai, tudo... foi junto com ela.

Depois do último album, tinha algumas folhas soltas e algumas fotos separadas. Ela nunca tinha visto aquilo antes. Curiosa, Lucy pegou as folhas, meio mofadas pelo tempo. Eram posteres de procurado, rostos que ela nunca tinha visto antes. Entre eles, a Ladra Nami. Sua recompensa era mais dinheiro do que conseguia gastar.

No último cartaz, tinha um nome familiar. Um nome que ela tinha ouvido antes.

Monkey D. Luffy.

O rosto jovem de quem supostamente deveria ser seu verdadeiro pai.

— Ele realmente se parece com você. — Natsu disse. Lucy olhou para ele, surpresa.

— Você acha?

— Sim. — Ele disse. — O sorriso.

Lucy olhou novamente o sorriso do cartaz. Era realmente um sorriso muito bonito. De alguma forma, lhe dava esperança. Esperança de que encontraria a resposta que queria.

Debaixo dos cartazes, havia fotos. E nessas fotos, realmente tinha o que ela queria. Uma foto com sua mãe ao lado de uma menina muito parecida, as duas estavam se abraçando. Atrás, tinha escrito com uma letra. "Eu e Laila."

Olhou mais a fundo. Outra foto. Oito pessoas na frente de uma casa que parecia ser uma igreja velha. Atrás da foto estava escrito "Família. Casa nova". Dentre essas oito pessoas, as duas mulheres que eram muito parecidas. "Eu e Laila". Ela nunca conseguiria adivinhar quem era a mulher do lado de sua mãe. Seria sua verdadeira mãe? Qual das duas mães era?

E a última foto. Um bebê no colo de uma mulher loira, a outra, Laila, do lado, cuidando. As duas felizes. Era dificil de dizer onde era. Atrás da foto estava escrito "Eu, Lucy e minha irmã, Laila"

Lucy nunca tinha sido filha de Laila. Ela era apenas a sobrinha. Sua verdadeira mãe estava ali, na sua frente, e ela nunca nem ao menos tinha ouvido falar dela, quanto mais visto suas fotos em reuniões familiares ou algo do tipo.

Lucy não estava acreditando, mas parecia que era verdade. Os dois desconhecidos não mentiram para ela.

Ela não era exatamente a filha de Laila. Muito menos de Jude. Ela era filha de outro alguém, E Lucy não sabia o que fazer.

A não ser ir até os desconhecidos que a chamaram. Ela precisava ir até o porto de Magnolia.

***

— Você tem certeza disso? — Natsu perguntou enquanto chegavam perto do porto. Ele não conseguia enxergar o tão famoso navio pirata. — Não sei se isso é uma boa ideia.

— Não tem como saber se é ou não sem tentar. — Lucy disse, tentando passar por Natsu que bloqueava seu caminho. Ela tinha se convencido de que precisava saber mais sobre o que aconteceu. Ela não ficaria bem enquanto não soubesse exatamente o que tinha acontecido com sua verdadeira mãe, a irmã gemea de sua mãe. Aquela cujo nome não conhecia.

Ela parou na ponta do porto, um passo a mais e cairia no mar. Sentou-se, esperando.

— Eles são piratas. — Natsu disse, sentando-se do seu lado. — Não sei se podemos confiar neles.

— Você até agora a pouco queria ver eles de novo. Porque agora de repente mudou de ideia? — Lucy perguntou.

— Porque agora você está envolvida no meio. Diretamente. — Natsu disse. Ele parou e olhou para o mar, ele tinha algo muito importante para contar para ela. — Lucy, eu...

— Espera, você viu isso? — Lucy o interrompeu e olhou para o mar. Natsu estava chateado por ter sido interrompido mas olhou para a água e entendeu porque ela estava surpresa. O mar estava borbulhando, alguma coisa estava subindo.

E antes deles se prepararem, um navio com a cara de um leão e uma bandeira de uma caveira com um chapéu de palha submergiu da profundidade do mar. Os dois se levantaram o mais rápido que puderam, mas os dois levaram um banho da água do mar. O capitão do navio, um homem de chapéu de palha combinando com a caveira, e um colete velho e rasgado exibindo uma cicatriz grande e velha no peito, e barba preta pra fazer estava parado na ponta, ao lado do leão. Ele olhou para baixo e viu Lucy e Natsu olhando para ele. O capitão sorriu e pulou do estibordo diretamente para o porto.

Lucy deu um passo para trás. De repente, ela tinha ficado com medo. Sua mão foi para suas chaves. O homem a olhou de cima a baixo, e sorriu. Um sorriso enorme, muito parecido com seu cartaz. Ele a abraçou.

— Você é a cara da sua mãe. — Ele disse, nostalgia emanando de sua voz. — Ah, desculpa. Eu tenho que te apresentar pro povo. — Ele a abraçou de novo e pulou de volta pro navio, Lucy em seus braços. Tinha mais oito pessoas ali, nove contando com ele. Todos eles Lucy tinha visto os cartazes em seus albums de foto.

— Essa você já conhece, é a Nami, nossa navegadora. — Ele disse apontando para a moça de longos cabelos ruivos. — Sanji, nosso cozinheiro. — Apontou para o homem loiro. Ela agora de longe reconhecia o cartaz dele. O desenhista tinha sido péssimo. — Brook, nosso cantor. Usopp, nosso atirador. — Apontou para um esqueleto vivo segurando uma guitarra e um homem narigudo de cabelos encaracolados quase brancos. Os dois sorriram para ela, embora Lucy não sabia se aquilo tinha sido um sorriso pela parte do esqueleto. — Franky, nosso mecânico. E Robin, a arqueóloga. Zoro, o espadachim. — Apontou para um ciborgue, uma moça de longos cabelos pretos e um homem com cara de poucos amigos de cabelo verde. — E eu! — Ele disse, com um sorriso mais que orgulhoso. — O rei dos piratas!

Lucy estava sem reação. Ela estava sonhando? Era aquilo tudo verdade ou não? Não sabia. Ela estava se sentindo tão tonta que parecia que ia desmaiar.

— Lucy! — Natsu a chamou e também pulou no navio. — Não se atreva a sair em aventuras sem mim!

— Exatamente! — Luffy disse. — Quanto mais melhor!

Lucy não sabia o que dizer. Ela tinha ensaiado um discurso em sua mente, mas não estava esperando que seu pai tivesse a personalidade de um jovem adolescente.

— E a minha mãe? — Lucy perguntou. O sorriso de Luffy quase desapareceu. Nami se escondeu atrás de Sanji. Lucy tirou a foto que tinha em seu bolso. — Ela não está junto com vocês?

Luffy pegou a foto e um sorriso triste passou por seu rosto. Ele tinha tirado aquela foto. Ela nunca tinha lhe mostrado.

— Ela gosta de ficar sozinha. — Luffy disse, entregando a foto de volta para Lucy. — Mas... Agora que temos você junto com a gente, nós podemos ir procurar ela! Imagina, uma aventura com a família inteira reunida.

— Procurar? — Lucy perguntou, atormentada. — Quer dizer que vocês não sabem onde ela está?

— Ela é um pesadelo para encontrar. — Robin disse. — Ela não sabe andar em grupos.

— Mas não é dificil. — Nami disse, ainda do lado de Sanji. — Se eu consegui te encontrar, eu consigo encontrar ela. E agora com você aqui, vai ser mais fácil ainda!

— E aí, o que me diz, Lucy? — Luffy perguntou pra ela, um sorriso enorme no rosto, como se fosse uma criança. Lucy olhou no fundo dos olhos dele. — O que acha de sair numa aventura em busca de sua mãe?

Lucy olhou para Natsu. Os olhos dele estavam brilhando. Lucy estava tranquila. ELa não sairia em lugar nenhum se não fosse sem ele. Natsu murmurou, Lucy apenas repetiu com animação, sem ter certeza da bagunça de aventura que estava se metendo. Ela queria encontrar a sua mãe, queria ter respostas para suas perguntas.

Só esperava não se arrepender mais tarde de ter dito:

— Vamos.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?
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