Walking after you escrita por Ariel F H


Capítulo 1
Walking after you


Notas iniciais do capítulo

oizinho gente ♥

essa fanfic eu escrevi originalmente lá por 2016 e decidi reescrever ela agora. então, se você leu uma fanfic muito parecida com essa postada numa conta que o nome era Rhiannon, fica suave que era eu memo ajsdhfakjsdf

enfim galera eh isto beijinhos ♥



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Will Solace apreciava muitas coisas em Nico di Angelo.

Certo, nem tudo. Obviamente. Era um humano afinal de contas, tinha suas falhas.

Poderia fazer uma lista “Coisas que odeio em Nico x Coisas que amo” e, pode não parecer, mas haveria muito mais coisas que amava. Muito mais. As pessoas poderiam discordar, mas era a verdade.

Porque, às vezes, parecia que Nico e Will passavam 95% de seus tempos discutindo.

Sabia que era isso que diziam por aí, mas nenhuma das discussões eram realmente sérias. Os dois chegaram quase uma tarde inteira debatendo um com o outro porque Nico defendia que colocar ketchup na pizza arruinava toda a arte da refeição, enquanto Will dizia que colocar ketchup na pizza era a coisa mais normal do mundo.

Era divertido, no fim de tudo. Os dois sabiam que era apenas uma piada. Não estavam implicando um com o outro de verdade.

Sim, Will implicava com o filho de Hades por ele ser tão... Pálido. E usar preto demais. É. Ele já chegou a elaborar um plano mentalmente de jogar fora todas as suas roupas e substituí-las por outras peças coloridas. Vermelho, azul, amarelo, verde. Qualquer coisa para por no lugar de todo aquele preto. E depois Nico apareceria ao seu lado e diria algo como “Não sei o que aconteceu com meu guarda-roupa” e Will o olharia bem nos olhos “Oh, que coisa interessante. Até mesmo seu guarda-roupa concorda que é falta de cor demais apenas para uma pessoa”.

Mas é claro que não fez nada disso.

Na verdade, Will meio que gostava das roupas de Nico. Jamais admitiria isso em voz alta, mas preto ficava absurdamente lindo nele.

Se bem que não mataria usar um pouco mais de cor.

Chegou a dizer que Nico ficava fofo e adorável com aquele monte de roupas pretas.

“Fofo e adorável. Não são adjetivos que as pessoas costumam usar ao se referirem à mim”. Nico dissera, mas Will não tinha mania de ir ao encontro do censo comum.

Ele quase desmaiou quando Nico parou de usar aquela jaqueta de aviador incrivelmente horrível (qualquer um com o mínimo apreço a moda concordaria) e somando isso ao fato de que agora seu cabelo estava amavelmente bem cortado, o deixava melhor do que nunca.

Will se lembrava de olhar o mais disfarçadamente para Nico, logo que se conheceram, para seus ossinhos proeminentes, para o braço fino, e pensar o quão mal aquele garoto comia. Era uma terrível missão para um curandeiro.

De alguma maneira, ajudar as pessoas fazia com que Will se sentisse melhor. E ele estava disposto a ajudar Nico di Angelo independente do que tivesse que fazer, de quantas caras feias ele fizesse em sua direção, de quantos xingamentos recebesse por estar falando demais ou “se intrometendo demais em coisas que não era da sua conta”.

Mas Will era terrivelmente bom em se intrometer demais em coisas que definitivamente não eram da sua conta. De outra maneira, não teria se aproximado tanto de Nico.

Não teria reparado que Nico tem covinhas que aparecem quando sorri, ou que há várias pintinhas em seu braço que Will jura que elas formam uma girafa, ou que Nico é capaz de falar sobre qualquer fato histórico que ocorreu na primeira e segunda guerra mundial. Não teria nem ao menos reparado como Nico gostava dos cachinhos do cabelo de Will — descobriu isso quando os dois ficaram sozinhos uma vez e Nico passou a enrolar os próprios dedos nos cachos. “O que você está fazendo?” Will perguntou. “Eu gosto do seu cabelo”, Nico respondeu, logo depois de ficar com o rosto mais vermelho do que nunca e se afastar abruptamente.

Porque, realmente, parecia que quanto mais Nico tentava afasta-lo, mais Will se aproximava. E mais Nico se aproximava de Will.

De alguma forma, compreendia porquê Nico era sempre tão hesitante quando os dois estavam próximos demais, quando falavam de coisas pessoais como sentimentos.

E, se for para adicionar algo em sua lista de “Coisas que odeio em Nico” seria como ele é incrivelmente antissocial. Claro, não dava para negar que havia um avanço ali. Não era mais tão retraído como quando Will o conhecera, no meio da guerra contra Gaia, mas era tão sociável quanto um pé de milho. Havia Jason, Reyna e Hazel (apesar de não achar que incluir Hazel na lista de pessoas que Nico se socializava era algo válido, já que eram irmãos) mas, argh, precisava se prender a essas pessoas? Por que não conhecer mais gente?

Nico dizia que Will era sociável até demais. E que costumava tratar completos estranhos como se o conhecesse há décadas. Esse assunto deu uma longa discussão, a qual terminou com Nico se distraindo com uma borboleta azul. Sim, o filho de Hades amava animais. Todos eles. Que droga, Nico era até vegetariano — esse era uma das curiosidades favoritas que Will tinha sobre ele.

Gostava de descobrir coisas sobre Nico. Amava, na verdade. Porque não levou muitas semanas para que Nico ganhasse peso, para que não parecesse esquelético e fizesse com que uma vontade imensa de lhe dar comida crescesse em Will toda vez que o visse.

E a alimentação consideravelmente saudável que agora Nico tinha (meio forçado, porque descobrira que a única maneira de Will não ir encher seu saco em todo café/ almoço/ janta era comer decentemente) mais os treinos que fazia praticamente todos os dias, por vontade própria e Oh agora podemos ver alguns músculos por debaixo daquela camisa?

Definitivamente era um avanço, e Will gostava de avanços. Principalmente quando vinham de Nico. E, quando ele aparecia na enfermaria e perguntava se Will precisava de alguma ajuda, de inicio, parecia que não havia nada demais naquilo. Era apenas alguma forma de Nico passar o tempo. Mas, nas vezes que ele não aparecia, e chegava o fim do dia, parecia que algo faltava.

Então, depois de um tempo, não importava se os dois passassem horas e mais horas juntos; nunca era o suficiente.

Will queria mais, e ele sentia-se mais vivo quando Nico estava ao seu lado, mesmo que fosse apenas para lhe dizer que tinha uma mancha de mostarda em sua blusa ou que seu cabelo estava especialmente rebelde naquela manhã.

Aquele sentimento continuou mesmo quando Will o encontrou sozinho, em um canto isolado dos campos de morango. E, mesmo que não emitisse som nenhum, sabia que ele estava chorando, de olhos fechados. Will se aproximou e Nico apenas queria soca-lo tão forte na cara que nunca mais iria querer falar com ele, mas mesmo assim, depois de Will fazer tantas perguntas, Nico contou que estava tendo pesadelos e não conseguia dormir.

“Eu só quero dormir sem sonhar com algum monstro”. Nico havia dito, entre soluços. “Ou com alguém morrendo”.

Will sentou-se ao seu lado e, depois de alguns protestos, fez Nico deitar a cabeça em sua coxa. E, ali mesmo, nos campos de morango, Will afundou os dedos no cabelo de Nico e lhe contou uma história, a mesma que sua mãe costumava contar quando Will era pequeno, até que Nico dormiu.

Will também usou secretamente um pouco de seus poderes como filho de Apolo para que Nico relaxasse mais.

Quando Nico acordou, quase duas horas mais tarde, ele parecia melhor. Chegou a agradecer Will, mas não o olhou nos olhos.

“Você pode me chamar sempre que tiver pesadelos”.

“Não precisa se preocupar”. Foi o que Nico respondeu.

Mas, graças aos deuses, ele realmente chamou Will. Foi assim que Will se viu, ainda naquela semana, indo para o chalé de Hades logo depois do jantar.

Will trouxe um livro dessa vez. Nico e ele deitaram lado a lado e Will leu até que a respiração de Nico ficasse leve e seus olhos se fechassem.

Aquilo era bom. Gostava de ver Nico relaxado. De não o ver envergonhado em pedir por algo, de não o ver desconfortável perto de Will.

No dia seguinte, podia sentir como Nico tentava afastá-lo por tê-lo visto em um momento de fraqueza, mas isso só fez com que Will se aproximasse ainda mais.

E Will passou as semanas seguintes se lembrando de como o filho de Hades pediu novamente para que Will contasse outra história para ele dormir, só que dessa vez os dois apenas conversaram até caírem no sono e, antes disso, Nico sorriu depois que Will o beijou, e sua expressão era de quem estava esperando por aquilo há muito tempo. Will jamais esqueceria disso. Mas, ainda mais, não conseguiria esquecer de como a ponta dos dedos de Nico faziam cócegas em sua nuca enquanto se beijavam.

E isso era algo a acrescentar na lista de “Coisas que amo em Nico di Angelo”.


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