Survivor escrita por Dandara Santos


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Hello Lattle Candies, boa leitura.



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"Depois de tudo que você me fez passar, você imaginou que eu o menosprezaria. Mas no fim, eu quero lhe agradecer, porque você me fez muito mais forte. Bem, eu achei que conhecia você, pensando que você era verdadeiro. Eu acho que eu não podia confiar. Acabou o tempo para suas baboseiras pois eu já tive o bastante. Você estava ao meu lado, sempre pronto para o que viesse, mas a sua jornada da felicidade pegou fogo pois sua ganância me vendeu na vergonha." Fighter

Catarina andava a passos firmes pelo corredor do castelo de Artena, as coisas iam mudar, e as mudanças começariam agora. O primeiro passo era cuidar daquela sonsa. Entrou de forma brusca na sala do trono, assustando Rodolfo e Afonso.

"Deseja algo meu amor?" Afonso perguntou enquanto colocava uma uva na boca, ela não sabia se ele estava sendo verdadeiro em suas palavras ou se fingia ao chama-la assim, então optou por olhar de forma cínica para ele, não deixaria se enganar novamente.

"Onde a Sonsália está?" a rainha perguntou, tinha colocado o vestido que sabia que iria deixar o marido doido, cruzou os braços dando uma ênfase maior ao busto. Afonso demorou um pouco para responder à pergunta, pois estava perdido analisando o corpo da mulher, sabia que tinha feito aquilo de propósito. Mas duas pessoas poderiam jogar esse jogo. "Rodolfo saia." Falou sem olhar para seu irmão, os olhos cravados em Catarina.

"Não, você fica exatamente onde está!" Ela falou com autoridade, deixando Rodolfo sem saber o que fazer. Afonso suspirou frustrado.

"Muito bem, vamos dançar conforme a sua música. Onde está quem?" Catarina sorriu de modo doce antes de repetir o nome.

"A Sonsália." O caçula dos irmãos foi o primeiro a entender, e sem poder segurar caiu em uma gostosa gargalhada. Afonso olhou irritado para ele, ainda sem entender.

"Meu irmão, como você é lento, Amália + sonsa: Sonsália." Explicou entre risos. Os olhos de Afonso brincaram em diversão ao olhar para a esposa.

"Ela está de partida querida, foi expulsa do castelo pela manhã. Deve está passando pelos portões do castelo agora se quiser ver com seus próprios olhos" Falou de forma séria, ele estava disposto a reconquistar a mulher, e sabia que o primeiro passo era livra-se de Amália de uma vez por todas.

"Eu quero mais que ver com meus próprios olhos." Ela falou já se retirando da sala.

"Você pretende ver o que ela vai fazer?" Rodolfo perguntou já se encaminhando para a porta.

"Não perderia isso por nada meu irmão." Quando chegaram no pátio encontraram Catarina descendo as escadas de forma elegante, enquanto a carruagem que estava prestes a sair foi parada por alguns guardas, Amália saia de forma furiosa de dentro da mesma. Os irmãos acharam mais sábio ver de longe, iriam interferir somente no caso de Amália tentar algo, mas sabiam que ela não seria tão estupida, não com tantos guardas próximo a rainha.

Catarina chegou perto da mulher que tanto desprezava, olhando-a agora ela não parecia tão bonita. Seus olhos estavam inchados e vermelhos, seu cabelo não estava arrumado, e ela estava furiosa, o que só tornava tudo mais divertido para Catarina.

"Vejo que está indo embora." A rainha falou aproximando-se.

"Majestade." A ruiva falou entredentes, olhando amargurada para a mulher a sua frente.

"Eu tenho algo para você antes que parta." Catarina falou de forma calma demais para a situação.

"O que seria minha Rainha?" A ruiva falou, cada palavra saindo de forma afiada, de uma hora para outra tinha perdido tudo, todo o luxo que tinha por ser amante do rei, não bastava ela ter que ouvir o homem gemer o nome da outra enquanto estava com ela, agora ele a tinha expulsado com uma mão na frente e outra atrás, levando apenas seus pertences, sem nenhum título, terras, nada! Como se isso não bastasse, ela tinha sido humilhada. Seu rosto ainda ardia no local onde recebeu o tapa. Catarina puxou um saco cheio de moedas de ouro e jogou na direção da rival.

"O que é isso?" Perguntou olhando para dentro e vendo as moedas.

"Você está banida de minhas terras. Artena, Montemor, Alfambres e todos os reinos que juram lealdade a minha coroa." Falou ainda mantendo o tom calmo e doce na voz. A mulher na sua frente não pôde acreditar no que estava ouvindo.

"Como assim?" Perguntou perplexa. Catarina aproximou-se na ruiva, tocando o colar de ouro que ela carregava, que fazia par com seus braceletes e seus brincos.

"Conveniente, uma mulher como você, que veio do nada com tantas posses." Amália empinou o nariz antes de responder.

"Fico feliz que tenha gostado de minhas joias majestade. Algumas pessoas tem a sorte de nascer na família certa, outras precisam encontrar o próprio caminho. As vezes não é sábio ameaçar alguém que tenho conhecimento de muitas coisa rainha, eu morei muitos anos no castelo. Posso ser uma pessoa valiosa para a pessoa certa" Amália falou com veneno escorrendo em cada palavra. Mas Catarina apenas continuou analisando o colar.

"E o que você quer dizer com isso?" Ela falou olhando nos olhos da ruiva.

"Que conhecimento, é poder majestade." Catarina balançou a cabeça e deu dois passos para trás. Antes de dar seu comando. "Guardas, prendam essa mulher!" Quatro guarda imediatamente seguraram Amália. A rainha observou a cara de choque e continuou. "Cortem sua garganta." E quando um dos soldados sacou uma faca e colocou no pescoço da ruiva Catarina deu um outro comando. "Esperem." Falou sorrindo. "Eu mudei de ideia, podem solta-la" Ela falou.

Amália sentia o coração batendo forte contra o peito. Os guardas obedeceram de imediato.

"Afastem-se três passos, virem de costas e fechem seus olhos." Catarina deu todos os comando de forma calma, mantendo um sorriso irônico nos lábios. Amália observou os soldados seguirem cada comando seu, sem hesitar. Sua respiração ainda estava acelerada, sua mão estava em sua garganta, onde antes a lâmina se encontrava. Catarina aproximou-se novamente da ruiva.

"Poder é poder! Sugiro que aceite minha oferta, não serei tão generosa na próxima vez que encontrá-la. E se sonhar que você está armando algo contra a coroa, será enforcada"

 

Afonso e Rodolfo olhavam para cena espantados. Catarina virou-se de costas para ruiva e deu de cara com o marido no topo dos degraus. "Você tem algo a acrescenta meu amor." Falou a ultima palavra carregada de sarcasmo.

"Não, você foi bastante clara querida." Afonso sorriu para a esposa e observou quando a carruagem que levava Amália se distanciar. Catarina seguiu seu caminho para dentro do castelo sem olhar para trás.

"É irmão, você acabou de criar um monstro." Rodolfo falou, ainda espantado pela cena.

"Não, eu acabei de criar uma imperatriz!" Disse com um sorriso orgulhoso em seus lábios. Catarina podia mostrar por fora que o odiava, mas sabia que isso não passava de magoa, ele via em seus olhos. Odiava ser o motivo daquilo. Mas como dizem, "há males que vem para o bem."

XXX

"Não acredito nisso, a tão doce e gentil Catarina de Lurton e Monferrato fez isso?" Brice perguntou em meio aos risos, depois de duas semanas eles enfim voltaram para Montemor, Demétrio iria ficar como regente, e de tempos em tempos iriam até o reino cuidar dos assuntos mais importantes, mas como precisavam convocar todos os reis do Norte e Sul e começar a se preparar para uma guerra que certamente viria eles tiveram que voltar. Alguns soldados foram enviados para observar qualquer atitude suspeita em Lastrilha, que indicasse o inicio da guerra. Sem conta que a segurança de todos os reinos foi reforçada, prevenindo algum ataque surpresa.

Então aproveitou e chamou a amiga para um chá da manhã, para que pudesse atualizar a mesma dos fatos ocorridos nas últimas duas semanas. "Nem eu mesma acredito nisso. Mas eu estava com tanta raiva." A rainha falou, passando as mãos pelo rosto. Os últimos dias tinham sidos complicados, ela passava o dia entre reuniões estratégicas e enviando cartas aos reinos aliados.

"Mas Afonso, eu não sei o que pensar Brice! Ele está deixando-me louca." Falou frustrada. "O infeliz sabe o efeito que seu corpo tem sobre o meu, aproveita os momentos que estamos com os outros nobres ou com o povo para beijar-me, apertar minha cintura, sussurrar palavras no meu ouvido. Ele insiste em me chamar de amor, AMOR! Ele nunca tinha me chamado assim e maldito seja, eu ainda o amo." Falou por fim, resmungando a última parte.

"Posso falar uma coisa?" Brice perguntou calmamente entendendo a aflição da amiga. "Você disse que ele falou o seu nome quando estava com ela, você sabe o que isso significa, não é?" Ela perguntou, não estava defendendo Afonso, mas também não aguentava ver sua amiga sofrer.

"Isso não muda nada Brice" Catarina falou furiosa, levanta-se do banco. Mas uma nova tontura tomou de conta do seu corpo. Brice pegou em seu braço tentando firmar o corpo da amiga. Olhando para ela de forma preocupada, para depois enrugar a testa. "Eu estou bem." A rainha tentou falar, mas foi surpreendida quando sentiu uma mão em sua barriga. "Mas o que...?"

"Fique quieta Cat!" Brice falou de forma firme, e fechou os olhos ainda com a mão na barriga da amiga. "Oh meu Deus Catarina." Ela falou de repente, se afastando e levando uma mão a boca, seus olhos brilhando.

"O que está acontecendo?" Catarina perguntou ainda sem entender.

"Como eu não percebi isso antes? Catarina, você está grávida." Falou por fim. A mulher em sua frente paralisou, uma mão automaticamente foi de encontro a sua barriga plana.

"Eu estou esperando um filho?" Perguntou sorrindo, enquanto lágrimas escorriam por seu rosto.

"Não Cat, você terá dois filhos. Está grávida de gêmeos."

A ficha demorou um pouco para cair, precisou sentar-se. Fechou seus olhos e imaginou uma pequena miniatura sua e outra de Afonso, o sorriso de felicidade se estendendo por seu rosto. Até que a realidade do momento lhe bateu.

"Se Afonso não me ama, irá amar essas crianças?" Perguntou receosa. Agora foi a vez da bruxa levantar exasperada. "Por que vocês dois são tão cabeças duras assim?"

"Cabeça dura? Brice ele tinha uma amante. Como ele pode me amar se tinha outra mulher?"

"Catarina, você é uma mulher inteligente, se ele está usando da arte da sedução com você é porque obviamente sente algo, senão acha mesmo que ele se importaria com o fato de você ter descoberto? Quantos reis tem amantes espelhadas por todo o reino, amantes oficiais, que viajam com o rei, dormem no mesmo quarto que eles,  tem filhos bastardos e suas mulheres nada podem fazer? Antes de você falar com Amália, ele já tinha expulsado ela, quando ela lhe desrespeitou na frente dele, ele a castigou, e agora está rastejando por sua atenção. Catarina pense" Brice falou andando de um lado para o outro.

"O todo poderoso Afonso de Monferrato, está tentando seduzi-la de todas as formas, ele quer você! Se fosse apenas sexo ele poderia encontrar isso facilmente. Quantas mulheres no reino não se sentiriam privilegiadas em dormir com o rei?" ela disse por fim. "Por favor, apenas pense no que eu estou lhe falando. E conte sobre essa gravidez para ele, ele é o pai e merece saber."

Catarina olhou a amiga, tentando absorver cada palavra, primeiro tinha essa guerra que Otávio declarou, depois descobriu a traição e agora ela estava grávida de gêmeos.

"Eu prometo que darei uma chance para que ele fale" Ela disse por fim, ainda estava cansada da longa viagem que fizeram de Artena até Montemor, precisava descansar. As amigas se despediram prometendo se verem logo. Catarina andou devagar pelos corredores do castelo, estava próxima ao seu quarto quando observou que não tinha nenhum guarda em sua porta. Desde a ameaça de guerra foi designado que dois guardas sempre ficassem de vigia na porta do quarto, vinte quatro horas do dia. Olhou ao redor atenta, algo estava errado. Deu meia volta para sair do longo corredor quando uma mão a agarrou por trás, colocando um pano em sua boca e nariz.

Tentou gritar, mas a pessoa que lhe segurava era bem maior e mais forte que ela, o ar começou a faltar em seus pulmões. Seu desespero apenas aumentou, tentou puxar nem que fosse um pouquinho de ar, para acabar com aquela ardência, mas o pano impedia qualquer tentativa que fizesse. sentiu sua vista escurecer, seu corpo foi perdendo forças até que caiu na escuridão.


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Notas finais do capítulo

Amei a maneira que a Queen Cat tratou a Amália? Só de leve! HAHAHA, Gente ela não poderia mandar a sonsa para a forca por dormir com o rei, isso era algo super comum naquela época, reis tinham diversas amantes e a esposa tinha que aguentar calada. Mas a Cat não é apenas uma esposa troféu, então...

E esse final? Eu disse, a guerra começou.

ps. comentem, recomendem, compartilhem. hahaha
Enfim passamos da metade da estória.