"Se eu fosse a chuva 

Orihime não gostava que Ulquiorra vivesse num gigai. 

As íris jade eram algo de fascinante no arrancar mas não só... Eram também as lágrimas eternas, da mesma cor, que as acompanhavam.

— No que está pensando? 

Ulquiorra sempre notava seus devaneios. Sorriu, encostando a palma em sua face, contornando as lágrimas com a ponta dos dedos.

— Seus olhos... são bonitos.

Ele não respondeu, nem foi preciso palavras para expressar sua surpresa pela declaração imprevisível. Se fosse humano, teria ruborizado. 

poderia eu me conectar com o coração de alguém 

O guarda-chuva que os protegia da chuva, pendeu esquecido, encharcando o casal.

As gotas de água escorriam sobre as lágrimas eternas de Ulquiorra, e nesse momento Orihime notou que as lágrimas dele eram como a chuva, que unira seus mundos. 

assim como ela pode unir 

Ele sempre estivera chorando no vazio da solidão. Ele precisava dela, e de alguma forma, essas lágrimas os uniram. E se ele parasse de chorar, voltariam a separar-se?

os eternamente separados, terra e céu?"

— Eu não entendo... eu não a deveria amar, onna. Mas amo-a.

Orihime corou com a declaração, mas não deixou de sorrir.

A chuva poderia um dia acabar... mas Ulquiorra teria sempre as lágrimas eternas.