Havia sido um dia difícil para Maura, crianças estavam sendo usadas como mulas e duas delas havia parado em sua mesa de autopsia. Então após ficar um tempo em meu apartamento sem fazer nada, resolvi que era melhor ver como ela estava. Vi que ela se surpreendeu um pouco ao me ver em sua porta, ela me perguntou o que eu estava fazendo ali.

—Vamos dar uma volta. -Eu disse e completei após perceber que ela usava um de seus vestidos elegantes do trabalho –Mas antes você terá que vestir calças.

Ela franziu o cenho e me questionou:

—Por que?

—Vamos de moto.

—Em sua motocicleta Frankie?

—Sim, por que? Jane está em um encontro. –Ela gostava de andar de moto comigo, mas por alguma razão ela não queria que Jane soubesse desse seu lado selvagem. Após espera-la por vinte minutos ela apareceu usando uma calça de couro preta, uma jaqueta e botas ergui a sobrancelha e perguntei curioso –Desde quando você tem um lado escuro doutora Isles?

Ela sorriu maliciosamente antes de dizer:

—Tenho muitas versões de mim mesma, só preciso do incentivo certo detetive Rizzoli.

P.O.V Frankie

Enquanto dirijo em rumo ao departamento, penso no que me fez voltar: Há cinco anos deixei Boston na intenção de esquece-la, durante cinco anos não vim ao menos visitar minha mãe, durante algum feriado ela me visitava, enquanto a Jane, ela praticamente cortou o contato, ligando apenas em datas especiais, o que suspeito que tenha sido por mamãe tê-la obrigado. Meu tempo em Nova York, serviu para que pudesse crescer profissionalmente, embora na vida pessoal não tenha tido esse mesmo resultado, uma garota a cada semana não é uma definição de maturidade, pelo menos de acordo com minha mãe.

Sim, estou em pleno domingo arrumando minha mesa e me atualizando sobre a Operações Especiais, um novato vem até mim:

—Senhor, posso ajudar em alguma coisa?

—Sargento Rizolli. –Digo oferecendo minha mão para um aperto.

—Oficial Blake. –Ele diz, percebo que ele quer perguntar algo.

—Sim, sou irmão de Jane Rizolli.

—Oh, na verdade queria saber o que o senhor faz aqui. –Ele diz e eu rio antes de dizer:

—Fui transferido de Nova York, estava me familiarizando com a O.E.

—Ah sim, foi um prazer conhece-lo, se precisar de alguma coisa... –O jovem oficial disse e eu agradeci.

Como era domingo, chamei minha mãe para almoçarmos em um restaurante, já que não ficaria muito legal, eu indo até a casa da Maura para ver minha mãe.

Enquanto comíamos ela comentou:

—Eu faria uma macarronada muito melhor que essa.

Eu sorri e disse fingindo que não havia percebido a indireta:

—Meu apartamento ainda não está em ordem mãe.

—Também moro em uma casa com fogão

—Que por acaso é a casa de hospedes da minha ex-namorada.

—Ex porquê você quis. –Ela resmungou.

—Mãe, não vamos falar sobre ela hoje ok?

Ela suspira, mas assente:

—Certo.

Depois de comermos, enquanto caminhávamos para fora do restaurante ela me confessou:

—Frankie, eu tive que contar a Jane.

—Tudo bem mãe, uma hora ela iria descobrir.

Quando nos despedimos confessei a ela:

—É bom estar de volta.

—Eu disse que você voltaria. –Ela disse convencida.

—Mas eu não voltei por ela.

Ela apenas sorriu e disse:

—Então vamos fingir que é por causa de mim, como é mesmo o ditado? O bom filho a casa torna.

Após o almoço, fui para casa. Após assistir a um jogo, peguei meu notebook e pesquisei: Maura Isles, como fazia as vezes, não que eu seja um stalker. As informações não mudaram, legista chefe do estado há quase quatro anos, escreveu alguns artigos aqui e ali. Parei de ler o que já sabia e observei a fotografia dela. E não, não estou perseguindo minha ex, apenas curioso, pois parece que uma hora ou outra, vamos acabar nos encontrando. Naquela noite minhas lembranças de Maura Isles estavam mais vivas do que nunca...