À caminho do Japão, Twain viu azul. Às vezes via cinza, branco, amarelo, até laranja, mas em algum lugar sempre estaria o azul, e ele estava cansado de azul, por isso, o número de vezes que olhava para Lucy havia aumentado.

Sinceramente, Lucy era o único destaque em quilômetros. O Moby Dick era esplêndido, o céu ainda era gracioso, mas os tons se repetiam e Mark estava entediado do azul do céu, do branco das nuvens, dos tons pastéis nas paredes, na mobília, em Margaret e Louisa, do cinza monótono em Nathaniel e Melville, dos tons escuros que Poe, Lovecrath, Fitzgerald e Steinbeck usavam nas roupas - não que ele pudesse reclamar tanto quando usava uma bermuda preta, mas bem, ele tinha pontos positivos em contrapartida. Nada nas cores suaves e pesadas o agradava, mas em meio à elas estava Lucy, com cabelos vermelhos vibrantes e olhos de cor verde esmeralda.

Ela era um deleite para seu olhar.

Twain perdera a conta das vezes que se distraiu olhando para Lucy, mas Huck e Tom poderiam afirmar o número exato que contaram para caçoar dele. Eles diziam também que Mark não era discreto, e sua tentativa em ser era apenas mais desastrosa e evidente, no entanto ainda assim, ele não se importava, porque, na verdade, Mark queria que Lucy notasse, não só seus olhares, como também a paixão neles.

E além do mais, ele gostava de ser óbvio, pois Lucy ficava ainda mais adorável com um rubor no rosto.