Músicas de Vida. escrita por Flor Da Noite


Capítulo 2
O sol - Vitor Kley


Notas iniciais do capítulo

Uma nova história, dessa vez mais alegre. Espero de coração que gostem.
Beijos.



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 " Depressão. As pessoas hoje em dia sofrem muito disso. É algo sombrio que te tira do sério e te faz perder a vontade de viver. Muitas pessoas acham que é só ladainha, pura frescura. Mas sei exatamente com é, afinal, por bastante tempo sofri com essa doença avassaladora.

 

  Nasci em berço de ouro, admito, nunca passei necessidade, porém não é só de comida, água e conforto de que um ser humano precisa. Meu pai era um reconhecido Jornalista esportivo, minha mãe atleta olímpica. Até mesmo meu irmão havia seguido a carreira do esporte e se tornado um jogador de futebol americano. E foi aí que meus pais começaram a demonstrar sua preferencia pelo meu irmão. No inicio era um elogio aqui, outro ali. Mas quando decidi que seguiria outro ramo, meus pais me menosprezaram por não seguir o ramo da família, eu era a vergonha da geração. O único que me apoiava a seguir a carreira dos meus sonhos, a medicina, era meu primo. Porém, até ele acabou saindo da minha vida, após um trágico acidente de carro. O que me fez afundar ainda mais na depressão. 

 

 Com o desprezo dos meus familiares e a morte do meu tão querido primo me fizeram me sentir perdido, estragado, totalmente sem concerto. Mas você mostrou que eu estava muito errado.

 

 Foi em mais um dos meus dias depressivos que você apareceu. Eu voltava cabisbaixo de meu curso, sem notar o mundo a minha volta, quando algo nada gracioso vem para cima de mim em toda velocidade.

 

 - Cuidado!- você tenta me alertar, mas já era tarde demais. Eu já estava no chão, meus óculos voaram longe e eu já não enxergava mais nada.- Ai, meu Deus! Mil perdões, eu estava andando de patins e escorreguei num plástico que algum idiota jogou no chão, aí você apareceu na frente, eu tentei desviar, mas a velocidade estava muito alta e de repente você se tornou um ótimo alvo. É incrível com tem gente mal educada no mundo, se soubesse que causaria um acidente duvido que jogaria aquela porcaria ali. Mas me desculpe, eu também devia prestar mais atenção. 

 

 - Ah... tudo bem, não foi sua culpa, acidentes acontecem.- lhe interrompo, desacreditado na forma que você falava como se não houvesse necessidade de respirar.- Meu nome é Thomas.

 

 - Ah, meu nome é Sônia, mas eu odeio, não consigo imaginar alguém chamado sônia com menos de de 70 anos. Por tanto me chame de Sol. 

 

 - É um prazer Sônia...

 

 - Por favor Sol.

 

 - É um prazer Sol... mas poderia me ajudar a encontrar meus óculos? 

 

 - É claro! Me desculpe, sou muito sonsa. Vou te ajudar sim.- Você pega o seu celular e liga a lanterna sobre a grama, que durante a noite era só algo preto e felpudo.

 

 - Ei, me ilumine aqui Sol, acho que vi algum brilho.

 

 - Você tem razão, deixe que eu o pego.- Você logo me estende meu par de olhos e finalmente consigo ver a bela figura a minha frente. Seus cabelos ruivos ondulavam com perfeição o seu rosto delicado como porcelana, e dava um brilho exuberante aos seus olhos verdes mesmo sem o auxilio da luz do sol.- Ah não! Está quebrado! Eu posso comprar um outro para você, afinal, fui eu que te derrubei. 

 

 - Não, não se preocupe, você fez foi um favor para mim, agora talvez eu tome vergonha e compre algumas lentes.- a impeço.

 

 - Então pelo menos me deixe lhe pagar um hamburgue, eu estava indo a hamburgueria mais a frente, prometo que o lanche é maravilhoso.- Não querendo lhe ofender eu aceitei. E não me arrependo, entramos no lugar todo acabados. Eu com óculos quebrado e blusa rasgada segurando seus patins, você descabelada, descalço e com os cotovelos ralados. Parecíamos dois zumbis de um desses filmes de terror, mas pela primeira vez nem dei bola para a opinião dos outros. 

 

 Você falava muito, mas ainda sim conseguia brecha para me ouvir. Me contou todas suas trapalhadas que fazia com seus irmãos e eu por incrível que pareça consegui falar de minhas aventuras com meu primo. Eu não estava entendendo o porque de estar contando coisas a uma estranha, mas eu já não lhe via como uma estranha, era como que a gente já se conhecia.  As horas se passaram e nós ficamos ali nos divertindo. Ouve uma hora que nos cansamos e nos levantamos para brincar nos fliperamas que haviam ali.  

 

 Só saímos daquela nossa bolha divertida quando o garçom pediu que nos retirássemos pois o local já iria fechar. Não querendo terminar a noite tão rápido, rápido para nós é claro, te acompanho até em casa. Você inconformada com o fato deu não saber andar de patins me pede meu número para que marcássemos um dia para você me ensinar. Lhe dou de bom grado e me despeço como um velho amigo.

 

 Só já bem próximo de casa é que percebo que é a primeira vez que sorrio em meses, e não tinha vontade de nenhuma de parar aquele gesto. Você me ligou no dia seguinte e combinamos de nos ver no final de semana, esperei ansiosamente por esse dia. Me desliguei por completo do mundo, nem as matérias da faculdade impediam meu cérebro pensar em você. E quando o dia chegou, e você conseguiu me deixar tranquilo somente com o brilho do seu sorriso, percebi que preciso de você aqui, ao meu lado.

 

 Acabamos num relacionamento sério. Nossas vidas se entrelaçaram de vez. Descobri que sua família, mesmo humilde, era incrível e que ela também se tornara a minha tão desejada família. Quando você não podia eu saía com seus irmãos ou quando eu estava livre da tão puxada faculdade que fazia lhe levava para desfrutar um pouco do luxo em que eu vivia. Meus pais não te aprovavam, preferiam a tão rica noiva de meu irmão. Mas e daí? Não era como se a opinião deles me valessem algo mais.

 

 O importante é que você era perfeita para mim. A única pessoa que me tirou daquela terrível doença, que me fez ter uma nova visão de tudo. A única pessoa que conseguiu me trazer uma nova família. E até amigos. A única que quando saía me deixava alienado, distraído do mundo. A única que eu me dediquei de verdade para fazer feliz. A única que conseguiu roubar meu coração e transforma-lo em algo bem melhor. 

 

 Você é a pessoa que eu amo. Você é o meu Sol. A maior estrela da minha vida. E é por isso Sônia,que eu quero você como minha para sempre, quero você como a minha esposa."

 

 " Então Sol, você aceita casar comigo?"

 

 


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Notas finais do capítulo

Comentem se gostaram por favor. Adorarei responder.



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