A Change of Life escrita por Raykel


Capítulo 1
Oliver Queen


Notas iniciais do capítulo

Oi pra todo mundo que está lendo.
Quero agradecer mais uma vez a GabbySaky pelo apio em escrever essa fic, e por ter a ideia do título que eu amei.
Eu espero que vocês curtam essa história, e a gente se vê lá em baixo nas notas finais.

Boa Leitura...



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Abro os olhos devagar, ainda sonolento. A visão do quarto do hotel começando a ficar mais nítida. Um largo sorriso aparecendo em meu rosto enquanto me sento na cama, me lembrando dos últimos meses que passei aqui nesse país.

Eu sou o herdeiro da empresa multibilionária Queen Consolidated. Já com meus 29 anos, meus pais insistem que eu crie responsabilidades. Só depois que provasse ser capaz, eles me passariam a liderança da empresa, cargo que eu busco desde muitos anos. Mas continuar em Starling City e provar ser responsável não daria certo. Então tomei uma decisão um tanto drástica, mas a tomei. Comprei a passagem e viajei para o Brasil.

Sempre quis conhecer o Brasil. Quando criança fiz um curso básico sobre a língua portuguesa, aprendi um pouco da cultura do país, e me encantei pelos costumes, principalmente pela culinária. Difícil foi escolher o estado, são tantas cidades, mas então optei pela que é conhecida pelo seu grande movimento empresarial, a cidade de São Paulo.

No avião com destino ao aeroporto internacional de Guarulhos, fiz várias pesquisas sobre a cidade e o estado de São Paulo. Decidi me focar na famosa Avenida Paulista. Ali no avião mesmo, fiz uma reserva no Hotel Ibis São Paulo Paulista, uma ótima localização, e recomendações incríveis no site.

Estou saindo do chuveiro quando ouço meu celular tocar, é uma mensagem. Uma mensagem dela.

F: Não se esqueça de hoje.

O: Vou não esqueça.

F: O correto é “Não vou esquecer”. Melhor trazer o dicionário de português também.

O: Também acho.

Não consigo evitar de sorri ao ler suas mensagens. Ela tem esse efeito sobre mim, me faz sorrir. Eu não costumava fazer muito isso, mas desde a primeira vez que a vi isso mudou. Me lembro exatamente do dia em que isso aconteceu.

Fazia um mês que eu estava no Brasil. Depois de uma semana de passeios, compras, e visitas encantadoras em diversos pontos de são Paulo, decidi procurar um emprego. Não foi fácil, já que eu estava aqui apenas como turista, e nem falava a língua fluentemente. Mas consegui um emprego de atendente no hotel que estava hospedado. Eles disseram que eu seria útil para falar com os hóspedes gringos, me deram um enorme desconto por também ser um hóspede, e ainda aceitaram o fato de que a qualquer momento eu poderia ir embora.

Três semanas de trabalho me colocaram numa rotina, quanto mais eu andava e explorava a cidade, mais me encantava.

Foi em um horário de almoço, que decidi procurar um restaurante. Andando pela enorme calçada da Avenida Paulista, avistei um Starbucks. Não era meu plano almoçar um café, mas alguma coisa me fez entrar. Foi quando eu a vi.

Ela estava com o uniforme de funcionários, sorrindo para um garoto que pediu um chocolate quente e um pedaço de bolo. Ela chamou o próximo da fila, que era eu, mas eu estava tão hipnotizado por sua beleza, que a mesma me chamou três vezes antes de eu responder.

— Um coffee préto, por favor - Dizer algumas palavras erradas e o sotaque claramente americano a fez rir abertamente.

— Gringo? - Ela perguntou depois que parou de rir - Sorry, what do you want, Sr.? (Me desculpe, o que deseja, senhor?)

— Eu sei português - digo com meu sotaque que a faz sorrir novamente.

— Eu percebi - Só então percebo que seu sotaque também não é totalmente brasileiro - Sinto muito.

— Tudo bem - Digo calmamente, a tranquilizando.

— O senhor já quer pedir? - Ela pergunta, sorrindo, agora de forma educada e não exagerada como antes.

— Café preto - Tento forçar o sotaque brasileiro.

— Seu nome? - Ela pergunta pegando o copo e a caneta.

— Oliver.

— Sai em um minuto.

Em pouquíssimo tempo ouço ela chamar meu nome, e passo na frente dos demais clientes.

— Volte sempre, Sr. Oliver - Noto mais uma vez que seu sotaque também é estrangeiro, mas não consigo identificar de onde.

Saio da loja e volto para o hotel, indo assumir meu posto. Aquela garota não saindo da minha mente, perdi a fome a almocei um café mesmo.

Desperto de minhas memorias quando ouço meu telefone tocar. Agora é uma ligação.

— Bom dia, Carlos - Digo para meu chefe.

— Bom dia, Oliver - ele responde cordialmente - Sobre aquilo que conversamos ontem.

— Sim - digo depois que ele faz uma pausa.

— Você pode tirar o dia de folga, no domingo.

— Muito obrigado - Digo animado - Eu prometo fazer horas extras para cobrir o dia.

— Não se preocupe - Ele diz calmo - Curta o dia, e cubra quando puder.

Nos despedimos e comemoro por ter conseguido um chefe tão bom.

Enquanto desço pelo elevador, com a intenção de ir na lanchonete ao lado tomar o café da manhã, meu celular toca novamente.

— Bom dia mãe – Digo num tom divertido.

— Meu filho – Ela responde com seu melhor ar de autoridade – Já conseguiu um emprego digno nesse lugar? Ou ainda finge ser uma pessoa normal?

— Primeiramente, mãe – Tento manter a calma – O que eu mais quero nesse mundo é ser uma pessoa normal – As portas se abrem, e eu vou em direção a saída do prédio – Segundo, acho meu emprego justo para o tempo que estou aqui.

— Você está aí a seis meses, Oliver – Respiro fundo ao ouvir seu tom exaltado – Já deveria ter voltado para casa, e encontrado uma outra forma de nos provar que merece a presidência. Estando aí, sem fazer nada, só prova que ainda é um irresponsável, e um filho ingrato. Não te criei para atender telefonemas na recepção de um hotel barato.

— Eu tenho que desligar, mãe – Digo para não agir com desrespeito com minha mãe.

— O de sempre, Oliver? – A atendente da lanchonete pergunta, depois que eu me sento em um banco desligando o celular.

— Por favor, Patrícia.

Como meu tradicional pão na chapa, pão de queijo, suco de laranja, e um copo pequeno de café preto. Eu amo a culinária brasileira. Penso em um lugar que vende um café mais gostoso, mas não posso ir até lá agora, pois nós dois temos que trabalhar. E então, as lembranças do nosso primeiro encontro vem à mente.

Passei uma semana indo naquele Starbucks, apenas para vê-la. Diversas vezes quis ficar mais um pouco e conversar, mas desistia. Tinha medo, não sabia o que falar. Descobri, lendo a plaquinha em seu avental verde, que seu nome era Felicity, mas era só isso. Eu queria saber mais sobre ela, queria descobrir sobre seus hábitos e hobbies, saber de seus medos e ajudá-la a enfrenta-los. Eu queria me casar com ela, mas só sabia seu nome.

Numa tarde, depois do trabalho, tomei coragem e fui convicto de que a chamaria para sair. Cheguei no estabelecimento e era como se só ela estivesse lá, e tudo ao seu redor fosse apenas um vulto.

— Olá – Ela diz, com aquele sorriso maravilhoso – Café preto?

— Hoje não – Digo com um sorriso bobo nos lábios.

— Sério? – Ela parece surpresa – Então decidiu mudar? O que será hoje?

— Você gostaria de sair comigo? – Pergunto de uma vez, para não desistir de falar.

— Claro – Ela responde prontamente, uma reação que eu não esperava.

— Pode ser no sábado? É a minha folga do trabalho.

— Está ótimo. É a minha também.

— Eu sou novo na cidade – Digo um pouco envergonhado – Tem algum lugar que você goste?

— Tem o MASP, o Museu de Arte de São Paulo, do outro lado da rua.

— Certo – Fico mais animado – Me encontra na entrada às 15 horas.

— Combinado – Ela parece muito feliz.

No dia marcado eu chego ao museu quinze minutos antes. Comprei no caminho uma rosa com suas pétalas mescladas em branco e vermelho. Quando eu a avistei se aproximando, em um lindo vestido rosa bebê, casual e fofo, meu coração disparou.

Nosso passeio no museu foi incrível. Eu já havia ido lá, mas foi apenas para conhecer. Dessa vez, com ela, foi diferente. Ela apontava para um quadro e dizia o que via, de forma engraçada e divertida. Depois de um tempo comecei a me divertir como ela, quando nós dois começamos a conversar com uma das esculturas.

Quando terminamos o passeio, ela perguntou se eu gostaria de acompanha-la até sua casa, não sabia que ela morava ali perto, por isso ainda não havia me oferecido, então aceitei.

Levamos quinze minutos para chegar na entrada do Edifício Itaipava, onde ela morava. Nesse tempo descobri que ela é canadense, por isso o leve sotaque, mas se mudou com a família para o Brasil quando tinha dez anos. Veio morar em São Paulo para fazer faculdade de Ciência da Computação na USP, já que terminou o ensino médio muito adiantada, logo em seguida ingressou no curso de Administração, este que estava quase no fim, também na USP.

Contei a ela um pouco sobre minha história, meu motivo de estar no Brasil, e o fato de que estava amando tanto o lugar, que pensava em ficar de vez. Ao nos despedir, não resisti em beija-la, e ela não me impediu, o que só me deixou mais feliz com aquele dia.

Depois disso passamos a marcar nossos intervalos no trabalho para ficarmos juntos. Eu a pedi em namoro na varanda da Casa das Rosas. Um lugar lindo, uma casa antiga e pequena no meio de tantos prédios enormes e modernos. Ela fez questão de me levar lá, com visita guiada ainda por cima. O guia contava a história dos antigos moradores da casa, mas eu só prestava atenção nela.

Perdido em meus pensamentos, noto que estou trabalhando em modo automático.

Por estar pensando nela, o tempo passa mais rápido, para que mais rápido eu a veja. Respiro aliviado quando vejo o horário no celular, fim do expediente, o que me dá trinta minutos para tomar um banho, e ir busca-la no trabalho.

Entro no local e meu sorriso só aumenta conforme me aproximo dela.

— Pronta, amor? – Pergunto a observando do outro lado do balcão.

— Vou só pegar minhas coisas – Ela se inclina por sobre o balcão para me beijar antes de ir para uma área reservada a funcionários.

— Eu já chamei o Uber – Digo quando ela volta com suas coisas.

Entramos no carro solicitado quando ele chega. O endereço já com o motorista, que nos oferece água ou uma bala, que recusamos educadamente. Em vinte e cinco minutos (por conta do transito do horário, ou teria sido mais rápido) chegamos ao local. Pago o motorista antes de descer, logo em seguida estendendo minha mão para ajudá-la a sair do carro.

Estamos no Parque do Ibirapuera, uma enorme área verde bem no meio de tantos prédios. Um passeio que se tornou nossa rotina de toda sexta-feira, depois do trabalho.

Estamos namorando a quase cinco meses. Eu me apaixono cada dia mais por ela. E cada segundo perto dela faz crescer em mim uma vontade maior de continuar aqui.

O sol começa a se por, e estamos no nosso lugar especial. A ponte metálica que atravessa uma parte do lago, no meio do imenso parque.

— Eles chegam amanhã? – Ela pergunta quando paramos no meio da ponte, e ela apoia a cabeça no meu ombro.

— Sim – Digo me referindo a minha irmã e meu melhor amigo – Vou busca-los no aeroporto às 9 horas.

— Acha que eles vão concordar com nossos planos?

— Creio que sim – Com minha mão esquerda seguro na sua mão direita.

— Muito obrigada, Oliver – Ela diz depois de um tempo de silencio.

— Pelo que? – Pergunto curioso, a olhando.

— Por me fazer sentir isso – Fico confuso, mas ela continua antes que eu pergunte – Tudo isso. Desde que você entrou na minha vida, eu me sinto diferente, você faz eu me sentir melhor.

— Eu vim ao Brasil a procura de algo para provar aos meus pais que eu posso ser muito mais do que um filho mimado. E eu encontrei – Deu um beijo suave em seus lábios.

Quando o sol chega no ponto que mais amamos, bem a nossa frente, levantamos as mãos livres e formamos um coração, de forma que o sol esteja no centro.

— Encontrei o amor – Digo mais para mim mesmo, mas me alegro em ver um sorrio largo surgir em seu belo rosto.

 

 

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Notas finais do capítulo

Então pessoal? O que acharam? Contem pra mim nos comentários.
Ali no final tem um link, pra quem não mora em SP ou não conhece os pontos que citei no capítulo.
Bom, é isso, o próximo capítulo será um POV Felicity.
Bjs e até logo.



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