Manto Negro escrita por Roz


Capítulo 21
Capítulo XXI




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O tumulto era perturbador, todos os peculiares me cercavam, curiosos para saber o que acabara de acontecer. Porém, nem mesmo eu sabia, o mais importante no momento era a Hazel, que estava inconsciente, o sangue se misturava com o cabelo dourado e escorria sobre o rosto.

— Por favor, não morra... - Eu implorava

Estava agachada sobre seu corpo, até que senti alguém me erguendo.

— Guta, se afaste. Horus vai ajuda-la - Leona alertou

Ver sua feição foi quase como um presente de "boas vindas".

— Não quero me afastar - Disse

—Fica calma, Hazel vai ficar bem - Horus apareceu

Sem perder tempo, Horus usou seus poderes. Kurt apareceu logo em seguida, sua expressão era devastadora.

— O que esta acontecendo aqui? - Erza apareceu

Quando percebeu que era Hazel ferida, seus espinhos ficaram expostos.

—Não vou admitir isso aqui, que ela morra fora daqui! - Pronunciou

Antes que ela falasse algo mais, me intervir ficando na sua frente. De líder corajosa e vingativa passou para uma garota de 24 anos assustada.

—Você vai sim -

Erza obedeceu, Kurt apareceu sussurrando algo em seu ouvido que a fez voltar para Casa.

—Guta, você ta ferida? - Leona perguntou

— Meu ombro... Queima - Respondi

Eu não tinha coragem de olhar para o portão, porque sabia que meu ato de covardia tinha custado Vladimir, logo ele que me salvou duas vezes e o que eu fiz? o deixei.

Leona tirou minha jaqueta, expondo meu braço e a suposta queimadura. Era mais escura que o normal, e tinha um formato de uma mão aberta com dedos esguios.

—Como isso aconteceu? - Perguntou

Queria mentir, não queria dizer na frente de todos que o Carniceiro me tocou, que estava amedrontada. Porém estava cansada e não conseguia pensar em nada eficiente o bastante para convencer Leona.

— O Carniceiro, ele... Não sei o que ele fez comigo - Sussurrei em seu ouvido

—Vamos para enfermaria, lá você vai ter mais privacidade -

—Não! não quero me afastar dela - Insisti

—Eu sei, Dylan e Kyle vão ajudar Horus a levá-la a enfermaria... Vai ficar tudo bem -

Não estava nada bem, mas cedi a petição de Leona e fui a enfermaria. Deitei na cama sentindo tanta dor que era impossível ficar parada, Leona precisou amarrar meus pulsos e pernas pra me manter na cama. Leona e Maya tentavam me ajudar de todas as formas, colocando pomada, gelo ou água, mas nada amenizava.

—Não adianta Leona, estamos mexendo com algo que não sabemos - Maya disse

—O que você sugere? Ela ta sofrendo! -

—Talvez devêssemos chamar a Azumi, ela sabe de tudo - Sugeriu

— OK, mas vai rápido! -

Maya saiu correndo, me deixando sozinha com Leona. Eu não sentia meu braço esquerdo, estava dormente porém o restante do meu corpo queimava. Depois de alguns minutos, Horus entrou com Hazel na maca, não consegui ver seu estado.

— Como ela esta? - Perguntei

— Horus conseguiu curar o ferimento, mas Hazel continua inconsciente. - Respondeu

— Preciso ajudar o Vlad – Falei

— Por que? O que aconteceu com ele? - Perguntou

Antes que eu pudesse responder, Maya retornou com uma garota baixa de cabelo negro comprido, pele branca e olhos puxados.

— Preciso que as duas se retirem por favor - Pediu

Maya e Leona não questionaram, assim que saíram do quarto Azumi se aproximou do meu ouvido e sussurrou:

— O que eu vou te contar agora, não é agradável aos outros Mutantes, então que fique entre nós duas -

Afirmei com a cabeça.

— Essa marca é dos Necromantes, uma linhagem rara de mutantes que mexem com a obscuridade -

— Eu não quero isso - Falei

— É isso ou a morte, o Carniceiro te escolheu como próximo Necromante -

— Prefiro a morte, do que aceitar isso! -

— Garota ignorante! Não associe esse poder as crueldades que aquela coisa faz -

A dor começou a se espalhar pelo meu corpo, minha respiração estava pesada.

— São as pessoas que tornam os poderes cruéis. Você acha que quem colocou o feitiço na Casa foi um mutante qualquer? Claro que não! -

— Eu não consigo...Respirar...

— Faz parte, você precisa morrer pra reviver um Necromante, boa sorte -

Já não conseguia puxar ar para os pulmões, e isso me fez entrar em desespero, queria gritar por ajuda mas não tinha como. Tudo foi ficando escuro, o som foi diminuindo e não tinha ninguém para me ajudar, apenas Azumi que me fitava como um experimento.

"A morte era fria e solitária, mas eu persistia em andar... Mas andar para onde? aonde estou?

— Ola? - Chamei

Mesmo falando, eu continuava andando, sentindo as coxas queimando de cansaço, implorando por uma pausa.

— Tem alguém ai? - Chamei

Demorei pra notar, mas estava nua, a marca cobriu todo meu corpo, deixando negro como a noite. Continuei andando, até encontrar um homem parado, como se estivesse esperando algo.

— Maria Augusta, achei que estivesse perdida no caminho -

— Quem é você? Como sabe meu nome? - Perguntei

— Sou o ultimo que carregou essa marca, e ela é a penúltima, e assim vai - Falou apontando para trás

Uma linhagem enorme de homens e mulheres seguia atrás dele, não consegui ver o final.

— Todos nós lhe damos boas vindas, e boa sorte -

— Algo mais...? -

— Cuidado -

Ele estendeu a mão no meu ombro esquerdo, e a energia de todos daquela fila. Vi mundos além dos meus, portais, seres bizarros, feitiços, ouvi idiomas estranho. O conhecimento era tão forte, a curiosidade se tornou maior."

Acordei no susto, inspirando todo o ar que era possível, ainda estava na cama da enfermaria, as cordas que me prendiam estavam soltas. Horus, Leona, Maya e Hazel estava ao meu redor, em silencio.

— Não creio - Maya disse

— Você ta viva!! como?? - Leona me abraçou

Já não sentia a dor de antes, apenas uma fome monstruosa.

— Não sei, mas estou quase morrendo de fome - Respondi

Leona e Maya foram pegar algo para eu comer.

— Pode se explicando, você estava morta, eu me certifiquei - Horus disse

— E eu também, seu coração estava parado por uns 10 minutos - Hazel completou

— Eu realmente não sei, apenas acordei -

Não queria contar o que tinha acontecido, mas sabia que eles dois não haviam engolido essa resposta.

— Essa marca não dói mais? - Horus perguntou

Neguei com a cabeça, no espelho mostrava um formato de mão quase perfeita com dedos esguios. Coloquei uma camisa porque não queria ele olhando pra marca.

— Certo, já que esta viva Erza quer falar com você -

— Vlad foi capturado, certo? - Hazel perguntou

— Sim, mas ele ainda ta vivo -

— O que planeja fazer? -

— Resgatá-lo -

 


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