Manto Negro escrita por Roz
O tumulto era perturbador, todos os peculiares me cercavam, curiosos para saber o que acabara de acontecer. Porém, nem mesmo eu sabia, o mais importante no momento era a Hazel, que estava inconsciente, o sangue se misturava com o cabelo dourado e escorria sobre o rosto.
— Por favor, não morra... - Eu implorava
Estava agachada sobre seu corpo, até que senti alguém me erguendo.
— Guta, se afaste. Horus vai ajuda-la - Leona alertou
Ver sua feição foi quase como um presente de "boas vindas".
— Não quero me afastar - Disse
—Fica calma, Hazel vai ficar bem - Horus apareceu
Sem perder tempo, Horus usou seus poderes. Kurt apareceu logo em seguida, sua expressão era devastadora.
— O que esta acontecendo aqui? - Erza apareceu
Quando percebeu que era Hazel ferida, seus espinhos ficaram expostos.
—Não vou admitir isso aqui, que ela morra fora daqui! - Pronunciou
Antes que ela falasse algo mais, me intervir ficando na sua frente. De líder corajosa e vingativa passou para uma garota de 24 anos assustada.
—Você vai sim -
Erza obedeceu, Kurt apareceu sussurrando algo em seu ouvido que a fez voltar para Casa.
—Guta, você ta ferida? - Leona perguntou
— Meu ombro... Queima - Respondi
Eu não tinha coragem de olhar para o portão, porque sabia que meu ato de covardia tinha custado Vladimir, logo ele que me salvou duas vezes e o que eu fiz? o deixei.
Leona tirou minha jaqueta, expondo meu braço e a suposta queimadura. Era mais escura que o normal, e tinha um formato de uma mão aberta com dedos esguios.
—Como isso aconteceu? - Perguntou
Queria mentir, não queria dizer na frente de todos que o Carniceiro me tocou, que estava amedrontada. Porém estava cansada e não conseguia pensar em nada eficiente o bastante para convencer Leona.
— O Carniceiro, ele... Não sei o que ele fez comigo - Sussurrei em seu ouvido
—Vamos para enfermaria, lá você vai ter mais privacidade -
—Não! não quero me afastar dela - Insisti
—Eu sei, Dylan e Kyle vão ajudar Horus a levá-la a enfermaria... Vai ficar tudo bem -
Não estava nada bem, mas cedi a petição de Leona e fui a enfermaria. Deitei na cama sentindo tanta dor que era impossível ficar parada, Leona precisou amarrar meus pulsos e pernas pra me manter na cama. Leona e Maya tentavam me ajudar de todas as formas, colocando pomada, gelo ou água, mas nada amenizava.
—Não adianta Leona, estamos mexendo com algo que não sabemos - Maya disse
—O que você sugere? Ela ta sofrendo! -
—Talvez devêssemos chamar a Azumi, ela sabe de tudo - Sugeriu
— OK, mas vai rápido! -
Maya saiu correndo, me deixando sozinha com Leona. Eu não sentia meu braço esquerdo, estava dormente porém o restante do meu corpo queimava. Depois de alguns minutos, Horus entrou com Hazel na maca, não consegui ver seu estado.
— Como ela esta? - Perguntei
— Horus conseguiu curar o ferimento, mas Hazel continua inconsciente. - Respondeu
— Preciso ajudar o Vlad – Falei
— Por que? O que aconteceu com ele? - Perguntou
Antes que eu pudesse responder, Maya retornou com uma garota baixa de cabelo negro comprido, pele branca e olhos puxados.
— Preciso que as duas se retirem por favor - Pediu
Maya e Leona não questionaram, assim que saíram do quarto Azumi se aproximou do meu ouvido e sussurrou:
— O que eu vou te contar agora, não é agradável aos outros Mutantes, então que fique entre nós duas -
Afirmei com a cabeça.
— Essa marca é dos Necromantes, uma linhagem rara de mutantes que mexem com a obscuridade -
— Eu não quero isso - Falei
— É isso ou a morte, o Carniceiro te escolheu como próximo Necromante -
— Prefiro a morte, do que aceitar isso! -
— Garota ignorante! Não associe esse poder as crueldades que aquela coisa faz -
A dor começou a se espalhar pelo meu corpo, minha respiração estava pesada.
— São as pessoas que tornam os poderes cruéis. Você acha que quem colocou o feitiço na Casa foi um mutante qualquer? Claro que não! -
— Eu não consigo...Respirar...
— Faz parte, você precisa morrer pra reviver um Necromante, boa sorte -
Já não conseguia puxar ar para os pulmões, e isso me fez entrar em desespero, queria gritar por ajuda mas não tinha como. Tudo foi ficando escuro, o som foi diminuindo e não tinha ninguém para me ajudar, apenas Azumi que me fitava como um experimento.
"A morte era fria e solitária, mas eu persistia em andar... Mas andar para onde? aonde estou?
— Ola? - Chamei
Mesmo falando, eu continuava andando, sentindo as coxas queimando de cansaço, implorando por uma pausa.
— Tem alguém ai? - Chamei
Demorei pra notar, mas estava nua, a marca cobriu todo meu corpo, deixando negro como a noite. Continuei andando, até encontrar um homem parado, como se estivesse esperando algo.
— Maria Augusta, achei que estivesse perdida no caminho -
— Quem é você? Como sabe meu nome? - Perguntei
— Sou o ultimo que carregou essa marca, e ela é a penúltima, e assim vai - Falou apontando para trás
Uma linhagem enorme de homens e mulheres seguia atrás dele, não consegui ver o final.
— Todos nós lhe damos boas vindas, e boa sorte -
— Algo mais...? -
— Cuidado -
Ele estendeu a mão no meu ombro esquerdo, e a energia de todos daquela fila. Vi mundos além dos meus, portais, seres bizarros, feitiços, ouvi idiomas estranho. O conhecimento era tão forte, a curiosidade se tornou maior."
Acordei no susto, inspirando todo o ar que era possível, ainda estava na cama da enfermaria, as cordas que me prendiam estavam soltas. Horus, Leona, Maya e Hazel estava ao meu redor, em silencio.
— Não creio - Maya disse
— Você ta viva!! como?? - Leona me abraçou
Já não sentia a dor de antes, apenas uma fome monstruosa.
— Não sei, mas estou quase morrendo de fome - Respondi
Leona e Maya foram pegar algo para eu comer.
— Pode se explicando, você estava morta, eu me certifiquei - Horus disse
— E eu também, seu coração estava parado por uns 10 minutos - Hazel completou
— Eu realmente não sei, apenas acordei -
Não queria contar o que tinha acontecido, mas sabia que eles dois não haviam engolido essa resposta.
— Essa marca não dói mais? - Horus perguntou
Neguei com a cabeça, no espelho mostrava um formato de mão quase perfeita com dedos esguios. Coloquei uma camisa porque não queria ele olhando pra marca.
— Certo, já que esta viva Erza quer falar com você -
— Vlad foi capturado, certo? - Hazel perguntou
— Sim, mas ele ainda ta vivo -
— O que planeja fazer? -
— Resgatá-lo -
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