A Marota escrita por Ray Black


Capítulo 31
Capítulo 30




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Sirius Black

Eu era um imbecil! Um grande idiota! Como eu pude..? Eu a fiz chorar pela milésima vez e.. Isso me machucou muito. Mas eu fiquei com tanta raiva ao ver ela com o Ephram. Ao ver ela sorrir pra ele.. Como eu queria que sorrisse apenas pra mim. Meu coração gritava pra que eu pedisse perdão mas.. Eu não queria realmente que ela me perdoasse. Eu era um idiota e a faria sofrer novamente. Era isso que eu fazia com todo mundo.

Depois daquilo no corredor, eu tentei ir atrás dela mas cheguei tarde demais.. Ela já estava no dormitório. Com a raiva que estava, eu subi para o meu dormitório e descontei em tudo que podia. Travesseiros, parede, chutei o meu malão.. O que foi doloroso. Mas aquilo só me deixou cansado. A raiva de mim mesmo ainda ardia dentro de mim como uma fogueira intensa. Eu nem ao menos percebi que chorava quando meus joelhos tocaram o chão.

Eu não soube por quanto tempo fiquei ali, os punhos apertados e eu podia senti-los arder pela força que havia socado a parede. Apenas quando James e Remo entraram no dormitório, olhando a bagunça meio assustados e confusos. Eles vieram até mim assim que me viram e se abaixaram a minha frente.

— O que aconteceu, almofadinhas? - Remo perguntou, pondo sua mão sobre meu ombro.

— Vocês estavam certos... Jane bagunçou totalmente a minha vida e o meu coração. - eu confessei, dando de ombros. — Estou apaixonado por ela.

Eles se olharam, parecendo satisfeitos por eu ter confessado aquilo.

— Isso é bom, não é? - James perguntou, se confundindo com o meu estado.

— Não, James.. Eu não sirvo pra isso. Eu tento puxar as pessoas pra cima, para o meu lado. Mas no fim eu sempre acabo as empurrando precipício abaixo.. As empurrando pra longe. - eu sorri triste, secando o rosto com as mãos.

— O que você fez? - ele perguntou, me olhando desconfiado.

— Eu os vi.. Ela e o Ephram, no caldeirão furado. Ela estava tão linda e.. Sorridente. Eu fiquei com raiva e nós meio que discutimos no corredor quando voltamos. Eu disse.. Eu, praticamente, disse que ela saia com todo mundo e perguntei quem seria o próximo. Ela me bateu e disse que me odiava.. O que me assombra e conforta, pois eu mereço seu ódio.. Eu mereço que ela me bata, mereço que não me perdoe e se afaste de mim.

— Sirius, calma. - Remo pediu, segurando meu rosto entre suas mãos pálidas. — Você é novo em tudo isso.. Vocês são. Erros são cometidos e podem ser reparados. Quantas vezes Pontas já não quebrou os óculos e o consertou?

— Ei, não foi de propósito. - o outro reclamou e eu sorri.

— Não comparando vocês ao óculos do James, mas a vida funciona assim. - o Lupin ignorou o amigo. — Se vocês quiserem ficar juntos, vão ficar. O amor supera tudo.

Os olhos castanhos prendiam os meus e eu tive vontade de abraça-lo. Remo tinha os melhores conselhos e sabia como confortar alguém. Mas antes que eu pudesse fazer algo, ele me deu um tapa no rosto. Não tão forte quanto o de Jane, mas doeu.

— Qual é, aluado.. - reclamei, massageando o local.

— Jane é uma garota muito especial e eu espero que, se ficar com ela, cuide muito bem dela. Ou eu mesmo te azaro. - seu tom de ameaça fez com que eu me afastasse.

Eu olhei para James e ele deu de ombros.

— Vocês trocaram de corpo? - perguntei e eles riram.

Meus amigos.. Eram a melhor coisa que eu tinha. Faltava apenas Pedro para que estivessemos todos ali, rindo da minha própria cara.

*****

James Potter

Meu melhor amigo.. Minha irmã.. Era estranho pensar sobre isso, afinal, eu tinha Sirius como um irmão. Ele vivia na minha casa, me enchia o saco todos os dias e todas as noites, roubava a minha mãe e fazíamos besteiras juntos. Além disso, eu ainda via Jane como a garotinha que adorava pintar as unhas uma de cada cor.. Que adorava brincar com meus cabelos quando a visitava e tinha um sorriso doce. A minha irmãzinha.

Era domingo e eu pretendia resolver isso.. Sirius não queria que eu falasse com ela sobre o que aconteceu entre eles, mas eu devia pelo menos tentar resolver tudo entre mim e ela. Afinal, éramos irmãos e eu não desistiria dela assim. Muitos menos por causa de uma brincadeira com o Ranhoso.. Tá, talvez eu tenha errado ou exagerado. Mas eu não iria tirar as calças do Ranhoso.. Ou sim.

Eu a encontrei na ponte de pedra.. Ela estava a olhar o horizonte, debruçada na ponte e os olhos pareciam brilhar. Era tão parecida mas tão diferente de mim.. Ela não era babaca como o irmão. Eu me aproximei e parei ao seu lado, recebendo um suspiro seu. Jane não me olhou, continuando a observar a bela vista.

— Jane.. - eu tentei dizer mas ela me interrompeu.

— Se veio falar do seu amiguinho, pode voltar pro castelo. - foi curta e grossa e eu me vi com medo de contradize-la.

— Não vim falar de Sirius.. - falei e ela me olhou, erguendo as sombrancelhas. — Eu vim me desculpar.

— Pelo quê? - perguntou, se virando pra mim com uma mão na cintura.

— Por ter te decepcionado.

Ela riu sem muita vontade, voltando a debruçar na ponte. Ela parecia diferente.. Desde a última vez que nos falamos antes do acontecido com o Ranhoso. Eu não sabia como ou em quê exatamente, mas Jane estava diferente.

— Você não tem que se desculpar a mim.. Sabe muito bem a quem tem que pedir desculpas. - ela disse, me olhando debochada.

— Nem pensar! - ela havia enlouquecido?

Pedir desculpas ao Ranhoso? Ela.. Severo Snape? Desculpas? Por aquilo? Nem pensar! Meu orgulho era muito maior que aquilo e eu não arriscaria ser zoado por aquele nariz oleoso pelo resto dos meus anos escolares.

— É muito difícil pra você? Bem.. Pra mim também. - ela sorriu, me dando um último olhar antes de se afastar.

Quem era aquela garota? Jane Potter ela não era. Incrédulo com a alma desconhecida no corpo da minha irmã, eu voltei para o castelo, indo direto para o corredor do sétimo andar. Andando de um lado pro outro, pensando que eu precisava falar com meus amigos, a porta da sala precisa logo apareceu. Bagunçando meus cabelos, eu entrei na sala e fechei a porta.

— Sabe aquela história de trocar de corpo? Isso pode mesmo acontecer? - perguntei assim que parei em frente a Sirius, Remo e Pedro sentados em uma mesa.

— Nunca ouvi falar sobre casos assim.. Por que? - Remo questionou, parecendo confuso com a minha pergunta.

— Eu fui falar com a Jane e.. Ela simplesmente agiu como.. Se fosse outra pessoa. - expliquei, me sentando na cadeira vazia.

— Como assim? - Sirius tirou os olhos de sua varinha, me olhando com uma sombrancelha erguida.

— Primeiro ela foi um tanto fria.. Depois ela debochou e me deixou ali, completamente confuso. - suspirei, apoiando a testa sobre a mesa.

— Isso é estranho. - Almofadinhas concluiu, deixando sua varinha encima da mesa.

— Poção polissuco? - Pedro sugeriu, jogado encima da mesa.

— Talvez.. - eu pensei, olhando para Remo.

— Deixem de ser idiotas só por um instante? - Aluado pediu, fechando seu livro. — Tudo o que aconteceu apenas a fez distante.

— Como assim? - Sirius perguntou o que eu iria perguntar.

— Ela descobriu a realidade do nosso mundo a muito pouco tempo e já teve que fazer os N.O.M.s. Descobriu que o irmão prega peças em pessoas e azara muitas delas. - ele me lançou um olhar penetrante. — E teve uma decepção com Sirius. É normal que ela se afaste.

— Até mesmo de você? - perguntei, sabendo que ela também não estava falando com ele.

— É verdade que Jane não tem falado comigo, mas não é como se eu tivesse feito algo de errado. - ele explicou, voltando a abrir o seu livro. — Talvez eu tenha errado em não interferir.

— Nós não lhe dariamos ouvidos mesmo.. - Sirius suspirou, se levantando da sua cadeira.

— Vocês são cabeças duras. - o Lupin resumiu, balançando a cabeça em negação.

Eramos mesmo.. Mas eu não desistiria de jeito nenhum. Jane era a minha irmãzinha.. A nanica. Eu conseguiria me redimir com ela, nem que pra isso.. Eu precise pedir desculpas ao Snape. O que me faz estremecer só de pensar, mas tudo bem. Alguns sacrifícios fazem parte. E ainda conseguiria reconciliar Sirius e ela, com a ajuda de Remo, é claro. Eu não me sentia, realmente, arrependido de ter me divertido com o Ranhoso.. Mas me sentia arrependido por ter decepcionado Jane. Eu iria resolver aquilo.


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