A Marota escrita por Ray Black


Capítulo 16
Capítulo 15




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/764887/chapter/16

Alguns dias se passaram e eu ainda não estava acreditando no que havia acontecido... Sirius havia se transformado em um cachorro enorme na minha frente. James se transforma em cervo. Pedro em um rato e... Remo em um lobisomem toda lua cheia.

Desde aquela noite, eu não havia falado com ele. Não por que não queria ou tinha medo mas parecia que o mesmo fugia de mim. Sempre tinha algo pra fazer quando eu ia falar com ele ou simplesmente sumia. Isso me deixava meio triste mas eu entendia.

Desde aquela noite também eu não havia falado com Theodore e também não o tinha visto em lugar nenhum. Queria falar com ele e pedir desculpas por não ter aparecido no nosso "encontro". Espero que ele não tenha ficado chateado...

Hoje é o primeiro treino de quadribol e eu não quero ir mas prometi a James que iria. A ruiva está aqui me enchendo o saco dizendo que eu tenho que ir ou ele me bateria.

— Vamos, Jane! Levanta. - pede me balançando e eu nego. – Ah, é? Então tá.

Dito isso, ela vira as costas e sai do dormitório. Foi tão fácil assim? Me virei na cama e tentei voltar a dormir mas uma outra alma entrou no dormitório e se jogou na cama ao meu lado. Me virei e vi James a sorrir pra mim.

— O que você tem? - pergunta parecendo preocupado e eu sorri.

— Nada... Eu só não acho que seja uma boa ideia eu ir no treino. O Remo não quer falar comigo e ele com certeza vai estar lá. - digo agora com um ar meio triste.

— Eu sei que aquele dia foi assustador e tudo mais. Mas vocês são amigos, ele é meu amigo também e você é minha irmã. Não quero ve-los assim. Eu entendo o Remo. Ele não queria que você soubesse e se sente culpado por ter te machucado. Quer saber? Vamos resolver isso agora. - diz tudo rápido e levanta indo em direção a porta.

— James! - chamo mas ele já havia saido.

Depois de uns 2 minutos, o mesmo voltou junto de Sirius e traziam um Remo resmungão.

— Agora, vocês dois vão conversar e se acertar. - diz James e puxa Sirius saindo do dormitório.

Me levantei e caminhei até ele parando a sua frente nem tão perto, nem tão longe. Quando iria dizer algo ele me interrompe.

— Olha, eu me afastei pois pensei que não quisesse falar comigo depois do que aconteceu. Eu sou um monstro e não quero machucar mais ainda as pessoas a minha volta. - diz de cabeça baixa como sempre e eu levantei a mesma.

— Você não é um monstro, Remo. Eu tenho certeza que você não teve culpa, não era você exatamente... Sabe, pessoas como você tem dois lados. O lado humano que sabe exatamente o que esta fazendo em todos os momentos, e o outro lado que faz coisas sem que você lembre ou possa pensar antes de fazer. Isso não te torna um monstro ou algo do tipo... Eu nunca pensaria isso de você e nunca pararia de falar com você por isso. Você precisa de apoio e eu estou aqui pra te apoiar, não pra te julgar. Por que não me contou antes? - pergunto segurando seu rosto entre minhas mãos.

— Porque eu tinha medo... Medo que se afastasse ou que quisesse fazer a loucura que James, Sirius e Pedro fizeram pra me ajudar. - responde e eu sorri levemente.

— Remo, você é a pessoa mais doce e gentil que eu já conheci até agora. Você é meu amigo e eu nunca me afastaria só por isso... A partir de agora não haverá mais segredos entre nós, okay? - pergunto olhando em seus olhos e ele sorriu.

— Okay! - responde e eu sorri lhe dando um abraço. – Agora, vamos chamar os outros e lhe contar tudo.

— Como assim "tudo"? - pergunto confusa.

— Só espere. - diz todo misterioso começando a caminhar em direção a porta.

— Não, não precisa chama-los. - digo olhando a porta e ele me olha confuso dessa vez.

— Por que? - pergunta e eu sorri caminhando até a porta e a abrindo, vendo os outros três Marotos quase caírem.

— Sabiam que é feio ouvir atrás da porta? - pergunto pondo as mãos a cintura.

— Não ligamos pra isso... Vamos começar logo pois ainda temos o treino de quadribol. - diz James entrando e sendo seguido pelos outros.

Fechei a porta e cruzei os braços, olhando para os quatro garotos a minha frente.

— Podem começar. - digo e eles se olham.

— Bem, você já sabe que Remo é um lobisomem, que somos Animagos... - começa James mas para pensando em algo.

— Tá.. E o que mais eu deveria saber? - pergunto me perguntando o que mais eles poderiam estar escondendo.

— Estamos fazendo o Mapa Do Maroto. - diz Sirius de uma vez levando um tapa de James.

— E o que seria o "Mapa Do Maroto"? - pergunto confusa.

— Um mapa criado por nós. Mostra tudo e todos que estão nos terrenos de Hogwarts. Cada lugar e cada pessoa. - diz James tirando algo do bolso e me mostrando.

— Uau! Como fizeram ele se mexer? - pergunto surpresa olhando o mapa que parecia ter sido desenhado a mão e estava muito bem feito.

— Usamos um feitiço... - diz Remo sentado em minha cama.

— Então... É por isso que você sempre sabe onde estou?! - pergunto me virando para Sirius meio indignada.

— Talvez... - diz sorrindo e eu revirei os olhos.

— Isso é muito legal! Faltam alguns lugares mas continua sendo muito legal. - digo rindo e entregando o mapa a James que guardou.

— Temos que ir para o treino, James. - diz Sirius e James concorda.

— Verdade... Se troque, nos vemos lá. - diz o mesmo e beija minha bochecha saindo com os outros.

[...]

Aqui estou eu caminhando para o campo de quadribol onde o treino já começou. No caminho estava tão distraída que acabei esbarrando em alguém.

— Desculpa, não te vi. - diz a pessoa a minha frente e eu o olho vendo que era um garoto loiro.

— Ah, tudo bem. Eu estava distraída também... - digo sorrindo levemente.

— Sou Ephram Malfoy, prazer... Você deve ser a novata. Jane Potter, acertei? - pergunta sorrindo e eu concordei.

— Sim, prazer. Não sabia que havia mais um Malfoy... - digo apertando sua mão.

— Sim, somos três irmãos. Lucio é o mais velho e depois viemos eu e Roxanne. - diz sorrindo e parece que ele nunca para de sorrir.

— Espera, você é gêmeo da Roxanne? - pergunto meio surpresa.

— Sim mas as pessoas dizem que me pareço mais com Lucio. - diz dando de ombros e eu concordei.

— Parece mesmo... É da sonserina? - pergunto começando a caminhar com ele para a arquibancada da grifinoria.

— Sim mesmo achando que a Corvinal combina mais comigo... - diz dando de ombros novamente.

— E por que esta aqui? É treino da grifinoria. Por que está indo pra arquibancada da grifinoria? - pergunto rindo e ele me acompanha.

— Eu gosto. Sempre quis entrar pro time mas meus pais nunca deixariam. Dizem que os Malfoy não nasceram para jogar quadribol. Então eu venho pra cá e assisto os treinos não importa a casa. - explica e vemos Remo sentado em um dos bancos. Caminhamos até ele e nos sentamos ao seu lado.

— Oh, olá Ephram! - cumprimenta Remo com um leve sorriso.

— Olá Remo! Parece que a ultima lua cheia foi mais agitada que as outras. - diz Ephram baixinho apontando os ferimentos de Remo.

— Sim, mas felizmente tudo deu certo. - diz Remo sorrindo e eu olhei dele para Ephram surpresa.

— Você sabia? Quer dizer que só eu não sabia? Olha, isso não é justo! - digo cruzando os braços emburrada e os dois riem.

Depois disso nós prestamos atenção no treino. Eles eram bons e eu estava louca pra assistir a um jogo mesmo. Remo disse que seria depois do natal que por acaso já está chegando. Semana que vem nós já iremos voltar pra casa pra passar o natal com nossos pais. Eu ainda não vi nossa casa e também estou bem ansiosa e querendo matar a saudade que estou de meus pais.

De longe, senti que alguém me observava e olhei para trás vendo um garoto de cabelos castanhos olhando diretamente pra mim. Ele sorriu de leve e ergueu uma das sombrancelhas logo voltando sua atenção para o treino. Me virei pra frente e balancei a cabeça.

Ele era bonito. Tinha os cabelos castanhos, olhos azuis, lábios bem desenhados... Por que eu to pensando nisso? Eu nunca vi ele antes! Não, espera... Pensando aqui, eu acho que já esbarrei nele em um dos corredores. Ele também é da Grifinoria e está no 5° ano também.

— No que tanto pensa? - ouço a voz de Remo perguntar ao meu lado.

— O que? Ah, nada importante... - digo sorrindo levemente.

— Você é tão doida quanto seu irmão, sabia? - pergunta e eu ri.

— Genética dos Potter, querido Remo. - digo apertando sua bochecha e ele ri.

[...]

No final do treino, decidi ir até o vestiário ver os meninos. Esperei que todos saíssem ficando apenas James, Sirius, Remo e Pedro, que pareceu no meio do treino. Entrei e James me olhou sorrindo marotamente. Eu já sabia o que ele pretendia então tentei correr mas ele foi mais rápido e me agarrou me abraçando

— Você está todo suado, James! - digo tentando me soltar e ele ri.

— O que acha de um abraço coletivo, almofadinhas? - pergunta James para Sirius que também sorriu maroto.

— Não, não, não! - digo mas Sirius também já havia me abraçado.

— Que coisa linda! - ouço Remo dizer rindo.

— Vocês são maus! - digo quando eles me soltam fazendo os mesmo rirem.

Depois disso, eles começaram a se trocar. Eu havia saído para que eles pudessem o fazer e fiquei esperando do lado de fora. Assim que eles terminaram, todos saíram menos Sirius.

— Jane, Sirius quer falar com você... Lá dentro. - diz Remo sorrindo e eu mordi os lábios.

— Mas...

— Vai logo! - diz o mesmo e me empurra pra dentro do vestiário fechando a porta.

Olhei em volta mas não vi Sirius. Onde aquele cachorro está e o que quer comigo? Caminhei ali dentro mas mesmo assim não o vi. O lugar era bem... Bem masculino. Tinham algumas bagunças ali, outras aqui e parecia o quarto do James quando ele foi passar as férias na casa da minha tia a uns anos atrás, só que um pouquinho pior.

Ouvi um barulho atrás de mim e me virei logo arregalando os olhos. Sirius estava parado com os cabelos negros molhados e apenas com uma toalha enrolada na cintura. O que ele estava fazendo?! Meu Merlin!

— Gosta do que vê? - pergunta irônico passando uma das mãos pelos cabelos.

— O que? Não... Não eu... Eu só... Você não deveria estar assim. - digo meio embolada.

— Eu estava tomando banho... Você que entrou. - diz o mesmo sarcástico.

Eu não prestei muita atenção. Meus olhos seguiam um gota de água que descia por seu corpo. Quando a mesma chegou a barra da toalha, eu balancei a cabeça e olhei para seu rosto. Em seus lábios tinham um pequeno sorriso malicioso.

— Eu... Foi você quem me chamou. - digo cruzando os braços e ele ri.

— Verdade... Por que tão nervosa? - pergunta se aproximado vendo que eu havia dado um passo pra trás.

— Eu... Eu não estou nervosa. - minto dando mais passos pra trás.

— Está com medo? - pergunta sorrindo sarcástico se aproximando mais.

— Medo? Claro que não! - digo meio indignada.

No segundo seguinte, eu acabei pisando em algo e quase caindo. No mesmo momento, Sirius me segurou pelo braço não deixando que eu caísse. Sorriu e me puxou colando nossos corpo, seu braço rodeou minha cintura e me deixou completamente presa a ele.

Eu simplesmente congelei. Ele estava praticamente nu, apenas com uma toalha enrolada na cintura e sorria de uma maneira divertida. Tentei o empurrar mas como sempre, falha total. Ele parecia se divertir com meu nervosismo, o que me deixava meio irritada.

— Obrigada por não me deixar cair mas... Poderia me soltar agora? Por favor? - peço desviando o olhar do seu.

— E por que eu soltaria? - pergunta ainda sorrindo.

— Porque... Porque você precisa se vestir e eu preciso encontrar uma pessoa. - digo e ele ri.

— E quem seria essa pessoa? - pergunta parecendo curioso.

— Não importa... - digo tentando lhe empurrar novamente.

— É o Nott? Você não quer ir realmente, quer? Não prefere fazer algo mais... Interessante? - pergunta e sinto ele beijar meu pescoço me fazendo fechar os olhos.

— Sirius... Por favor...

— Não adianta negar... Admite que quer se arrepiar com meus beijos, que adora quando te provoco, que quer que eu te beije... - sussurra me fazendo arrepiar.

— Uhum... Quer dizer, não! Me deixa ir, por favor. - peço abrindo os olhos.

— Se eu dissesse não? - ele continuou dando beijos em meu pescoço.

— Sirius.. Olha, se eu dissesse que não é o Theodore, você me deixa ir? - pergunto soltando um suspiro em seguida.

— Não é um garoto? Sabe, sou bem ciumento... - diz dando uma curta risada e eu o empurrei conseguindo me soltar.

— Não deveria ser... Afinal, não temos nada e talvez nunca teremos. - digo tentando me recuperar.

— Que esperta... Bem, do mesmo jeito. - diz cruzando os braços fazendo seus músculos ressaltarem.

— Você me irrita sabia? - pergunto desviando o olhar.

— Mas eu nem fiz nada. - diz rindo e eu tive vontade de bater nele.

— Enfim... Adeus, Sirius. - digo indo em direção a porta ainda ouvindo ele rir.

— Até mais tarde. - diz e eu revirei os olhos saindo do vestiário.

Eu tinha muita vontade de bater nele mas ao mesmo tempo de beijar ele. Eu odiava isso mas fazer o que...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Marota" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.