The Only Exception escrita por roseforever


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/764792/chapter/1

Rose não usava o Weasley. Nunca. Ela era uma Granger. Só Granger. Quando alguém acidentalmente- às vezes propositalmente ( pessoas são cruéis) também- gritava pelo corredor um sonoro “ Weasley” ela não virava. E porque viraria, afinal? Seria como chamá-la de Smith ou Rogers, simplesmente não fazia parte dela.

A fuga de Ronald Billius Wesley com uma mulher dez anos mais jovem havia chocado o mundo bruxo por meses, mas atualmente, quase 12 anos depois, pouco se falava sobre o assunto.
A última notícia que se teve sobre o ruivo era que estava no Caribe... ou seria Colômbia? Enfim,pouco importa. A questão a ser analisada é a de que tal assunto já não é mais uma manchete, quem sabe um rodapé de vez em quando...

Isso para a maioria dos bruxos, claro. Já para a família Weasley, Ron era um caixão entreaberto: parece morto mas de vez em quando você ainda se via perguntando “Por que?” “ Pra que?” “Onde?” . Eram muitas interrogações e poucas respostas.

A não ser a primogênita de Hermione, ela não se questionava sobre o assunto. Raramente ela pensava sobre o assunto, a ruiva havia criado um muro em volta do seu coração e seria muito difícil- isso para não dizer impossível- alguém ultrapassar as barreiras. Até que James chegasse, ao menos.

“ When I was younger
I saw my daddy cry,
And curse at the wind”

A cena era cruel. A pequena ruiva escondida no corredor olhando pela porta entreaberta a mãe jogada no tapete da sala chorando copiosamente. Os cabelos castanhos encaracolados,normalmente, brilhosos estavam emaranhados em nós, combinando com o estado de espírito da mulher. Enquanto isso, o homem ruivo arrastava uma mala verde aberta e ia tacando alguns pertences nela, sem dar a mínima atenção para a castanha soluçante. Aquela cena quebrou Rosie para sempre. “Como o seu pai podia fazer algo assim?”

E ela jurou que nenhum homem jamais a quebraria daquela forma.

“ He broke his own heart
And I watched as he tried
to reassemble it...”

Demorou semanas para que a castanha finalmente voltasse para a sua rotina com os dois filhos ainda pequenos. Rose ajudava no que podia, sempre estudando e dando o menor trabalho possível e educava o Hugo, seu pequeno irmão dois anos mais jovem, para que fizesse o mesmo. Entretanto, de madrugada quando acordava para beber água ainda conseguia ouvir o choro engasgado da mãe. Hermione era durona, mas não era difícil perceber que seu coração estava quebrado em pequenos pedaços. Que ainda demoraria algum tempo para se unirem novamente.

And my momma swore,
that she would never let her
self forget”

Ronald mandava cartas nos aniversários dos filhos. Na maioria das vezes,com algum dinheiro dentro- mesmo que ele não se desse ao trabalho de pagar qualquer pensão-.Rose nunca abriu nenhuma dessas cartas. Não tinha motivo para tal, mas de vez em quando lia alguma de Hugo. No final delas sempre estava escrito um “com amor, Papai”, o que era um tremendo absurdo, porque eles não tinham pai. Ela não tinha pai desde os seis anos e Hugo desde os quatro.
Eles nunca mostravam tais cartas para Hermione, porque ela nunca mereceu isso.

E nem eles, embora ninguém tivesse falado.

“ And that was the day
that I promised,
I’d never sing of Love
if it does not exist”

Rose não acreditava no amor de um casal. Ela não era tola o suficiente para não acreditar no amor de forma geral, porque ela sabia que sua família a amava e se preocupava com ela. E como dizer que tudo que a sua mãe havia feito não era amor? Ou toda a comida que sua avó Molly havia cozinhado para ela, não era amor? Ou todas as vezes que tia Ginny havia treinado Quadribol com ela? Não a amava? Ou tio Harry fazendo o possível para ocupar o papel paterno- sempre indo no dia dos pais da escolinha trouxa, por exemplo-, isso não era uma demonstração de carinho? Claro que todos eles a amavam. Porém amor entre homem e mulher- ou homem e homem ou mulher e mulher, o que quer que seja- entre pessoas que se apaixonam ESSE;

esse ela simplesmente não acreditava.

“But darling
You are... the only exception...
You are... the only exception...
You are... the only exception...
You are... the only exception...”

Isso até James Sirius Potter chegar em Londres. O filho mais velho de Ginny e Harry havia estudado por 5 anos no renomado colégio búlgaro:Durmstrang. Até o sexto ano, quando o acordo com os pais acabou e ele teve que cumprir com a sua parte: cursar seus dois últimos anos em Hogwarts.

James, apesar do nome, sempre foi estudioso e dedicado. Desde os dez anos ele sabia que queria ser curandeiro e sempre batalhou para isso. Seu gosto pelos estudos não deixou surpresa quando se entrosou muito bem com Rose Granger, outra nerd de carteirinha. Nas férias para o sexto ano de ambos, eles passavam horas debatendo sobre poções, feitiços ou o que quer que fosse que estivessem lendo e quando finalmente chegaram em Hogwarts não foi nenhuma novidade quando James acabou na Corvinal junto da ruiva. Finalmente outra pessoa da família havia ido para a casa azul e prata.

E pensando sobre isso Rose constatou que James era, de fato, diferente.

“ Maybe I know
somewhere deep in my soul
that love never lasts
And we’ve got to find other ways
to make it alone
Or to keep a straight face”

Demorou meses para que eles começassem a se denominar “ amigos”, porque Rose nunca quis ter um amigo homem, mas James era James. E foi fácil pular para o “melhores amigos”.

Tinha dias que ela simplesmente o ignorava e era uma forma de ainda se achar no controle, era uma maneira dela afirmar que se ele fosse embora agora, nesse exato momento, não doeria tanto. Ela seria capaz de suportar. No final do dia ela percebia o quão boba tinha sido e voltava a procurá-lo e quando o encontrava lhe dava um abraço que ele retribuía sem pestanejar. James não a pressionava. E nunca pressionaria, porque James tinha toda a paciência do mundo.

Ele era diferente.

“ And I’ve always lived like this
Keeping a comfortable...distance
Up until now I have sworn to
myself that I am content with loneliness”

Tinham datas que Rose sempre ficava sozinha. Era quase que uma tradição. O aniversário dela era uma dessas datas. Como era no final do ano ela sempre estava em Hogwarts, então era ainda mais fácil se manter afastada de todas. Bem, era. Até ela completar 16 anos e James fazer questão de ficar com ela durante todo o dia. Ela se manteve encostada na torre de astronomia encarando toda a paisagem e ele... ficou do lado. Eles permaneceram horas assim, em silêncio. E foi... bom. Porque lá não se sentiu obrigada a falar que “estava bem” ou algo assim. Ele só permaneceu lá... com ela. Depois de algum tempo ele se aproximou dela e a abraçou deixando um leve selar em sua testa. E isso só pareceu... certo. Eles ficaram lá mais algum tempo abraçados.

Deitada na sua cama, horas depois, pronta para dormir ela percebeu que nenhum dos primos jamais tinha perguntando se ela queria ficar sozinha, eles só a deixavam.

E foi bom não estar.

“ Because none of it was ever worth
the risk “

No baile do sexto ano, vários meninos chamaram Rose para ser seu par. Ela podia ser um pouco solitária, mas ainda era bem bonita. Ela não se deu ao trabalho de encarar nenhum deles. Porque ela já tinha um par. O seu melhor amigo, obviamente.

Só ele valia o risco de abrir seu coração.

“ You are the only exception
You are the only exception
You are the only exception
You are the only exception
You are the only exception “

Foi um pouco surpreendente para Hermione ver Rose de mãos dadas com seu sobrinho, James, quando foi buscá-los na estação King Cross. Sirius tinha um sorriso largo enquanto puxava a prima pelos dedos entrelaçados, Rose apesar de corada tinha um belo sorriso nos lábios vermelhos. Ela revirava os olhos para o moreno de tempos em tempos mas era impossível não notar o brilho nos olhos azuis.

James finalmente percebeu a tia e seguiu puxando a menina ruiva e o irmão dela, Hugo para ficarem perto da matriarca. Apesar de parecerem, ambos ainda não se entendiam como um casal. Eles eram só “ melhores amigos”. O que não deixava de ser um grande avanço aos olhos de Herms, sua linda primogênita criou um enorme muro para homens com pouquíssima idade.

James parecia ser uma bela exceção para a regra da ruiva.

“ I’ve got a tight grip on reality
But I can’t let go of what’s in front of me gere
I know your leaving in the morning, when you wake up
Leave me with some kind of proof it’s not a dream”

Foi em meio a um dia ensolarado em Hogwarts que Rose decidiu que precisava fazer alguma coisa. James nunca havia comentado nada, mas ela sabia que ele a amava e não importava o quão difícil havia sido para ela admitir isso para si mesma: ela também não o amava. E não era justo com ele ou com eles que permanecesse assim. Por isso, após uma complexa aula de Estudo dos trouxas em que eles compararam um beijo a um juramento, ela soube o que precisava fazer.
A ruiva corria afobada até o campo de Quadribol, onde o primo estaria treinando. Ao se deparar com o moreno fazendo flexões sem camisa, ela duvidou que essa tenha sido uma boa ideia e já ia desistir e voltar para o castelo quando Sirius finalmente reparou nela e se levantou, ainda sem camisa.
— O que foi, ruivinha? Tá tudo bem? - perguntou carinhoso se aproximando dela e se afastando do restante do time que permaneceu fazendo flexões.

Rose não soube o que deu nela, mas antes de conseguir se conter ela soltou de forma meio incompreensível um “ Eu te amo” e agarrou o moreno, na frente de todos. James meio chocado só foi capaz de segurar a cintura da ruiva e corresponder o beijo. Assim que se soltaram - com aplausos por parte do time da Corvinal- ele sussurrou um “ Eu também te amo” nos lábios da ruiva e deu-lhe um beijo na testa. Era a forma do moreno de cumprir a sua palavra e a ruiva percebeu que algumas vezes o beijos valem tanto quanto juramentos bruxos.

O de James valia.


“ You are, the only exception
And I’m on way to believing”

Anos depois quando foram morar juntos vinha gente até de Nárnia perguntar quando iam casar, o jovem casal se esquivava facilmente com outros assuntos. Até uma tarde de Maio em que uma vizinha de Harry e Ginny foi indelicada o suficiente para perguntar porque Rose ainda não tinha colocado o Potter como sobrenome. A ruiva instantaneamente revirou os olhos para essa pergunta e já havia decidido ignorá-la na cara dura quando James se meteu:
—Rosie não tem porque colocar o popular Potter, quando já tem um brilhante Granger como sobrenome. E se quer saber, senhora Potts, eu preferiria colocar no meu nome o Granger para me lembrar todo o dia do brilhantismo da minha companheira e da minha sogra do que ver Rô colocando o Potter e lembrando do meu pai. Vai que ela me troca por ele?-fez piada no final o moreno.

A ruiva foi incapaz de não deixar que um sorriso largo escapasse dos seus lábios quando viu as entrelinhas da declaração do moreno. Ele a entendia.

Mas principalmente ele era a sua exceção, sua única exceção.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

comentem linduxos
To pensando em fazer com outros casais ainda usando essa musica, ou vcs acham?