Harry e Eu escrita por Vihzau


Capítulo 5
A menina que Charlotte escolheu


Notas iniciais do capítulo

Olá, tudo bom?
Tive que mudar a ideia de postar sempre dois tópicos, pois se não os próximos capítulos ficariam bem maiores do que os anteriores (afinal, me empolguei) e isso não é o modelo que eu quero. Quero algo pequeno e não muito cansativo a cada capítulo.
Boa leitura!



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A menina que Charlotte escolheu:

Estamos falando de cidade grande, estamos falando de Raftel e eu estou muito feliz por está em uma praia pela primeira vez em meus 18 anos. Eu e Gabriel estamos “mochilando” por lugares de Raftel e já conhecemos partes incríveis desse lugar, como por exemplo: Praias de água salgada, uma chamada mar da esperança e a outra chamada perigosa. Distribuímos currículos por aqui, pois planejamos se mudar para cá, comemos diversas comidas típicas desse lugar, como um peixe delicioso que me esqueci do nome agora, mas sei que nós almoçamos e jantamos o mesmo peixe de tão bom que é. Fomos visitar algumas faculdades, pois se mudarmos para cá, Gabriel planeja estudar computação e eu observei os catálogos das faculdades, já que ainda não faço ideia do que quero cursar. E agora estamos planejando ir para uma trilha muito famosa por aqui, algo que dá em uma espécie de lagoa verde que muitos acreditam que a água cura a alma, uma doideira. Porém, estávamos precisando parar para descansar, já que Gabriel bebeu demais na nossa noitada que não se aguenta em pé. Pedimos um quarto em uma pousada boa e barata e tivemos que dividir um quadrado com duas camas de solteiro e uma mini televisão.

— Antônio deveria ter vindo com a gente... — Disse quase sem voz.

Admiro o fato de que Gabriel fica tão ruim no dia seguinte que até sua voz fica rouca.

— Pois é, mas acontece que ele precisa trabalhar. Nós somos os vagabundos! — Ri pensando que realmente somos os únicos sem trabalho.

— Isso vai acabar meu brother! Seremos moradores da cidade grande e teremos nossos empregos, dinheiro e gatas. — Respondeu mandando beijo.

Acho incrível como eu e Gabriel temos o mesmo típico pensamento grotesco e é por isso que nos damos tão bem.

— Mas, e Merlin? Parou de te ligar?

Peguei meu celular no bolso e observei as ligações: 10 ligações de Merlin, 2 de Leona e 5 de Charlotte.

— Não...

— Que menina chata, viu?! Às vezes você tem um péssimo gosto. — Debochou.

Porém, uma coisa me incomodou: O que é que Charlotte tanto queria comigo?

— Merlin é muito bonita, Gabriel, duvido que você não fosse querer. — Respondi tentando parar de pensar nas ligações de Charlotte.

— Mas, é chata!!!

Nós começamos a rir até que meu celular começou a vibrar recebendo SMS de Leona.

“Irmão, enquanto tu está viajando, Charlotte foi visitar suas raízes e trouxe uma menina que ouvi falar que seja sua prima de segundo grau, ela tem sua idade e veio da roça. Achei que tu iria querer saber quem é o novo herdeiro, mas como não me atendeu resolvi mandar mensagem. Ela já está morando no Palácio e é bem simpática. Estou com saudades e quero que venha logo para casa!”

— Uma princesa caipira... — Debochei.

— O que aconteceu, Harry? — Gabriel perguntou sem entender.

— Charlotte já achou sua herdeira e pelo jeito é uma caipira.

Gabriel riu achando engraçado a forma grotesca que falei, mas permaneci curioso querendo ver quem era essa menina.

Continuando a viagem, como foi dito, eu e Gabriel fomos fazer a tal trilha e esse foi o momento mais divertido de todos esses dias. O lugar é realmente bonito e tem um ar de magia em suas água, deve ser por isso que as pessoas acreditam que cura a alma. A água é verde esmeralda e de alguma forma acalma qualquer estresse acumulado, sinto-me revigorado e pronto para mais uma noitada daquelas de entrar em coma. Já a trilha não foi lá grandes coisas, achei chata essa parte do dia entretanto, para Gabriel não, pois nessa trilha nós conhecemos uma menina morena chamada Cristina e segundo ele é apenas um interesse sem compromisso, mas já trocaram telefonemas e mensagens e ele não para de chamá-la para encontrar com a gente em nossas saídas, o que é uma completa chatice. Contudo, não precisa se preocupar em gravar o nome dessa menina, já que é apenas uma figurante.

 “Está tudo bem... Ele merece.”, repeti isso pelo menos umas 10 vezes para não me estressar com ele estragando nossa viagem de brother.

Em uma noite, eu e ele fomos conversar sobre coisas que acontecerem até agora e calculamos que eu beijei pelo menos umas 12 garotas e ele umas 15 parando agora em Cristina. Eu já posso morrer feliz pensando que sai daquela cidade pequena e me encontrei nas saias rodadas das morenas da cidade grande.

— Mas, ainda falta eu conhecer uma asiática! — Disse pensando em meus cálculos.

— Se amarra em uns olhos puxados, né? — Gabriel respondeu caindo em gargalhadas.

— Nós estamos vivendo, Gabriel. — Sorri. — Vivendo semanas de sacanagem.

Gabriel feliz, eu feliz, tudo muito bom até o vigésimo quinto dia, onde descobrimos que estávamos praticamente sem dinheiro e precisamos voltar para casa.

— Desempregado é uma merda mesmo. — Gabriel disse revoltado. — Achei que conseguiríamos ficar aqui até o final do mês, temos muito verão pela frente ainda.

— Infelizmente, teremos que usar o que resta para voltarmos. — Respondi desanimado. — Mas, eu curti e você curtiu?

Ele abriu um sorriso enorme e respondeu:

— Curti demais, negô!!!!

À volta para casa é a pior parte da viagem, afinal, passar três dias dentro de um ônibus até chegar à rodoviária de Zion é uma completa pobreza, mas lembrar-se dos dias quentes que passei em Raftel me distraiu. Gabriel por outro lado passou a viagem toda trocando mensagens com a figurante. Espero que ele não ache que esse namoro distante vá dá certo, pelo menos não agora, já temos planos combinados do que iremos fazer daqui à diante.

— Não se esqueça de que iremos arrumar emprego e juntar grana para voltarmos, beleza? — Repeti pelo menos duas vezes em cada dia dentro do ônibus.

Espero que esse nerd não se esqueça do nosso combinado, pois depois desses dias agora eu tenho certeza de que quero voltar àquele lugar.

O terceiro dia no ônibus foi o pior, pois Gabriel havia comido alguma coisa que lhe caiu mal em uma das paradas que demos e acabou vomitando em um saquinho. Menos mal que foi no saquinho, não é? Mas, foi extremamente irritante ele reclamar em meus ouvidos de que não aguentava mais e queria chegar ao conforto de sua casa.

“Mariquinha!”, pensei diversas vezes.

Entretanto, também queria chegar ao Palácio para terminar minha casa na árvore, pois agora que a herdeira chegou quero me manter cada vez mais distante daquele pessoal.

— Como será que Antônio está? Quero contar a ele sobre a nossa viagem. — Gabriel disse puxando assunto.

— Também quero e precisamos falar com ele sobre nos ajudar a conseguir um emprego.

— Realmente.  — Sorriu pensando provavelmente em sua figurante.

Ao chegar em Zion, nos separamos e cada um foi para seu canto da cidade, eu para o Palácio e Gabriel para o lado baixo. Enquanto andava peguei meu celular e mandei mensagem para Leona e minha mãe, todas diziam “cheguei.”. Não entrei diretamente no Palácio, resolvi parar na casa da árvore para refrescar minha mente e vê o que precisa trazer. E ao entrar, me deparei com um desastre:

— Olá, sou Maria. — Um sotaque irritante e uma voz calma se pronunciou.

A casa na árvore havia sido terminada, estava com almofadas fofas, tapetes fofos, cortina em sua janela, cobertores dobrados no canto esquerdo, havia posto lâmpada e um ventilador, arrumou espaço para por até mesmo uma pequena mesa com algumas coisas de comer. Não vou negar que gostei, mas ao mesmo tempo me senti invadido.

— Maria? — Perguntei ainda em choque espiritual.

— Sim, Maria, a nova princesa. — Sorriu calmamente.

Maria, esse é o nome da figura que Charlotte havia arrumado para por em meu lugar. Sapatos surrados, vestidos amarelados, meias que vão até o joelho. Totalmente desprovida de beleza, pera, nem tanto, assumo que os cabelos são bem bonitos e o rosto oleoso de natureza também não é algo ruim, afinal percebi depois de alguns segundos que ela tem os olhos puxados e eu gosto disso. Contudo, não é de meu interesse, pois, o que menos desejo é ser amiguinho dela. Essa caipira se tornou meu inferno astral!

 


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Notas finais do capítulo

*Raftel e o nome das praias foram todos inventados por mim.
Assim como os outros pode está sujeito a correção.



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