Crawling Back To You escrita por Rafaela


Capítulo 48
Ponto Fraco


Notas iniciais do capítulo

Perdoem a demora, estive andando um pouquinho ocupada!!
Boa leitura!! Espero que gostem!!




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Katherine

A princesa sorria em ver seu irmão e William conversando, depois do que Jonathan falou, era de se esperar que os dois voltassem com a antiga amizade.

—Ah Kate —Margareth foi até a irmã e a abraçou, surpreendendo Katherine. —Estou realmente feliz por você.

—Sério? —a futura rainha arqueou as sobrancelhas, olhando com estranheza para Margareth. —Você sempre teve um preconceito enorme com piratas.

—E eu tenho —Margareth riu. —Mas esse seu noivo —a princesa olhou para William, que sorria com a conversa com Jonathan. —Queria eu ter sido sequestrada por ele…

—Obrigada pelo elogio, eu acho… —Katherine franziu as sobrancelhas.

As duas não tiveram muito tempo para conversar, pois Robert Thatch, James e alguns de seus piratas se aproximaram.

—Precisamos conversar algo de extrema importância para a guerra. —o líder disse.

Logo, Jonathan e William notaram os piratas perto das princesas e se aproximaram.

—Aquele é o irmão dele? —Margareth cochichou no ouvido da irmã, olhando James. —Não é tão bonito quanto o seu, mas é um gato.

—Um instante, rapazes —Katherine sorriu sem graça se apoiando no braço da irmã e as afastando. —Mais tarde quero ter uma conversa com a senhorita, até lá fique longe de James, entendeu?

—Por quê? Ele é compromissado? —Margareth disse olhando por cima do ombro da irmã. —Se bem que isso nem importa.

—Você não devia falar esse tipo de coisa… —Katherine a olhou impressionada.

—Qual é, Kate. Você mesma é contra as normas da realeza, acha que eu também não sou?

—Nossa —Katherine cruzou os braços, olhando a irmã com curiosidade. —E o que significa você ser contra as normas?

—Você sabe, o comum. Guardas, mordomos, rapazes atraentes do palácio.

—Quer dizer que você...

—Me encontro com eles no sigilo, você nunca fez isso? —Margareth disse sem ter vergonha alguma, o que de certa forma deixou Katherine orgulhosa. Como William já havia lhe dito: "Todos buscam uma forma de liberdade".

—Na verdade não... —Katherine respondeu. —Até porque o Thatch foi meu primeiro beijo... —Margareth pareceu impressionada. —Enfim, preciso falar com eles, vai pra tenda, okay? Sem desvios.

—Tudo bem, depois quero encerrar essa conversa direito —a princesa deu as costas a irmã, que voltou para a presença dos piratas.

—Então, sou todos os ouvidos —ela cruzou os braços, olhando Robert.

—Você deixou bem claro que é filha de um deus, na negociação —o líder dos piratas começou a dizer. —Vão usar isso contra nós.

—Como?

—Se encontrarem alguma vulnerabilidade em você, a usarão. Precisamos resolver isso antes que a guerra comece.

—Bem... Tem a minha família, que eles não podem mais usar ela contra mim.

—Vamos levar eles pro Vingança. Se ficarem no mar é mais seguro. —William sugeriu e a princesa assentiu.

—Eu estive pensando, nada enfraquece você? —Robert olhava Katherine com interesse. —O fogo, talvez.

—Eu não... —a Lecerf parou de falar e pensou um pouco. Na verdade, ela nunca gostou muito do calor do fogo, seja nas lareiras do palácio ou até no frio da noite daquela praia. Por exemplo, ela se sentou no tronco de árvore mais distante da fogueira que os aquecia. —Nunca testei na verdade.

—Bem, por que não testamos? —um dos piratas de Robert disse.

Katherine não gostou da ideia, mas concordou. Eles caminharam até a fogueira e a princesa ficou o mais perto do fogo que pôde. Todos a olhavam, mas ela não sentia nada diferente. Até que os minutos foram se passando e ela começou a ficar inquieta, querendo se afastar, mas se manteve firme na mesma posição. Precisava ver se o fogo a enfraquecia e logo comprovaram isso.

Passou cerca de meia hora e Katherine apenas sentia seu corpo quente, como o de qualquer pessoa que ficasse tão perto da fogueira sentiria. Mas algo aconteceu. A visão de Katherine começou a ficar turva, ela engoliu em seco, sentindo seu corpo cambalear. Ela fechou os olhos e desmaiou.

(...)

Acordou nos braços de William, que a tinha afastado do fogo.

—Se não fosse por mim você teria virado um churrasco —ele sorriu.

—O que aconteceu? —Katherine se sentou e coloco a mão na cabeça, que doía muito.

—Pelo visto o fogo enfraquece você —Jonathan estava ajoelhado ao seu lado também e segurou sua mão, a ajudando a levantar.

—Bem, ficaremos atentos a isso —Robert disse, mas seu tom de voz não era de preocupação e sim de vitória, o que fez Katherine o olhar desconfiada.

Os piratas se afastaram, ficando apenas Jonathan e William com a princesa.

—Você deveria se deitar —seu irmão aconselhou. —Deve estar cansada.

—Eu... —a princesa observava Robert que conversava com seus homens e entravam em uma tenda. —Não confio no seu pai —ela olhou para William.

—Muito menos eu —o Thatch suspirou. —Ele tem agido muito diferente, se interessou demais pela guerra nos últimos dias.

—Acha que ele está tramando algo? —Jonathan perguntou o amigo.

—Não tenho certeza, mas vou ficar de olho —William sorriu de leve para Katherine, tranquilizando a princesa. —Não se preocupe com isso, alteza. Agora descanse, amanhã vamos fazer nossa estratégia para a guerra.

—Eu vou... —Katherine falava com dificuldade —Ficar com Margareth essa noite, nos vemos amanhã? —ela olhou para seu noivo.

—Vou sentir sua falta —William sorriu maliciosamente e se aproximou da princesa.

—Eu estou aqui —Jonathan revirou os olhos. —Não é porque eu apoiei vocês dois que eu quero presenciar esse tipo de cena.

Katherine e William riram.

—Quer que eu a acompanhe até a tenda? —o Thatch perguntou.

—Consigo ir sozinha —Katherine deu um rápido beijo no pirata e abraçou o irmão. —Boa noite.

—Boa noite —eles disseram e observaram a menina se afastar.

(...)

Katherine passou a noite conversando com Margareth e notou o quanto sentiu falta das conversas com sua irmã. Mesmo sendo um pouco arrogante e narcisista, Margareth fazia a futura rainha rir, ao contar sobre seus encontros secretos com os rapazes do palácio. Depois, começaram a falar sobre os meses que se passaram desde que Katherine foi sequestrada. E o que mais impressionou a futura rainha de Sunrise, foi Margareth falar que a parte mais agoniante em ter sido presa era não poder se vestir apropriadamente como uma princesa.

Logo amanheceu e Katherine dormiu poucas horas. A luz do sol a despertou e sua irmã ainda dormia ao seu lado. Depois de lavar o rosto e comer uma maçã, a princesa saiu da tenda e logo viu um aglomerado de piratas ao redor de uma pedra. Ela começou a caminhar em direção a eles, até notar Robert Thatch na entrada da floresta, conversando com Maxine, o homem que a alertara sobre a guerra. Eles estavam conversando bem discretamente e ninguém parecia notar aquilo. Mas o que será que eles falaram? Katherine pensava. Não tinham nada de comum entre si e Robert não era do tipo que fala com qualquer um. Logo o líder do pirata notou a princesa os olhando e mudou completamente a postura. Maxine fez uma espécie de reverência e adentrou a floresta.

Katherine ficou parada, com as sobrancelhas franzidas, vendo Robert se aproximar dos piratas que estavam envolta da pedra. Ela fingiu não desconfiar de nada e se juntou aos piratas.

—Você está louco!? Quer nos matar? —Charlotte olhava inconformada para William.

Sobe a pedra havia um grande mapa, em que eles discutiam as táticas para a guerra. Várias pedrinhas brancas simbolizavam o exército inimigo e pretas o exército de Katherine.

—Só assim vamos conseguir invadir a barreira deles —William respondeu com paciência.

Charlotte logo reparou na chegada de Katherine e a olhou com raiva.

—Ótimo, a madame chegou —ela disse quase gritando. —Por que não conta pra sua princesa seu plano?

—Anh... Bom dia, gente —Katherine deu um sorriso sem graça e ficou ao lado de William. —Sobre o que estão discutindo?

—William quer que os piratas sejam a linha de frente da batalha —Charlotte sorriu ironicamente. —Lindo, não acha?

—O quê? —a princesa olhou sem entender para o pirata, que fechou os olhos e voltou a suspirar. —Você só pode estar brincando? Em uma guerra quer que os piratas ocupem a pior posição?

—A gente precisa abrir dominar a linha de frente deles —William explicou. —Os piratas conseguem.

A grande maioria dos Filhos do Oceano que estavam ali assentiram.

—Você está acostumado em batalhas no mar, William. Em terra, os Filhos da Noite são mais bem preparados. —Katherine argumentou.

—Concordo, princesa —marechal Stuart disse.

—Você quer ganhar essa guerra ou não? —James olhou a Lecerf. —William está certo. OS Filhos do Fogo terão uma barreira forte para nos atrasar, não podemos contar com o estilo de luta de Stellarum.

—A gente é mais agressivo, majestade —William disse. —Abrimos a barreira deles fácil.

—Will, você está os subestimando —Katherine cruzou os braços.

—Desculpa, Kate, mas a única pessoa que está subestimando alguém aqui é você. —William sorriu. —Acha mesmo que não somos capazes de fazer isso?

—Preciso de vocês pra vencer essa luta, Will. Não para morrerem nos primeiros cinco minutos.

—E é assim que ganharemos.

—Perfeito —Charlotte derrubou as pedras do mapa. —Você assinou a nossa morte, Thatch. Espero que esteja satisfeito.

Ela se virou e saiu acompanhada de alguns homens e mulheres.

—Não vai mudar de ideia, não é? —Katherine suspirou.

—Não —William respondeu.

—Eu não aprovo —a princesa encarou o mapa. —Mas também sei que eu não tenho nenhuma experiência em planos de guerra. Você e Stuart se encarregam disso, depois me passem o que planejaram.

Os dois assentiram e Katherine se afastou do grupo, Jonathan saiu do meio da multidão e foi até a irmã.

—O que você acha? —a princesa perguntou indo até o mar com o irmão caminhando ao seu lado.

—William está certo —Jonathan respondeu. —Sei que é perigoso, mas é a nossa melhor chance com um exército em menor número.

Katherine ficou inquieta por um tempo, com seus pensamentos a fazendo ficar agoniada.

—Robert está tramando algo, eu sinto isso —a princesa olhou para o mar.

—Conversei sobre isso com Will, estamos de olho nele.

—Não é suficiente —Katherine suspirou e molhou os pés, sentindo a água a acalmar.

(...)

William

William sabia o que estava fazendo. Essa estratégia iria pegar de surpresa os Filhos do Fogo, que estarão esperando que o exercido de Stellarum lidere. Mas os piratas possuem um estilo de luta melhor, e ele estava certo que isso iria trazer a vitória.

Depois de conversar com Stuart a sós e os dois chegarem a um consenso, o Thatch foi atrás de Charlotte. Precisava do apoio da garota e de sua tripulação. Ele a encontrou mais afastada das tendas que se estendiam pelo imenso litoral. A mulher não parecia estar em seus melhore momentos, já que treinava enfrente a uma pedra e a cada golpe com espada, pequenas faíscas saiam do choque.

—Pelos deuses, o que essa pedra fez para merecer isso? —William sorriu se aproximando.

—Ela é oca, igual a cabeça de alguém que eu conheço —Charlotte o olhou cínica.

—Nunca imaginei que você fugiria de uma boa briga —o Thatch se encostou na pedra.

—Não estou fugindo.

—Você está com medo.

—Não estou —a garota o olhou. —Só não aceitarei que piratas morram por uma guerra que não é nossa.

—É nossa, Lotte —William cruzou os braços. —Estamos ganhando pra isso.

—Ganharemos terras, ouro? Você se torna rei? Pra quê? Não precisamos disso, temos tudo que precisamos no mar.

—Sua humildade é comovente —o Thatch riu. —Os piratas são mais ambiciosos que isso, você sabe.

Charlotte suspirou e se encostou na pedra ao lado de William.

—Você não entende. Essa princesa... Ela ainda vai causar sua morte. —Charlotte o olhou. —Não me peça pra aceitar isso, Will.

—Para com essa implicância com Katherine, ela nunca te fez nada.

—Não é implicância. É que eu conheço você, a maldição te cega —Charlotte suspirou. —Você não vê que essa garota é problema.

—Céus, Charlotte —William a olhou. —Se ela for, é um problema que eu quero ter. Será que você pode apenas ser minha amiga e me apoiar?

Os dois se encararam por um tempo.

—Está certo —Charlotte revirou os olhos, fazendo William sorrir. —Espero que esse plano dê certo, pro nosso bem.


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