Assim que entrou na floresta que ficava aos limites de Camelot, Uther Pendragon sentiu uma forte magia das trevas. A principio quis fazer algo a respeito, mas lembrou que aquilo que o destino quer ele consegue, e se ele queria sua vida, que assim fosse. As arvores captaram a furia dos ventos que começaram do nada, jogando suas folhas todas de uma vez. O lugar começou a ficar frio, e o temporal mudou de um dia ensolarado, para nuvens recobertas de puras trevas. Uther sabia que Igraine o observava escondida na floresta. Ele parou seu corsel e todos os guardas pararam junto a ele.
—O que aconteceu, senhor?- O chefe da guarda olhava serio para o rei, que estava de olhos fechados, como se sentisse a brisa forte. Ele abriu os olhos e olhou serio para o chefe da guarda, que ficou assustado.
—Minha morte esta aqui!- Ele olhou para seu redor, e respirou fundo.- Tu atormentaste meus sonhos ha dias, agora venha e acaba de uma vez por todas com isso, Igraine! Faça se cumprir o desejo do destino e me mate!- A figura da mulher apareceu atraves de um redemoinho de folhas que cairam das arvores. Sua aparencia era como na do sonho. Seus cabelos era negro como a noite densa, e se mexiam como cobras atiçadas. Seus olhos eram amarelos, cheios de poder e ansiosos por mais. Seus labios estavam sorrindo, ainda sem o sangue de seus assassinatos. Seu rosto era de uma mulher de trinta e poucos anos, e apesar dos boatos das bruxas serem mulheres de aparencia horrenda, a bruxa era incrivelmente bela. Até sua vestimenta era digna de uma princesa, cheia de pedras preciosas e objetos de ouro.
— Fico feliz que tenha conhecimento previo do que lhe acontecera hoje.!- Um dos arqueiros que acompanhavam o rei lançou lhe uma flecha, pensando em pega la desprevinida, mas bastou um olhar da bruxa para flecha evaporar.- Humano tolo!- A bruxa fechou a mão e se ouviu um estalo vindo do pescoço do arqueiro, que desmontou do cavalo, ja sem vida no chão. Igraine olhou para os outros que estavam tão assustados que mal podiam falar.-Não se preocupem, voces seram os proximos.- Com um lepido movimento de mãos, a malefica bruxa se pos no controle dos galhos das arvores, e os fez atacar os cavaleiros, que perderam diferentes membros transformando o lugar em um banho de sangue. Um dos galhos havia derrubado o rei de seu cavalo, que fugiu amedrontado.- Achei que fosse fugir de seu destino, afinal de contas, não é prudente o que fez! Até que alguem possa retirar a tal espada, Camelot ficara sem rei, ja que voce morrera!
—Confio que Artie ira retirar Excalibur da pedra muito em breve.- A bruxa deu uma gargalhada alta e assustadora, que fez Uther tremer.- Ria o quanto quiser, bruxa das trevas, mas sei que Artie tem luz dentro dele e que na hora certa elas iram se lançar para fora.- Igraine fingiu estar pensando, andando de um lado para o outro.
—O garoto sem mãe ja se tornou dificil de lidar.- Ela olhou fixamente para Uther com seus olhos amarelos e sorriu.- O que acha que vai acontecer quando descobrir que o pai fora assassinado? Acha que a sua morte lhe trara beneficios? Creio que não!- Uther exitou em responde la, talvez ela estivesse certa, ou não... De qualquer maneira não admitiria isso.
—Me mate e descobrira!- Ela sorriu e naquele momento Uther viu seu fim no olhar da bruxa, que não conhecia o significado de remorso e compaixão.
Uther ficara desaparecido por tres dias, sem ir para seus compromissos e sem retornar para Camelot. Nenhum dos empregados do castelo vira, um dia, Artie tão transtornado quanto estava naquele momento. Tudo era motivo para jogar coisas no chão e quebrar peças valiosas, inclusive uma de suas coroas favoritas. Ninguem questionava seus atos, mas muitos tinham medo do que aconteceria se lhe fosse encontrado o corpo de pai. Artie um dia estava cansado de esperar por seu pai, e sozinho, decidiu se aventurar para fora dos portoes do castelo a procura do rei. Ele andou por dentro da floresta torduosa por horas. Seus barulhos e sombras lhe davam um pouco de medo, pois Artie tinha conhecimento do poder da magia das trevas que rondavam Camelot, mas seu desejo de encontrar seu pai era mais forte do que tudo. Quando suas pernas começaram a cansar, ouviu o relinchar de um cavalo, correndo para sua unica esperança, encontrou o corsel de seu pai. Sem pensar duas vezes, correu até o cavalo e lhe viu manchas de sangue no pelo branco. Não demorou para Artie perceber que aquele sangue não era do cavalo, fazendo o principe entrar em completo desespero. Ele correu sem pensar e sem olhar para onde, até que seus olhos se fixaram na imagem mais horrenda que poderia pensar em ver. Todos os guardas estavam despedaçados no chão, completamente mortos. Ele se aproximou um pouco mais daquele massacre e viu tudo que ele pedira aos deuses para não ver: seu pai morto no chão frio, ja em inicio de decomposição. Artie se ajoelhou do lado de seu pai, e começou a chorar. Artie não sabia qual era o pior dia de sua vida, aquele ou o dia em que descobrira sobre a morte de sua mãe. Quando retornou ao castelo com o corpo de seu pai sobre as costas de seu cavalo, todos entraram em completo desespero, e por mais que rapidamente os curandeiros tivessem chegado, Artie sabia que seu pai estava morto.
Logo no dia seguinte, todos estavam de preto, vivenciando o luto da perda do rei em seu funeral. Artie estava sem coroa, sem espada e aparentemente sem vida. Parecia que tudo que ele tinha, havia sido destruido... e aquilo lhe cheirava a magia. Ele sabia que aquilo havia sido obra de magia negra, uma vez que era perspicaz o suficiente para perceber os detalhes do local onde encontrara seu pai. Naquele dia ele desejara banir toda a magia de Camelot, mas ele lembrara então que não era o rei, e sabia que estava longe de ser. Muitas vezes ele tentara puxar a espada da pedra, mas ela não se movera um centímetro. Artie nunca aprendera a ser um bom líder, um bom príncipe, quem dirá um bom rei. Ele a principio não desejava ser rei, mas agora aquilo se tornara uma enorme necessidade em sua vida. Não podia permitir que o reino ficasse a merce de um mero camponês, uma vez que a realeza precisava continuar triunfando com seu poder. Como previsto por Uther, colocar a espada na pedra realmente mudou Artie, mas sua morte acabou resultando na mudança oposta ao que ele queria. Artie apenas se tornou mais rígido, ambicioso, sedento de poder e odiador daqueles que praticavam magia... Doce ironia!