Mr. Scratch escrita por Any Sciuto


Capítulo 1
Mr. Scratch.




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Peter Lewis gostava de mexer com fogo. E com a equipe. Mesmo que para isso precisasse mandar uma pista falsa para a equipe.

Depois de mandar uma pista falsa para a equipe, ele esperou paciente para que o objeto do seu desejo doentio ficasse sozinha. Ele passou duas semanas vigiando a equipe e em especial Penelope Garcia. A analista sempre poderia entrar nos bancos de dados que ele precisava para encontrar Hotchner.

Logo em seguida que a equipe saiu, Peter, disfarçado de zelador entrou no prédio e foi em direção ao andar da BAU.  Ele encontrou logo o escritório dela e tinha um pequeno tanque de escopolamina com ele em seu falso carrinho.

Ele acionou as correias para fazer a equipe bater e, portanto, atrasar eles.

— Gente? – Penelope estava desesperada. – Gente?

Desesperada, ela pegou o telefone para chamar Matt Simmons. Depois que ela o fez, pegou sua bolsa e saiu, esbarrando no homem.

— Me desculpe. – Ela se ajoelhou para pegar a bolsa. – Eu sou tão...

Ela não concluiu. Recebendo um forte tapa na cara, ela caiu para o chão, batendo a cabeça no chão.

Peter saltou em cima dela, a prendendo embaixo dele. Ele tirou rapidamente o tubo e colocou sobre ela. Ela tentou dar o máximo de si e lutar, mas foi lentamente perdendo. Seus olhos subiam e desciam e então ela apagou.

— Você está com o braço quebrado. – Peter começou a manipular Penelope. – Você precisa de morfina para parar a dor que o seu corpo tem. Suas pernas estão machucadas e com próteses ortopédicas. 

Peter a observou ainda no chão. Ele simplesmente deixou a bolsa, o celular e a tiara que usava no cabelo. A colocando em seus braços ele a levou pelas escadas. Ele usava um casaco com luzes infravermelhas e, portanto, não existiria chance de alguém saber quem ele era ele.

Matt chegou até o andar e foi em busca de Penelope. Indo direto para o escritório logo notou que seus eletrônicos estavam espalhados pelo chão e ela não estava lá. Seu medo cresceu quando achou algo parecido com sangue perto da parede.

Ele agora sabia o que havia acontecido. Peter Lewis sequestrou Penelope e o que ele faria com ela era um grande problema.

Luke sentiu sua cabeça pular quando enfim recobrou os sentidos. Ele tinha um pouco de sangue e mesmo ajudou JJ a sair. Infelizmente Stephen acabou morrendo. Rossi ajudou Emily e Tara a sair do veiculo que agora parecia apenas uma lata retorcida.

Ela conseguiu pegar o celular que havia resistiu e não havia quebrado e tentar contato com Penelope, mas ao invés de ouvir a analista outra pessoa atendeu.

— Simmons. – Matt atendeu o telefone de Penelope. – Emily?

— Matt. – Ela tinha uma dor de cabeça violenta. – Onde está Garcia?

Nenhuma resposta do agente. Ele ponderou mentir, mas não era a opção mais certa.

— Ela sumiu, Emily. – Matt disse e ouviu Emily gemer. – Olha, porque não vai para o hospital com Rossi e Tara e eu, Reid e Luke vamos atrás?

— Você não é o chefe, Simmons. – Emily gemeu. – Mas talvez você possa ser por agora.

— Obrigado. – Simmons desligou e se virou. – Achou algo?

— Não. – O técnico respondeu. – Se ele esteve aqui ele usou uma camisa infra led. Tecnologia avançada.

— Não há jeito de limpar essa imagem? – Simmons não conseguia sorrir. – Penelope Garcia, a garota que trabalha como analista técnica nesse prédio há mais de treze anos está sumida e precisamos de pistas.

— Certo. – O garoto se encolheu. – Vou fazer o melhor.

Matt se sentiu mal em tratar o garoto assim, mas tempo era algo que não tinham.

Em um galpão no meio de um lugar abandonado até pelos postes de luz, Peter Lewis amarrou Penelope a uma cadeira. A maca não seria o suficiente para ela conseguir invadir os bancos de dados.

Ele levantou as pernas dela em um Puff e cobriu com uma coberta, amarrando a mão direita ao braço da cadeira e o braço esquerdo em uma tipóia para ela conseguir acreditar.

Era bem arriscado se fosse ver. Ele só queria manipular as memorias dela e depois mata-la.

Penelope voltou ao ar depois de mais ou menos duas horas fora. Ela não sabia onde ela estava e tudo que podia se lembrar era de um zelador a sequestrando no meio do FBI.

A equipe...  Ela precisava salvar a equipe, mas foi levantar o braço e sentiu uma dor aguda ao fazer isso.

— Vejo que acordou. – Peter saiu de trás de um biombo. – Eu acho que devo uma atualização para você.

— Minha equipe vai te quebrar! – Penelope parecia mais corajosa. – E eu vou te pegar.

— É mesmo? – Peter riu e levantou o cobertor. – Porque eu acho que você não vai fazer mais nada da cintura para baixo.

Garcia recuou na cadeira e sentiu mais dor. Ele havia quebrado as pernas dela.

— Oh não chore minha bela Penelope. – Ele passou a mão pelo cabelo dela. – Você tem seus amigos para ajudar. Ah, meu erro. – Ele tinha prazer em torturar ela. – Infelizmente o agente Walker morreu na colisão.

— Não. – Penelope virou a cabeça e gemeu. – Porque você está fazendo isso? O que quer de mim?

— Eu quero saber de um certo agente da sua unidade. – Ele se sentou mais perto dela. – Ele não faz mais parte da unidade.

— Walker. – Penelope estava com medo de falar outra coisa.

— Não docinho. – Ele riu. – Este ainda não está morto ainda. Ele e eu tivemos um tate a tate e eu não consegui me controlar. Eu passei dos limites e você sabe o que o covarde fez?

— Não por favor. – Penelope se deu conta da mão agora presa na cadeira. – Não. Não.

— Onde ele está Penelope? – Peter aumentou a voz. – Onde está Aaron Hotchner?

Reid entrou na BAU com Luke. Depois de deixar Rossi e o restante no hospital para um tratamento adequado, eles foram para a unidade.

— Eu não vou prender ele. – Reid coçou o olho outra vez.

— O que? – Luke não entendeu. – O que você quer dizer?

— Mr. Scratch. – Reid olhou determinado. – Quando eu o encontrar eu vou matar ele. – Ele coçou os olhos outra vez. – O que está havendo comigo?

— Meu palpite é que você está assim desde a sua prisão. – Luke começou um exame. – Qual é o diagnóstico?

— Parece TEPT. – Reid explicou.

— É SEPT agora. – Luke corrigiu. – Porque não é uma desordem, é uma síndrome.

— E o que eu faço? – Reid estava nervoso. – Estamos todos preocupados com Penelope. Ela não usa uma arma, não tem um par de algemas. Ela nem se quer tem uma Taser junto.

— Vamos encontra-la, Spencer. – Luke disse. – Vamos trazer ela para casa.

Peter observou enquanto Penelope estava chorando. Ela parecia assustada do jeito que ele queria. Ele a observou por dias e soube que ela poderia dar a ele o que ele queria.

— Eu nunca vou entregar Hotch para você. – Penelope disse, em um acesso de coragem. – Eu nunca vou entregar ele e Jack nas suas mãos seu desgraçado.

— Isso é morfina. – Peter agarrou um vidrinho. – Eu sei que você precisa disso agora.

— Eu não vou dar nada para você. – Pen sufocou um gemido. – Nunca.

— Vamos Penelope. – Peter a persuadiu. – Mê de o agente Hotchner e o menino.

— Eu não posso. – Penelope sabia que não podia colaborar. – Eu percebi que Jack tem 13 anos agora.

— Eu não sou pedófilo. – Peter ficou nervoso. – Você me ofendeu.

— Você não quer Jack para abusar. – Pen o desafiou. – Você quer ver como ele vai ser quando perder o pai. Quer ver se ele vai crescer como um monstro como você.

Peter deu um tapa em Penelope com raiva. Os olhos dele pareciam em fogo.

— Certo. – Peter desistiu. – Eu achei que você fosse mais fraca, mas é claro que eu te subestimei, Baby Girl.

Ele usou o apelido como uma ironia. Ela se sentiu tão mal ao ouvir isso. Da boca de Derek era maravilhoso, mas da boca de Peter era um insulto.

— Quer saber? – Ele disse quando Pen não respondeu. – Talvez eu tenha que apelar para um método melhor.

Ele pegou uma seringa e adicionou ao IV dela.

— Eu vou parar seu coração, Garotinha. – Peter zombou outra vez. – Talvez você me contar o que eu quero eu posso salvar você.

Penelope sentiu seu peito machucar. Ela começou a hiperventilar rápido e então toda a luz desapareceu dela.

Peter apenas a olhou enquanto ela apagava. Então ele apenas saiu.

Penelope vagou pelas memórias de sua infância, as mesmas que ela teve quando estava na mesa de cirurgia, logo após o tiro e em seguida parou em frente a laje onde Emily estava quando foi enterrada.

— Eu entendi. – Ela exclamou. – Agora eu sei.

Ela sentiu que estava pronta para voltar, mas será que a equipe chegaria a tempo?

— Ele pode ter induzido uma alucinação nela. – Luke começou. – Do tipo que ela não duvidaria em primeiro lugar.

— Ela nunca nos disse para onde foi quando morreu a primeira vez. – JJ disse. – Talvez se ele induzisse uma alucinação de ossos quebrados.

Penelope sentiu que tudo desaparecia na frente dos seus olhos. As próteses ortopédicas, o braço quebrado e até a sala onde ela estava. Tudo era falso. Até a mão amarrada a cadeira.  Ela colocou o cobertor de volta quando ouviu ele voltando.

— Encontrei! – Spencer gritou a plenos pulmões. – Eu encontrei um armazém abandonado e eu tenho certeza que ele a levou para lá.

— E porque acha isso? – Luke estava com vontade de ir salvar a sua paixão secreta.

— Porque eu simplesmente sei. – Reid se defendeu. – E se não vierem, eu vou sozinho.

Emily liderou o caminho, tomando precauções para que Penelope não acabasse morta.

— Espero que tenha pensado no que eu ofereci. – Peter estava ansioso. – Alguma coisa, Penelope?

— Eu vou te contar. – Penelope o fez se aproximar. – O endereço é. 5- 6-8...

Ela não terminou de falar, agarrando a orelha dele com os dentes e mordeu a orelha dele.

Ela levantou e correu, enquanto ele gritava de dor. A equipe seguia na direção dela, torcendo para que ela pudesse ainda estar viva quando chegassem.

— Volte aqui sua vadia! – Peter atirou na direção dela, errando. – Eu vou te encontrar.

Penelope subiu a escada em busca de ajuda e então ela viu os dois SUV's estacionando na entrada.

Luke olhou para cima e viu Penelope. Sangue escorrendo pela bochecha e ele precisava chegar a ela e agora.

Peter desceu, em busca de seu tanque de gás. Ele iria ter Penelope e se não fosse por bem, seria por mal.

Garcia correu para baixo quando percebeu que era seguro.

— Penelope! – Luke gritou. – Está tudo bem. Estou com você.

— Fique com ela. – Emily disse. – Fique aqui e a proteja.

Emily saiu em busca de Peter Lewis. Isso acabava agora e sem nenhuma anistia.

Peter percebeu que estava cercado. Ele correu de volta ao telhado por outro lado. Ele sabia que não teria saída disso. Isso acabava de um jeito apenas.

Emily estava vermelha e agora Reid estava ao lado dela, ambos prontos para matarem Peter para sempre.

Luke envolveu Penelope em seus braços e a consolou enquanto ela chorava. Ela estava cansada, com dor e precisava de atenção médica.

A ajudando a se levantar, ela se sentiu tonta e caiu nos braços de Luke que sentou com ela. Ele nunca se sentiu tão mal, tão horrível como nesse momento. A garota que ele mais amava estava salva e ele precisava confessar o que sentia. Ele não esperaria outra sensação de morte para ela.

— Ela está bem? – Matt perguntou ao ver o casal. – Digo, ela vai ficar bem?

— Ela vai. – Luke afastou alguns fios de cabelo de Penelope. – Ela vai sim.

Reid e Emily encurralaram Mr. Scratch na borda do prédio. E apesar de ele implorar para não o matar, ele apontou uma arma para os dois.

Em sincronia, Emily e Reid atiraram nele e ele caiu de cima. Peter Lewis estava morto finalmente. Penelope estava segura e na medida do possível, bem.

Eles a ajudariam a passar por isso tudo.

O enterro de Stephen veio e Penelope não teve coragem de ir. Ela ficou em casa, com Roxy. Ela tocou a cicatriz que ficou na testa e adormeceu.

— Acho que precisamos discutir o que a morte de Peter Lewis significa. – Emily começou. – As coisas que isso implica.

— Significa que Hotch pode voltar. – Reid disse. – E eu adoraria.

— Falamos com ele. – Emily falou. – Ele está muito feliz em ser pai integral. Mas não consegue parar de estar aqui.

— Quer dizer que ele vai voltar? – JJ perguntou. – Mas você vai precisar sair. Luke e Matt também. E Tara.

— Ninguém vai sair. – A voz de Hotch aparece. – Essa equipe está maravilhosa e Matt Simmons pode ser de grande ajuda para nós. Onde está Garcia?

— Em casa. – Luke respondeu. – Ela está descansando.

— Ela não revelou minha localização, mesmo que ela fosse agredida. – Hotch sorriu para todos. – Acho que ela é a heroína dessa equipe.

— O diretor nos mandou parar por um tempo. – Emily explicou. – Quando voltarmos, Hotch estará no comando, eu estarei como agente de campo e essa equipe estará cheia.

Eles saíram prontos para descansar. Luke foi para Penelope, Rossi para sua casa e de certa forma sua amiga, Reid para a casa de Penelope com Luke. Matt e JJ para suas respectivas esposas, maridos e filhos.

Hotch pegou Emily em seus braços e a beijou forte.

E no final deu tudo certo outra vez. Como sempre dava. Alguns tinham cicatrizes a mais, mas todos felizes.


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