Invertidos escrita por Atena


Capítulo 2
Chapter #02


Notas iniciais do capítulo

OII MEU POVO E MINHA POVA. Cá estou com mais um cap, dessa vez nessa fanfic. Espero que vcs gostem, está muito legal! Me diverti escrevendo o cap. Espero que se divirtam lendo. Sem mais delongas, vou deixar vcs lerem.



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Não olha para o chão!

Não olha para o chão!

Não olha!

Não é hora de ser fraca. Não é hora de demonstrar fraqueza diante do seu chefe babacão. Ele é um grande cretino e você é uma mulher forte, inteligente pra caralho, determinada, independente e que não aceita ordens de nenhum homem — exceto seu chefe, afinal, ele é a porra do seu chefe! Droga! Respira e continue firme —, além disso, está cansada de baixar a cabeça para esse idiota arrogante que só sabe te tratar mal.

Droga Felicity, o que você está fazendo da sua vida? Nenhum homem te tratou como Oliver Queen te trata, você sempre foi determinada e nunca deixou nenhum homem lhe tratar dessa forma. Por que com Oliver Queen é diferente? Só por causa da porra de um salário? Você é um gênio, pode roubar um banco sem deixar rastros.

Foda-se essa merda! Foda-se esse emprego. Você é boa demais para continuar nessa empresa. Está na hora de mudar isso. Está na hora de mandar o seu chefe filho da puta ir para casa do caralho! 

Respira fundo!

Conta até 3! 

E vai que esse momento é todo seu!

— Então, Oliver, vai falar o que quer ou o gato comeu a sua língua? 

Ele respirou fundo e pela primeira vez nossos olhares foram quebrados, mas não por mim, por ele. E esse gesto me revitalizou de uma forma poderosa, inflei meus pulmões e segurei a vontade de esboçar um sorriso de vitória. Oliver pode me surpreender, ele é indecifrável ás vezes, então não vou contar vitória antes do tempo. Ele olhou para o chão e ficou paralisado por alguns segundos. Poucos na verdade, porque novamente ele estava me encarando como um maldito psicopata. 

Oliver ia rebater, ele até abriu a boca para isso. Mas o barulho das portas do elevador deslizando, fez com que nós dois olhássemos para a direção do ruído. Três mulheres adentraram o andar da presidência, todas muito bonitas e bem vestidas. Bom, acho que Oliver vai fazer uma festinha novamente. Caramba, ele não cansa nunca? Cacete! 

— Olá. — disse uma delas. Tinha pernas longas, cabelos loiros e um sorrisinho safado em seus lábios. Revireis meus olhos. Mais uma das modelos que gostam de fazer visitinhas para Oliver, eu não suporto mais isso. — Aqui que chamaram uma equipe de maquiadora, cabelereira e manicure?

Só então, lembrei que Oliver tinha dito que eu me arrumaria na empresa e que tinha chamado alguém para me ajudar. Oh céus, como Oliver é exagerado. Eu posso muito bem me arrumar sozinha. 

— Sim. — disse Oliver. Eu o encarei e novamente seus olhos estavam fixos nos meus. — Eu vou para minha casa. Tenho que me arrumar também. — continuou. — Mas dentro de duas horas volto para a gente ir. 

Ele caminhou na direção do elevador, apertou o botão e me olhou novamente.

— Depois do baile, continuamos a nossa conversa, senhorita Smoak. 

— Desgraçado. — sibilei.

Oliver sorriu e entrou dentro do elevador. 

— A gente se vê daqui a pouco. — ele me deu uma piscadela e então as portas se fecharam. 

Encarei as mulheres paradas perto da porta da minha sala. 

— Vocês podem aguardar um minuto? 

— Claro querida. — disse uma delas. 

— Fiquem à vontade.

Virei de costas e caminhei até a sala do demônio. Eu continuava decidida a acabar de uma vez com isso. Segui até a mesa de Oliver e me sentei na sua grande e confortável cadeira. Girei com ela e fiquei encarando os prédios lá fora. Era uma vista incrível, tão incrível que me fez imaginar como seria se os papeis se invertessem. Oliver com certeza ia pagar por cada vez que me mandou na cafeteria, cada vez que me fez de idiota, cada vez que me mandou refazer um relatório. Com certeza ele ia pagar. No entanto, isso não vai acontecer, a realidade é outra, além de ser chata pra caramba. 

Virei novamente para frente, peguei um papel, uma caneta e um dos envelopes dourados da Queen. Era algo difícil de fazer, mas pensar em cada vez que Oliver foi babaca comigo, tornava aquilo fácil. Esse seria meu último dia como secretária de Oliver, depois de escrever essa carta, tudo irá mudar. 

Assim que escrevi a última frase da minha carta de demissão, que continha as seguintes palavras: Você é um grande filho da puta, além de ser arrogante e idiota. Espero realmente que melhore, porque se continuar desse jeito, vai acabar um velho ranzinza, brocha e sozinho! Dobrei o papel e coloquei dentro do envelope, deixei-o sobre a mesa de Oliver e voltei para a minha mesa.

— Está pronta, querida? — indagou umas das mulher que estava ali para me arrumar.

— Estou.

— Ótimo. Você pode sentar nessa cadeira.

[...]

— Uau, você está incrível. — disse, Jane, a maquiadora.

— Um deslumbre. — afirmou Bone, cruzando os braços. — Não está, Mirian? — questionou, olhando para a terceira mulher que havia acabado de finalizar minhas unhas. Seus olhos me sondaram e ela sorriu.

— Fizemos mais um ótimo trabalho. — disse, batendo palminhas. — Se o chefe dela já babava por ela, imagina depois de vê-la assim.

— O que você disse? — indaguei, erguendo uma sobrancelha.

— Você vai se fazer agora, querida? — questionou-me, encarando-me com um sorriso sugestivo. — Que bobinha. Você ainda não percebeu que seu chefe está babando por você.

— Isso é impossível. — rebati, me levantando. — Meu chefe me odeia.

— Tão clichê. — suspirou Bone, pegando meus sapatos e me estendendo-os. — Com certeza, ele quer você na cama dele. E isso pode acontecer essa noite!

Revirei os olhos e soltei uma gargalhada. Por mais que Oliver fosse uma das sete maravilhas do mundo, isso nunca ia acontecer.

— Eu vou até o banheiro do Senhor Queen, lá tem um espelho grande. Preciso ver se estou tudo isso mesmo. — falei, mudando de assunto e um pouco desconcertada com o que Bone e Mirian haviam falado.

Adentrei a sala de Oliver e segui até o seu banheiro. Local onde havia um espelho grande o suficiente para eu me ver da cintura para cima. E assim que encarei o meu reflexo no espelho quase cai para trás. Claro que eu me acho uma mulher bonita, nunca fui do tipo modelo de pernas longas e seios grandes, mas me considero sim muito bonita. Mas hoje, caramba, nem parece que sou eu. Não esperava ficar parecendo uma atriz do cinema em uma noite do Oscar.

Oliver tem muito bom gosto e o vestido que escolheu, ficou perfeito em meu corpo. Sempre achei que azul combina comigo e o pequeno decote na frente ficou ótimo, mas a fenda atrás, que deixa minhas costas nuas é perfeito. Claro, a fenda na parte da saia é exagerado, mas o vestido ficou tão perfeito em meu corpo. Começo a pensar em Oliver, depois do que o que aquelas mulheres falaram, só consigo imaginar a feição do demônio olhando para mim.

Respirei fundo e sorri para o meu reflexo.

— Você é uma mulher incrível. — murmurei e depois desse momento de amor próprio, voltei para a minha sala.

Assim que sai da sala de Oliver, meus olhos encontraram os dele e eu senti minhas pernas ficarem bambas. Engoli em seco, Oliver me olhava como se eu fosse um pedaço suculento de carne. Respirei fundo e desci meu olhar pelo seu corpo, ele já é um homem lindo e elegante, mas essa noite, ele está ainda mais bonito, sexy e gostoso. Céus, por que ele tem que ser tão irresistível.

Controlei minha respiração, ele não pode perceber o quanto sua aparência mexe comigo, sobre todas as circunstâncias, nós dois somos como cão e gato, nos odiamos, até a morte. Oliver me encarou dos pés à cabeça, e pude ver o fogo ardente do inferno iluminarem seus olhos claros. Ele apreciou cada pedaço do meu corpo, encarou meu decote mais de uma vez até o momento em que encarou meus olhos, então ele esboçou um sorriso canalha.

— Fizeram um ótimo trabalho meninas. — disse, dirigindo seu olhar as mulheres que me produziram para essa noite. — Vocês podem ir. — disse se dirigindo as mulheres.

Elas rapidamente pegaram suas coisas e saíram. Ele voltou a me encarar, ficou em silêncio, apenas seu olhar se expressava naquele momento, ele percorria todo o meu corpo, deixando rastros de fogo por onde passavam. Me senti bonita e arrisco dizer, me senti desejada por Oliver. E também me senti tentada a fazer uma loucura, uma loucura muito grande.

— Então, podemos ir? — indaguei, quebrando o silêncio.

— Ainda não. — ele deslizou a mão para dentro do bolso e retirou um pequeno saco preto de veludo. — Quero que use isso. — ele me entregou o saquinho.

— O que é isso?

Retirei de dentro do saco um colar com uma pequena pedra vermelha presa no pingente, era um colar simples, mas muito bonito.

— É rubi. — Oliver disse, caminhando até mim. — Era da mãe do meu pai, ela dizia que essa joia está na família há anos. — explicou. — Acho que o colar combina com você.

— Eu não posso usar isso. — falei. — E se eu perder, isso dever ser caro. Não tenho como te pagar.

— Estou te dando ela.

— Não quero, não vou aceitar. — rebati, devolvendo o colar para ele.

— Por quê?

— O que as pessoas vão pensar? — questionei. — Que eu transo com meu chefe em troca de presentes.

— Felicity. — ele revirou os olhos. — Ninguém vai pensar isso. Até porque eles já pensam.

Revirei os olhos. Isso era realmente verdade. Mas Oliver estava dando ainda mais motivo para as pessoas falarem e inventarem coisas malucas. Como se eu fosse mesmo transar com Oliver, isso nunca.

— Aceite pelo menos por essa noite. — ele disse, dando um passo na minha direção. — É um colar tão discreto, ninguém vai reparar nele. — argumentou, dando outro passo. — Ninguém além de mim.

Encarei os olhos de Oliver que encaravam meus lábios. Céus, eu odiava me sentir como estava me sentindo agora, atraída por Oliver, com uma enorme vontade de grudar nossos lábios.

— Deixe-me colocar em você. — falou, abrindo o fecho do colar. — Amanhã você pode me devolver ele.

Eu girei, ficando de costas para Oliver, ergui meus cabelos para facilitar o trabalho dele. Os seus dedos delicadamente contornaram o meu pescoço, deixando minha pele arrepiada, apertei minhas coxas, tentando controlar o desejo que estava a ponto de me consumir. Assim que Oliver fechou o colar eu me afastei, não podia ficar nem mais um minuto perto do seu toque.

— Podemos ir agora?

— Sim.

Passei reto por Oliver e caminhei até o elevador. As portas se abriram e eu entrei, infelizmente Oliver também. Encarei as portas se fechando e a caixa de metal começou a descer.

Passamos pela enorme porta da Queen e do lado de fora a lamborghine vermelha de Oliver nos esperava, eu apenas encarei o sorrisinho canalha que desenhava o seu rosto.

— Se você correr, eu juro que te mato! — sem esperar reações dele, desci os degraus e caminhei até o veículo.

— Smoak?! — girei e o encarei. — Azul fica perfeito em você.

Virei para frente e por mais que eu não quisesse, acabei sorrindo com o comentário dele.

[...]

Oliver respeitou o limite de velocidade, dirigiu de acordo com as leis do trânsito e não tirou o olhar da rua, exceto em alguns minutos que ele me encarou pelo canto dos olhos, ele achou que eu não estava notando cada vez que encarava a minha coxa que ficava exposta pela fenda do vestido. Vez ou outra eu até provocava e mexia no tecido do vestido, aumentando e diminuindo a fenda.

Eu não queria agir daquela forma, mas nunca tinha visto Oliver me olhando daquela forma, cheio de desejo e luxuria. Eu até sentia a minha pele arder cada vez que ele me encarava, e isso com certeza não era um bom sinal, porque aquilo estava me causando uma leve agitação no estômago e em outros lugares do meu corpo.

O tal evento de caridade estava rolando em um dos clubes mais sofisticado da cidade, estava sendo promovido pelas três famílias mais ricas de Starling, Os Merlyns, Os Chases e Os Queens. A família de Oliver estava metida em tudo que diz respeito a ajudar os mais necessitados. Tenho que confessar, realmente admiro isso neles, sempre estão tentando ajudar os mais pobres. Apesar de toda a arrogância de Oliver, ele é a pessoa que mais ajuda os moradores do Glades, bairro mais pobre de Star City, eu odeio meu chefe, mas ás vezes até admiro ele, eu disse as vezes, pouquíssimas vezes.

— Vamos. — disse Oliver, abrindo a porta do esportivo para mim. Ele me alcançou a mão e me ajudou a sair do carro, não pude deixar passar o momento que seu olhar ficou preso no meu corpo, aquilo me causou arrepios que jamais quis sentir. — Por favor, tome cuidado com o meu carro. — disse ao funcionário do clube que estava estacionando os carros dos convidados. — ele é muito caro.

Não pude evitar revirar os olhos e bufar com a arrogância dele. Infelizmente seu ego é muito maior do que a pessoa de bom coração que existe dentro dele.

Oliver estava caminhando ao meu lado, o corpo bem junto do meu. Passamos pela porta de entrada, Oliver só precisou dar uma piscadela para um dos guardas que ele abriu a porta de vidro que dava acesso ao salão de festas do clube. O local já estava repleto das pessoas mais ricas da cidade, todos bem vestidos e tomando champanhe. Aquele lugar não era para mim, eu mal tinha pisado ali e já me sentia um peixe fora d’água.

— Oliver. — um grupo de cinco homens caminhou até nós e Oliver cumprimentou cada um deles.

— Rapazes, essa é a Felicity Smoak. — disse, me apresentando aos homens, jovens e velhos. — Ela trabalha comigo na Queen, é um gênio do T.I.

Encarei Oliver surpresa por ele não me apresentar como sua secretária, e sim como uma colega de trabalho, e claro que não posso ignorar que ele me chamou de gênio do T.I, isso realmente me deixou confusa.

Os homens me cumprimentaram, alguns deles me encararam como se eu fosse um pedaço de carne, mas ignorei e continuei a minha caminhada ao lado de Oliver. Passamos por um grupo de mulheres, todas encararam Oliver e sorriram para ele, Oliver não perdeu a oportunidade de esboçar um dos seus sorrisos cafajeste para as garotas.

Novamente homens pararam Oliver no meio do salão, Thomas Merlyn, seu melhor amigo, e Adrian Chase. Eles cumprimentaram Oliver e depois estenderam a mão para mim, Adrian encarou meus olhos enquanto apertava a minha mão.

— É um prazer enorme te conhecer, Felicity Smoak. — senti minhas bochechas ruborizarem. Adrian era muito bonito, tão bonito quanto Oliver, e muito inteligente, gênio da arquitetura, formado com méritos na faculdade.

— É um prazer conhecer você também, Adrian. — falei, soltando sua mão, mas não quebrei nossos olhares.

— Vamos Felicity. — disse Oliver, segurando minha mão. — Ainda temos que cumprimentar outras pessoas.

— Eu não preciso cumprimentar ninguém. — murmurei, puxando a minha mão. — Na verdade, nem sei porque estou aqui. — dei de ombros e continuei andando, mas Oliver segurou o meu braço e me puxou, fiquem bem perto dele, minha testa quase encostando no seu queixo.

— Você está aqui como minha acompanhante. — murmurou ele. — É um evento de caridade, muito importante, diga-se de passagem, eu preciso estar ao lado de uma pessoa séria, que esteja longe dos tabloides e das revistas de fofocas. Que não seja uma mulher fútil e sim, uma mulher elegante e discreta.

Eu fechei minha boca que tinha acabado de formar um Ó.

—  Pensei em outras mulheres, mas eu sabia que você seria perfeita para me acompanhar hoje. — sibilou. — Além disso, não preciso te mandar flores amanhã, só te pagar hora extra.

— Babaca. — sussurrei, virando de costas para ele.

— Felicity. — sibilou no meu ouvido, colocando as mãos nos meus ombros, sua barba mal feita rastejando pela minha orelha, tive que fechar os olhos e respirar fundo para controlar o desejo ardente que crescia dentro de mim. — Lembre-se, você é minha funcionária, eu sou o seu patrão, esse tipo de palavreado é extremamente proibido na nossa relação.

Eu queria falar sobre a carta de demissão. Dizer que a relação empregadoXpatrão não iria mais existir entre nós, mas mantive a minha boca fechada, apenas girei e esbocei um sorriso cínico.

— Claro, Senhor Queen.

Ele sorriu presunçoso e satisfeito com a minha resposta.

— Ótimo.

— Oliver Queen.

Olhei sobre o ombro de Oliver. Uma loira alta, sexy e sorridente estava parada atrás dele, seu vestido vermelho sangue colava ao seu corpo deixando-a incrivelmente linda e sensual, eu sei apreciar quando uma mulher é bonita e aquela, parecia uma modelo de catálogos de lingerie. Eu não conseguia ver a expressão de Oliver pois ele estava de costas para mim agora, mas conseguia imagina-la.

Ele girou e me encarou.

— Você vai me deixar aqui sozinha? — indaguei, presumindo o que ele estava prestes a falar.

— Só por alguns minutos.

— Oliver. — cochichei. — Eu não conheço ninguém aqui, exceto a sua mãe, e ela me odeia. Se você me deixar aqui sozinha eu juro que acabo com a sua vida. — encarei seus olhos. — Você sabe que sou capaz disso.

Ele sorriu e ajeitou o nó da gravata.

— Felicity. — disse, pausadamente, com o tom sério, como se estivéssemos no escritório. — Eu não vou demorar. — e saiu de fininho, levando a mulher sexy junto com ele.

— Desgraçado. — sibilei.

Eu não acredito que ele me trouxe para esse lugar e saiu descaradamente com uma loira. Mas também, o que esperar do Oliver, ele é um cretino. Isso eu já sabia. O pior é que esse lugar está cheio de pessoas bem acima da minha classe social.

— Oliver me paga. — murmurei, caminhando pelas pessoas, desviando de umas e outras. Fui para o lado exterior do clube, onde tinha algumas pessoas fumando e conversando, fiquei em um canto, afastada dos demais. Cruzei meus braços e fechei os olhos, o ar livre me acalmava. Tentei em vão me acalmar, todas as veias do meu corpo pulsavam de raiva de Oliver, se eu pudesse, matava aquele babaca.

— Você está bem? — abri meus olhos e na minha frente estava Adrian Chase, sorrindo, usando um lindo e caro paletó, que apenas o deixava ainda mais bonito e elegante.

— Sim.

— Bom, não parece. — disse, trocando o peso de uma perna para outra. — Vamos até o bar, a gente pode conversar e beber um bom drink, quem sabe eu seja capaz de colocar um sorriso nos seus lábios.

Chase me ofereceu o braço. Eu não levei muito tempo pensando, já que Oliver estava se divertido com uma garota e havia me deixado só nessa festa, eu podia muito bem tomar um drink com Adrian, que mal tem nisso? Uma boa companhia, com certeza seria agradável.

Durante o caminho algumas pessoas nos olharam, cochicharam com outras pessoas e ficaram confusas. Adrian não era como Oliver, embora sempre estivesse envolvido com a mídia, mas nunca em escândalos, seu nome estava sempre envolvido com negócios, nada além disso. Ele não parecia ser mulherengo como Oliver, ao contrário, nunca vi seu nome envolvido em escândalos com prostitutas, já Oliver, tinha uma extensa fixa.

— Então, há quanto tempo trabalha com Oliver?

— Bem, faz quase dois anos.

Quase dois anos que aturo esse crápula.

— O que você quer beber, Felicity? — indagou.

— Pode ser gin com tônica.

Adrian fez o pedido ao garçom e rapidamente me entregou meu drink, dei um gole no álcool, não sou acostumada a beber, ainda mais bebidas amargas, essa desceu rasgando a minha garganta, não consegui deter a careta que formou-se em meu rosto. Chase riu discretamente e bebeu seu whisky.

— Quase dois anos. — murmurou. — E não deseja trocar de emprego? Um na sua área?

Ergui minhas sobrancelhas e ele deu mais um gole na sua bebida.

— Sei que você é formada pelo MIT, com honras. — apontou. — Um currículo impecável.

— Você andou pesquisando sobre mim? — questionei.

— O suficiente.

Levei meu copo aos lábios para tentar esconder as minhas bochechas coradas.

— Fiquei bastante impressionado. — comentou, soltando o copo sobre o balcão do bar, Adrian me encarou e sorriu. — Uma mente brilhante como a sua não devia estar presa em um cargo de secretária. — continuou. — Nunca pensou em criar seu próprio negócio?

Eu dei risada.

— Isso já passou pela minha cabeça diversas vezes. — bebi mais um gole do meu gin-tônica. — Acha mesmo que gosto de ser secretário do Oliver. — eu gargalhei. — É o pior emprego da minha vida.

Adrian olhou sobre o meu ombro, arregalou os olhos e limpou a garganta.

— O Queen é um idiota que se acha o rei da cocada. — despejei. A raiva ainda estava borbulhando dentro de mim, Chase não devia ter cutucado a ferida. — Eu odeio aquele emprego, odeio o cretino do meu chefe, ele parece um adolescente que não consegue manter o pinto dentro das calças.

— Felicity. — sibilou Adrian engolindo em seco, ele apontou para algo atrás de mim.

Senti um calafrio na minha espinha e fechei os olhos, pedi a Deus que não fosse o crápula do meu chefe atrás de mim. Abri meus olhos e olhei sobre o meu ombro. Encontrei os olhos raivosos de Oliver encarando Adrian, seu peito subia e descia com força, parecia que ele ia matar alguém a qualquer momento.

Porra, eu tenho muito azar.

Oliver apertou os punhos e soltou o ar, olhou para baixo, encontrando meus olhos. Ele não esboçou nada, ficou parado me encarando. Eu não senti medo, na verdade, depois de despejar aquilo, estava me sentindo bem melhor. Virei para frente e terminei de beber a minha bebida, levantei-me, pedi licença e sai. Caminhei em direção a saída.

— Felicity. — escutei a voz de Oliver atrás de mim.

Empurrei as portas da saída e coloquei os pés para o lado de fora do salão. Escutei os passos ligeiros atrás de mim e tentei andar mais rápido, mas ele me alcançou, segurou meu braço e me puxou.

— Você está maluca? — ele questionou. — Falar aquelas merdas para o idiota do Chase?

— O único idiota aqui é você, Oliver. — retruquei, puxando meu braço. — Idiota, arrogante, presunçoso, canalha! — exclamei. — Você se acha superior. É um grande idiota!

—  Você não tem medo de perder o seu emprego?

Eu comecei a rir e dei um passo a frente, encarei Oliver, enfrentei ele, por mais que eu fosse bem mais baixa que ele. Olhei para cima e encarei seus olhos.

— Não. — respondi. — Na verdade vai ser libertador se você me demitir, vamos lá, faça isso agora! — esbravejei. — Acha que estou com medo? — questionei, sem quebrar nossos olhares. — Eu odeio esse trabalho, odeio trabalhar com você e odeio ainda mais você, Oliver.

— Se eu fosse você, abaixaria o tom de voz, Felicity.

— Sério? — esbravejei. — E se eu fosse você, seria mais humilde, Oliver.

— Já chega!

Ele segurou meus ombros e me puxou, eu senti seus lábios quentes e cálidos sobre os meus, e embora eu estivesse com muita raiva, não me afastei, na verdade segurei os cabelos de Oliver e abri a minha boca dando passagem para a sua língua. Ele me beijou. Eu o beijei, deixando toda a raiva fluir do meu corpo. Ninguém estava por perto, ninguém estava nos olhando. Por isso, me entreguei aquele momento, beijando, explorando a boca de Oliver e gemendo com as mordidinhas que ele dava no canto da minha boca.

Quando nos afastamos, completamente sem ar. Ficamos um de cada lado, encarando um ao outro, respirando forte, tentando voltar ao normal e nos controlando para que aquilo não se repetisse. Eu jurei que nunca cederia a Oliver, e agora estava ali, morrendo de vontade de ter seus lábios no meu corpo inteiro. Eu não podia me sentir desse jeito, céus, não podia.

— Eu vou embora.

O quanto mais longe de Oliver eu ficasse, melhor seria. Eu não corria risco de beijá-lo de novo.

— Eu te levo para casa.

E correr o risco de acabar essa noite na cama, ao lado dele? Jamais.

— Eu vou sozinha.

Quando cheguei em casa, não tinha forças para mais nada, apenas tirei o vestido e a sandália, vesti uma camisa comprida e me joguei na cama. Não desejo mais noites agitadas como essa, nunca mais.  

Dormi como uma pedra, estava tão cansada. Quando abri meus olhos no dia seguinte, não fazia ideia da confusão que ia virar a minha vida.

— Amorzinho. — senti unhas pontudas subirem pelas minhas costas, a voz feminina me fez arregalar os olhos e eu dei um pulo na cama. — O que foi? A noite não foi boa?

Era a mulher loira esbelta da noite passada, a mesma que Oliver pegou durante o evento, mas porque ela estava comigo na cama? É claro que não tenho nada contra, e sempre estou aberta para coisas novas, no entanto, eu deitei na cama sozinha, peguei no sono sozinha.

— Volta para a cama cachorrão. — ela disse, ficando de quatro e dando tapinhas sobre o colchão.

Cachorrão? Ela me chamou de cachorrão?

Olhei ao redor, aquelas não eram as minhas paredes, aquela não era a minha cama, aquele quarto não era meu. Eu corri rumo a primeira porta que encontrei e entrei em um closet, um closet inteiramente masculino, com sapatos, gravatas, paletós e camisas sociais, céus, onde eu tinha vindo parar? Que lugar era esse?

Okay, eu estava em um lugar desconhecido, com uma mulher que estava me chamando de cachorrão. Que tipo de droga eu usei na noite passada?

— Oliver, volta aqui. — gritou a mulher, batendo na porta. — Foi tão ruim assim, amorzinho?

Oliver? Céus, aquilo estava ficando cada vez pior. Como assim Oliver? O que está acontecendo? Se for um sonho, está na hora de acordar Felicity. Fechei meus olhos, contei até 10 e abri novamente. Tudo continuava igual. Me belisquei, e nada. Só então, ao sentir a minha pele, comecei a reparar nas minhas mãos, elas eram maiores, e os meus pés não eram meus pés, nem as minhas pernas, nem as minhas coxas nem a...

— CACETE!

Comecei a procurar um espelho no closet, quando encontrei, encarei meu reflexo. Aquilo era com certeza a coisa mais louca e doida que eu podia imaginar. Eu até tive vontade de rir, mas caí dura no chão.


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Notas finais do capítulo

Então, eu pensei muito em como fazer essa troca dos dois. Tinha outras ideias e por isso, fiquei bastante tempo decidindo qual a melhor opção, resolvi fazer na pegada de se eu fosse você, pq vai ter mais sentido. No próximo cap teremos pov do Oliver. Espero realmente que tenham gostado do cap, e por favor, comentem, por favor mesmo, comentem e favoritem, isso é muito importante para mim. Quero saber se gostaram, okay? Beijinhos e até o próximo.