O grande cataclismo religioso do século XXI, por Joseph Goodwin & J.J. Thompson

“Trabalho duro, dias e noites em claro, além do exercício de um senso crítico que foge do comum”.

Fora assim que J.J. Thompson definira o trabalho que teríamos, aos nos colocarmos a disposição que uma tarefa tão árdua e polêmica. Sabíamos da dificuldade em transformar tantos compêndios em um único exemplar, sem que nos esquecêssemos do que tal escrito iria representar para os partidários de Sarah Romano, outrora conhecida como Fatimah, e para aqueles que sofreram as consequências de seus atos.

Acreditamos que toda história possui dois lados, e aqui, com toda essa riqueza de materiais a nossa disposição, seria altamente leviano de nossa parte tomar partido, por mais que para alguns isso seja absurdo, quase inaceitável.

A ascensão religiosa da até então professora de Letras fora espantosa, e causara um estrondoso reboliço no mundo inteiro. Sendo conhecida e respeita por alguns, odiada e refutada por outros, Fatimah acabara, querendo ou não, se tornando o grande símbolo religioso do nosso tempo, já que a postura messiânica que adotara acabara sendo por demais parecida com outras histórias, contadas há muitas gerações.

Talvez sua jornada também seja transportada pelo tempo, mas saber ao certo como ela será vista daqui há dez, vinte, ou dois mil anos, é praticamente impossível. O que sabemos é que nos sentimos orgulhosos de estarmos dando o primeiro passo, transformando toda essa obscura saga em uma história coesa, a nosso ver.

Foram anos de muitas pesquisas, pedidos de autorização as polícias brasileiras, americanas e paquistanesas — com muitas e muitas recusas — viagens e mais viagens, além de um número incontável de páginas lidas. Visitamos alguns presídios, além de vários membros do “Filhos de Fatimah”, e familiares de todos os envolvidos. Além de dispendioso, a cada novo depoimento, a cada nova declaração, compreendíamos cada vez mais o quanto as emoções, de todos os lados e formas guiaram esses acontecimentos. A paixão com a qual cada palavra de afeto em relação à Fatimah, ou frases de repúdio, eram pronunciadas, nos fizeram entender plenamente todas as razões pelas quais essa mulher se tornara mundialmente conhecida.

Vale ressaltar que os comentários anteriores a cada um dos Livros dispostos nessa obra estão descritos conforme nos foram relatados, e fora nossa opção reservar apenas essa folha de apresentação e o epílogo para nossos próprios comentários a respeito dos fatos, que na verdade nada mais é do que uma pura constatação pelos olhos de terceiros, que não aqueles envolvidos diretamente com a dita profeta. Nosso objetivo fora transportar o leitor para o mais próximo possível do sentimento que existia por aqueles que a seguiam, e por aqueles que a transformaram no ela se tornara. Não podemos ignorar que talvez estejamos vivenciando o nascimento de uma nova religião, da qual ainda não conhecemos os pilares, a grandiosidade, e muito menos até onde pode chegar.

Gostaríamos também de utilizar esse espaço para agradecer a todos aqueles que nos auxiliaram de alguma maneira. A Mark Dichio, por ter feito com primazia nossa difícil logística pelos cinco continentes. Ao Doutor Erick Schaubber, que conseguira a liberação desta publicação, que antes mesmo de ser lançada sofrera com processos e liminares dos mais diferentes lugares do mundo. A Gabriela Tavares, por ter sido os nossos olhos e ouvidos enquanto estivemos no Brasil. A Samir Talibb, por igual ajuda nas terras paquistanesas, além das ótimas indicações de restaurantes. E as polícias e governos do Brasil, EUA e Paquistão, pela liberação de documentos e por toda a paciência após tamanha insistência.

Que fique aqui então, por intermédio das próximas páginas, uma história de fé.

A história de uma vida modificada pela fé, e que por ela, muitas outras também acabaram se modificando por inteiro. Fosse ela movida por loucura, por poder, ou realmente uma enviada dos céus, o que nos importa é que Fatimah estará para sempre encravada na história de nossa sociedade. Todo o sangue que se derramara estará sempre vinculado ao seu nome, e decerto sua morte acabara sendo dúbia. Para alguns trouxera alívio, para outros um enorme vazio. Fica aqui também uma última mensagem, a de que nossas escolhas determinam que fomos, quem somos, que quem seremos.

Ou melhor, quem escolhemos ser.

                                                            Os autores,

                                         Goodwin & Thompson.