Aren't We Forever? escrita por Riena


Capítulo 7
Extra


Notas iniciais do capítulo

Para quem pediu, aqui está um pequeno extra. Obrigado a todas que comentaram e amaram esses dois tanto como eu amo escrever sobre eles. Espero saber a vossa opinião :)
Boa leitura e até mais ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/764463/chapter/7

Era uma vez duas crianças que se conheceram ao acaso. Duas crianças que a vida juntou. O garoto era ruivo e calado enquanto a garota era morena e inquieta. Ela gostava de correr e subir em sítios altos e ele gostava de ficar quieto com um caderno nas mãos observando a menina de longe. Ela falava com todo mundo, já ele era mais observador e pensava antes de falar. Talvez eles não tivessem nada em comum mas viviam um do lado do outro. Podiam mesmo não ter nada em comum mas estudavam no mesmo colégio. Eram diferentes mas onde um estava o outro estava também.

Um dia a menina decidiu falar com o garoto. Disse lhe que nunca antes viu um cabelo da cor do dele. Era um elogio, mas o garoto não agradeceu. A menina lhe perguntou porque ele sempre carregava um caderno com ele, se ele nem mesmo sabia escrever. Ele lhe respondeu que um dia saberia e que iria escrever em todas as páginas. A menina achou que a ideia era boa. Ela se sentou do lado dele no jardim da casa. Ele não a convidou a sentar mas ela  não parecia precisar de convites. A menina lhe disse que eram vizinhos e embora o garoto já soubesse, ele se fez de desentendido. Ela sorriu. Disse que o seu nome era Bella. O garoto desfolhou o caderno em branco, disse que o seu nome era Edward Cullen sem olhar a menina. Ela repetiu o nome dele. Balançou a cabeça como que dando permissão para o seu nome ser realmente Edward Cullen. Nesse dia eles não sabiam que seriam melhores amigos. Que a amizade entre eles seria tão fácil quanto respirar. Não sabiam que seriam inseparáveis e que mesmo que fossem diferentes eles seriam como uma balança na vida do outro. Ele seria a prudência na imprudência dela. Ela seria a loucura na calma dele. O que ligava os dois pólos opostos era o amor puro de uma amizade que só uma criança pode ter. Mas nesse dia eles não sabiam que um dia seriam separados. Que a menina seria levada para viver em outra cidade. Que o garoto se sentiria sozinho e que iria escrever para ela todos os dias no seu caderno. Que os dois iriam chorar de saudades se perguntando se alguma vez voltariam a se ver e a ser melhores amigos. Que o coração seria quebrado mas que continuaria a bater. Mas também não sabiam que um dia, um ia curar o coração do outro e que o coração não iria só bater mas também perder batidas.

No aniversário de 10 anos da menina, a casa estava toda decorada. O jardim tinha brinquedos infláveis que Bella poderia subir e chamar Edward lá do alto. Todas as meninas da sala foram convidadas. A menina espreitou na janela do quarto do garoto. Se equilibrou na ponta dos pés para tentar encontrá-lo. Ele saiu pela porta da frente. A menina correu até ele, dizendo o seu nome repetidamente. O garoto que estava muito chateado não parou para escutar a menina. Ela correu mais ainda. Era mais rápida do que ele. Parou na sua frente dizendo que estava esperando ele fazia muito tempo. O garoto disse que não iria na festa de aniversário. Que a menina não o tinha realmente convidado e que uma das meninas lhe havia dito que a festa era exclusiva apenas para meninas. Meninos não eram bem vindos. A menina não achou que precisava fazer um convite formal ao garoto. Era óbvio que ele iria. Era óbvio que ela o queria com ela. E embora ele fosse o único garoto, a menina trocaria todas as meninas apenas por ele. O garoto foi embora com os olhos verdes brilhando com as lágrimas. Deixou a menina para trás. A menina o viu seguir o caminho da praia. Correu para casa secando as próprias lágrimas. Entrou em casa escondida. Pegou a mochila que usava quando ia de férias com os pais e a família Cullen. Jogou guloseimas lá dentro. Refrigerante. Abriu a geladeira e pegou o seu bolo de aniversário. Correu mais devagar do que ela gostaria. Queria tentar que o bolo chegasse inteiro. Ao chegar na praia ela viu os cabelos ruivos de longe. Sorriu porque tinha certeza que ele estaria ali. Quando ela chegou perto dele, colocou o bolo de aniversário na sua frente. Abriu a mochila e espalhou as guloseimas. Ele a olhava com os olhos arregalados. Ela lhe disse que não queria uma festa de aniversário sem a presença dele. O garoto a acusou de roubar o próprio bolo de aniversario da própria festa. Ela não tinha pensado nas coisas desse jeito mas concordou. O garoto gargalhou. A menina gargalhou com ele. Ele cantou o parabéns para ela. Comeram o bolo com as mãos e dividiram o refrigerante. Eles se abraçaram. Juraram que não teriam nunca um aniversário onde o outro não estivesse. Deram as mãos para firmar a promessa e se deitaram na areia. Ficaram ali juntos, até a mãe da menina aparecer desesperada junto com a mãe do garoto. Ouviram o sermão em silêncio, embora a menina se defendeu dizendo que o aniversário era dela e que ela teria a festa onde e com quem ela quisesse. Nesse dia eles não sabiam que quando a menina fosse levada para viver em outra cidade, ela diria boa noite ao garoto como se continuasse dormindo com ele e que o garoto cairia no sono escrevendo cartas para a menina. Nesse dia eles não sabiam que um dia a menina voltaria e que quando ela voltasse os dois sentiriam coisas novas. Eles nem mesmo sabiam que isso era possível.

Aos 12 anos, o colégio organizou um baile. A menina aprendeu a dançar com o seu pai enquanto o garoto treinava alguns passos com a sua mãe. O garoto tinha uma flor na mão quando tocou a campainha da menina. Ela abriu a porta sem jeito. Não estava habituada a usar vestidos. Ele lhe disse que ela estava bonita. Ela lhe disse que ele estava bonito. Ela levou a flor com ela mesmo com ele dizendo que ela podia deixar em casa. No baile eles dançaram juntos. Ele tinha muito mais jeito do que ela mas ele não trocaria de par por nada no mundo. Ela beijou a bochecha dele, como que agradecendo a paciência que ele tinha com ela e pedindo desculpa por pisar o sapato novo dele. Eles beberam ponche, fingindo que era vinho. Fingiram estar bêbados quando os pais os pegaram no colégio. Gargalharam entre soluços falsos. Contaram que o baile foi muito divertido em uma voz arrastada que imaginavam ser como os bêbados falam. Quando chegaram, cada um entrou na sua casa. Não se despediram porque ambos sabiam que quando todos estivessem dormindo, a menina pediria ajuda para subir até ao quarto do garoto. E ele a ajudaria. No quarto eles sussurravam. Não queriam que ninguém acordasse. O garoto tampava a boca com força para que não se escutasse as gargalhadas dele ecoando pela casa, quando a menina imitava a professora de inglês que gaguejava. Exaustos eles se deitaram. Colocaram os livros no meio da cama para nenhum invadir o espaço do outro. Ela desejou boa noite. O garoto espreitou por cima dos livros e desejou o mesmo á menina. Nesse dia eles não sabiam que um dia eles não iriam mais dividir a cama com livros. Que um dia em breve seria a última noite que eles dormiram juntos. Eles também não sabiam que um dia no futuro eles voltariam a dividir a cama sem livros no meio deles. Que iriam invadir o espaço do outro. Que ela o beijaria e ele a beijaria de volta. Que ele se apaixonaria e ela se apaixonaria também. Que ficariam juntos porque tinham escolhido um ao outro.

Um tempo antes do aniversário de 14 anos do garoto, eles se sentaram no chão para assistir o mesmo filme pela milésima vez. Eles cantavam as músicas juntos. Decoraram o máximo de falas de personagens possíveis. Nesse filme, havia uma gatinha de pelo branco. A menina era completamente apaixonada. Dizia que era a principal razão para ela amar tanto aquele filme. Disse que amava assistir aquele filme com o garoto porque ele compreendia o amor dela pelo filme. Eles deram as mãos. Nem sempre eles davam conta que o faziam. As mãos pareciam se encontrar por vontade própria. Por necessidade. O garoto olhou a menina, queria lhe dizer que ele sempre entenderia o amor dela por qualquer coisa. Mas ficou quieto e assistiu o filme. Ele achou que tinha tempo para lhe dizer outro dia. Outra hora. Que sempre haveria outra hora. Nesse dia eles não sabiam que em breve não haveria outro dia ou outra hora. Não sabiam que o tempo estava contado e que iria terminar antes que eles dessem conta. Mas também não sabiam que um dia voltariam a ter tempo. Que voltariam a ter outro dia e outra hora. Que a história deles continuaria. Que eles assistiriam o filme novamente. Abraçados. Que ele lhe roubaria beijos. Que ela iria corresponder sempre. O garoto não sabia que ela seria sua namorada que tão apaixonadamente iria amar. Nem mesmo que seria correspondido. A garota não sabia que um dia o garoto lhe pediria para casar com ele e que ela diria um sim imediato.

Mas um dia eles saberiam de tudo.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aren't We Forever?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.