Invisível escrita por GraziHCullen


Capítulo 7
Como eu me sinto – POV Edward




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Isabella, ou 001, como passei a chama-la, mexeu comigo de alguma forma. Não sei de que forma, só sei que mexeu. Eu vivi desde pequeno nesse mundo imaginário do meu pai. Para o meu pai, só uma coisa nos liga ao resto do mundo: o sobrenatural. Ele gosta do estranho, por que isso o faz sentir normal e esquecer da verdadeira merda que sua infância foi.

 

Ele faz questão de culpar a Clara pela morte de sua mãe e de seu pai. Pelos anos de solidão. Pela separação da família. Mas acho que ele só deveria culpar a si próprio.

 

Ele também nunca foi um pai presente. Ele esta cometendo os mesmos erros que seu próprio pai, só que dessa vez sou a vitima. Ele não enxerga o quanto eu odeio o fato de ter esse cadáver da Clara em um tubo. Ele não se importa.

 

Mas eu me importo com ele, e nem sei o por que disso. Talvez por que ele e o meu pai, ou por que ele provoca pena em mim. Sim, pena, pois ele agora e como uma casca vazia. Sua alma e viciada em uma única pessoa e seu corpo esta perdido.

 

Não quero parecer emocional, mas fui criado de forma diferente. Não conheci minha mãe, portanto nada de referencias carinhosas para mim. Meu pai, desde que posso me lembrar deixava-me com uma baba sueca o dia todo, e a noite, na hora de dormir, ele largava por um minuto as suas experiências para me contar um pouco sobre o sobrenatural, na esperança de que eu me apaixonasse pelo assunto assim como ele. Não funcionou.

 

A cada noite, a cada historia contada eu odiava ainda mais essa anormalidade. Esse tipo de pessoas, que talvez nem existissem, simplesmente estavam tomando conta da minha vida aos poucos.

 

Crianças, em sua maioria, odeiam a sala de aula. Eu simplesmente a adorava. Afinal lá dentro e onde eu aprendia a realidade. La dentro, me mostravam que anormais não existiam.

 

Com o passar do tempo fui apresentado ao laboratório do meu pai. Ele fez com que a minha realidade fosse à dele. E eu não tive espaço para reclamar.

 

Minha adolescência esta resumida ao sobrenatural. Nenhum vestígio de adolescente comum pode ser visto em mim. Nada de revista da Play Boy debaixo do colchão. Nada de sair com os amigos.

 

Quando 001 chegou aqui, meu pai ficou extasiado. Ele não ligava que trousse uma menina menor de idade para um laboratório não legalizado e que a família da menina poderia chamar a policia. Ele só pensava que seu sonho estava realizado.

 

Quando ela fugiu, ele ficou furioso. Tudo que via pela frente era jogado no chão. Qualquer coisa e motiva para brigas. Ele ficou de uma vez por todas insuportável.

 

Mas eu só poderia esperar que Isabella esteja aproveitando sua estadia lá fora, por que aqui no laboratório, sua fuga transformou minha vida de uma vez por todas em um inferno.

 

Quando vimos em todos os jornais em uma manha a foto dela, ficamos chocados. Sim, ficamos. Eu e o meu pai, como dois completos idiotas. Eu, por não acreditar que aquela garota cometeu a burrada de se expor desse jeito e meu pai por que ele não acreditava que ela ainda teria coragem de aparecer de novo.

 

Meu pai, como o grande louco que e, me puxou para fora do laboratório e fomos em seu carro pelas ruas. Ele me mandou dirigir, e sentado no banco do carona, me dava às instruções, me dizendo em que rua deveria entrar, assim como um maldito e enjoado GPS. Em um momento, ele me mandou encostar.

 

Eu estava confuso. Queria ter coragem o suficiente para parar e perguntar ao meu pai o porquê de ele estar fazendo isso. Mas entendi tudo assim que vi Isabella passando pela rua.

 

_Segue ela, Edward!- meu pai gritou.

 

Eu fiquei, por um momento, parado, em choque. Tinha me esquecido o quando ela e linda. Os cabelos caiam em cascata pelas costas e balançavam com o vento. O rosto em formato de coração branco, a boca fina e rosada, o nariz enrugado de frustração. Ela era simplesmente... linda.

 

_Eu mandei segui-la!- Gritou novamente, enquanto tirara da cintura uma pistola.

 

Obedeci-o, mas meu coração batia a mil. Em uma velocidade de 3 km fui acompanhando-a. Ele olhava a gente desconfiava. Por dentro eu pensava: Corre Isabella, corre! Salve a sua vida! Mas ela continuou andando.

 

Meu pai desceu o vidro e colocou a pistola pra fora

 

Droga, Isabella, corra!

 

Ela pareceu entender os meus pensamentos, pois começou a correr. Seguimos ela por varias rua. Ela estava lenta e eu rezava para que tudo ficasse bem. Ela jogou a mochila na causada e pegou velocidade

 

_Chega mais perto, Edward! Vou acabar com essa garota!- Ele gritou novamente

 

Ele deu seu primeiro disparo. Segurei o folego quando a bala passou pela Isabella e estraçalhou uma janela.

 

Se aquela bala tivesse alcançado o seu corpo frágil...

 

Meu pai praguejou, e a Isabella correu ainda mais. As pessoas saiam de suas casas para ver o que estava acontecendo. Meu pai deu outro disparo, só que dessa vez ele acertou em uma mulher. Segurei a respiração quando ouvi o choro de uma criança. Quando meu pai ia dar outro tiro, acelerei com o carro.

 

_Edward, volte lá! Isso e uma ordem, volte lá agora!

 

_Merda, pai! Por que você fez isso! Eu pensei que ela fosse sua vida agora!

 

_Ela me traiu, Edward! Ninguém que me trai merece viver! – ele gritou

 

_Pai, isso e simplesmente errado! Desista dessa garota! Ache outra aberração!

 

_Cale a boca, Edward! Você não sabe de absolutamente nada! Eu vou mata-la! Eu vou deixar aquele maldito corpo junto com o da Clara! As duas garotas traidoras vão apodrecer vagarosamente juntas banhadas em formou!- ele berrou, enquanto batia a mao no painel do carro

 

_Isso e nojento e doente, pai. E simplesmente doentio. Viva a sua vida, e esqueça a garota!

 

Meu pai parou e me olhou.

 

_E melhor você me ajudar a mata-la, Edward, ou eu mesmo também me encarrego de matar você. Sendo você sendo o meu filho ou não, quem me trai merece a morte.

 

Eu só pude olhar para ele em choque.

 

Quem o trai merece a morte?

 

Ele me escolheu para matar a garota que de algum modo mexeu comigo... Será que ele não poderia ter me pedido algo mais fácil, como escalar o monte Everest?

 


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